sábado, 19 de maio de 2012

TEMPORAL, ONTEM, EM BISSAU



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fotografias DR

Portugal quer regresso "imediato" do governo legítimo da Guiné-Bissau



Portugal continua a defender, contra o plano da CEDEAO, o regresso "imediato" do governo legítimo da Guiné-Bissau deposto pelo golpe militar, mas considera importante uma "coordenação eficiente" dos parceiros internacionais guineenses, disse o embaixador de Portugal na ONU. José Moraes Cabral falava após a aprovação unânime no Conselho de Segurança das Nações Unidas de uma resolução, submetida por Portugal, que exige ao Comando Militar golpista na Guiné-Bissau que abandone o poder e permita "um processo eleitoral democrático". O texto final da resolução deixou, no entanto, cair a exigência de regresso do governo guineense deposto pelo golpe de Estado de 12 de abril e a continuação das eleições presidenciais interrompidas.

"A nossa posição foi consistentemente, e é, que a solução para a crise é o regresso imediato das autoridades democraticamente eleitas, restaurar totalmente o processo constitucional", afirmou Moraes Cabral, confrontado com a divergência de opiniões entre a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO). "É a nossa posição e que defendemos desde o primeiro dia. Dito isto, acreditamos que, para além de quaisquer divergências, o que é importante é que comunidade internacional arrepie caminho e se coordene de uma maneira eficiente para ajudar o povo da Guiné-Bissau a resolver a crise atual", adiantou.

Um diplomata de um país membro do Conselho de Segurança que participou nas negociações disse à agência Lusa que foram essencialmente os países africanos, Togo e África do Sul, a lutar por uma posição mais consentânea com a da CEDEAO, que negociou a nomeação de um governo de transição, já empossado em Bissau. A resolução exige ao Comando Militar "passos imediatos" para "restaurar e respeitar a ordem constitucional, incluindo um processo eleitoral democrático, assegurando que todos os soldados voltem aos quartéis e que abandonem as suas posições de autoridade". O primeiro projeto de resolução, bem como a declaração presidencial do Conselho de Segurança, de há 10 dias, exigia o regresso das autoridades legítimas e conclusão do processo eleitoral interrompido pelo golpe.

Um diplomata de um dos "15" envolvidos nas negociações disse à Lusa que da negociação saiu "um compromisso que está firmemente focado na democracia". O Conselho afirma ainda que a situação na Guiné-Bissau vai ser "continuamente revista", podendo vir a ser reforçadas as medidas, em particular pela imposição de "um embargo de armas ou medidas financeiras". Após a aprovação, Moraes Cabral sublinhou na câmara do Conselho de Segurança que a resolução prevê sanções para os autores de golpe, e os seus apoiantes podem vir a ser visados, o que é uma "nova mensagem forte de condenação, reiterando a política de tolerância zero contra a tomada de poder inconstitucional". "Golpes de Estado contra autoridades legítimas democráticas são simplesmente inaceitáveis. Tal como a interrupção ilegal de um processo eleitoral internacionalmente considerado livre e justo", afirmou.

Numa referência ao primeiro-ministro deposto, Carlos Gomes Júnior, sublinhou ainda que "é igualmente inaceitável uma solução política que exclua e exile os que têm maior apoio democrático eleitoral, dando o poder a indivíduos derrotados eleitoralmente". Expressou ainda "grave preocupação" com os relatos de violações de Direitos Humanos recorrentes por parte do Comando Militar", cujos autores "terão de ser responsabilizados". A resolução, adiantou, sublinha a "importância de uma coordenação eficaz entre os parceiros internacionais", nomeadamente União Africana, CEDEAO, CPLP e União Europeia, com uma "abordagem ativa da ONU". "Qualquer solução bem-sucedida exige um esforço conjunto de todos. Esperamos que a resolução estabeleça maior coesão e união de propósitos entre os vários esforços em curso", adiantou. LUSA

Raça 'nététu'



Oi irmão,
No meio de uns gins-campari, deu para escrever e fazer passar o tempo.
Analisa e posta se assim achares interessante.
Um abração.
 
