sexta-feira, 15 de junho de 2012
Guiné-Bissau resiste à «tropacracia»
Por: Carlos Lopes Pereira
Os serviços secretos franceses terão orquestrado os recentes golpes militares no Mali e na Guiné-Bissau, como a ajuda de alguns chefes de estado da região. A denúncia – divulgada em Bissau – é de uma plataforma de organizações sociais malianas. Há também acusações de que os presidentes Allassane Outtara, da Costa do Marfim, e Blaise Compaoré, do Burkina Faso, protegidos de Paris, terão depois concedido aos golpistas em Bamako e Bissau o apoio da Cedeao, a organização económica dos estados da África Ocidental, de forte influência francófona. Na Guiné-Bissau, dois meses depois do golpe liderado pelo general Indjai, os patriotas organizam a resistência à ditadura militar de fachada civil.
Uma plataforma de organizações não-governamentais do Mali denuncia os serviços secretos franceses, com apoio de alguns estados da região, de terem orquestrado os recentes golpes militares naquele país e na Guiné-Bissau.
As ONG malianas acusam também a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) de ter legitimado no poder os golpistas em Bamako e Bissau, apesar de proclamar «tolerância zero» contra golpes de estado. Considerando a Cedeao «um sindicato dos chefes de estado da África Ocidental», apelidam a organização encabeçada pelo presidente da Costa do Marfim, Allassane Outtara, de «tentáculo dos chefes de estado ocidentais, principalmente da França, que não vêem na África senão um reservatório de minérios inesgotáveis, um lugar de esvaziamento dos seus produtos que não se vendem nos mercados dos outros países industrializados».
Apelando à construção de uma «Cedeao dos povos», as ONG do Mali denunciam o papel de Blaise Compaoré, presidente do Burkina Faso, a quem tratam por «um homem de França, o animador do mercado negro de França em África para venda de armas e droga, (…) aquele que sufoca todas as tentativas de os povos quererem tomar nas mãos o seu destino».
Na Guiné-Bissau, onde meios democráticos divulgaram as posições das ONG malianas, são cada vez mais evidentes as ligações dos golpistas de 12 de Abril ao narcotráfico e a sua submissão a interesses estrangeiros.
Por um lado, há indícios da intensificação do tráfico de droga nas últimas semanas. Por exemplo, o pessoal da empresa privada que fazia a segurança do aeroporto de Bissau foi substituído por gente ligada à cúpula militar do golpe. O objectivo seria garantir a segurança das operações aéreas de narcotráfico, já que com a chegada das chuvas as pistas de terra batida tornam-se mais perigosas. E há testemunhos no interior do país – desde a fronteira com o Senegal, a Norte, até ao arquipélago dos Bijagós – de um maior movimento das «avionetas do pó branco», acolhidas em terra por soldados fardados…
Por outro lado, o golpe castrense de há dois meses consolidou-se com a conivência da Cedeao.
Foram nomeados um presidente da república fantoche e um governo «de transição» chefiado por um militante do PRS de Kumba Ialá, a eminência parda civil do regime «tropacrático» (assim classificado pelo PAIGC, o partido maioritário que foi derrubado e marginalizado). Ministros, altos funcionários, o presidente da Comissão Nacional de Eleições, presidentes de câmara, responsáveis da rádio e da televisão estatais foram afastados e substituídos por gente da confiança dos golpistas.
A missão de cooperação militar angolana, a Missang, com 270 membros, deixou Bissau e foi substituída por uma força da Cedeao, com 600 militares e polícias, sobretudo da Nigéria e do Senegal, chefiada por um oficial burkinês. Os militares guineenses anunciaram que «regressaram às casernas» mas é óbvio, apesar da cosmética, que o homem forte do país é o chefe do estado-maior das forças armadas, general António Indjai, o líder de facto da ditadura de fachada civil instaurada.
Apesar deste contexto político-militar complexo, da tensão social existente e da deterioração da frágil economia (campanha da castanha de caju afectada, administração pública inoperante, salários em atraso, projectos parados, ajudas internacionais suspensas parcialmente, ano escolar perdido, abastecimento de electricidade e água à beira da ruptura), os guineenses resistem.
O PAIGC e outras forças políticas constituíram uma frente anti-golpista, sindicatos, organizações não-governamentais e movimentos sociais exigem o restabelecimento da legalidade constitucional e da democracia, jornalistas corajosos denunciam na Internet e em outros meios a repressão, as perseguições, os abusos, as ilegalidades.
No plano diplomático, o ministro dos negócios estrangeiros do governo derrubado, Djaló Pires, e o presidente do PAIGC e ex-primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior – que foi preso pelos golpistas, mais tarde libertado e enviado para a Costa do Marfim e que agora se encontra em Portugal – têm desenvolvido esforços junto da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e das Nações Unidas. No sentido de uma maior intervenção da comunidade internacional para o retorno à normalidade constitucional na Guiné-Bissau, para a conclusão das eleições presidenciais e para aplicação de sanções aos cabecilhas militares e políticos do golpe.
