quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Ética, um valor em vias de extinção


"Hoje apraz-me trazer para a reflexäo, um tema que me parece pertinente e que tem a ver com aquilo que julgo ser alteraçöes profundas na nossa sociedade: a ÉTICA.

Uma palavra pequena, cuja amplitude teórica (definiçäo) : 2- conjunto de normas de ordem moral que regem a conduta de uma pessoa, de um grupo ou de uma sociedade – PORTO EDITORA, mas que se confunde com aspecto prático ou comportamental da própria palavra. Isto é, uma clara dicotomia entre aquilo que é a nossa responsabilidade social e, o nosso comportamento nessa mesma sociedade.

Como em quase todo o continente africano e a Guiné-Bissau näo é uma excepçäo, a palavra ÉTICA está em vias de extinçäo! Se por um lado, uma determinada actitude ou comportamento näo sendo proibitiva perante a lei, a sua práctica pode parecé-lo e, portanto, evitá-la seria uma decisäo acertada por uma questäo moral apenas. Isso chama-se ÉTICA ou por outras palavras, educaçäo!

Um Homem que näo se rege por princípios ÉTICOS näo será seguramente um bom chefe de família. Näo sendo como tal, nunca saberá governar-se, nem governar uma família, uma organizaçäo e muito menos um povo!
Eu näo estou aqui com estas palavras a tentar ensinar o que quer que seja a alguém. Estou, isso sim, a colocar criticas para a reflexäo. Tenho os meus pés bem assente no chäo. Sei que tenho ainda muito por apreender. Apreendo até com as pessoas que, a partida, muitos podem considerar inúteis mas que considero terem algo para ensinar!

Estar em frente de qualquer organizaçäo, pressupöe de algum modo, abdicar-se de certos comportamentos ou práticas de caracter até privado, mas que pode pôr em causa a credibilidade pessoal ou susceptível de minar cordeal relacionamento quer no interior da própria família ou numa organizaçäo. Ser chefe, comandante, director ou presidente näo basta apenas ser nomeado(a) ou eleito(a) é preciso exteriorizar conduta capaz de servir como modelo às pessoas que o rodeiam. Isto porque, “se garande di casa ta chami…” aqui nota-se um vazio de uma conduta modelador e, porconseguinte, uma falta de ÉTICA.

Mas, “se bu sta diante na luta, nabó qui pubis na djubi, abó qui sê spidju…” aqui, requer que a pessoa tenha um pouco de ÉTICA, disciplina ou capacidade de liderança. Significa saber ouvir, ser equidistante para aglutinar diferentes sensibilidades, significa ver as críticas como mera diferênça de pensamentos. Saber conviver com as críticas e explorar o lado positivo delas é, sem dúvidas, um acto de inteligência!

Na Guiné-Bissau continuámos a ter um entendimento errado no que se refere às diferênças de opiniöes. Quem critica as minhas decisöes é, automáticamente, um alvo a bater pois é considerado um invejoso, está contra a minha pessoa e outras mesquinhises do tipo.

Num país onde o comportamento dos servidores do Estado (Ministros, Secretários de Estado , etc) é täo baixo e se confunde com os demais cidadäos, é porque algo vai mal. A preocupaçäo de tudo ter no meio de tanto sofrimento sobretudo quando este é imposta é na verdade uma pobreza espiritual. Urge, por isso, resgatar os mais elementares valores de decência e de respeito pela vida humana!

Hoje no nosso país, basta ligar o rádio ou um click num telemóvel, para ouvir expressoes que confirmam o quäo baixo é o comportamento e a ganância de algumas pessoas da nossa sociedade. É preciso de forma urgente fazer sentir o poder do Estado: garantir a legalidade e igualdade perante a lei. Näo podemos continuar a nomear pessoas sem um mínimo do que seria exigível para desempenhar determinados cargos. Alguns, nem o criolo dominam!

A ideia que fica patente na maioria dos guineenses hoje em dia, é como se a política fosse o refúgio da incompetência e de mediocredade. Todos säo da mesma diapasäo : o país está assim por causa dos “ garimpeiros politicos” que vagueam e de baixo índole no nosso país. A democracia näo se resume num simples voto popular. Ele é, por inerência , uma expresäo da vontade maioritária! O que mede verdadeiramente o estado da democracia é o funcionamento das instituiçöes democráticas: liberdade e justiça, garantia de acesso e das oportunidades quer no ensino, saúde, no trabalho ou serviços básicos.