Caro amigo Aly,
Os meus melhores cumprimentos e votos de um bom repouso em terra segura.
Grato ficaria se me permite-se contribuir ao debate sobre o nosso Pais utilizando o seu incontornavel e patriotico blog.
 
RAÇA «NÉTÉTU»… i Fédi, mas i sabi
 
A Guiné-Bissau, é um pequeno pais, porém de grandes e insoluveis problemas. Um pais que não para de surpreender o mundo com as suas e turbulentas e ciclicas convulsões.
Um pais aparentemente desprezivel e desconsiderado; visto como pobre e instavel. Enfim, um pais sui géneris no contexto mundial com um cadastro invejavel em termos de instabilidade politica e social.
 
Porém, sempre a Guiné-Bissau, foi um pais disputado. Entenda-se, no bom e no mau sentido.
Esse mistério de atracção quase fatal que se enreda desde as crônicas de Eanes de Azurara… que da sua pluma de inegualavel mestria descrevera a Guiné numa das suas crônicas : «esse inospico canto do mundo das novas descobertas que tanto atrai..., ar tépido, cercado de mil braços de traiçoeiros rios onde vidas se perdem entre doenças misteriosas e azagais venenosas vindos do nada…, incognito a fatalidade da sua atracção apesar de mil traições que escondem os seus infimos segredos e gentes traiçoeira como as suas sombras negras como a noite».
Por essa Guiné, em tempos recuados, se bateram, Portugueses, Franceses, Ingleses, Holandeses, Americanos e, até Suecos… uma atração secular que perdura de forma incompreensivel até a data presente.
 
Ela, a Guiné Portuguesa paradoxalmente foi das todas as colonias, a unica efectivamente de nome «Portuguesa», diz-se por adopção Régia (não pela diferenciação com a outra Guiné, a Conakry),... alias, o unico que aporta no seu brazão « orgulhosamente » as cinco quinas da nação portuguesa… com o senão... de um canhão com a cabeça de um negro, para simbolizar terra conquistada. Porém a unica entre as colonias portuguesas com esse, também incognito simbolismo. De resto, apesar dos pesares, a Guiné, foi o unico «filho", legitimo ou adoptivo de Portugal colonial. Assim continuou, sem proveito, sem honra nem gloria…, senão a sangria animalesca dos seus filhos mais valiosos e valoros, pelos seus prorios irmão que, fazendo-se de falsas "vitimas" de uma mitica discriminação, são hoje os algozes dos seus irmãos.
 
Pergunta-se. Qual a razão que gera toda essa histérica disputa à sua volta até aos nossos dias ? Qual o mistério que guarda essa rejeitada mais cobiçada Guiné-Bissau ?
 
Hoje, a Guiné-Bissau é histéricamente cobiçada e disputado pelos nossos vizinhos da CEDEAO. O surgimento de Angola directamente e a Africa do Sul inderectamente no cenario de influências e de interesses na Guiné-Bissau com projectos concrectos e de desenvolvimento, fez soar o sinal de alarme nas hostes mais ambiciosas da nossa organização sub-regional.

A ambição e a cobiça secular do Senegal sobre as riquezas da Guiné-Bissau é bem conhecida e veio a tona, emergendo-se ainda com mais e descarada apetência e interesse no presente conflito (parece que nada aprenderam com a humilhação que lhes foi inflingida na guerra de 7 de Junho). O Burkina (maior instigador do Golpe e manipulador da solução de arranjo inconstitucional da CEDEAO para impôr Serifo Nhamadjo no poder) surge pela primeira vez de forma directa e engajada no cenario politico militar na Guiné-Bissau. Considerando porém, as limitações economicas e reduzido poderio militar desse novo actor da geopolitica guineense, associado à sua deslocalização estratégica em relação a Guiné-Bissau, é ainda obscuro e questionavel o alcance dos seus incofessaveis  interesses na questão Guineense. Contudo, é sempre uma questão a averiguar e tentar decifrar com mais atenção.

