quarta-feira, 28 de março de 2012
EPA 2012 / Alta Comissária pede a políticos guineenses que olhem para o exemplo chamado Senegal
A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, instou hoje (quarta-feira) o Mali e a Guiné-Bissau a seguirem o exemplo do Senegal e a realizarem eleições "pacíficas, livres e transparentes".
"As mudanças anticonstitucionais de governo, acompanhadas de violência, podem ter um impacto devastador na situação dos direitos humanos", disse Navi Pillay, felicitando o Senegal pela forma como decorreram as eleições presidenciais de domingo naquele país. A responsável das Nações Unidas considerou que a primeira volta das eleições presidenciais na Guiné-Bissau, a 18 de Março, decorreu de forma "tensa, mas felizmente sem violência".
"É essencial que a segunda volta seja igualmente livre, transparente e sem violência", sublinhou Navi Pillay, numa altura em cinco dos nove candidatos nas eleições presidenciais guineenses têm exigido a anulação das eleições. O segundo candidato mais votado, Kumba Ialá, recusa-se a ir à segunda volta, alegando a existência de várias fraudes por todo o país. AAS
Respeitinho, pede a missão britânica, e nada de violência
Missão do Reino Unido na Guiné-Bissau pede respeito pelas leis e não violência
A missão de observação do Reino Unido às eleições presidenciais de dia 18 pediu hoje aos candidatos que respeitem os processos jurídicos sobre queixas e apelou ao povo e aos líderes políticos para que se abstenham de violência.
A missão "apela ao povo da Guiné-Bissau e aos líderes políticos para que se abstenham do recurso à violência, que não justifiquem o recurso à violência, ou qualquer outra ação extrajudicial para resolver as disputas que possam resultar do processo eleitoral", de acordo com um comunicado hoje divulgado. A missão concluiu que "a primeira volta do processo eleitoral foi conduzida de forma livre, justa e transparente".
O Reino Unido enviou às eleições do passado dia 18 uma missão de 11 elementos, que no dia da votação esteve em seis regiões do país, onde observou a abertura das mesas de voto, o processo de votação e o encerramento e contagem de votos. "Ao longo do dia não foram observadas pela missão ou relatadas à missão quaisquer grandes discrepâncias ou irregularidades", acrescentou o comunicado, que referiu pequenos problemas materiais como falta de pontualidade na abertura das urnas e "falta generalizada de selos para as urnas de voto e materiais acessórios".
"Contudo é opinião desta missão que essas questões não afetaram a integridade ou justiça do processo de votação. A transparência do processo de contagem de votos foi especialmente assinalável e deve ser elogiada", afirmou o comunicado, assinado por Peter Thompson, chefe da missão. LUSA
A missão de observação do Reino Unido às eleições presidenciais de dia 18 pediu hoje aos candidatos que respeitem os processos jurídicos sobre queixas e apelou ao povo e aos líderes políticos para que se abstenham de violência.
A missão "apela ao povo da Guiné-Bissau e aos líderes políticos para que se abstenham do recurso à violência, que não justifiquem o recurso à violência, ou qualquer outra ação extrajudicial para resolver as disputas que possam resultar do processo eleitoral", de acordo com um comunicado hoje divulgado. A missão concluiu que "a primeira volta do processo eleitoral foi conduzida de forma livre, justa e transparente".
O Reino Unido enviou às eleições do passado dia 18 uma missão de 11 elementos, que no dia da votação esteve em seis regiões do país, onde observou a abertura das mesas de voto, o processo de votação e o encerramento e contagem de votos. "Ao longo do dia não foram observadas pela missão ou relatadas à missão quaisquer grandes discrepâncias ou irregularidades", acrescentou o comunicado, que referiu pequenos problemas materiais como falta de pontualidade na abertura das urnas e "falta generalizada de selos para as urnas de voto e materiais acessórios".
"Contudo é opinião desta missão que essas questões não afetaram a integridade ou justiça do processo de votação. A transparência do processo de contagem de votos foi especialmente assinalável e deve ser elogiada", afirmou o comunicado, assinado por Peter Thompson, chefe da missão. LUSA
EPA 2012: CNE apresentou hoje os resultados definitivos, que em nada diferenciam dos provisórios. E convocou os senhores Carlos Gomes Jr e Koumba Yalá para disputarem a segunda volta das eleições presidenciais no próximo dia 22 de abril de 2012. O segundo candidato mais votado, e que é apoiado pelo PRS, voltou a dizer que a sua posição é "inalterável" e que "não aceita nenhum resultado".AAS"
Campeonato do Mundo de Pista Coberta - Istambul 2012
Resultados finais das participações dos dois atletas guineenses nos Campeonatos do Mundo de Pista Coberta, que tiveram ligar este mês em Istambul, República da Turquia.
O atleta e velocista, Holder da Silva, foi, na classificação geral, o 24º dos 57 participantes na prova dos 60 metros planos. Os 23 primeiros seguiram para as meias-finais tendo o nosso atleta perdido o acesso pelos tais 4 centêsimos de segundo...
