segunda-feira, 16 de julho de 2012
Guiné-Bissau: uma reflexão patriótica – Parte 2
A Administração Pública da Guiné Bissau: que Futuro?
A reflexão de hoje centra-se na Reforma da Administração Pública (PARAP) da Guiné Bissau. Os acontecimentos de 12 de abril, podem pôr em causa uma das mais importantes reformas operadas no país e muito elogiada pela comunidade internacional.
O programa de reformas na AP culminou com a realização do recenseamento biométrico de todos os funcionários públicos (cerca de 22.236), e a identificarção de cerca de 4.000 funcionários fictícios/fantasmas, o que permitiu economizar anualmente cerca de 2,5 mil milhões de francos CFA (cerca de 12% das despesas correntes).
Entrou-se na segunda fase deste processo de reforma com a aprovação em 2011, do plano de acção de médio prazo de reforma da AP (para o horizonte de 2011/2015). Com os seguintes objetivos: reduzir o tamanho da função pública, de modo a começar a reduzir o rácio de funcionários de 10 para 6-7 trabalhadores por 1.000 habitantes, em linha com a área da UEMOA (União Económica e Monetária Oeste Africano), melhorar as qualificações e as condições de trabalho dos funcionários públicos e aumentar a eficácia e a qualidade da AP.
Podem se destacar 2 medidas emblemáticas: a implementação do Sistema Integrado de Gestao de Recursos Humanos na AP (SIGRHAP) para o processamento de salarios e adopção de uma folha única de pagamentos na AP a nivel nacional.
O passo seguinte, seria a revisão e melhoria do regime jurídico e regulamentar da AP, a racionalização dos recrutamentos, bem como a instituição de um Sistema de Avaliação de desempenho.
É inconcebível pensar a AP sem um quadro que permita diferenciar os desempenhos, premiar o mérito e a excelência e ao mesmo tempo a retenção dos melhores quadros. É neste quadro que que se situa o Programa de Apoio à Reforma de Administração Pública (PARAP) na Guiné-Bissau, financiado pela União Europeia no valor de 6,5 milhões de euros., tendo em conta os progressos alcançados. É claro que todo este processo de reforma tem aspectos menos positivos (por exemplo o quadro de excedentários), mas no geral foi bastante positivo.
Sabemos que todas estas reformas foram feitas com o apoio da comunidade internacional, e neste momento esta mesma comunidade está de costas voltadas para com a Guiné Bissau.
Sabemos ainda que a União Europeia suspendeu todos os apoios ao país.
Veja se o caso do acordo de pescas U.E/GuineBissau, estão em causa 9,2 milhões de euros/ano, a somar aos 6,5 milhões de euros da Reforma da AP, temos um total de 15,7 milhões de euros.
Um país pobre não se pode dar ao luxo de desperdiçar tanto dinheiro, tendo em conta que a ajuda externa representa cerca de 12 % do PIB e financia mais de 90% dos investimentos públicos no país.
Quanto à diaspora, sabe-se que o governo de então e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), rubricaram no dia 29 de março do corrente ano, um acordo/programa chamado TOK-TEM, com o objectivo ajudar no repatriamento de quadros guineenses na diáspora, para irem contribuir no processo de desenvolvimento do país. Todos estes projectos estão em causa e temos que lamentar porque o país dispõe de excelentes quadros superiores e tecnicos no exterior.
Faço um apelo patriótico à diaspora: deixemos a nossa zona de conforto, temos de pensar nos supremos interesses do povo da Guiné Bissau, temos que debater com honestidade, sem ódios, esquecendo as querelas politico/partidárias e familiares, exigir os nossos direitos de participar em todas as eleições do país, sensibilizar a comunidade internacional para que continue a apoiar a Guiné Bissau e acima de tudo não desistir de lutar.
Não se pode hipotecar o futuro do país, por causa de interesses de um grupo de pessoas, que neste momento só está interessado em manter o statu quo.
A reforma da AP deve continuar a bem do povo e do país e todos devem contribuir.
Termino com uma frase de um famoso colunista do Jornal Inglês Financial Times, Wolfgang Munchau a proposito da Grécia e que se aplica neste momento à Guiné Bissau " o caminho bifurca, logo é hora de tomar uma decisão".
Fontes dos dados: Relatórios do FMI, Banco Mundial, Documento de Estrategia de Redução de Pobreza na Guiné Bissau – DENARP I e II) e Publicações do Ministerio de Economia, das Finanças e da Função Publica da Guiné-Bissau.
Eduardo Jaló
Licenciado em Gestão e Administração Pública
Técnico Superior na AT
domingo, 15 de julho de 2012
Crime!