Estes, entre outras, devem constituir pilares mestras e um valor sagrado de qualquer sociedade democrática e civilizada.
Meus senhores, a política é uma actividade nobre e deve ser feita com convicçäo e com desiderato único de servir. O simples facto de ser mandatado para representar a vontade maioritária, por si só, é um privilégio. Portanto, auscultar o clamor e o sofrimento do povo deve constituir um imperativo moral!

É frequente ouvir pessoas reclamarem pela falta de estradas, hospitais, escolas, saúde básica e infraestruturas do modo geral. Sim, precisámos de tudo isso e muito mais. Mas, o que provávelmente precisámos ainda mais, säo os Homens com instruçöes! De nada adianta ter tudo isso e, depois, näo soubermos preservá-los. Quantas infraestruturas foram erguidas no pós-independência e que há muito foram deixadas ao abandono?

Como há pouco havia referido, näo podemos continuar a nomear pessoas por conivência e sem mérito. Estámos num mundo globalizado onde as informaçöes e o saber circulam a uma velocidade galopante e por via disso, uma necessidade de actualizaçäo constante. Para se fazer face a tudo isso, é necessário pessoas com outro tipo de background . Pessoas que sabem pensar, com outros sonhos para criar obras que perdure no tempo!

Para terminar, uma palavra aos mais jovens. A esta franja populacional, gostaria de apelar a todos no sentido de se engajar ainda mais sobre o destino do nosso país. Näo ficar passivo pois a herança podrá ser pesada no futuro e, a sua resoluçäo tornar-se-äo ainda mais ciclópica. Fazer política näo é necessáriamente fazer parte de um partido poítico em concreto. É, a cima de tudo, ser um cidadäo com pleno direito e deveres. Use a palavra porquê ? como ? como forma de luta sem violência e, ao mesmo tempo, vigilante perante a conduçäo e o destino do país.

Nha mantenha! Dia mindjor na bim. I pircis nô tarbadja cu cabeça na lugar na bass di ermonia sim ódio nim bingança. Jovens, na diferença di nô etnia la cu no força sta nel. Ca bô ceta Mandjaco mitiu contra pepel, ó balanta contra fula, mandinga, nalu ó b’djugo . Dia cu nô na percibi cuma nô riqueza sta na nô diferença, quil dia nôna mostra mundo cuma nô piquinino na tamanho ma no garande na diversidade cultural suma um povo!

Mayer A. Lopes
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terça-feira, 23 de agosto de 2011

PGR/Justiça - O primeiro crime

Por enquanto, a Procuradoria Geral da República (PGR) não pode mexer uma palha: está parada, com as mãos e os pés atados, e não se conta que haja novidades nos próximos tempos. A verdade é que não ha condições de trabalho e ninguém (leia-se o Governo) parece disposto a disponibilizar os meios para a criação de condições, ao menos aquelas susceptíveis de serem consideradas as mínimas, de trabalho.

A PGR não tem fundo de maneio, não dispõe de combustível, não há tonner's para as impressoras nem para as máquinas fotocopiadoras, não há sequer resmas de papel. Ou seja, não há nada! É bom que se pense nisso. É claro que a justiça é almejada por todos mas o Estado enquanto tal e através de todas as suas instituições, deve prestar a mínima atenção para que ela - a Justiça - possa funcionar.

Dezduz-se, por isso, que o próprio Estado não está interessado que a Justiça seja uma realidade na Guiné-Bissau. Uma fonte da PGR, contactado pelo ditadura do consenso, foi aos arames:

"É de loucos! O Ministério Público representa o Estado faz parte dele, portanto! Sem justiça haverá sempre intrigas, marchas, inventonas, intentonas. É a Justiça a ser desprestigiada - sumamente deselegante, como se pode constatar. Todos os ministros têm até duas viaturas, no mínimo, e nem cinco por cento dos magistrados conseguem pagar combustível para os seus calhambeques!»

É irritante e chega a ser gritante. Não há gabinetes que cheguem para todos, o Governo promete mas não cumpre, e, mais grave ainda, desconta-se no fim do mês as faltas nos dias em que se observam greves. Ninguém respeita a Magistratura, o que equivale a dizer que o Estado não se respeita a si próprio. Onde é que já se viu isto!!!?

A verdade é que se instaurou uma verdadeira guerra psicológica contra a Justiça e por conseguinte contra as magistraturas por forma a obstruir a realização da Justiça na Guiné-Bissau. E o primeiro crime começa precisamente aqui!!! AAS

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Com a alma em sangue - II



Estou a preparar a árvore genealógica deste Governo, e, sobretudo, do seu chefe. São tantas as nomeações, as conveniências, que pergunto a mim próprio: o que é feito das pessoas que estudaram durante anos, no maior esforço, com igual sacrifício?