A Nigéria, o pretenso «gigante» da costa ocidental africana, como se deve compreender, teme a presença e influência crescente de Angola na Guiné-Bissau, onde vê, pela sua interposta presença, o « fantasma » de outro gigante africano, a Africa do Sul (pais amigo dos dirigentes destituidos), com quem sabe, não pode e nem tem condições de medir forças em caso de disputa de influências regionais. Africa do Sul incomoda e complexa a Nigéria por interposta presença de interesses e influência de Angola na Guiné-Bissau.

Outro facto subjacente a este braço de ferro, que parece escapar aos mais atentos observadores, estão também, e muito, os interesses e segredos petroliferos latentes na grande bacia do Golfo da Guiné, onde a Guiné-Bissau, parte integrante da bacia planaltica sidementaria pertencente a essa zona rica fonte petrolifera natural, devdo a sua estructura sidementaria sui generis nessa zona, tera a médio prazo, obrigatoriamente uma palavra a dizer. Dai…, ter interesse quem domina, influencia e tutela, esse alegadamente « pobre e desprezivel » pais. Um caso, parece paradoxalmente interessante.   
 
Porém, de uma coisa podem os guineenses estar certos :  a Guiné-Bissau esta longe de ser um pais pobre. Pelo Contrario a Guiné-Bissau, é um pais rico ( mais do que qualquer da sub-região com exclusão da Guiné-Conakry), tanto em potencialidades naturais (agricola, pesqueira etc…), assim como em minerios ligeiros e pesados e o petroleo… da célebre 85 = 15.

Esses factos, estão mais do que provados… razão de tanta e desenfreada cobiça principalmente para os nossos vizinhos da CEDEAO que, ... não nos ajudam em estabilizar o nosso pais e, também não querem, com a cumplicidade de militares e politicos corruptos e subservientes, que os outros paises nossos amigos e parceiros nos ajudem, porquanto a NOSSA DESGRACA É A GRACA DA VIZINHANCA DA CEDEAO.
 
Enfim, creio que os Guineenses ja deram conta de que, a unica pobreza da Guiné-Bissau, são os seus famigerados Militares Narco-tribalistas e seus cumplices de Politicos Golpistas, com a CEDEAO à cabeça do BANDO.
 
A terminar gostaria de incentivar os meus concidadãos a aderirem em massa à DESOBIDIENCIA CIVIL, não pactuando com os Golpista. Devemos RESISTIR COM A ARMA DA NOSSA DIGNIDADE RECUSANDO A SERVIR REGIMES USURPADORES E CRIMINOSOS A SOLDO DA CEDEAO.
 
Y Sabary Guiné-Bissau.

Solidariedade para com a FRENAGOLPE



Caro Aly,
 
Permita-me manifestar a minha solidariedade com o FRENAGOLPE, no apelo à desobediência civil. Chegou a hora do povo guineense dizer BASTA à falta de respeito dos militares e à soluções de transição que não respeitem a vontade popular manifestada nas urnas e que não servem para nada mais, senão continuar a adiar o sonho do guineense comum de ver a sua pátria e os seus irmãos a viverem num clima de paz e embarcados no comboio do desenvolvimento...
É de extrema importância que o povo guineense demonstre de uma vez por todas aos seus opressores e ao mundo, que ninguém oprime e controla um povo, sem que ele o permita.

Quanto aos opressores militares, espero que vão poder continuar a gabar-se de não ter havido mortes nesta revolta, como se as outras barbaridades que cometeram, fossem um mal menor! Acrescento a esse apelo da desobediência civil, uma passagem do "pai" da desobediência civil e da não-violência, Mahatma Gandhi:
 
"A desobediência civil é um direito intrínseco do cidadão. Não ouse renunciar, se não quer deixar de ser homem. A desobediência civil nunca é seguida pela anarquia. Só a desobediência criminal com a força. Reprimir a desobediência civil é tentar encarcerar a consciência."
 