"Caro Aly e leitores do blog ditadura do consenso,
O meu nome é Roberto Sousa Cordeiro, autor (dono) do texto enviado e publicado em este blog no dia 7 de Julho de 2012 (Sábado) por quem se identificou como Antonio Tavares (Odja), Contabilista e Especialista em Direito Estado. Eu nao queria vir ao publico afirmando que Antonio Tavares é um criminoso e desonesto intelectual, mas como ele nao respondeu a minha mensagem apos ter pedido explicacoes dos motivos que levou a publicar o meu artigo, cujo titulo "A GUINE-BISSAU, UM ESTADO MILITAR E DA IMPUNIDADE, decidi informar aos leitores, admiradores deste renomado blog (importante para os guineenses na diaspora), que referido artigo nao é de Antonio Tavares (Odja), é copiado e colado. Desta forma, gostaria de deixar algumas advertencias e indagacoes ao Antonio Tavares (Odja) e aos demais guineenses desonestos:
a) Nao conheço Antonio Tavares, mas uma certeza tenho a respeito da sua pessoa: voce pode ser contabilista formado pela universidade de Harvard, pode ser especialista em Direito de Estado, com diploma de Oxford, mas voce é um tipo de intelectual criminoso, como uma boa parte deles que vivem na nossa praça de Bissau;
b) Nao basta intelectualidade para que uma patria desenvolva, pois a nossa està cheia de intelectuais, intelectuais que, se formos aplicar teste de honestidade, uma boa parte de deles terao a nota 0/10, é preciso certos valores morais para que um pais consiga o seu desenvolvimento, entre os quais, a honestidade e a verdade.
c) Sera que Antonio Tavares tenha ideia de que os problemas que hoje a Guiné atravessa (guerra, corrupcao, assassinatos, intrigas, etc.) sao frutos da desonestidade, falsidade e mentiras ?
d) Como podemos confiar num tipo de guineense como Antonio Tavares (especialista em Direito de Estado), o qual nao consegue perceber, que o desenvolvimento de uma nacao passa também pela honestidade e responsabilidade dos seus filhos?
e) Sera que Antonio Tavares tem ideia das noites que deixei de dormir para escrever esse artigo?
f) Sera que tem ideia que esse artigo nao é de opiniao, mas sim de cunho académico, escrito baseado em estudos e pesquisas citando outros outros autores?
g) Caro Antonio Tavares, nao seja preguiçoso intelectual, cria suas ideias baseando nas ideias dos outros, sem deixar de referir e/o citar o dono do texto;
h) Todos nos somos capazes de criar ideias, nao tenha medo de errar criando suas ideias, pois o portugues nao é nossa lingua materna, e ninguem é intelectual absoluto;
i) Antonio Tavares, gostaria de saber se voce publicou o meu artigo so porque queria, quiz e quer aparecer como intelectual neste momento dificil da Guiné ou porque nao tinha ideia de que isso é plagio e crime intelectual;
j) Antonio Tavares, é normal que nossas ideias sejam parecidas escrevendo sobre algumas questoes da realidade guineense (golpes de Estado, impunidade, corrupcao, transicao democratica, etc.), porque é uma realidade que uma boa parte dos guineenses conhece e vivencia ao longo dos anos, o anormal é copiar e colar o texto do outro so porque quer aparecer, ...
Obs. peço desculpas aos leitores da ditadura do consenso pela falta de acentos em algumas palavras, o teclado do computador que usei esta em frances.
Atenciosamente,
Roberto Sousa Cordeiro
Matemática
Aly, mais uma vez os meus votos de muita felicidade e muita coragem para essa nossa luta, a fim da recuperação da nossa soberania. Envio essa minha opinião, gostaria de partilha-lo com mais gente, leitores do seu blogs, agradeço a sua publicação sff.
A matemática "apreciador do conhecimento" é a ciência do raciocínio lógico e abstrato. A Matemática estuda quantidades, medidas, espaços, estruturas e variações. Da data de independência a 12 de abril são inúmeros os levantamentos militares e golpes de estado, que tanto fragilizou o estado, levando o país a caminhar largamente para ser do país falhado.
A perda da nossa soberania, para Costa de Marfim, Nigéria, Senegal e Burkina Faso, provou que as soluções políticas foram e serão sempre o fiasco, a solução deve ser técnicas e práticas. Assim, somando golpes de estado e levantamentos militares mais marcantes na guine bissau são:
1. 1. 14 de novembro
2. 07 de junho
3. 30 de novembro – morte do Anssumane Mané
4. 14 de setembro de 2033 – golpe a Kumba Yala
5. Outubro de 2004 – Assassinato de Verissimo Seabra
6. Caso 1 e 2 de março de 2009 – Tagme na Waie e Nino vieira
7. Caso 1 e 2 de Junho – Basiro dabó e Helder Proença
8. 1 de abril – afastamento de Zamora Induta
9. 12 de abril
Sendo trabalho matemático consiste em procurar por padrões, formular conjecturas e, por meio de deduções rigorosas a partir de axiomas e definições, estabelecer novos resultados. Pensei na formula matemático que passa pela:
Tendo como último caso (12 de abril) fator 1 (um),
I. Subtração: 9 – 1 = 8 → 8 < 9 - KO! Não satisfaz a equação II. Adição: 9 + 1 = 10, → 10 > 9 - KO! Não satisfaz a equação
III. Multiplicação: 9 X 1 = 9 = 9 →OK! SATISFAZ A EQUAÇÃO
Meus, conterrâneos, amigos da Guine Bissau, a formula correta para a solução de golpe de estados e levantamentos militares na guine não é adicionar mais 1 (um), nem subtrair menos 1 (um), mas sim passa na multiplicar por 1 (um) ou efetua a operação inversa da multiplicação por unidade.
Apoiar golpe é adicionar mais um ou subtrair menos um, porque é incentivar mais outra, (quer dizer ainda não basta). Contestar e lutar e continuar a lutar contra golpe é multiplica-lo a 1 (um), na expressão verbal ao na nossa vida, é não ter nem mais nem menos dos já existente.