Por sua vez, a atleta Graciela da Silva ficou colocada no 25º lugar, entre as 30 participantes nos 400 metros planos. Em termos de Ranking, a atleta cumpriu com o previsto, pois, face às concorrentes que tinha, era muito difícil ter feito melhor. Foi esta a prestação dos nossos atletas numa árdua, mas satisfatória e orgulhosa representação do nosso povo nos Mundiais de Atletismo na Turquia. AAS
O atleta e velocista, Holder da Silva, foi, na classificação geral, o 24º dos 57 participantes na prova dos 60 metros planos. Os 23 primeiros seguiram para as meias-finais tendo o nosso atleta perdido o acesso pelos tais 4 centêsimos de segundo...
Por sua vez, a atleta Graciela da Silva ficou colocada no 25º lugar, entre as 30 participantes nos 400 metros planos. Em termos de Ranking, a atleta cumpriu com o previsto, pois, face às concorrentes que tinha, era muito difícil ter feito melhor. Foi esta a prestação dos nossos atletas numa árdua, mas satisfatória e orgulhosa representação do nosso povo nos Mundiais de Atletismo na Turquia. AAS
Estes, sim: são números!
Desde que se deu inicio ao patrulhamento conjunto entre militares e polícias - sob proposta dos primeiros - com vista a garantir a segurança durante o período eleitoral, o Governo através do Ministério das Finanças disponibilizou já cerca de 29 milhões para combustível, mais 32 milhões para alimentação e ainda 36 milhões para o comando das operações. Esse fundo é gerido pelos minsitérios do Interior, e da Defesa. Por exemplo, o CMEGFA arrecada, mensalmente, naquilo que é descrito como 'despesa de representação, 5 milhões de Fcfa.
Tudo isto, meus amigos, num País com professores, medicos, enfermeiros e afins, em greve... por causa da falta de pagamento de salários, subsídios entre outros. AAS
Tudo isto, meus amigos, num País com professores, medicos, enfermeiros e afins, em greve... por causa da falta de pagamento de salários, subsídios entre outros. AAS
Cultura da mentira está enraizada
"Caro Aly,
Permita-me mais uma vez juntar a minha voz na polémica em curso, resultante da recusa pelo Bloco dos Cinco Candidatos dos resultados eleitorais publicados pela Comissao Nacional de Eleições, alegando fraudes no escrutínio presidencial. Tenho o sentimento que este país está longe de consolidar a sua democracia. A razão desta afirmação é simples: A cultura de mentiras e conformismo está enraizada nesta sociedade. As pessoas têm medo de debates sérios sobre questões fundamentais da República.
Os candidatos que hoje constestam a organização do processo eleitoral são guineenses e pais de família. Têm o direito de protestar quando coisas não são claras. E não podemos, em nenhum caso, com ânimo leve, lhes impedir de exercer esse direito. Vejo com muita tristeza a crónica demagogia nesta cidade. Os que ontém viam no Henrique Pereira Rosa e Manuel Serifo Nhamadjo modelo de pessoas moderadas não hesitam hoje chamar-lhes de perturbadores simplesmente porque contestam as irregularidades flagrantes, já admitidas por uma parte dos membros da CNE.
O verdadeiro debate devia ser a volta de seguintes questões: Quem mandou emitir cartões a novos eleitores quando a decisão era para emitir só cartões da segunda via? Porquê o Desejado Lima da Costa não reuniu a plenária antes das deliberações? Porque as imagens filmadas em Safim sobre alegado indivíduo apanhado com centenas de cartões, carimbos, não foram difundidas na TGB? Temos a obrigaçao de aceitar um Presidente eleito nestas condições?
Devemos ter a coragem de reconhecer que o organismo encarregue de organizar o processo eleitoral, neste caso a CNE não inspira a objectividade pouco menos a confiança num processo capital na vida do país. Todos nós conhecemos esta pequena cidade, Bissau, e sabemos como são construídas as alianças oportunistas. Os que criticam a declaração do Secretário Executivo da CNE, António Sedja Man, evocando o seu militantismo ao PRS, deviam pelo menos ter a vergonha de falar alto, pois os mesmos, António Sedjaman e Orlando Veiga estavam na CNE a quando da proclamação da vitória de Malam Bacai Sanhá nas eleições presidenciais de 2009 contra o mesmo Koumba Yalá, líder dos renovadores.
Porque não se desolidarizaram com as deliberações da CNE em 2009? As críticas a António Sedjaman e Orlando Veiga deviam albergar o Desejado Lima da Costa, parceiro fiel do candidato do PAIGC, Carlos Gomes Júnior. Há dúvida sobre isso? Quem não se lembra das declarações incendiárias do mesmo Desejado em 2005, na altura porta-voz do candidato Bacai contra Nino Vieira, recusando categoricamente os resultados publicados pela CNE?
A democracia é feita de CIDADAOS ESCLARECIDOS e não de MILITANTES CONFORMISTAS. Foi por causa do conformismo cego que cerca de 100 mil jovens ficaram de fora da votação de 18 de Março. Foi por causa do conformismo e de ânimo leve que os mesmos erros do passado se repetem neste país.
Os Guineenses gostam de falar tanto na paz e na estabilidade. Estes dois conceitos não caiem do ceu. Temos que trabalhar com base nos princípios da verdade, justiça e responsabilidade para alcançâ-los. Alguns citam agora o Senegal como modelo da democracia. Concordo. Mas, foi na base de um combate árduo. Muitos senegaleses tombaram. Até Janeiro último ninguém acreditava numa transição democrática pacífica no Senegal por causa do movimento social que abalava aquele país vizinho.