Jorge Herbert

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Perguntar não ofende



Caro Aly,

Quero começar agradecendo o seu esforço e encorajar o seu trabalho.

Agradeço-lhe por me permitir tirar as minhas duvidas sobre a claustrofobia da verdade publucado quinta feira dia 17 de Maio. Sobre a pergunta de Sr. Q. Turé, Técnico de Rede: Se a constituição é e deve ser respeitada, então pergunto, porquê que o Sr. Raimundo Pereira e o Sr. Carlos Gomes Jr (Cadogo) não respeitaram o ponto 4 do Art,71º ?
O ponto 4 do art,71º da constituição diz que O Presidente da República interino não pode, em caso algum, exercer as atribuições previstas nas alíneas g), i), m), n), o), s), v) e x) do artigo 68° e ainda nas alíneas a), b) e c) do nº 1 do artigo 69° da Constituição.

Do art,68º:
g) Nomear e exonerar o Primeiro-Ministro, tendo em conta 6s resultados eleitorais e ouvidas as forças políticas representadas na Assembleia Nacional Popular;
i) Nomear e exonerar os restantes membros do Governo, sob proposta do Primeiro-Ministro, e dar-lhes posse;
m) Presidir o Conselho de Ministros, quando entender;
n) Empossar os juízes do Supremo Tribunal de Justiça;
o) Nomear e exonerar, sob proposta do Governo, o Chefe do Estado Maior-General das Forças Armadas;
s) Promulgar as leis, os decretos-lei e os decretos;
v) Declarar o estado de sítio e de emergência, nos termos do artigo 85°,  nº 1, alínea i), da Constituição;
x) Conceder títulos honoríficos e condecorações do Estado;
 
E do art,69º:
a) Dissolver a Assembleia Nacional Popular, em caso de grave crise política, ouvidos o Presidente da Assembleia Nacional Popular e os partidos políticos nela representados e observados os limites impostos pela Constituição;

b) Demitir o Governo, nos termos do nº 2 do artigo 104° da Constituição;

c) Promulgar ou exercer o direito de veto no prazo de 30 dias contados da recepção de qualquer diploma da Assembleia Nacional Popular ou do Governo para promulgação.
 
Eu gostaria muito que ele esclaressesse não so a mim, mas tambem ao povo guineense que alinea do ponto 4 do art,71º que o Sr. Raimundo Perreira e Sr. Carlos Gomes Junior não respeitaram? E que provas poderia mostrar ao povo?
 
Alexandre Mário Gomes
Estudante, Dakar.

Voltas & reviravoltas



1 . Kumba Yalá “vetou” o nome de Paulo Gomes, aparentemente sugerido pela Nigéria como personalidade dotada de boas condições para exercer o cargo de PM de transição. A sugestão terá sido apoiada no critério de que a indicação de uma figura prestigia como Paulo Gomes, ajudaria a implantar o status-quo pós-golpe de Estado.

Paulo Gomes, antigo quadro do Banco Mundial, presentemente a exercer um alto cargo administrativo na banca, deslocou-se a Bissau no seguimento da sugestão da Nigéria, para contactos sobre o assunto – ditos exploratórios. Apesar de Paulo Gomes não se ter manifestado inclinado a aceitar o cargo, Kumba Yalá opôs-se prontamente ao seu nome.

Não foi registada nenhuma iniciativa destinada a demover Kumba Yalá da sua posição, o que, em parte, também decorreu do facto de Paulo Gomes, eventualmente ciente de que o ambiente internacional em relação ao golpe ainda não é propício, ter afirmado que preferia esperar por uma conjuntura mais nítida.

O episódio é considerado ilustrativo do papel que, de facto, Kumba Yalá terá tido na preparação do golpe de Estado e, a seguir, na gestão da situação criada. Análises habilitadas dão guarida a conjecturas segundo as quais o golpe foi calculado para o poupar do revés eleitoral a que se exporia na 2ª volta das eleições.