A Matemática vem sendo construída ao longo de muitos anos. Resultados e teorias milenares se mantêm válidos e úteis e ainda assim a matemática continua a desenvolver-se permanentemente, e os resultados contínuas ser mesmos.
Ibrahim A. Sani
Angola refuta culpa no golpe de estado na Guiné-Bissau e manifesta-se pronta a cooperar
Angola refuta qualquer responsabilidade no golpe de estado na Guiné-Bissau e manifesta vontade de cooperar para ultrapassar a crise, declarou hoje, sábado, em Addis Abeba (Etiópia), o ministro da Relações Exteriores. Georges Chikoti falava à imprensa no final de uma reunião do Conselho de Paz e Segurança (CPS) da União Africana, a nível de Chefes de Estado e de Governo para analisar a crise instaurada no Mali e o conflito entre o Sudão e o Sudão do Sul. A questão da Guiné-Bissau foi introduzida a meio do encontro.
O ministro reagia ao relatório da Comunidade Económica da África do Oeste (CEDEAO) que indicava que o golpe de estado de Abril deste ano na Guiné-Bissau se deveu a presença de tropas angolanas naquele país. A CEDEAO defende também o reconhecimento dos golpistas, bem como o levantamento das sanções internacionais. O governante angolano manifestou a disposição de cooperar com instituições regionais e internacionais para se ultrapassar a crise política na Guiné-Bissau.
Defende que se promova no país um processo mais inclusivo, criando as condições de segurança para que todos os cidadãos possam participar na vida política, particularmente, em caso de eleições. Salientou que a União Africana defende as decisões tomadas na Comissão de Paz e Segurança, faltando aplicar sanções complementares. “Muitas pessoas estão a fugir do país. Resta que a CPLP e a CEDEAO criem consensos sobre as medidas a aplicar para que o país volte a normalidade”, enalteceu. A Guiné-Bissau é um país com um historial de vários golpes de estado, com mortes inclusive de Presidentes da República.
A Missão Militar Angolana na Guiné-Bissau “Missang”, composta por cerca de 200 elementos de diferentes especialidades, foi formalmente lançada a 21 de Março de 2011, em Bissau numa cerimónia presidida pelo já falecido Presidente da República, Malam Bacai Sanhá, na presença do ministro angolano da Defesa, Cândido Van-Dúnem, em resultado de um acordo de cooperação técnico-militar. Na sequência do golpe de estado, Angola retirou a missão que visava a reestruturação das forças de defesa e segurança a pelo do governo daquele país. AngolaPress
PAIGC (também) em Lisboa
A célula do PAIGC em Portugal está reunida (a reunião ainda decorre) num debate político partidário nas instalações do Instituto Português da Juventude, no parque das nações, em Lisboa.
Coube ao Presidente da República interino, Raimundo Pereira, a abertura oficial do debate. Estão presentes cerca de 50 participantes com destaque para os partidos amigos do PAIGC, a saber, Portugal - PS e PCP, para além de representantes de Moçambique, Angola, Cabo Verde. A sessão de encerramento caberá à ministra da Presidência do Conselho de Ministros, Maria Adiato Nandigna. AAS
sábado, 14 de julho de 2012
Estudantes no Brasil: reunião com embaixadora Eugênia Saldanha
O Ministério Público Federal do Ceará, através da procuradora de Justiça Nilce Rodrigues, irá se reunir em Brasília na próxima terça-feira (17) com a embaixadora de Guiné-Bissau no Brasil, Eugênia Pereira Saldanha Araújo, para tentar solucionar a situação de cerca de 300 estudantes que estão irregulares no Ceará.
Segundo a procuradora Nilce Rodrigues, o objetivo é tentar resolver a situação na esfera administrativa. "A reunião é para procurar encontrar uma saída de uma forma diplomática para que esses estudantes possam renovar o visto com a Polícia Federal e permanecer no Brasil para concluir o curso". Ainda na terça-feira, a procuradora Nilce Rodrigues terá reuniões distintas com o Ministério da Educação, o Ministério das Relações Exteriores e o Ministério da Justiça.
TAC
O advogado das faculdades Fatene e Evolução chegou a entregar assinado o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), mas segundo a procuradora, havia um erro no documento que teve que ser corrigido.
Segundo a procuradora, caso o advogado das faculdades entregue o TAC assinado nesta sexta-feira, na segunda-feira os estudantes podem regularizar a situação na instituição. "Após ser assinado, os estudantes podem assinar um termo de adesão ao TAC se comprometendo em pagar a faculdade atrasada, a matrícula e assim regularizar o visto".
Já no caso dos estudantes que estão há muito tempo, um ano ou dois anos, com o visto vencido, apenas a matrícula e a faculdade pode ser regularizada, conforme Nilce Cunha, a reunião em Brasília é para solucionar o visto de permanência desses estudantes no país.
Estudante apreendida
A estudante que foi apreendida pela Polícia Federal na última terça-feira (10), tem cinco dias para ser deportada a Guiné-Bissau. Segundo a assessoria do MPF, a procuradora de Nilce Cunha Rodrigues está em reunião nesta sexta-feira (13) com a estudante.