É, no entanto, pouco provável que as grandes potências imperiais estejam dispostas, por causa da «pequena» Guiné-Bissau, a beliscar os interesses dos seus aliados na zona – os Estados Unidos em relação à Nigéria ou a França em relação ao Senegal, Costa do Marfim e Burkina Faso.
Terão pois de ser os próprios patriotas guineenses a libertar-se – de ditaduras mais ou menos encapotadas, do crime organizado, da corrupção, das divisões étnicas instigadas do exterior – e a construir na sua terra a paz, a democracia e o progresso.
(Artigo publicado no jornal “Avante!” n.º 2011, de 13/06/12.
Publicado também na revista web odiario.info).
CICLO DE CONFERENCIAS: OS DESAFIOS DA PARTICIPAÇÃO FEMININA NA CIDADANIA ATIVA: LIMITES E POSSIBILIDADES
Conferência 2: 20 de Junho de 2012
Centro Cultural Franco Bissau Guineense
(Bissau, 17h00-20h00)
Quais são as vantagens de uma participação cidadã ativa da mulher, para a nação e o Estado guineenses e para a própria mulher?
2. Quais são os principais fatores explicativos da evolução decrescente, em número e qualidade, da participação cidadã da mulher na Guiné-Bissau?
3. Quais são, hoje, os limites e as possibilidades do desenvolvimento e consolidação da atividade cidadã da mulher guineense, tendo em conta (i) o papel das diferentes partes: os três poderes do Estado -executivo, legislativo, judiciário-, a sociedade civil, em particular os partidos políticos, o homem e a própria mulher; e (ii) a situação específica da Guiné-Bissau, ou seja a recorrente instabilidade política, as importantes dimensões da pobreza e o posicionamento do país relativamente ao narcotráfico.
http://acaocidadao2012.blogspot.com.es/2012/06/v-behaviorurldefaultvmlo_14.html
Comunicações de:
o Fanceni H. Baldé (Nutricionista, Ação Cidadã )
o Djamila Gomes (Arquiteta e Paisagista, Ação Cidadã)
Moderação de:
o Cadija Mané (Socióloga, Mov. Ação Cidadã)
Proposta da criação de um Movimento Democrático de petições a favor da Guiné-Bissau
"Prezado Aly,
Desde a triste notícia do golpe de Estado na Guiné-Bissau que penso muito em si pois a primeira notícia que ouvi relacionada com esse evento se referia ao seu rapto e espancamento por um bando de militares que o teriam levado para parte incerta e da existência do blog Ditadura do Consenso. Os meus sinceros parabéns pela sua coragem e bravura.
Antes de ontem um dos meus colegas dirigiu-se a mim e fez-me esta declaração de Abraham Lincoln: “Um boletim de voto tem mais força que um tiro de espingarda.” A frase fez-me logo pensar em si, sugerindo que a coloque no seu blogue mas sem mencionar o meu nome.
Diz-se que não se ensina a um pescador como pescar. Entretanto, humildemente tive uma ideia que gostara de partilhar consigo. Um dos meus amigos acaba de criar um blog para fazer petições a favor da libertação do seu pai injustamente detido no Togo. Pois pensei, e que tal se o Aly criasse um mega movimento de petições a serem enviadas ao Secretário-Geral das Nações Unidas a favor da reposição do estado de direito que vigorava na Guiné-Bissau antes do 12 de Março?
É claro que seria simplesmente colocar um link no seu blog DC e com ligações a todos os seus amigos do Facebook e outras redes socias, e talvez poderia repetir o efeito da revolução árabe, quem sabe? Lembro-me que antes da libertação de Nelson Mandela circularam listas dirigidas ao Secretário-Geral das Nações Unidas de pedidos de assinaturas a seu favor no mundo inteiro e em várias embaixadas de vários países.
Listas destas já circularam a favor de outros políticos e em favor de outras causas. Creio sinceramente que terá mais adesões que as sondagens que realizar no seu blogue. Entretanto convém consultar os seus diplomatas e conselheiros antes de levar a cabo uma acção destas.
Sem mais de momento, desejo-lhe sucessos na sua missão e votos de recuperação da sua saúde.
Guilherme Lima"
NOTA: Meu caro, faça isso e envie que eu ponho no ar. Abraço, AAS
O peso da 'coisa'
"Caro Aly,
Retomando o mail anterior (acho que seguiu em branco ou incompleto por descuido..) Dizia eu que já nos cruzamos algures numa esplanada em Bissau. Sou professor e estava acompanhado de professores Portugueses na Páscoa em 2010 por altura do 1 de Abril !! ..trocamos breves palavras, eu estava a acabar de chegar por terra, e você estava a pensar arrancar e sair.. para fazer a mesma viagem em sentido contrário....acho que foi mais ou menos isto… conversa de ocasião…
O que lhe queria pedir era o seguinte: Por acaso não conhece ninguém de confiança que regresse a Bissau e que possa levar uma caixa de mais ou menos 20 quilos com bolachas para os miúdos do Orfanato Emanuel ? É que daqui de Portugal até 2 kg (que não é nada !!!!) paga-se 2.98 euros !!! mas para se levantar a encomenda nos correios em Bissau ainda se tem que pagar!!!! e não é pouco… quase o dobro do custo do envio da encomenda daqui de Portugal !!!! e estar a sobrecarregar o Orfanato com mais esta despesa é muito chato, além de que me pesa na consciência….