2 . Paulo Gomes (carreira internacional iniciada na Costa do Marfim; boas ligações em toda a sub-região), é próximo de Serifo Namadjo – o que, supostamente, terá sido “razão suficiente” para a rejeição do seu nome por Kumba Yalá. Ambos, como PR e PM, tenderiam a constituir uma aliança que Kumba Yalá terá visto como ameaça aos seus interesses.

Kumba Yalá não gosta de S Namadjo. Foi meramente circunstancial a junção entre ambos num movimento de contestação da 2ª volta das eleições presidenciais. Por acréscimo, é-lhe conhecida uma concepção tribal de poder, em razão da qual aparentemente não prescinde de ver no cargo de PM alguém originário da sua tribo balanta.

Serifo Namadjo é fula e Paulo Gomes manjaco. O desempenho por eles dos dois principais cargos do poder executivo, seria susceptível de ofuscar ainda mais a aura de Kumba Yalá como “líder” da sua tribo e o papel de presidente do já muito fraccionado PRS-Partido para a Renovação Social ,também de extracção balanta – de que pretende recompor-se.

3 . Paulo Gomes é usualmente identificado como fazendo parte de uma corrente de jovens quadros da Guiné-Bissau, que a si próprios se consideram mais qualificados que a geração precedente, originária da luta, para dirigir o país. A Paulo Gomes são mesmo conhecidas manifestações próprias de alguém com ambições de ascender politicamente.

Entre indivíduos que lhe são próximos corre uma versão segundo a qual viu na situação criada pelo golpe de Estado, nomeadamente após a relativa complacência estabelecida entre a CEDEAO e os militares revoltosos, uma oportunidade para singrar, embora denotando constantemente a preocupação de preservar a sua reputação.

A Joseph Mutaboba, representante da ONU em Bissau, disse recentemente estar a ser “pressionado” a aceitar o cargo de PM de transição. Joseph Mutaboba recomendou-lhe “prudência” invocando o argumento segundo o qual as sanções eventualmente a impor pela ONU, poderiam vir a abranger civis considerados “implicados”.

4 . Serifo Namadjo foi a principal fonte interna das pressões visando fazer de Paulo Gomes PM de transição. Considerado desde os primórdios do golpe como “eleito” dos militares para o cargo de PR de transição, Serafim Serifo Braima Embalo Namadjo só aceitou ser investido no seguimento de garantias, em parte provindas do Senegal, de que não se exporia a sanções.

As estreitas ligações de Serifo Namadjo ao Senegal e a outros países de região como o Burkina Faso, passam, em parte, por Cissoko Embaló, conselheiro do falecido Presidente Malam Bacai Sanhá e um dos mais notórios adversárioos de Carlos Gomes Jr; foi uma das principais fontes da campanha eleitoral de S Namadjo.

5 . As influências adquiridas pela Nigéria na Guiné-Bissau, após o golpe de Estado, são em larga escala exercidas através dos militares implicados na acção. Informações de fiabilidade considerada razoável indicam que a Nigéria, através das suas FA, vem discretamente prestando “assistência diversa” aos promotores do golpe.

Queixinhas



A aprovação da resolução do Conselho de Segurança da ONU impondo sanções aos autores do golpe militar na Guiné-Bissau foi hoje marcada por queixas do Togo, que Portugal, o outro país mais envolvido nas negociações, resumiu a "problemas técnicos".

Após a aprovação, por unanimidade, o embaixador do Togo, Kodjo Menan, congratulou-se pelos "esforços que todos os membros do Conselho, em particular Portugal, fizeram para preservar a unidade do Conselho sobre uma questão que diz respeito à África Ocidental".

Mas expressou de seguida "surpresa" por, "salvo erro na leitura", o parágrafo sobre a coordenação na resolução, aprovada a meio da tarde, ser diferente da última versão do texto, a que todos os 15 delegados tinham dado acordo horas antes nas Nações Unidas.