A estudante africana foi apreendida trabalhando ilegalmente distribuindo panfletos no bairro Benfica. A universitária foi encaminhada para a agência da Polícia Federal no Aeroporto Internacional Pinto Martins. A guineense possui visto de permanência de estudante no Brasil. Por isso, de acordo com o Ministério Público Federal (MPF), poderia praticar apenas estágios acadêmicos.
NÃO FOI UMA REVOLUÇÃO. FOI GOLPE DE ESTADO
Depois de golpe de estado de 12 de abril, muitas figuras que apoiam essa quebra do ciclo democrático, o fazem sob mais diversas argumentações. Vão mais longe aduzindo que o golpe era necessário porque o Primeiro Ministro deposto havia se candidato à presidência da república de forma inconstitucional e assim por diante. Estabelecem ainda de forma recorrente algum paralelo entre o ocorrido na Guiné-Bissau, com a revolução francesa ou com 25 de abril de 1974, ocorrido em Portugal, também conhecido por revolução de cravos.
De ponto de vista democrático, devemos enaltecer que todo cidadão tem o direito de emitir a sua opinião à luz da liberdade de expressão garantida pela constituição da república, inclusive de defender expedientes tão antidemocráticos como o golpe de estado em questão. O inquietante, no entanto, é tentar fazer alguma comparação entre a revolução francesa ou 25 de abril com o episodio de 12 de abril na Guiné-Bissau.
Com isso, tentam passar a ideia de que a revolução e golpe de estado são mesma coisa. Não são. Os dois expedientes representam sem sombra de dúvida a forma extraordinária de quebra da ordem politica, e, às vezes até econômica e social.
Mas, a revolução tem sempre apelo popular. É marcada sempre por clamor popular. É materialização sempre da vontade popular, daí que se chama de revolução. A revolução pode até ser concretizada por golpe de estado, como forma de realização da vontade do povo, já que a as forças armadas devem agir sempre como instrumento de defesa da vontade popular. Já o golpe de estado só se ocupa com a chegada ao poder por via da força, independentemente de traduzir-se ou não na vontade popular.
A exemplo da revolução francesa, que ganhou esse nome por se tratar de uma serie de episódios que se estenderam de 1789 a 1799, alterando profundamente a sociedade francesa, com ressonância para o mundo inteiro, através do seu ideário libertário, traduzido nos princípios de “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, que culminou com o golpe de estado que derrubou a monarquia daquele país.
O mesmo ocorreu com a revolução de cravos, onde o movimento dos capitães das forças armadas portuguesas, só concretizou a vontade do povo português, ao derrubar o regime imperialista e fascista de Salazar e Marcelo Caetano, que transformou por quase cinquenta anos aquele país num estado policialesco. Naquele momento, o repúdio crescente do povo português àquele regime legitimou o golpe de estado de 25 de abril. Em resumo, a adesão popular e militar ao golpe, foi tamanha que o regime sucumbiu e abriu caminho para a descolonização das antigas colônias em África. Basta ver ou rever as imagens de confraternização entre os civis e militares, após a queda do regime ditatorial.
Como se percebe, nenhum dos episódios acima guarda similaridade com o golpe de estado de 12 ade abril, do corrente ano Na Guiné-Bissau, onde o povo havia votado um mês antes maioritariamente no candidato deposto. A repressão às manifestações populares e a subtração dos direito e garantias fundamentais dos cidadãos, demostram claramente que estamos perante golpe de estado contrário à vontade popular.
Para melhor esclarecimento, o dia seguinte à revolução, o povo sai às ruas para saudar os seus heróis e comemorar a vitória. Já em caso de golpe puro, que é o nosso caso, o povo é reprimido no dia seguinte. Diante disso, tentar fazer com que o golpe de 12 de abril seja alçado à condição de revolução é um exercício intelectual infrutífero. Golpe é golpe e a revolução é revolução.
Alberto Indequi
sexta-feira, 13 de julho de 2012
Idrissa Djaló: "O país perdeu a soberania"
O líder do Partido da Unidade Nacional (PUN) defendeu hoje (sexta-feira) que a Guiné-Bissau perdeu a sua soberania "já que os guineenses preferem deixar que os outros decidam" o rumo que o país deve tomar. Idrissa Djaló, que falava em conferência de imprensa para marcar a posição do seu partido, sem representação parlamentar, sobre o momento político da Guiné-Bissau, teceu duras críticas aos autores do golpe Estado de 12 de Abril passado, responsabilizando os militares e os políticos pela "situação de caos em que se encontra o país".
"Hoje, a Guiné-Bissau está num caos. Dirige-se perigosamente para o abismo, para ser considerado um Estado pária. O mais grave nisto tudo é que o país está dividido e a própria comunidade internacional está também ela dividida sobre o problema da Guiné-Bissau", argumentou Djaló.
Para o líder do PUN, os problemas da Guiné-Bissau e as propostas de soluções aos mesmos "são discutidos fora do país", através de posicionamentos estratégicos de organizações internacionais. E nós os guineenses qual é a nossa lógica para a resolução dos nossos problemas?", questionou o político. Idrissa Djaló propõe soluções "radicais" para atacar os problemas da Guiné-Bissau, que disse, ficaram agravados desde o último golpe de Estado.
"Acabar com o actual governo de transição e formar um novo governo integrado por tecnocratas, instituir um tribunal Ad-hoc para julgar todos os crimes de sangue ocorridos no país desde 1973 e elaborar um roteiro, de verdade, que será apresentado aos parceiros internacionais ", observou Djaló. Para Idrissa Djaló, a continuar assim "qualquer dia não seria de se admirar que um sargento se levante e faça um novo golpe de Estado", colocando no seu governo de transição pessoas da sua confiança.