O regime de Wade utilizou todos os meios de Estado, influenciando os orgãos de soberania, sobretudo o Tribunal Constitucional, para impor a sua candidatura cuja finalidade era deixar o seu lugar ao filho, Karim Wade. A reacção da sociedade civil, dos intelectuais, dos jovens senegaleses, cantores e jornalistas a este projecto monarco, é que resultou na alternança do regime a 25 de Março. Prova que nada se consegue na facilidade e na fatalidade pouco menos com na manipulação e no conformismo.
Os autores da fraude eleitoral devem ser responsabilizados. A legitimidade democrática não permite as fraudes. Um Presidente que sai das urnas deve reflectir a vontade popular e não a vontade de “grupinhos mafiosos”. Já estamos fartos de apelos tendenciosos, tais como : “Devemos preservar a paz”; “Devemos acreditar nas instituições da Repúblicas”. Como acreditar nas instituições republicanas armadilhadas pela corrupção e ao serviço de um “homem todo poderoso” que só pensa na fortuna, menosprezando um elemento essencial na política que segundo Nicolas Machiavel é a virtude?
Para concluir gostaria de deixar o seguinte conselho aos meus compatriotas, sobretudo aos actores políticos: Não sairemos deste impasse político com o alarmismo pouco menos com manipulações. Tem que haver o DIALOGO FRANCO entre as partes. Não deve haver o tabu. Todas as questões devem postas em cima da mesa e descutidas com o espírito de patriotismo para que, uma vez por toda, haja a responsabilidade, a democracia na Guiné-Bissau. E de seguida, a paz e estabilidade.
Que Deus lhe abençoe!
Peter"
Permita-me mais uma vez juntar a minha voz na polémica em curso, resultante da recusa pelo Bloco dos Cinco Candidatos dos resultados eleitorais publicados pela Comissao Nacional de Eleições, alegando fraudes no escrutínio presidencial. Tenho o sentimento que este país está longe de consolidar a sua democracia. A razão desta afirmação é simples: A cultura de mentiras e conformismo está enraizada nesta sociedade. As pessoas têm medo de debates sérios sobre questões fundamentais da República.
Os candidatos que hoje constestam a organização do processo eleitoral são guineenses e pais de família. Têm o direito de protestar quando coisas não são claras. E não podemos, em nenhum caso, com ânimo leve, lhes impedir de exercer esse direito. Vejo com muita tristeza a crónica demagogia nesta cidade. Os que ontém viam no Henrique Pereira Rosa e Manuel Serifo Nhamadjo modelo de pessoas moderadas não hesitam hoje chamar-lhes de perturbadores simplesmente porque contestam as irregularidades flagrantes, já admitidas por uma parte dos membros da CNE.
O verdadeiro debate devia ser a volta de seguintes questões: Quem mandou emitir cartões a novos eleitores quando a decisão era para emitir só cartões da segunda via? Porquê o Desejado Lima da Costa não reuniu a plenária antes das deliberações? Porque as imagens filmadas em Safim sobre alegado indivíduo apanhado com centenas de cartões, carimbos, não foram difundidas na TGB? Temos a obrigaçao de aceitar um Presidente eleito nestas condições?
Devemos ter a coragem de reconhecer que o organismo encarregue de organizar o processo eleitoral, neste caso a CNE não inspira a objectividade pouco menos a confiança num processo capital na vida do país. Todos nós conhecemos esta pequena cidade, Bissau, e sabemos como são construídas as alianças oportunistas. Os que criticam a declaração do Secretário Executivo da CNE, António Sedja Man, evocando o seu militantismo ao PRS, deviam pelo menos ter a vergonha de falar alto, pois os mesmos, António Sedjaman e Orlando Veiga estavam na CNE a quando da proclamação da vitória de Malam Bacai Sanhá nas eleições presidenciais de 2009 contra o mesmo Koumba Yalá, líder dos renovadores.
Porque não se desolidarizaram com as deliberações da CNE em 2009? As críticas a António Sedjaman e Orlando Veiga deviam albergar o Desejado Lima da Costa, parceiro fiel do candidato do PAIGC, Carlos Gomes Júnior. Há dúvida sobre isso? Quem não se lembra das declarações incendiárias do mesmo Desejado em 2005, na altura porta-voz do candidato Bacai contra Nino Vieira, recusando categoricamente os resultados publicados pela CNE?
A democracia é feita de CIDADAOS ESCLARECIDOS e não de MILITANTES CONFORMISTAS. Foi por causa do conformismo cego que cerca de 100 mil jovens ficaram de fora da votação de 18 de Março. Foi por causa do conformismo e de ânimo leve que os mesmos erros do passado se repetem neste país.
Os Guineenses gostam de falar tanto na paz e na estabilidade. Estes dois conceitos não caiem do ceu. Temos que trabalhar com base nos princípios da verdade, justiça e responsabilidade para alcançâ-los. Alguns citam agora o Senegal como modelo da democracia. Concordo. Mas, foi na base de um combate árduo. Muitos senegaleses tombaram. Até Janeiro último ninguém acreditava numa transição democrática pacífica no Senegal por causa do movimento social que abalava aquele país vizinho.