Se possível alguém que viaje amiúde para Bissau .. ou com alguma regularidade…. Ando sempre à espreita de possíveis contentores de ONG´s… mas não se avizinha nenhum para os próximos tempos. Se não estiver a ver ninguém conhecido que possa fazer este favor, não tem problema. Pode ser que noutra altura qualquer surja essa oportunidade. É só. Obrigado pela atenção. E parabéns pelo esforço e determinação posto no Blog. De que de restou sou um seguidor viciado. Alguma coisa disponha.
Augusto José C."
ÁGUA MOLE EM PEDRA DURA...
"Caro Aly,
Ditadura do consenso é “FIRKIDJA” da indignação do povo guineense... Permita-me entrar de novo no “nosso” blog!
Um abraço!
Vasco Barros.
Confesso que já tive a percepção que os guineenses residentes no país, estão a assistir passivamente e com certo conformismo, a violação da nossa constituição. Na verdade, apesar da opressão, o povo esta a lutar com todas as ferramentas de que dispõe, na defesa dos seus direitos, em nome da democracia. Provas disso, vimos nas manifestações clandestinas dos subúrbios, no sucesso da hip-hop na Net. Para variar, a cidade acordou numa das madrugadas consternadas, desta vez, não com slogan “DJITO KA TEN” mas sim, com pedidos de impugnação em tempo oportuno...
Este povo maravilhoso e pacífico, continua com um sorriso lindo e contagiante mas por dentro esta a sofrer. Ajoelhado no infinito com lágrimas, voz presa na garganta e com medo de humilhação e retaliação. Afinal em que mundo estamos? Em que fundo andamos? Menos mal, que as novas tecnologias de informação estão presentes no dia a dia dos guineenses. Ditadura do consenso é testemunha de tanta raiva, tanta revolta.
Caro Aly, como soa, como rima tão bem o verbo escrever no “nosso” blog.
Eu escrevo para desabafar, tu escreves para informar e denunciar, nos escrevemos para reivindicar. Escreve também, meu povo! Escreve sem medo... Escrever é uma terapia da mente. A democracia é isso mesmo!...
A liberdade de expressão é um direito garantido pela nossa constituição. Não quero ouvir o teu pranto mas sim, o teu brado retumbante....! Escreve para encorajar os nossos irmãos na “colónia”! ... Para espantares os males... Para acordar o nosso palácio da coma profunda que se encontra! Para exigir os nossos governantes, a paz a estabilidade e o bem-estar.
Escreve, pois a democracia precisa de cidadãos activos. Os governos preferem os súditos, dóceis os indiferentes, pois esses são mais fáceis de dominar.
Caros irmãos, devemos fazer destas pequenas acções, ponto de partida para uma firme caminhada, rumo a responsabilidade social. Devemos fazer a nossa parte, contribuir intensamente para o crescimento e transformação da sociedade guineense.
Este é o momento de reflexão e de afirmação da nossa identidade. A nossa independência e a nossa soberania, estão hoje gravemente ameaçadas.
Para além da indignação, é preciso afirmar o nosso repúdio claro e inequívoco a esta imposição.
“ÁGUA MOLE EM PEDRA DURA, TANTO BATE ATÉ QUE FURA.”
Mantenhas para todos!
Vasco Barros.
Londres - 2012"
quinta-feira, 14 de junho de 2012
E agora, 'ministro da Presidência?'...
Conselho de Segurança e União Africana exortam Comando Militar a deixar o poder. Os conselhos de segurança da ONU e União Africana condenaram os recentes golpes de Estado na África Ocidental e exortaram o Comando Militar golpista na Guiné-Bissau a deixar o poder e a permitir eleições democráticas. A posição conjunta foi tomada após uma reunião, na quarta-feira em Nova Iorque, sobre a situação de segurança em África em que estiveram em destaque os golpes de Estado na Guiné-Bissau e no Mali e também os combates no Sudão e a pirataria na Somália. "Os membros do Comando Militar devem abdicar da sua posição de autoridade", refere a declaração conjunta, divulgada na última noite, em relação à Guiné-Bissau. LUSA
Ainda a avestruz...
"Caro Irmão,
Realmente não entendo estes golpistas. Até nem sabem que nomes chamar o Aly, o bom filho desta terra...São nomes que os golpistas merecem.
Só para ajudar o Ministro de CEDEAO papagaio Fernando Vaz: A avestruz[1] (Struthio camelus) é uma ave não voadora, originária da África. É a única espécie viva da família Struthionidae, do género Struthio e da ordem das Struthioniformes. São considerados a maior espécie viva de ave.