"Há muitos jovens que estão a regressar dos estudos, que não se revêm neste estado de caos mas que querem ver este país a caminhar no rumo certo, é nestes jovens que deposito a minha esperança", enfatizou Djaló. O golpe de Estado de 12 de abril foi protagonizado por militares que destituíram o Presidente interino, Raimundo Pereira e o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior. Ambos vivem agora em Portugal. AngolaPress
O QUE TINHAMOS A APRENDER E A GANHAR COM ANGOLA
A parceria entre o povo da Guiné-Bissau e da Angola, remonta ao período em que o Amílcar Cabral e o Agostinho Neto conviviam na casa dos estudantes do império, em Lisboa, na década de quarenta do século passado. Ou seja, todas as confabulações e riscos inerentes aos pensamentos independentistas que os dois jovens estudantes corriam, já desenhavam o futuro dos dois países e dos seus respectivos povos. Isso é parceria. Existem relatos históricos que asseguram a participação do Amílcar Cabral na fundação do MPLA-Movimento Popular de Libertação de Angola.
Com o desencadeamento da luta na então Guiné Portuguesa e em Angola, o Cabral foi o grande interlocutor para angariação do apoio que o movimento libertador daquele país recebia do bloco comunista. Quando o PAIGC foi alçado à condição de porta voz dos povos em luta em África, os nossos combatentes de liberdade da pátria falaram em diversos fóruns internacionais, não só em nome dos povos da Guiné e Cabo-Verde, mas também em nome dos demais povos em África, que lutavam contra o regime de Salazar e Marcelo Caetano, dentre os quis o povo angolano.
Quando em 1970, o Papa Paulo VI recebeu em audiência privada, o Amílcar Cabral, Agostinho Neto e Marcelino dos Santos, foi o patrono da nossa independência quem falou em nome da delegação e inteirou ao sumo pontífice do andamento das lutas contra o regime colonial português em África, o que foi avaliado pelos analistas de então como uma grande vitória diplomática a favor da descolonização dos nossos países.
Outro dado histórico que ilustra a pareceria entre o povo da Guiné-Bissau e Angola, ocorreu em 1975, quando na sequencia do impasse politico que se instalou após acordo de Alvor,-Portugal, em que se previa a partilha do poder entre os três grupos políticos que reivindicavam a independência daquele país africano, MPLA-Movimento Popular de Libertação de Angola, UNITA-União Nacional para a Independência Total de Angola e a FNLA-Frente Nacional de Libertação de Angola, o governo da Guiné-Bissau, através das nossas gloriosas forças armadas interviu no conflito, a favor do MPLA, enquanto não chegavam as forças cubanas, que depois passaram a ajudar na sustentação militar do novo regime. O apoio dispensado pelo governo guineense foi fundamental para a definição do dia 11 de Novembro de 1975, como data da independência de Angola.
Como se pode perceber, de alguma forma, o nosso povo já deu seus préstimos ao povo angolano, e, nem por isso os angolanos se sentiram humilhados. Muito pelo contrário, entenderam com humildade as circunstâncias históricas que determinaram a nossa liderança nos episódios acima apontados.
O país está a conseguir e com sucesso, reconciliar e integrar os militares que lutaram em trincheiras diferentes, ao longo da guerra civil. Unificou as FAPLAS –Forças Armadas Populares de Libertação de Angola, afetas ao governo e FALA- Forças Armadas de Libertação de Angola, afetas à UNITA, criando as FAA-Forças Armadas de Angola. O desafio de unificação e integração das FAA deveria servir de exemplo para a Guiné-Bissau. O processo de guerra civil foi traumático e a despeito de tudo isso consegue fazer uma reforma exemplar do setor de defesa, sem sobressaltos.
O berço político de cada militar integrado às FAA, não tem causado nenhum transtorno ao bom andamento das instituições civis e militares daquele país. Não tem ocorrido nenhum tipo de quebra de disciplina hierárquica e nem intromissões da classe castrense nas questões politicas e partidárias.
A proliferação de movimentos aramados que reivindicavam a independência daquele país, aliada ao fato de a base social e politica de cada um deles refletir a origem étnica dos seus fundadores, fez acentuar as clivagens políticas e ajudou a moldar os seus respectivos braços armados. Os quimbundos sentiam-se obrigados a alinhar com o MPLA, partido fundado pelo Agostinho Neto, e, ovimbundos faziam o mesmo com a UNITA, o movimento politico fundado pelo Jonas Malheiro Savimbi.
Em matéria de gestão de conflito-politico militar e sectarismo étnico, a Angola tem muito a nos ensinar. Aquele país teve a humildade de cooperar com Portugal, na reforma do setor de defesa, com ênfase na formação de oficiais superiores. Encarou o desafio de aprender com os portugueses, pondo lado qualquer complexo colonial. Tem sabido utilizar o seu poderio econômico para alavancar a sua projeção politica e militar no continente.
Alberto Indequi
Advogado e Empresário
De um angolano chocado
"Prezado Irmão Aly.