O que dirão, hoje, esses estudantes deste mesmo Estado, que os deixou ao abandono numa terra desconhecida, virar-lhes novamente as costas?! É extraordinário, chegando mesmo a roçar o absurdo, a longa lista de nomes (com muitos analfabetos).

Terei paciência, pois tenho de sacar - ainda que à má fila - as fotografias de alguns deles. Há que ilustrar a árvore, para que não hajam dúvidas...

Também alguns ministros fizeram do 'seu' ministério uma autêntica extensão do quintal das suas casas! Primos, irmãos, cunhados, cão, gato, periquito - todos têm algo a fazer, uma missão a cumprir: servirem-se deste Estado idiota.

A minha luta contra os que mal fazem este País esta longe de estar terminada. Terminará, com toda a certeza, com a minha morte, mas para isso terão de esperar muito - isso é uma certeza.

A situação deste Povo deixa-me abalado. Quem me é próximo confirma-lo-ia. Não raras vezes, em casa, à noite, choro mesmo. Por tudo aquilo que vejo durante o dia. E vejo a miséria dete Povo, cruelmente exposta; vejo imundice; um perfeito atoleiro.

À noite, Bissau, a capital deste País esventrado, assemelha-se a um zoo: cobras, crocodilos, ratazanas, e, em tempos, houve até noticias de que hienas entravam no cemitério municipal... É o mato a entrar na cidade. (Continua). AAS

domingo, 21 de agosto de 2011

Jorge Carlos Fonseca venceu eleições em Cabo Verde


E agora, Zé Maria? AAS

Última Hora/2ª volta da eleição presidencial em Cabo Verde


Jorge Carlos Fonseca vai à frente na contagem dos votos, com com 54%, e Manuel Inocêncio tem 46%. AAS

O pai do iluminismo


Novas nomeações?:

- Jorge Queta, genro do primeiro-ministro: Presidente do Conselho de Administração da Guiné-Telecom;

- Devlin Gomes, filho do primeiro-ministro: Director do Instituto das Comunicações;

Quem vai ser nomeado?

- Daniel Esteves, irmao do Secretario de Estado dos Transportes e Comunicaçõs, e futuro genro do ministro dos Negócios Estrangeiros: pode vir a ser nomeado director financeiro da empresa pública dos petróleos, a PETROGUIN.

Quem comprou:

- As instalaçõs do antigo Banco Internacional da Guiné-Bissau?

- Quem quer comprar:

O prédio dos Correios?

A isto, meus caros, chama-se MANDAR! AAS

sábado, 20 de agosto de 2011

Goodluck Nigeria


O Presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, prometeu à Guiné-Bissau, um apoio do seu país e da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), noticiou hoje a agência Pana.

O Presidente da Autoridade dos Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO, deu estas garantias durante uma audiência que concedeu, em Abuja, ao ministro guineense dos Negócios Estrangeiros, Cooperação Internacional e Comunidades, Adelino Mano Queta, portador duma mensagem especial do Presidente da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanha.

Na sua mensagem, Sanha, solicitou o apoio da Nigéria à implementação do programa de reforma do sector da defesa e da segurança do seu país, como foi decidido pela Autoridade da CEDEAO, durante a sua 39ª sessão ordinária ocorrida em Março último em Abuja.

A certidão que iliba Baciro Dabó de "tentativa de golpe de Estado"...

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INVENTONA: «A presente Certidão destina-se para confirmar a todos os concidadãos da INOCÊNCIA do cidadão acima referido quer perante as aurotidades nacionais quer estrangeiras.»

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Arezki: 14 kms de estradas em números


- Duas passagens superiores (Alto-Crim e outra a 600 metros);

- 355 postes de iluminação (inclui a estrada de Antula);

- Semáforos eléctricos em cinco zonas;

- 1.400 metros de grelha central (não prevista no Caderno de Encargos);

- 450 sinais de trânsito (Av. Combatentes e Antula);

- Duas faixas em cada direcção, mais uma 'zona morta' para estacionamentos breves;

- As tintas que serão usadas ao longo dos 14 kms de estrada, foram testadas para resistirem a um milhão de passagens;

- As palmeiras na Av. Combatentes foram compradas na Gâmbia ao preço de custo de 10.000 fcfa/cada.

Em setembro, salvo motivos de força maior, as obras estarão concluidas a tempo da comemoração do aniversário da independência.

Arezki, e uma empresa familiar instalada na Guiné-Bissau há já vários anos. A primeira empresa adquirida por este grupo foi a CCC (que construiu a estrada que vai dar a Quinhamel). O custo desta operação? Uns 'míseros' 3 milhões de dólares norte-americanos.