Senhor Ministrinho, que merece este nome porque antes da formacão do governo de CEDEAO o senhor Ministro foi a casa de um homem marabu que vive atras da Tiniguena pedido este de ti ajudar para seres nomeado Ministro dos negócios estrangeiro do governo de CEDEAO. Como o senhor é incompitente(avestruz) porque não foste escolhido pelo povo nas eleicões legislativas e agora estas no governo de CEDEAO. Alem de mais há uma frustracão total com o vosso golpe. A união Europeia é o melhor parceiro da GB, bem o senhor sabe.
Veja só. Os verdadeiros VAZ não são como voce. Continua ser o porta voz deste governo de CEDEAO, e não tarda veras o pagamento desta sua atitude. Muitos golpes de estados aconteceram na Guiné mais este continua a merecer a condenacão da comunidade internacional exepto a a CEDEAO isso porque:
Os tempos são diferentes, as pessoas são diferente (Cadojo é diferente de Kumba Yala), o PRS é diferente do PAIGC, o Nando Vaz é diferente da Adiato Nandigna...
A avestruz tem uma aproximidade com os golpistas e não com a UE, a CPLP, as NU ou a UA.
Viva a Democracia e Democratas. Abaixo os GOLPISTAS
Obrigado
Serifo Djalo"
OPINIÃO: Complexo do colonizado ou sequelas da colonização?
Trinta e oito anos após a independência, ainda assistimos acusações entre guineenses de “complexo do colonizado” e ao país colonizador de “sentimentos neocolonialistas”, apelando dessa forma aos sentimentos nacionalistas e patrióticos mais rudimentares e típicas do romantismo revolucionário do período imediatamente após a independência!
Trinta e oito anos foi tempo que a Guiné-Bissau teve para criar uma outra geração de adultos que não chegaram sequer de contactar directamente com o colonialismo português, nem tão pouco viver o período imediatamente após a independência, em que a nota dominante na música quotidiana era “tugas bó bai pa bó terra”. São adultos que viveram sempre numa sociedade independente do colonialismo português, mas não independente dos próprios irmãos de pátria, que fizeram a questão de cobrar um preço alto ao país, pelo facto de terem empenhado parte da juventude na luta da libertação do jugo colonial.
A maioria desses jovens pertencentes a geração nascidos após 1974, tiveram a oportunidade de frequentar o ensino de forma livre, conhecer a emigração, fruto da degradação socioeconómica do país, de conhecer novas tecnologias, dentro e fora da Guiné-Bissau, por isso são os que mais anseiam o rápido desenvolvimento do país, para poderem usufruir das maravilhas do mundo novo, na sua pátria e junto dos seus entes queridos. O discurso patético e caduco de neocolonialismos não se tem feito notar entre os membros dessa geração pós-independência, porque foi uma geração que não conviveu com o colonizador ditador e opressivo. Essa geração, a única opressão que conheceram durante esses 38 anos, é daqueles que dizem terem ido a luta para libertar o país e o povo, mas cuja atitude tem sido uma constante privação da liberdade do povo, tolhendo persistentemente o desenvolvimento do país.
Após 25 de Abril, Portugal teve de lidar (mal, na minha opinião) com os denominados retornados das ex-colónias e com os militares que combateram na injusta guerra colonial e grande parte deles com traumas físicas e/ou psicológicas, que ainda hoje se faz sentir.
Guiné-Bissau, o país e o povo que teve de travar essa guerra dentro de portas, não fez qualquer trabalho de casa nesse sentido, nem com os que foram lutar, nem com aqueles que sofreram de uma forma ou outra a opressão social do colonizador, nem com os apaixonados de pós-independência pelo lema anticolonial, nem tão pouco com os assimilados de então.
A grande maioria dos assimilados, face aos desmandos que se verificava e ainda se verifica no país, optaram por aquilo que é mais lógico para um assimilado, que é emigrarem para a sociedade com que mais se identificavam, sendo até possível delimitar temporalmente os grandes fluxos emigratórios: pós-25 de Abril e pós-14 de Novembro. Apesar de não ser o principal foco de atenção deste texto, nunca é demais fazer uma leve referência à dificuldade de adaptação por parte da maioria dos assimilados nos países acolhedores, muito por complexos sempre existentes entre os colonizadores e os colonizados.
Dessa forma, o mosaico da sociedade guineense passou a ser formado essencialmente por aqueles que foram a luta e os seus familiares, dos que apoiaram a luta na clandestinidade e os seus familiares, da geração que, apesar de não terem participado directamente na luta de libertação nacional, “vestiram a camisola anti colonizadora”, de forma apaixonada, no período imediatamente após a luta, participando na JAAC e nos então denominados “Pioneiros”. Por último, a compor o nosso mosaico social, está aquela geração nascidos no pós independência que referi acima, em que os sentimentos negativos em relação ao país colonizador é insignificante e os sentimentos que alimentam é da revolta pelo facto da sua pátria ainda encontrar-se na última carruagem do comboio de desenvolvimento …
O trabalho psicossocial que devia ter sido feito e não foi feito a Guiné-Bissau, é sobre as sequelas da colonização, da guerra da libertação do país e dos ressentimentos que obrigatoriamente ainda existem nos “n’bai luta” e nos “revolucionários civis apaixonados pela causa, no período pós-independência”. Estes dois grupos nunca conseguiram olhar para a história do nosso país, do nosso povo, do país colonizador e do seu povo, com a isenção e maturidade necessária, para se poder situar os dois países no contexto das regras e normas que regulam a relação e a cooperação entre os países e os povos do mundo chamado civilizado.