O regime de Wade utilizou todos os meios de Estado, influenciando os orgãos de soberania, sobretudo o Tribunal Constitucional, para impor a sua candidatura cuja finalidade era deixar o seu lugar ao filho, Karim Wade. A reacção da sociedade civil, dos intelectuais, dos jovens senegaleses, cantores e jornalistas a este projecto monarco, é que resultou na alternança do regime a 25 de Março. Prova que nada se consegue na facilidade e na fatalidade pouco menos com na manipulação e no conformismo.
Os autores da fraude eleitoral devem ser responsabilizados. A legitimidade democrática não permite as fraudes. Um Presidente que sai das urnas deve reflectir a vontade popular e não a vontade de “grupinhos mafiosos”. Já estamos fartos de apelos tendenciosos, tais como : “Devemos preservar a paz”; “Devemos acreditar nas instituições da Repúblicas”. Como acreditar nas instituições republicanas armadilhadas pela corrupção e ao serviço de um “homem todo poderoso” que só pensa na fortuna, menosprezando um elemento essencial na política que segundo Nicolas Machiavel é a virtude?
Para concluir gostaria de deixar o seguinte conselho aos meus compatriotas, sobretudo aos actores políticos: Não sairemos deste impasse político com o alarmismo pouco menos com manipulações. Tem que haver o DIALOGO FRANCO entre as partes. Não deve haver o tabu. Todas as questões devem postas em cima da mesa e descutidas com o espírito de patriotismo para que, uma vez por toda, haja a responsabilidade, a democracia na Guiné-Bissau. E de seguida, a paz e estabilidade.
Que Deus lhe abençoe!
Peter"
MISSANG vs EMGFA
Na sexta-feira passada, o CEMGFA António Indjai teve uma reunião com as chefias dos três ramos da forças armadas. Na agenda, um único ponto. O general quer que todos permaneçam nas casernas, e nem quer ouvir falar da tropa imiscuir-se nos assuntos políticos. E foi tudo. Mas houve o antes.
Quando, na Assembleia Nacional Popular, e a pedido do Estado da Guiné-Bissau, os deputados se debruçaram sobre a vinda de uma força, neste caso angolana, portanto estrangeira, para a Guiné-Bissau, estava-se longe de pensar nos amargos de boca que a MISSANG viria a travar com a classe castrense guineense. E não se têm dado mal...
Um dia, António Indjai lamentou-se de 'falta de material bélico' nas nossas forças armadas. Angola, astuta como sempre, prontificou-se 'mas só se fosse o Estado guineense a pedir', e, 'apenas e só no âmbito da MISSANG'. E lá chegaram três senhores tanques de combate, bem equipados, que foram estacionados no recinto da MISSANG. No dia da apresentação dos ditos ao CEMGFA, este, conta quem assistiu, estava de queixo caído e fez, entre outras, perguntas sobre o custo daquela maquinaria letal, de guerra. Ouviu números estrondosos, e assobiou para o lado, contou a mesma fonte do DC.
Então, assim que a Guiné-Bissau se preparou para entrar novamente em ebulição, António Indjai, empurrado pelos que estão à sua volta, e por outros, lembrou-se primeiramente dos tanques. E mandou chamar o boss da MISSANG ao Estado-Maior. Queria testá-lo, saber até onde pode esticar a corda, ou, se, pelo contrário, esta podia ficar-lhe nas mãos... Assim que entrou o angolano atirou 'ó senhor general, você está em forma!', e de seguida abraçaram-se calorosamente.
António aindjai começou por perguntar ao angolano 'que armas têm aqui', e acabou a dar-lhe 'ordem de explusão'. Tal e qual! Chegou mesmo a exigir ao angolano que este mandasse pôr os tanques 'à guarda do EMGFA'. Queria! Invocou ainda questões de soberania e, até, da deselegância que era ter uma força estrangeira, armada até ao pescoco, no nosso solo. O angolano ouviu atentamente e depois desarmou-o. "Sr. General, estamos na Guiné-Bissau com base num acordo entre Estados, o que não vincula directamente o Estado-Maior". O angolano falava com conhecimento de causa. Demovido mas não convencido, o general não desistiria facilmente. Foi, pouco depois, um Indjai furioso, aquele que o general angolano viu quando este lhe deu "48 horas para a MISSANG abandonar o País".
De seguida, o General Indjai foi ter com o Presidente da República interino, Raimundo Pereira, com queixas sobre a conversa que mantivera com o chefe da MISSANG. Acusou ainda o general da MISSANG de o acusar de estar a preparar um golpe de Estado, e depois ainda disse ao PR ter preparado, para o dia seguinte, uma conferência de imprensa para anunciar a expulsão da missão angolana de apoio às reformas das forças armadas e de segurança da Guiné-Bissau. Não passou disso mesmo - ameaças. António Indjai parece conformado. Água na fervura - é o que é. Então, o PR mandou chamar o angolano, e, na presença do António Indjai, este desmentiu-o, contando de seguida ao PR o que realmente se tinha passado. "Disse ao general Indjai que os nossos serviços de informação falaram-me da iminência de um golpe de Estado", disse o angolano ao PR. Volte ao primeiro parágrafo deste texto...para saber o fim desta história. Para já... AAS
Quando, na Assembleia Nacional Popular, e a pedido do Estado da Guiné-Bissau, os deputados se debruçaram sobre a vinda de uma força, neste caso angolana, portanto estrangeira, para a Guiné-Bissau, estava-se longe de pensar nos amargos de boca que a MISSANG viria a travar com a classe castrense guineense. E não se têm dado mal...