Antes de mais deixa-me dar-te os parabéns pela coragem, espírito jornalístico e sobretudo pelo elevado sentido patriótico que tens vindo a demonstrar ao levar a África e ao mundo o conhecimento real dos triste incidentes que ocorrem na vossa/nossa bela Guiné-Bissau.
Foi com profundo sentimento de pesar que o povo angolano acolheu tal notícia [a da retirada da MISSANG]. Neste momento sinto-me muito chocado porque entendo que o povo guineense não merece tal infortúnio. Aliás deixa-me recordar-te que melhor do que nós (angolanos e guineenses) poucos conhecem o sabor amargo, horrendo, da guerra.
Meu Irmão,
Desejo-te muita coragem, firmeza nas tuas convicções e como um guerreiro da paz e, em busca da PAZ continues a mostrar ao mundo as atrocidades e barbáries que estão a ser cometidas contra este heróico POVO por um bando de marginais que, estupidamente, estão a destruir um belo país.
VIVA A GUINÈ BISSAU!
VIVA A ÁFRICA!
VIVA A PAZ!
Um abraço e estamos juntos.
Teatro & Gafes
"Estimados,
Como sempre, e depois de uma árdua labuta do dia-a-dia, ponho-me religiosamente a vasculhar informaçoes veiculadas sobre o nosso país. E, nesta minha rotina, deparo-me com duas realidades que gostaria de abordar nesta minha reflexao que, ao mesmo tempo é uma crítica: Subsídio de pensao à viuva do falecido e fundador da nossa nacionalidade Amilcar Lopes Cabral primeiro e, segundo, a eventual fuga do "Primeiro Ministro" de Transiçao à bandeja que lhe foi servido a frio tal e qual ao seu "Presidente" que, à semelhança do velho ditado: Presidente nim si um dia son, preferiu ser humilhado por um grupo de pessoas que nem terceira classe tinham a troco do tal cargo que sempre ambicionou mesmo que para tal tivesse que pôr em causa a sua dignidade como agora se tem visto.
Adaptaram-se aos novos tempos, as novas técnicas e, com isso, a novos alvos: finanças públicas. Aqui, já não é preciso esperar que anoiteça como outrora. Faz-se em plena luz do dia e com arma em punho. Pois entenderam que aqui se armazenam o suor de um povo e, portanto, mais atractivo e lucrativo comparativamente. Entre recusar a exigência de abrir o cofre das finanças e a morte vai um puxar de gatilho. Mais um! Já beberam sangue humana e portanto nada lhes arepia. É como se fosse uma galinha!
Geralmente sao os mesmos conhecidos por bala... basta um tá-tá para que o assunto fique resolvido. Sr bala, aquele que acabou de tirar a vida é seu irmao!!! É apenas uma questao de ganância, pense bem.
Este grupo de malfeitores coadjuvados por doutores (advogados, constitucionalistas, engenheiros, cantores doutores, licenciados de dimensao sulista) da nossa praça que agora trabalham no regime de ditadura militarizada com a humilhaçao de ter que prestar contas àqueles com terceira classe mal feita, pergunto: Para quê tanto estudar? Nao desiludamos, todos estes ministrozinhos e secretariozitos sao funcionarios a prazos. Pois sabem tao bem que devem comportar-se como os dito cujos querem. Quem nao acatar uma ordem de um oficial de nada lhe servirá o diploma pois a porta de casa será a serventia da casa. Que pena descerem tao baixo! Apenas a troco de migalhas e oportunidade de também poder roubar o bolo de todos nós. Bissau i piquinino cada quim rapara si cumpanher.
Teatro
O Governo de transiçao, à imagem do PRS, resolveu ele também em plena crise, provocar o seu carnaval fora de epocas: atribuir uma pensao de sobrevivência à viúva de Amilcar Cabral na ordem de 7600 euros mensal. Até aqui, nada de mal. Gostaria apenas de saber quanto Cabo-Verde também atribue de pensao à Senhora viúva. Porque só agora? E por cima, por um governo de gestao ou de transiçao como queiram? De nada vos valerá nem vos servirá esta actitude populista de baixo nível, pois o povo já demonstrou de forma clara e inequívoca as suas orientaçoes no passado recente.
Este grupinhos denominado governo estao com pressa de mostrar serviço como forma de salvar a pele. Para tal anunciaram o combate a impunidade e ao trafico de droga como bandeira da sua desgornaçao. Pergunto: onde estava este governo quando o Presidente da CNE foi humilhado em plena luz do dia? E aqules que estao sendo perseguidos por descordarem da situaçao do golpe? Primeiro é preciso informar de que a ANP é uma casa civil e nao para os militar promoverem reunioes ou presidirem conselhos de ministros.
Também consta segundo informaçoes constada no blog Ditadura do consenso a eventual fuga oa cargo do "primeiro Ministro" de transiçao. Sobre este assunto é uma questao de tempo o castelo desmoronará antes do tempo seguramente. É uma questao das finanças começarem a esvaziar abaixo do nível insuportável às suas desmedidas ambiçoes.
GAFES
Gostaria antes de terminar, tecer algumas palavras ao "Ministro dos Negócios Estrangeiros". À luz da mesma descoordenaçao governativa, o MNE que pelos vistos nao sabe qual é a diferença entre Comunudade Internacional e Comunidade Regional, voltou a fazer das suas, dizendo que o governo de que ele faz parte é resultante nao do golpe de estado mas sim do reconhecimento da Comunidade Internacional. Aquela que é apenas Internacional para a Guine-Bissau segundo o ministrozito (CDEAO) e que o jornalista procurou imediatamente corrigir dizendo-lhe que a CDEAO era uma organizaçao regional e nao Internacional. Assim vai a nossa massa crítica que nos envergonha tristemente.