Ao mínimo desacordo, o país ex-colonizador é automaticamente acusado, por essa franja da população, de sentimentos neocolonialistas e, todos aqueles guineenses que se insurgem contra o desmando que tem travado o desenvolvimento do país nesses 38 anos de independência, são automaticamente rotulados de sofrerem de “complexos de colonizado”, independentemente de pertencerem ou não a aquele grupo social que não sofreu a opressão ou condicionamentos do colonialismo.
Enquanto não se agir no sentido da resolução dessas sequelas psicossociais da colonização e da luta de libertação, dificilmente o país se libertará desses últimos opressores nacionais. Acho estranho e não encontro a explicação lógica para o facto dessa sequela seja mais sentida e notada no nosso país, em relação aos restantes PALOP’s!
Da mesma forma que o Ocidente, a travar hoje um combate contra os extremistas islâmicos, tenta evitar a todo o custo a generalização de sentimentos anti-islâmicos, foi nesse contexto, da luta de libertação nacional, de opressão e hostilidades de um estado ditador para com um povo, que Amilcar Cabral lançou o apelo para não se confundir o Estado Português ditador e opressor de então, com o povo português, também ele hostilizado e oprimido. É completamente absurdo transportar esse apelo de Amilcar Cabral ao contexto actual, da relação entre dois países livres, independentes, que se querem democráticos, membros de organismos internacionais, que não estão a travar qualquer luta e que têm apenas que enquadrar-se no respeito às regras e leis da cooperação internacional e do garante dos direitos internacionalmente acordados!
Os guineenses não podem, sempre que lhes interessar fazer a política de macaco na plantação do amendoim (comer e estragar aquilo que julga ser dele), enquanto acusa outro estado de políticas e sentimentos neocolonialistas. Portugal assim como França ou qualquer outro país ocidental e regional, podem e devem ter interesses na exploração de alguns dos nossos recursos naturais. Temos de abandonar as ilusões, os romantismos e a baixa politica praticada no reinado de Nino Vieira, de que se um país não me der aquilo que lhe interessava, virava a procura de um outro estado a quem estender a mão, para ver se lhe dava mais...
Já que não temos capacidades nem competências para sozinhos tirar partido dos nossos recursos naturais, resta apenas a qualquer governo guineense saber valorizá-los e negocia-los de forma justa, em prol do desenvolvimento da Guiné-Bissau, independentemente do país/empresa com quem negociar, que, sabemos todos que não dão 2 sem esperar levar 4. Os nossos governantes comprometem seriamente o desenvolvimento do país, quando assumem o papel do “menino dono da bola”, que suspende o jogo, mete a bola debaixo do braço e depois só joga e deixa jogar quando lhe apetecer e só com aqueles que for amigo dele. O país e os seus recursos naturais não podem ser tomados como “a bola dos meninos birrentos dos n’bai luta”, que só deixam jogar aqueles que lhes prestam vassalagem e colaboram com os seus desmandos…. É urgente que a nova geração que não sofre dessa sequela da colonização não se iniba de sair à rua e dar a cara para a verdadeira libertação da nossa pátria.
A necessidade que o guineense tem em pessoalizar e personificar nossos problemas, também tem levado a outra patetice que tenho assistido, que é o ataque pessoal a todos os que não pactuam com o último golpe de estado e a actual situação do país, chegando ao cúmulo de centrar essa pessoalização no Ministro dos Negócios Estrangeiros português (Paulo Portas) e a deputada europeia (Ana Gomes), como se essas individualidades agissem individualmente, sem concertação com a política do governo que o primeiro representa, nem com a linha orientadora da União Europeia, da qual a segunda é deputada!
Para os nossos governantes de transição, ou aprendem as regras da política e da diplomacia internacional, ou vão para a casa e deixem o país desenvolver-se em paz.
Para os utilizadores dos espaços virtuais sobre a Guiné-Bissau, repensem a vossa linha de raciocínio e de escrita. Não pessoalizem os problemas da Guiné-Bissau, abandonem o romanticismo da luta de libertação e aprendam a enquadrar a Guiné-Bissau no contexto do direito internacional, já que não somos isentos de responsabilidades na formação do novo homem guineense que se está a formar entre os nossos jovens.
Jorge Herbert
UM PRESIDENTE NO SEU LABIRINTO
Caro Aly,
Agradeço a tua colaboração, caso achares util este meu ponto de vista. Sendo o teu blog o Porta Voz dos oprimidos e dos resistentes, so me resta pedir esse favor especial. Seria supletivo gabar o teu trabalho... mas o que é bom tem que ser elogiado e, mais que isso, tens o toda uma Nação do teu lado.