Um dia, António Indjai lamentou-se de 'falta de material bélico' nas nossas forças armadas. Angola, astuta como sempre, prontificou-se 'mas só se fosse o Estado guineense a pedir', e, 'apenas e só no âmbito da MISSANG'. E lá chegaram três senhores tanques de combate, bem equipados, que foram estacionados no recinto da MISSANG. No dia da apresentação dos ditos ao CEMGFA, este, conta quem assistiu, estava de queixo caído e fez, entre outras, perguntas sobre o custo daquela maquinaria letal, de guerra. Ouviu números estrondosos, e assobiou para o lado, contou a mesma fonte do DC.
Então, assim que a Guiné-Bissau se preparou para entrar novamente em ebulição, António Indjai, empurrado pelos que estão à sua volta, e por outros, lembrou-se primeiramente dos tanques. E mandou chamar o boss da MISSANG ao Estado-Maior. Queria testá-lo, saber até onde pode esticar a corda, ou, se, pelo contrário, esta podia ficar-lhe nas mãos... Assim que entrou o angolano atirou 'ó senhor general, você está em forma!', e de seguida abraçaram-se calorosamente.
António aindjai começou por perguntar ao angolano 'que armas têm aqui', e acabou a dar-lhe 'ordem de explusão'. Tal e qual! Chegou mesmo a exigir ao angolano que este mandasse pôr os tanques 'à guarda do EMGFA'. Queria! Invocou ainda questões de soberania e, até, da deselegância que era ter uma força estrangeira, armada até ao pescoco, no nosso solo. O angolano ouviu atentamente e depois desarmou-o. "Sr. General, estamos na Guiné-Bissau com base num acordo entre Estados, o que não vincula directamente o Estado-Maior". O angolano falava com conhecimento de causa. Demovido mas não convencido, o general não desistiria facilmente. Foi, pouco depois, um Indjai furioso, aquele que o general angolano viu quando este lhe deu "48 horas para a MISSANG abandonar o País".
De seguida, o General Indjai foi ter com o Presidente da República interino, Raimundo Pereira, com queixas sobre a conversa que mantivera com o chefe da MISSANG. Acusou ainda o general da MISSANG de o acusar de estar a preparar um golpe de Estado, e depois ainda disse ao PR ter preparado, para o dia seguinte, uma conferência de imprensa para anunciar a expulsão da missão angolana de apoio às reformas das forças armadas e de segurança da Guiné-Bissau. Não passou disso mesmo - ameaças. António Indjai parece conformado. Água na fervura - é o que é. Então, o PR mandou chamar o angolano, e, na presença do António Indjai, este desmentiu-o, contando de seguida ao PR o que realmente se tinha passado. "Disse ao general Indjai que os nossos serviços de informação falaram-me da iminência de um golpe de Estado", disse o angolano ao PR. Volte ao primeiro parágrafo deste texto...para saber o fim desta história. Para já... AAS
Consequências da partidarização da Comissão Nacional de Eleições
A partidarização da CNE deu nisto que a Guiné-Bissau tem vivido nos últimos dias (o Presidente da CNE é do PAIGC, e o Secretário Executivo é do PRS).
Primeiro a CNE diz através do seu porta-voz que houve pequenas irregularidades, mas que no geral o processo eleitoral havia corrido bem, e num segundo momento esse mesmo porta-voz sai em apoio do Secretário Executivo (PRS) quando este dá uma conferência de imprensa à revelia da CNE e de seu Presidente (PAIGC), alegando haver fraudes nas últimas eleições presidenciais antecipadas de 18 de Março de 2012.
Enfim, não seria bom pensarmos em criar uma CNE apartidária? Existem modelos bons e funcionais, como, por exemplo, o caso do Brasil.
Povo, nô korda.
À Assembleia Nacional Popular (ANP) e seus digníssimos deputados, é favor aprender com os erros e mudar as regras do jogo.
M.D."
Primeiro a CNE diz através do seu porta-voz que houve pequenas irregularidades, mas que no geral o processo eleitoral havia corrido bem, e num segundo momento esse mesmo porta-voz sai em apoio do Secretário Executivo (PRS) quando este dá uma conferência de imprensa à revelia da CNE e de seu Presidente (PAIGC), alegando haver fraudes nas últimas eleições presidenciais antecipadas de 18 de Março de 2012.
Enfim, não seria bom pensarmos em criar uma CNE apartidária? Existem modelos bons e funcionais, como, por exemplo, o caso do Brasil.
Povo, nô korda.
À Assembleia Nacional Popular (ANP) e seus digníssimos deputados, é favor aprender com os erros e mudar as regras do jogo.
M.D."
terça-feira, 27 de março de 2012
Skudju di pubis kansadu rabida...