Esta alteração, adiantou, "não coloca problemas" ao Togo, "mas o espírito de transparência que pressupõem todas as negociações deve ser respeitado no futuro", adiantou.

O diplomata queixou-se ainda do uso da expressão "tráfico de droga ilícito" na África Ocidental, que disse não corresponder à realidade da região. Sublinhou, contudo, a "flexibilidade" da sua delegação para "aceitar que a resolução tenha sido aprovada com tal menção".

A aprovação da resolução esteve primeiro marcada para as 10:00 locais (17:00 em Lisboa), depois foi reagendada para as 12:00 (19:00) e finalmente para as 15:30 (20:30).

Segundo uma fonte envolvida nas negociações, a demora deveu-se ao facto de o Togo aguardar o assentimento do seu governo e da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), a que pertence, em relação ao texto negociado.

Questionado sobre as queixas levantadas pelo Togo no Conselho de Segurança, o embaixador de Portugal, que submeteu a resolução, afirmou que esta se deveu "essencialmente a problemas técnicos, não políticos".

"Não estive ciente, durante as nossas consultas esta manhã, que houvesse alguns problemas nessa área", disse José Moraes Cabral após a aprovação.

"Se [o embaixador do Togo] levantou a questão, é importante e respeito, mas acredito que [os problemas] foram essencialmente técnicos, o que deve encorajar-nos a melhorar a nossa coordenação", adiantou.

A resolução hoje aprovada, a qual também exige ao Comando Militar golpista que abandone o poder e permita "um processo eleitoral democrático" na Guiné-Bissau, resulta de uma semana de negociações em Nova Iorque.

Fica, no entanto, aquém do projeto inicial e da última declaração presidencial do órgão, que exigia o regresso das autoridades legítimas e a conclusão do processo eleitoral para a Presidência da República interrompido pelo golpe.

Todos os 192 Estados-membros da Organização das Nações Unidas ficam obrigados a bloquearem a entrada ao general António Indjai, Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, e outros quatro oficiais da Guiné-Bissau, acusados de promover o golpe de Estado de 12 de abril.

O Conselho afirma ainda que a situação na Guiné-Bissau vai ser "continuamente revista", podendo vir a ser reforçadas as medidas, em particular pela imposição de "um embargo de armas ou medidas financeiras".

Conselho de Segurança da ONU deixa orfao o Povo da Guine Bissau...



O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas exigiu hoje ao Comando Militar golpista na Guiné-Bissau que abandone o poder e permita "um processo eleitoral democrático", mas deixou cair a exigência de regresso do governo guineense deposto. A resolução hoje aprovada pelo Conselho de Segurança, impondo também proibição de viagem a cinco autores do golpe de Estado, resulta de uma semana de negociações em Nova Iorque e fica aquém do projeto inicial submetido por Portugal e Togo, que exigia o regresso ao poder das autoridades legítimas e a conclusão do processo eleitoral interrompido pela revolta de 12 de abril.

Um diplomata de um país membro do Conselho que participou nas negociações disse à agência Lusa que foram essencialmente os países africanos, Togo e África do Sul, a lutar por uma posição mais consentânea com a da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que negociou a nomeação de um governo de transição, já empossado em Bissau. A resolução exige ao Comando Militar "passos imediatos" para "restaurar e respeitar a ordem constitucional, incluindo um processo eleitoral democrático, assegurando que todos os soldados voltem aos quartéis e que abandonem as suas posições de autoridade".

Esta exigência de abandono do poder pelos militares não constava da versão inicial do texto. O Conselho de Segurança sublinha ainda a necessidade de todos os atores guineenses e parceiros internacionais manterem o empenho no "regresso da ordem constitucional", encorajando a CEDEAO a continuar os seus esforços de mediação, em "coordenação próxima" com a ONU, a União Africana e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, é pedido que se mantenha "ativamente envolvido" no processo para "harmonizar" as posições dos parceiros guineenses, assegurando "a máxima coordenação e complementaridade dos esforços internacionais", tendo em vista "desenvolver uma estratégia integrada abrangente".