Aquele abraço
MAL Abuck Nater"
quinta-feira, 12 de julho de 2012
A CEDEAO provou ser uma ilusão
CEDEAO: Reputação na mediação de conflitos na sub-região, vai de mal a pior - os ecos dessa contestação na imprensa francófona escrita e online.
1 - Fonte Maliweb (02/07/12)
41ª cimeira da CEDEAO, o Comunicado da discórdia.
A ultima cimeira da CEDEAO foi fértil em decisões que se ilustram pela incoerênia e inutilidade. Em vez de restabelecer a hiérarquia de responsabilidades no seio do executivo da transição, onde a noção de Primeiro Ministro com plenos poderes desaparece e o termo de Presidente por interino se substitui a de um Presidente de Transição, a CEDEAO continua a repetir as mesmas decisões baseadas na incoerência, tal como fez desde o inicio da crise maliana. Allassane Ouattara, esta a transferir « as reuniõezinhas » da BCEAO para o seio da CEDEAO onde se reune para dizer sempre as mesmas ladainhas e produzir invaravelmente comunicados atras de comunicados, porém quase sempre inuteis.
Tratando-se do caso de Presidente por Interino, a CEDEAO pede ao Governo maliano, para tomar todas as medidas para facilitar o regresso de Dioncounda Traoré ao Mali. Este pedido, deixa implicitamente compreender de que, não são efectivamente as razões medicais frequentemente invocadas em publico que, na verdade tem retido o Pi em Paris. Constata-se de que, são sim razões de segurança.
Allassane Ouattara, actual Presidente da CEDEAO sente-se agastado pelo facto da sua estratégia de manter Dioncounda no posto de PI para além dos 40 dias constitucionais que quase lhe custava a vida esta sendo um rotundo fracasso, sendo certo que, Dioncounda um legalista por excelência, não pretendia a prorrogação do seu mandato de forma unilateral como foi feito, sem o aval das forças vivas do mali, conhecendo sem duvidas melhor a psicologia dos seus compatriotas quanto a uma imposição unilateral vindo de fora.
Foi para esconjurar um novo ataque contra a integridade fisica de Dioncounda que Allassane Ouattara vem arrastando os outros Chefes de Estado para uma fuga em frente. A insistência em enviar ao Mali tropas para securizar os orgãos de transição e igualmente tentar mobilisar a ONU para autorizar o envio de uma força de intervenção internacional é exemplo disso, mesmo sabendo-se que, o Mali não pretende o envio dessa força, tendo em conta as experiências traumatizantes que as tropas da CEDEAO inflingem aos povos que eles alegadamente vêm «libertar».
A CEDEAO não tem meios de se lançar numa outra aventura de guerra e as NU, por seu lado, priviligia as negociações. As NU não mete nunca a charrua à frente dos bois e sabe que, acima de quaisquer resolução de conflito termina à volta de uma mesa de negociações (…).
Um dado importante, os EUA desaprovam claramente o envio de tropas ao Mali, desaconselhando fortemente o uso da força no Norte do Mali sem préviamente preparar as forças estacionadas no Sul no plano logistico e no plano do treinamento dos soldados quanto ao manejamento de equipamentos modernos de combate. O Capitão Sanogo, apesar de tudo, dissera em tempos exactamente a mesma coisa.
No decurso das precedentes cimeiras da CEDEAO, foi claramente indicada que nenhuma força seria destacada ao Mali sem o acordo das autoridades nacionais. O capitão Sanogo por nacionalismo opôs-se a uma decisão unilateral da CEDEAO quanto ao envio de tropas para o Mali. Esta tomada de posição, aliado à rejeição da solução Dioncounda para a Presidência da Transição fomentada por Allassane Outtara esta na origem da sua ira contra o capitão. Em represalia, Allasane Ouattara convence a organizasão a retirar ao capitão Sanogo o estatuto de antigo chefe de estado que a CEDEAO lhe havia outorgado como «prémio» de sedução e, para amansar o agitado capitão Sanogo. Retirando-lhe esse estatuto e, revogando ao mesmo tempo uma decisão capital para o processo de retoma da normalidade no Mali, Allassane Ouattara, mostra uma incoerência e um volte face caprichoso destinado a humilhiar a junta militar e o seu chefe...
Segundo os humores de Allassane Ouattara, hoje Sanogo é considerado como antigo chefe de estado reconhecido pela CEDEAO e no dia seguinte ja não é reconhecido como tal. Por estas tomadas de posições incoerentes e caprichosas, Allassane Ouattara enfraquece o prestigio da organizasão reduzindo-o ao nivel de um simples instrumento que serve simplesmente os seus interesses pessoais. Ele esta a procura da honra e da gloria..., o nectar de todos os chefes de estado africanos.
Allassane Ouattara vem-se vangloriando do retorno à ordem constitucional no Mali e na Guiné-Bissau sob a sua presidência da CEDEAO, diz ele, «com firmeza»..., porém, fazendo o balanço desses dois cenarios de conflito sub-regional, a realidade é bem diferente.