"No senegal, a verdade foi dita!
Para converter a escolha ou decisão do povo, não basta os pequenos lapsos ocorridos durante a eleição de 18 de março passado, lapsos que ocorreram desde primeiras eleições multipartidárias na guiné bissau, (NTONI BAI PA BA VOTA, I ODJA UTRO VOTA BADJA KU SI CARTON KU PIRDI), já ouvi coisas assim a muito, alias em todas eleições passadas.
Ainda bem, este foi reparo dado pelo porta-voz de CNE, no dia 18 de março, ``houve algumas falhas, mas são casos menores que não podem influenciar no processo´´. Espantosamente a mesma pessoa (a três dias), aparece ao lado de alguém a contestar essa mesma afirmação, que tipos das pessoas, tipos de políticos, tipos de cidadãos – NA NÓ PRAÇA! Falam mé kila Bissua tudo tiral pariti, disma qui kumpo palacia ku dinheiro de CMB.
Meus, não é preciso na máquina calculadora, para saber que, para ter número de voto que o candidato apoiado pelo PAIGC tem, para fazer fraude até atingir esse número, é impossível! Estamos a falar mais de 35% dos votos, para detetar fraudes desse tamanho, seria impossível, passar pela vista dos observadores internacionais.
Se os cinco candidatos, tivessem uma mínima esperança de que podiam vencer as eleições, iriam coabitar para enfrentar um único candidato na segunda volta, mas como bem sabem, todos eles jamais terão oportunidades de serem eleitos, querem é tentar a segunda sorte. Agora, se o STJ, vier confirmar a transparecia do processo, vão fazer manifestação para vandalizar a sede de STJ? Ou vão chamar militares resolver o caso?
Djemberem de Tabanca - Bissau
Para converter a escolha ou decisão do povo, não basta os pequenos lapsos ocorridos durante a eleição de 18 de março passado, lapsos que ocorreram desde primeiras eleições multipartidárias na guiné bissau, (NTONI BAI PA BA VOTA, I ODJA UTRO VOTA BADJA KU SI CARTON KU PIRDI), já ouvi coisas assim a muito, alias em todas eleições passadas.
Ainda bem, este foi reparo dado pelo porta-voz de CNE, no dia 18 de março, ``houve algumas falhas, mas são casos menores que não podem influenciar no processo´´. Espantosamente a mesma pessoa (a três dias), aparece ao lado de alguém a contestar essa mesma afirmação, que tipos das pessoas, tipos de políticos, tipos de cidadãos – NA NÓ PRAÇA! Falam mé kila Bissua tudo tiral pariti, disma qui kumpo palacia ku dinheiro de CMB.
Meus, não é preciso na máquina calculadora, para saber que, para ter número de voto que o candidato apoiado pelo PAIGC tem, para fazer fraude até atingir esse número, é impossível! Estamos a falar mais de 35% dos votos, para detetar fraudes desse tamanho, seria impossível, passar pela vista dos observadores internacionais.
Se os cinco candidatos, tivessem uma mínima esperança de que podiam vencer as eleições, iriam coabitar para enfrentar um único candidato na segunda volta, mas como bem sabem, todos eles jamais terão oportunidades de serem eleitos, querem é tentar a segunda sorte. Agora, se o STJ, vier confirmar a transparecia do processo, vão fazer manifestação para vandalizar a sede de STJ? Ou vão chamar militares resolver o caso?
Djemberem de Tabanca - Bissau
EPA 2012: Plenaria da CNE chumbou todas as reclamacoes dos cinco candidatos contestarios das eleicoes presidenciais. Amanha mesmo, a CNE divulga os resultados definitivos das eleicoes do passado dia 18 de março. Entretanto, o militante do PRID, Marciano Indi, foi exonerado do cargo de Conselheiro de Estado, Indicado pelo PRID. O PAIGC nao perdoa os insultos por parte deste militante do PRID, e apoiante de Afonso Té. AAS
"O Bando dos Cinco"
"A China conheceu nos anos sessenta um grupo de quatro membros do seu potente Partido Comunista, entre os quais a mulher do Próprio Presidente Mao Tsé-Tung, que marcou a história mundial por ter querido aprofundar e radicalizar a revolução que tinha sido abalada pelo fracasso do plano económico Grande Salto em Frente (1958-60). Este fracasso levou à morte pela fome de milhões de chineses. Este grupo ficou conhecido na história por Bando dos Quatro e dirigiu com os guardas vermelhos, na sua maioria quase- adolescentes, a grande Revolução Cultural.
Em 1976, após a morte de Mao, os membros desse grupo foram detidos e condenados pelos excessos da revolução que de cultural teria muito pouco pois destruíram a intelectualidade chinesa, acusada de conivência com o pensamento ocidental. As penas foram severas, pena de morte para os dois principais líderes, entre os quais Jiang Qing, a mulher de Mao, e vinte anos para os restantes. A pena de morte foi posteriormente comutada pela pena de prisão perpétua.