Esta estratégia, adianta, deve contemplar "medidas concretas para implementar a reforma do setor de segurança, reformas políticas e económicas, combate ao tráfico de droga e combate à impunidade". A versão inicial da resolução previa, como sanções para os autores do golpe, o congelamento de bens e a interdição de viagens, mas apenas esta segunda modalidade foi aprovada. Visa cinco oficiais - António Indjai, Mamadu Ture, Ibraima Camará e Daba Naualna - que todos os países membros da ONU ficam a partir de agora proibidos de deixar entrar ou transitar pelos seus países.

Cria ainda um comité do Conselho de Segurança que será responsável por monitorizar o cumprimento das sanções e acrescentar ou retirar indivíduos da lista. O Conselho afirma ainda que a situação na Guiné-Bissau vai ser "continuamente revista", podendo vir a ser reforçadas as medidas, em particular pela imposição de "um embargo de armas ou medidas financeiras". Um diplomata de um dos "15" disse à Lusa que da negociação saiu "um compromisso que está firmemente focado na democracia". Além das referências ao "governo legítimo" e a eleições, adiantou que as opiniões dividiram-se entre os que defendiam que a resolução deveria ser aprovada antes da visita que diplomatas do Conselho iniciam no sábado à África ocidental e os que defendiam que deveria acontecer depois.

"Vingou a aprovação antes, em parte devido à preocupação de que os factos no terreno pudessem mudar e que acabaríamos sem opção que não seguir a posição da CEDEAO. Adotar agora, por outro lado, ainda deu ao Conselho alguma influência sobre a situação", adiantou o mesmo diplomata. O representante especial do secretário-geral da ONU para a África Ocidental, Said Djinnit, vai participar na reunião do Conselho de Segurança e Mediação da CEDEAO sobre o Mali e a Guiné-Bissau, no sábado em Abidjan.

ULTIMA HORA Temporal em Bissau



Ha cerca de meia hora, em Bissau, começou de repente um temporal com rajadas fortes de vento. No hospital Simao Mendes, a porta da farmácia partiu-se, os vidros estilhaçaram...relampagos, trovoada e chuva forte... Amanhã contabilizarao os estragos. AAS

Que justificaçao para este disparate



Caro sr· Aly

Permita-me utilizar o teu blog para como guineense expressar os meus sinceros e profundos sentimentos para com o pais e os verdadeiros filhos daquele pais.

A Guine-Bissau, esta mergulhado numa crise politica ja a quase um mes e alguns dias, facto que quando acontecem coisas estranhas e anticonstituicionais como estas sempre aparecem varias leituras e interpretacoes, mas a meu ver desta vez e um exagero: porque o que aconteceu no passado dia 12/5/2012, foi uma accao barbara e cobarde perpetrado por um grupo de pessoas denominado comando militar sem fundamento nenhum para poder justificar o injustificado no sentido de poder bloquear o pais, como teem feito ate agora preocupando assim com os seus interesses pessoais em deterimento dos interesses do pais, uma coisa que mereceu o repudio e a condenacao pela parte de todos os quadrantes do planeta.

A minha preocupacao agora e saber ou melhor conhecer os verdadeiros vencedores ou vencidos nesta batalha surda e muda?
No fim de tudo isto vamos ( povo) ter que pedir o balanco, porque o pais nao pode ficar a merce deste grandes abutres, que quanto a eles o pais no estado em que esta no (mal ) seria melhor ainda.

O desenvolvimento da Guine-Bissau, passa por todos nos sem excepcao enquanto nao tenhamos na mente que temos que ser nos mesmo a construir e desenvolver aquele pais nada feito, por nada cai do ceu, o esforco de todos e determinante na construcao daquele pais.

ejamos uma coisa, ja foram tantos golpes de estado e depois a formacao de governos de transicao no fundo nao trazem nada de novo ao pais, porque acaba por fazer parte o esfomeados e corruptos que so vao la para defenderem os seus interesses e encherem os papos mais nada o pais que se "lixe".