Mantenhas
JGT
Eis a minha colaboração:
De partida para Dakar, a verdadeira capital do seu «pais», hoje penhorado aos paises vizinhos estrangeiros, o Presidente Interino da CEDEAO para a Guiné-Bissau, Serifo Nhamadjo, declarou aos jornalistas da RDP-Africa de que, a sua viajem para Senegal (um dos principais promotores do seu assalto ao poder na Guiné-Bissau), a primeira, desde o seu "empossamento"!! (podem dizer-me por quem e quando foi empossado?), «serviria para estabelecer contactos com os parceiros e paises amigos da Guiné-Bissau».
Sera que, à parte do Senegal, pais que visitou e, mais dois ou três de seus comparsas da sub-região, o Serifo Nhamadjo pensa que ele e seu Governo de usurpadores tem outros paises que acreditam neles? Ficamos a aguardar as suas visitas fora dos citados paises comparsas (Faustino Imbali foi a Conakry... uma foto oficial ou cobertura surgiu em qualquer orgão de informação do Estado?).
Questionado sobre, o que sente com a situação de isolamento que o pais e o seu governo de transição confinados e, qual as saidas para esse issolamento face a posição firme quase unanime dos principais organismos internacionais (UA, NU, UE, CPLP a Francofonia... etc) em condenarem com veemência e não reconhecerem a solução imposta pela CEDEAO para a Guiné-Bissau..., Serifo Nhamadjo (quiça desactualizado com a realidade ou de propósito descaramento, responde, que não. Que, não sentia que a Guiné-Bissau estivesse issolado..., e mais..., que o pais conta com apoios da CEDEAO, da União Africana (UA) e das Nações Unidas (NU)??.
Olhei para so lado, não vi ninguém para desabafar dessa estapafurdia de resposta..., contei as moscas que esvoaçavam à minha volta e, perguntei a mim mesmo: mas, de qual União Africana e Nações Unidas fala esse Presidente Fantoche da CEDEAO?!
O Presidente Fantoche da CEDEAO que, fique ciente que o seu mundo de poder usurpado, não passa das fronteiras dos paises seus amigos golpistas da CEDEAO, particularmente, o Burkina-Faso, o Senegal, a Nigéria e a Costa do Marfim, esses sim paises seus novos patrões, que naturalmente o reconhecem plenamente, pois foram eles que o permitiram, sem legitimidade assaltar vergonhosamente o poder na Guiné-Bissau.
Tudo o resto, não passará de mera ilusão pretender-se ao «reconhecimento» da qualidade de «Presidente» da Guiné-Bissau, seja ele Interino (versão CEDEAO), seja de Transição (versão Carta de Transição Politica) por mais outros Estados que se respeitem e se queiram respeitados no concerto das nações.
Um usurpador de poder por golpe de Estado por qualquer meio que seja, um marioneta politico nas mãos do Kumba Yala, do Antonio Injai e o quarteto de Presidentes meliantes seus amigos golpistas da CEDEAO, não merece e não merecera o respeito e a ajuda de nenhum pais que se respeite. Para além do Senegal e dos supracitados paises, outros paises da sub-região até poderão eventualmente recebé-lo, mas não passará de meras cordialidade e hospitalidade com palmadinhas nas costas, e, despachados para esperar em casa por melhores dias.
Por isso, dois conselhos dou ao Presidente Fantoche da CEDEAO:
1 - que poupe os nossos parcos recursos, dispensando as suas inúteis e fanforonices de viagens que, bem serviriam para poupar e pagar os nossos servidores do Estado que, por causa da sua ganância e dos seus comparsas, já levam meses de atraso nos seus salários;
2 – que se contente por ficar no seu labirinto de Bissausinho, no seu reinado com os dias contados, indo de vez em quando visitar a sua guarda pretoriana, e as 'pontas' dos arredores. Por lá, pode gozar e abusar... que o dia não tarda, em que vamos lhe fazer sacudir...
JGT"
COMUNICADO DE IMPRENSA, Grupo de Organizações Não Governamentais
Reunidos no dia 11 do corrente mês, um grupo de Organizações Não-Governamentais (ONG) nacionais preocupadas com as implicações e consequências políticas, sociais e económicas resultantes do golpe de Estado de 12 de Abril, que tem afetado o normal funcionamento das instituições da república e prejudicado a segurança alimentar e sanitária das populações com consequência direta, entre outras, no aumento da pobreza, na deterioração da precária condição de acesso à educação e à saúde.