Na Guiné-Bissau, na sequência das eleições presidenciais antecipadas de 18 de Março de 2012, um novo grupo se formou para contestar essas eleições e recusar participar na sua 2ª volta. Esse grupo é formado por cinco candidatos e é dirigido pelo segundo candidato mais votado, Kumba Yala, antigo Presidente da República. Os outros membros do grupo, com excepção de um deles que não ocupou ainda nenhum cargo relevante, são individualidades que marcaram a política do país ao mais alto nível, antigo Presidente da República Interino, antigo Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Presidente de Assembleia Nacional em exercício (com mandato suspenso para eleições).
Este grupo de personalidades de peso na política guineense poderão vir a ser designadas na história do nosso país como Bando dos Cinco caso as suas reivindicações vierem a ter efeitos por elas desejados. Uma coisa será certa, a história irá se lembrar dos seus excessos, não de revolução, como foi o caso do Bando dos Quatro, mas de reacção.
Este Bando dos Cinco apresentou-se à imprensa no dia 20 de Março, antes da publicação dos resultados provisórios da 1ª volta pela CNE, para denunciar fraudes no acto eleitoral e exigir novo recenseamento eleitoral. Por estas duas razões o Bando dos Cinco anunciou não se apresentar na 2ª volta e exigir a anulação do escrutínio. No dia 23 de Março, numa nova conferência de imprensa, o bando ameaçou recorrer ao Supremo Tribunal de Justiça para impugnar o acto eleitoral em curso.
Se analisarmos de perto os argumentos apresentados, se de facto houve fraudes elas poderão ser verificadas e comprovadas pelas instâncias legais criadas para o efeito, nomeadamente a CNE e o Supremo Tribunal de Justiça. Neste caso a renúncia a participar na 2ª volta só seria compreensível depois do veredicto destas instâncias. A democracia é também confiança na capacidade das instituições democráticas arbitrarem as contendas.
Se se parte do princípio que as instituições não são válidas e se decide por elas antes de se pronunciarem sobre as queixas a elas dirigidas, pode-se perguntar para quê servem e, mesmo, em última instância, para quê apresentar as queixas. É um excesso, nesse caso de reacção, invocar fraudes, apresentar queixa sobre elas em instâncias legais e, antes do veredicto, decidir não se apresentar às urnas na 2ª volta. Isto significa tomar uma decisão antes que as instâncias habilitadas para tal se pronunciassem sobre a legalidade ou ilegalidade das queixas apresentadas, da sua dimensão, da sua correcção e mesmo, quiçá, da eventual anulação do acto eleitoral.
O segundo argumento apresentado tem a ver com o recenseamento eleitoral que devia ser feito e não se fez. As razões invocadas pelo Bando dos Cinco já vinham expressas anteriormente num ópusculo de Delfim da Silva intitulado «Guiné-Bissau. Que é fazer política? Pensem por favor». Estas razões são válidas na medida em que não abona em nada à democracia ter uma parte do eleitorado fora do jogo democrático por razões que se prendem com ineficácia e mesmo por prazos exíguos que poderiam ter sido alterados havendo consenso.
Foi exactamente isso que faltou e não se pode vir agora imputar as responsabilidades a este ou àquele quando a sua obtenção teria que ser um processo de concertação colectiva e de cedências mútuas. O que não foi feito, para nosso pesar. Se a exigência de um novo recenseamento fosse uma condição sine qua non para uma real representatividade democrática destas eleições presidenciais antecipadas, como está a ser defendido pelos cinco candidatos, deviam tê-lo exigido à partida e não fazer cedências sobre esse princípio.
O que se devia esperar de um grupo tão afeiçoado a essa representatividade seria a recusa de participar na 1ª volta das eleições. Certamente uma tal posição teria mudado muito o curso dos acontecimentos. Após a participação activa na 1ª volta vir invocar a ausência de um novo recenseamento para não se apresentar na 2ª volta soa a excesso, a excesso de reacção, por falta de ponderação e argúcia.
Caros senhores membros do Bando dos Cinco, não sei se se dão conta do mal que estão a fazer ao país neste momento e a exasperação que estão a provocar junto dos eleitores guineenses.
O autor destes comentários pede-vos algum discernimento se for ainda possível. Confiar nas instituições democráticas e esperar pelo seu veredicto antes de uma decisão precipitada. Só podem ganhar com a negação da recusa à participação na 2ª volta. Não é nada certo que o vosso candidato perca, até porque se trata de um homem carismático, e com capacidade provada de arrastar multidões. Ele parece ter agora maior maturidade e poder, enfim, vir a pôr em prática algum programa credível de democracia e desenvolvimento. Esperemos.
Por outro lado, se o candidato mais votado na 1ª volta tiver obtido a sua votação por fraude, como é acusado, é de se esperar que os eleitores na 2ª volta o irão penalizar, e ele correria o risco de descer abaixo dos 49%. Assim o vosso candidato teria grande chance de vir a ser o novo Presidente da Guiné-Bissau. Se assim for, só podemos desejar-lhe de avanço força e razão suficientes para presidir bem o nosso país, que realmente muito precisa.
EETF- Bissau, 27/03/12"
Em 1976, após a morte de Mao, os membros desse grupo foram detidos e condenados pelos excessos da revolução que de cultural teria muito pouco pois destruíram a intelectualidade chinesa, acusada de conivência com o pensamento ocidental. As penas foram severas, pena de morte para os dois principais líderes, entre os quais Jiang Qing, a mulher de Mao, e vinte anos para os restantes. A pena de morte foi posteriormente comutada pela pena de prisão perpétua.