No Mali, a sua solução ia custando a vida à Dioncounda que se refugiou até hoje em França e, na Guiné-Bissau, o partido maioritario, o PAIGC de Amilcar Cabral, fundador da nação esta descartado do governo de transição e a CPLP rejeita liminarmente a solução imposta a este pequeno pais seu afilhado. As NU não aprovaram a solução bissau-guineense. Entretanto, a CEDEAO conseguiu correr com Angola da Africa Ocidental, isto é, raciocinando em termos de zona de influência pré-estabelecido.
Comprova-se assim, que Allassane Ouattara é um bom economista, mas um péssimo politico como todos os tecnocratas vindos à politica por portas travessas. Eles vêm com soluções que não têm em conta as aspirações dos povos, mas sim, o desejo e o jogo de interesses do sindicato dos chefes de estado (...
2 - Fonte Xinhuanet (06/07/2012): A Mini-Cimeira de Ouagadougou divide a classe politica e a sociedade civil maliana.
O mediador da CEDEAO na crise intitucional e securitaria no Mali, o presidente do Burkina-Faso, Blaise Campaoré, e alguns dos seus homologos tiveram sabado, dia 6 de julho, um encontro com as partes envolvidas malianas, tendo em vista, realizar «consultas e proceder ao alargamento da equipa governamental de transição aos actores politicos e à sociedade civil».
A realização desse encontro na capital burkina-bé divide radicalmente os actores politicos e a sociedade civil maliana e os seus resultados mitigados.
Efectivamente o Professor Younouss Hamayé Dicko, presidente da Aliança para a Democracia e a Republica (ADR), organização politica pro-golpe, indicou que, relativamente a esta mini cimeira: «da nossa parte não ha qualquer acordo para a sua realização. Nos pensamos, que o encontro de Ouagadougou não devia ter lugar e que não devem tentar resolver o problema do Mali fora do pais. Foi através dos medias que nos tomamos conhecimento da realização desse encontro. Ninguém nos informara antes da realização desse encontro. De todas as formas, não nos parece judicioso que sejam estrangeiros e governos estrangeiros a orientar-nos sobre o que devemos fazer ou não em prol do nosso pais».
Essa mesma posição de repulsa foi assumida pelos proximos do PM de transição do Mali, Dr Cheick Modibo Diarra reunidos no seio da «Frente para Restauração do Mali». Do ponto de vista dessa organização a «roupa suja deve ser lavada em familia, esta fora de questão ir a Ouaga, para falar do nosso pais». Os reponsaveis dessa frente vão até ao ponto de pôr em causa o mediador desse conflito, o presidente Blaise Campaore do Burkina Faso que nada tem contribuido para a evolução favoravel desse conflito, segundo eles. Efectivamente, eles questionam se não seria mais sensato e oportuno confiar a gestão da crise maliana a uma personalidade que respeite mais a honra e a soberania do Mali ? Não sera altura de pôr fim a uma mediação que ja demostrou sobejamente os seus limites? Interrogam os frentistas malianos.
Por outro lado, os responsaveis do Forum da Organização da Sociedade Civil (OSC) maliana, exprimiram toda a sua desprovação pela escolha anunciada de organisar este segundo encontro das partes envolvidas malianas em Ouagadougou. O Forum estima inoportuno essa segunda deslocação à Ouaga e convida todas as partes envolvidas a priviligiar o espaço nacional na procura de toda e qualquer solução para que possa ter a adesão e a aprovação dos cidadãos, sublinhou o Senhor Adama Diakité.
Nota : estes dois artigos (I e II), embora a sua analise não nos diga directamente respeito em termos de conteudos aplica-se perfeitamente a nossa crise, onde a CEDEAo vem tomando e impondo decisões aberrantes, prepotentes, caprichosas e desrespeitosas da nossa soberania. Essas posições devem, à semelhança do que se passa na Guiné-Bissau, interpelar os politicos e a sociedade civil guineense quanto ao assumir das suas responsabilidades sobre a resolução da crise no nosso pais, pois devemos estar cientes de que, não sera a CEDEAO e tão pouco supostos iluminados mediadores (no caso da Guiné-Bissau, o presidente nigeriano Godluck Jonathan) que irão resolver os nossos problemas. A CEDEAO é mais um problema do que solução para a Guiné-Bissau.
A solução que estão a impôr à crise guineense (mercê da cumplicidade de um grupo de politicos e da cupula militar narcotraficante), não é mais do que, a consumação de interesses e de revanchismos primarios e obscuros de alguns paises dessa organização, nomeadamente do Burkina-Faso, Senegal, Costa do Marfim e a Nigéria, contra as aspirações emergentes de desenvolvimento do nosso pais encetado pelo governo deposto. A estratégia desses paises, em particular o Senegal, é manter o nosso pais no estado permanente de instabilidade social e politica e assim melhor continuarem, a manter-nos sob a sua alçada de influência politico regional, por um lado, e continuarem tranquilamente a delapidar e a explorar os nossos recursos e a aproveitar das nossas riquezas naturais, por outro lado.
Sondagem DC: mais uma goleada das anitigas
PERGUNTA: Prefere a CEDEAO ou a CPLP para a resolução da crise na Guiné-Bissau?
CEDEAO
145 (12%)
CPLP
975 (82%)
TANTO FAZ
32 (2%)
NÃO SEI - NÃO RESPONDO
23 (1%)
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