Tem-se constatado que apesar das promessas feitas e anúncio público de regresso definitivo dos militares às casernas e sua remissão ao silêncio, tem-se verificado o seguinte:
1. Uma intensificação de discursos segregacionistas e de humilhação pública, na tentativa de coagir e manipular a opinião pública;
2. A utilização indevida da Assembleia Nacional Popular, instituição que simboliza a democracia e o “Poder do Povo”, para chefias militares proferirem discursos inflamados, que apelam à divisão e ao exacerbar dos antagonismos;
3. A manutenção de uma situação de Estado de exceção, com a limitação dos direitos cívicos dos cidadãos, concretamente, os direitos à livre manifestação, reunião e expressão consagrados na Constituição da República da Guiné-Bissau. Aliás a ostentação da força abusiva dos agentes da guarda nacional e militares contra os manifestantes pacíficos em frente das instalações das Nações Unidas é um exemplo flagrante desta atuação intimidatória e repressiva;
4. A persistência de recurso a atos de violência e provocações verbais, tendo como propósito criar cisões e conflitos que visam justificar propósitos radicais contrários ao espirito de tolerância que caracteriza a nossa vivência num universo de grande diversidade cultural, assumido por todos os guineenses como um fator de riqueza, base da construção da Nação guineense e o maior legado de Amílcar Cabral e da Luta Armada pela Independência Nacional;
5. Ainda se assiste a ameaças aos dirigentes da LGDH e outras personalidades que condenaram o golpe de estado e se recusam a reconhecer as autoridades impostas pelos militares com a cumplicidade da CEDAO;
Pelo que o grupo de ONG signatárias delibera:
a) Manifestar a sua inequívoca solidariedade com a Liga Guineense dos Direitos Humanos e todos os que lutam por uma sociedade livre e democrática e reiterar o nosso compromisso com o país;
b) Alertar à opinião pública em geral para o perigo de agravamento e derrapagem da situação de conflito que se vive atualmente na Guiné-Bissau com uma escalada preocupante que se tem vindo a constatar de apelos à clivagem e divisão no seio da nossa sociedade;
c) Demarcar-se de quaisquer estratégias que impliquem fomentar a violência e dividir os guineenses;
d) Apelar à paz, à tolerância, à coesão social, à cultura de solidariedade e à luta intransigente por uma sociedade justa, civil e democrática, que caracteriza o povo guineense, mesmo em situações mais complexas e de crise.
As ONG signatárias:
AD
ALTERNAG
FEDERAÇÃO KAFO
LIGA GUINEENSE DOS DIREITOS HUMANOS
TINIGUENA
Desde quando?!
- "Guiné-Bissau: Governo acusa União Europeia de "política de avestruz" - Fernando Vaz, 'ministro e porta-voz do governo' diz por outro lado que governo guineense foi reconhecido pelas grandes potências mundiais"...
Respondo eu:
Esta afirmação, para além de ser uma fuga em frente, reflecte total desconhecimento. Ou, se preferirem, é uma gritante falta de cultura geral. A avestruz NÃO enfia a cabeça na areia, NUNCA!
Na verdade, elas encostam apenas o pescoço e a cabeça no chão, mas não chegam a metê-la nos buracos como disse o 'ministro'... Morriam sufocadas. Na verdade, senhor 'ministro' a avestruz encosta a cabeça no chão para perceber a vibração do solo e a aproximação de eventuais predadores. Nessa posição, o animal escuta melhor a aproximação de algum inimigo.
Vá dando notícias... AAS
Guiné-Bissau, diferentes olhares da CEDEAO para a situação pós golpe
1 . Estão a alterar-se as tendências de aparente contemporização com o recente golpe de Estado na Guiné-Bissau até há pouco notadas na CEDEAO e, por formas diferentes, entre países da organização. As referidas tendências chegaram a ser interpretadas como ditadas por cálculos visando uma “subtil legitimação” do golpe.
O declínio das referidas tendências é atribuído a “reapreciações” da situação determinadas e/ou influenciadas por factores como os seguintes:
- Dados novos sobre o golpe do Estado e sobre o status quo por ele criado – recolhidos e verificados por pessoal do contingente destacado da CEDEAO.
- Persiste, com mais evidentes sinais de aperto do que de abrandamento, o clima de isolamento político e de sanções a que está sujeito o “regime de transição” instalado no seguimento do golpe de Estado.
A atitude complacente com o golpe de Estado que a CEDEAO inicialmente deixou transparecer foi considerada reflexo de ínvios interesses de países da região, como Senegal e Nigéria, mas também de grupos obscuros com capacidade para interferir em seu próprio proveito em políticas da organização.
O Senegal, para além do desapreço a que votava Carlos Gomes Jr, avolumado por um arrastado contencioso fronteiriço (AM 479), terá visto no golpe de Estado uma oportunidade para passar a ter na Guiné-Bissau um interlocutor mais cooperante com os seus esforços de neutralização da guerrilha independentista no Casamansa.
A dinâmica anti-angolana imprimida ao golpe de Estado pelos seus mentores, serviu, por sua vez, de “engodo” destinado a garantir, no mínimo, a neutralidade da Nigéria. A intrusão que a presença militar angolana na Guiné-Bissau representava para as influências regionais que a Nigéria reclama, iria dissipar-se.
2 . A conduta relativamente benevolente da CEDEAO face ao golpe, vista como uma negação dos seus próprios princípios, deu lugar a um foco de disinteligências internas.
Registaram-se advertências como a de que uma quebra de autoridade política e moral da organização poderia potenciar uma vaga de putschs na região.
Aos dois únicos países que desde o primeiro momento condenaram o golpe, Gâmbia e Rep da Guiné, juntou-se agora o Níger. E há sinais de que o Senegal, agindo por influência de um incremento recente de acções da guerrilha no Casamansa, supostamente com origem na Guiné-Bissau, pode vir a rever a sua posição.