Na Guiné-Bissau, na sequência das eleições presidenciais antecipadas de 18 de Março de 2012, um novo grupo se formou para contestar essas eleições e recusar participar na sua 2ª volta. Esse grupo é formado por cinco candidatos e é dirigido pelo segundo candidato mais votado, Kumba Yala, antigo Presidente da República. Os outros membros do grupo, com excepção de um deles que não ocupou ainda nenhum cargo relevante, são individualidades que marcaram a política do país ao mais alto nível, antigo Presidente da República Interino, antigo Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Presidente de Assembleia Nacional em exercício (com mandato suspenso para eleições).
Este grupo de personalidades de peso na política guineense poderão vir a ser designadas na história do nosso país como Bando dos Cinco caso as suas reivindicações vierem a ter efeitos por elas desejados. Uma coisa será certa, a história irá se lembrar dos seus excessos, não de revolução, como foi o caso do Bando dos Quatro, mas de reacção.
Este Bando dos Cinco apresentou-se à imprensa no dia 20 de Março, antes da publicação dos resultados provisórios da 1ª volta pela CNE, para denunciar fraudes no acto eleitoral e exigir novo recenseamento eleitoral. Por estas duas razões o Bando dos Cinco anunciou não se apresentar na 2ª volta e exigir a anulação do escrutínio. No dia 23 de Março, numa nova conferência de imprensa, o bando ameaçou recorrer ao Supremo Tribunal de Justiça para impugnar o acto eleitoral em curso.
Se analisarmos de perto os argumentos apresentados, se de facto houve fraudes elas poderão ser verificadas e comprovadas pelas instâncias legais criadas para o efeito, nomeadamente a CNE e o Supremo Tribunal de Justiça. Neste caso a renúncia a participar na 2ª volta só seria compreensível depois do veredicto destas instâncias. A democracia é também confiança na capacidade das instituições democráticas arbitrarem as contendas.
Se se parte do princípio que as instituições não são válidas e se decide por elas antes de se pronunciarem sobre as queixas a elas dirigidas, pode-se perguntar para quê servem e, mesmo, em última instância, para quê apresentar as queixas. É um excesso, nesse caso de reacção, invocar fraudes, apresentar queixa sobre elas em instâncias legais e, antes do veredicto, decidir não se apresentar às urnas na 2ª volta. Isto significa tomar uma decisão antes que as instâncias habilitadas para tal se pronunciassem sobre a legalidade ou ilegalidade das queixas apresentadas, da sua dimensão, da sua correcção e mesmo, quiçá, da eventual anulação do acto eleitoral.
O segundo argumento apresentado tem a ver com o recenseamento eleitoral que devia ser feito e não se fez. As razões invocadas pelo Bando dos Cinco já vinham expressas anteriormente num ópusculo de Delfim da Silva intitulado «Guiné-Bissau. Que é fazer política? Pensem por favor». Estas razões são válidas na medida em que não abona em nada à democracia ter uma parte do eleitorado fora do jogo democrático por razões que se prendem com ineficácia e mesmo por prazos exíguos que poderiam ter sido alterados havendo consenso.
Foi exactamente isso que faltou e não se pode vir agora imputar as responsabilidades a este ou àquele quando a sua obtenção teria que ser um processo de concertação colectiva e de cedências mútuas. O que não foi feito, para nosso pesar. Se a exigência de um novo recenseamento fosse uma condição sine qua non para uma real representatividade democrática destas eleições presidenciais antecipadas, como está a ser defendido pelos cinco candidatos, deviam tê-lo exigido à partida e não fazer cedências sobre esse princípio.
O que se devia esperar de um grupo tão afeiçoado a essa representatividade seria a recusa de participar na 1ª volta das eleições. Certamente uma tal posição teria mudado muito o curso dos acontecimentos. Após a participação activa na 1ª volta vir invocar a ausência de um novo recenseamento para não se apresentar na 2ª volta soa a excesso, a excesso de reacção, por falta de ponderação e argúcia.
Caros senhores membros do Bando dos Cinco, não sei se se dão conta do mal que estão a fazer ao país neste momento e a exasperação que estão a provocar junto dos eleitores guineenses.
O autor destes comentários pede-vos algum discernimento se for ainda possível. Confiar nas instituições democráticas e esperar pelo seu veredicto antes de uma decisão precipitada. Só podem ganhar com a negação da recusa à participação na 2ª volta. Não é nada certo que o vosso candidato perca, até porque se trata de um homem carismático, e com capacidade provada de arrastar multidões. Ele parece ter agora maior maturidade e poder, enfim, vir a pôr em prática algum programa credível de democracia e desenvolvimento. Esperemos.
Por outro lado, se o candidato mais votado na 1ª volta tiver obtido a sua votação por fraude, como é acusado, é de se esperar que os eleitores na 2ª volta o irão penalizar, e ele correria o risco de descer abaixo dos 49%. Assim o vosso candidato teria grande chance de vir a ser o novo Presidente da Guiné-Bissau. Se assim for, só podemos desejar-lhe de avanço força e razão suficientes para presidir bem o nosso país, que realmente muito precisa.
EETF- Bissau, 27/03/12"
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