Por ultimo gostaria que os guineense fossem e sejam atentos e vigilantes com a entrada destes invassores vindo dos paises que nem se quer sabem falar o Portugues, quanto mais o "crioulo"... e um desastre.

Obrigado minha gente! !!!!!!!!!!

Neo-colonialistas da CEDEAO não PODEM ditar o nosso destino. Guerra à vossa paz!!!




A Comunidade dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) reúne-se sábado em Abidjan, Côte d’Ivoire, para analisar os últimos desenvolvimentos das crises políticas no Mali e na Guiné-Bissau, anunciou hoje (sexta-feira) a organização, citada pela Lusa. Na reunião extraordinária do conselho de mediação e segurança da CEDEAO participarão os ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa, que serão informados sobre a situação política e de segurança no Mali e na Guiné-Bissau. Nos dois países, autoridades políticas foram depostas na sequência de golpes militares, adiantou a organização em comunicado.  
 
Será ainda analisado o relatório da reunião de responsáveis militares da CEDEAO, realizada a 14 de Maio, em Abuja, e o ministro dos Negócios Estrangeiros nigeriano fará um ponto de situação sobre as conversações em curso com os militares que tomaram o poder na Guiné-Bissau. A Nigéria lidera o grupo de contacto da CEDEAO que acompanha a crise na Guiné-Bissau, após o golpe de Estado que a 12 de Abril depôs e deteve o presidente interino Raimundo Pereira e o Primeiro-ministro e candidato à segunda volta das presidenciais Carlos Gomes Júnior. Na sequência do golpe de Estado, a CEDEAO anunciou o envio de uma força de 500 a 600 soldados de vários países para a Guiné-Bissau, condenando a tomada de poder pelos militares e exigindo o regresso a normalidade constitucional. 
 
Após intervenção da CEDEAO, os dois políticos depostos foram autorizados a deixar a Guiné-Bissau para Abidjan a 26 de Abril,tendo chegado na quarta-feira a Lisboa. A 10 de Maio, Serifo Nhamadjo, presidente interino do Parlamento, foi designado Presidente de transição da Guiné-Bissau depois de uma reunião de militares e políticos guineenses com responsáveis da CEDEAO. O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), partido no poder até ao golpe de Estado de 12 de Abril, acusou a CEDEAO de pretender desestabilizar a Guiné-Bissau com as suas medidas para a saída da crise e várias organizações internacionais.

O novo inimigo de estimação do CEMGFA Antonio Indjai: chama-se Joseph Mutaboba, e é o representante do Secretário Geral da ONU em Bissau. Já a seguir, no DC. AAS

Os militares guineenses acusam a MISSANG de ter coletes anti-balas... Mas, o que vestiam mesmo os polícias do Burkina Faso? Afeteré?... AAS

FRENAGOLPE - A Frente Nacional Anti-Golpe apela à desobediência civil. O editor do blog ditadura do consenso APOIA a luta pela democracia e contra os insurrectos. AAS

Obrigado!




O Presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos, recebeu ontem uma mensagem do seu homólogo da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, na qual transmite ao Chefe de Estado angolano e Presidente em exercício da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), o ponto de situação sobre os últimos acontecimentos na Guiné-Bissau após o golpe de estado de 12 de Abril.

Foi portador da mensagem o ministro das Relações Exteriores da Costa do Marfim, Duncan Kablan, que foi recebido no Palácio Presidencial da Cidade Alta numa audiência em que se fez acompanhar pelo ministro dos Negócios Estrangeiros da Nigéria, do ministro das Relações Exteriores da Guiné Conacri e do chefe do Estado-Maior das forças da CEDEAO.

À saída do encontro, o ministro marfinense falou à imprensa sobre o principal propósito do encontro, que foi o acerto dos moldes da saída “ordeira e em segurança” da Missão de Segurança Angolana na Guiné-Bissau (Missang), e a sua substituição por uma força da CEDEAO, composta por apenas alguns Estados membros da organização.