Os militares senegaleses que integram a força da CEDEAO estacionada na Guiné-Bissau, têm a dupla função de prestar atenção a “engajamentos” locais com o movimento separatista do Casamansa. Julga-se que têm origem na Guiné-Bissau (não na Gâmbia) acções recentes de infiltração de armas no território.
3 . Os novos dados recolhidos pelo pessoal da CEDEAO, em circunstâncias favorecidas por afinidades étnicas com grupos da população guineense (mancanhas e mandingas, em especial) incidem em geral na figura e na acção de António Indjai - mentor do golpe e, embora de forma dissimulada, comandante operacional do mesmo.
Descrito como “homem forte” da Guiné-Bissau, constata-se, porém, que exerce tal papel de forma considerada “perigosa” (consciência tribal; noção primária do poder; mente desconfiada), o que não só acentua as reservas internacionais em relação à actual situação, como representa uma ameaça permanente de instabilidade.
A “quarentena” a que no seguimento do golpe Kumba Yalá foi votado, por vontade de A Indjai, destinou-se a retirar-lhe notoriedade como chefe tribal. Idem em relação à reclusão em que mantém Bubo Na Tchuto, o qual acrescidamente vê como rival militar (sentimentos que antes o levaram a conspirar contra o Alm Zamora Induta).
A Indjai, exige pronunciar-se sobre todos os actos das novas autoridades – mesmo os mais elementares.As próprias nomeações devem merecer a sua aprovação prévia. Há relatos segundo os quais “destratou” Serifo Namadjo ao saber que o mesmo tinha dado posse a 21 conselheiros e assessores presidenciais nomeados sem a sua aprovação.
Na conduta de A Indjai também começam a ser notados sentimentos de desconfiança em relação à própria CEDEAO. Determinou acções de vigilância permanente sobre as forças da organização aquarteladas no Cumenré e vacila em mandar desocupar o quartel da Marinha, em Bissau, que deverá passar a ser usado pela CEDEAO.
4 . As razões que de facto o terão levado a afastar do poder C Gomes Jr, junto do qual manifestava amiúde lealdade pessoal e institucional agora considerada “fingida” (tal como aconteceu com os angolanos), também estão agora a ser objecto de análise – dada a falta de correspondência com a realidade das que invocou.
A ilação que está a ganhar forma é a de agiu por impulso de subliminares sentimentos de natureza tribal e de classe – eventualmente fundados em considerações como as seguintes:
- C Gomes Jr não é um nativo não genuíno, i e, não tem identidade ou conotação étnica (a sua progenitora é uma mestiça, filha de um antigo administrador português de Fulacunda, de nome Ramalho).
- Não só não participou na luta de libertação nacional, ele e toda a sua família, como permaneceu “do lado dos portugueses”; só tardiamente aderindo ao PAIGC.
A aversão a C Gomes Jr evidenciada por A Indjai também é remetida para a aplicação que o PM denotava no lançamento de um plano de reforma das FA, com base no qual os militares seriam na sua maior parte reformados. A sua conduta anti-droga também não era apreciada devido aos interesses que o negócio fomentou em meios militares.
AM 671
Para o sr. "ministro da Presidência"
Prezado "ministro da presidencia do Conselho de Ministros e da Comunicação Social",
Gstaria de saber até onde vai essa sustentabilidade desse governo, uma vez que estão bloqueados financeiramente e politicamente pelos parceiros mais importantes (UE,CPLP), realmente vocês(governo não reconhecido) acreditam que o apoio da CDEAO vai ser grátis?
Guineenses não querem só salario, queremos paz, liberdade de expressão, desenvolvimento, escolas, cultura de homem novo e respeito internacional. Sobre tudo respeitar também os princípios internacionais de direito,Boa governança e boa relação com os outros países ou povos irmãos!
Por tanto por favor já que estão se dando ao trabalho a força, acho bom se focarem nos desafios (fome, cólera, paludismo, saneamento, desenvolvimento, emprego, reforma no sector de segurança e outros).
Ah muita carga pra um ano só! Sim, pois, pelo menos o governo golpeado ou que estão tentando afastar sabia dos desafios que tinha e vinha respondendo aos poucos positivamente e isto é um facto consumado.
Por favor vê se faz um filme sobre a situação politica (os golpes de estados feitos no pais que é a melhor coisa que sabe fazer). EVITEM DE CRIAR Situações CONSTRANGEDORAS AO POVO DA Guiné JUNTO DOS SEUS PARCEIROS E PAÍSES AMIGOS DE LONGA DATA.
Paz e bem aos que querem o bem da Guiné-Bissau e coragem aos que lutam para torna-la uma pátria melhor para todos que o amam de verdade!
ALY O GRANDE ASSIM TE CHAMAREI !
Obrigado por nos proporcionar um espaço livre, de bem e para bem da nossa terra.
OBS: tendo em conta a ética (princípios do seu e nosso blog) fique a vontade para editar a minha mensagem.
Atenciosamente
H. Vieira"
Subscrever:
Mensagens (Atom)