Uns anos depois e numa jogada de mestre a italiana Astaldi muda de mãos: a Arezki desembolsa 4 milhões de dólares e fica na posse da empresa. Situada em Safim, às portas de Bissau, esta é a jóia da coroa do seu administrador, Tarek Arezki: num terreno de 5 hectares, dispõe de:

- Uma máquina de fazer asfalto, totalmente computorizada, e que 'vomita' 100 toneladas/hora, custou um milhão e duzentos mil euros.

- A central de betão, outra besta de carga, igualmente computorizada, despeja 50 m3 de betão por hora, por cima de enormes camiões.

Nessas instalações, em Safim, onde habita Tarek Arezki e um pequeno grupo de funcionários, todos expatriados, existe um laboratório de qualidade completamente equipado, um enorme armazém com todo o tipo de peças em stock, e ainda uma oficina de reparações e manutenção das máquinas e dos camiões.Existem ainda uma piscina, um ginásio e até um restaurante!

No Saltinho, a pedreira da empresa é impressionante. Ali, trabalham cerca de 80 trabalhadores e só a renovação da sua maquinaria custará cerca de 3 milhões de dólares. "É a melhor pedra do mundo, é forte como aco!", diz com indisfarcável orgulho Tarek Arezki. No total, a Arezki tem investido na Guiné-Bissau cerca de 15 milhões de euros. AAS

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Eu, tu, nós: falhamos




"Li, no passado dia 27 de Julho, num jornal diário português, que num determinado país africano (abaixo do equador), os doentes portadores do vírus HIV ingeriam excrementos de animais, antes de tomarem medicamentos anti-retrovirais para poderem ter "algo no estómago", isto porque às vezes não tinham alimentos... Como habitualmente leio jornais após o almoço num restaurante, na Parede, quase que, por momentos, pensei que fosse ter uma congestão/vómito. A ser verdadeira esta notícia, não é apenas o país em questão que falhou. Eu, tu, nós, falhámos.

Muitos dos nossos irmãos africanos (principalmente mulheres e crianças), provenientes de diferentes países do nosso continente, morrem afogados, durante aquilo que eu chamo de “travessia de morte incerta”, através do mediterrâneo, à procura de uma ” alegada” vida melhor na Europa.

Na Somália, nos últimos 3 meses, morreram aproximadamente 30 mil crianças por falta de assistência médica e alimentar em consequência (e não só, na minha opinião...) duma seca severa. Isto dá uma média de 333,3 mortes/dia, 13,8/por hora, 6,9/a cada30 minutos, 3,45/a cada 15 minutos e 1,7/em cada 7,5 minutos.

O mais grave, é que as milícias do "Al-Shabab", que controlam algumas regiões do país, dificultam a distribuição da ajuda alimentar, contribuindo assim para um aumento significativo das vítimas. Esses milícias não são estrangeiros, são Somalis...

Enquanto tudo isto acontecia/acontece em África, na Europa, os países do eurogrupo, estavam preocupados com a dívida soberana dos estados membros da União Europeia. No grupo do PIGS (Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha), a maior preocupação era se este último seria a próxima vítima, ou, mais tarde o Chipre, Itália e França (a segunda maior economia europeia).

Ainda na Europa, os europeus reagiam com consternação (e não era para menos...), porque a Noruega tinha sido abalada por dois ataques terroristas, provocados por um "maluco" denominado Anders Behring Breivik, que causaram um total de 77 vítimas mortais (representam um quarto do número de crianças que terão morrido nesse dia na Somália...).

Todo mundo condenou (com razão) este acto bárbaro. A mesma Europa que também se sentiu chocada com a morte prematura da cantora inglesa Amy Winehouse. Há poucos dias atrás, Londres foi palco de cenas de violência e destruição, fruto, segundo os "entendidos", de uma má política de integração das minorias, e não só...

Enquanto morriam 333,3 crianças por dia na Somália, nos Estados Unidos, a preocupação dos americanos era se até início de Agosto, os republicanos e os democratas chegariam num concenso quanto ao aumento do tecto da dívida norte-americana evitando o "default". E, mais preocupados ficaram quando, passados alguns dias a agência Standard&Poor’s baixou o raiting da dívida norte-americana, após o acordo conseguido entre republicanos e democratas.

Resolvida a questão da dívida, Obama conseguiu arranjar 100 milhões e, mais tarde, 17milhões para ajudar a Somália. No Vaticano, o Papa limitava-se a fazer discursos concensuais. As Nações Unidas limitavam-se também a apelar para o envio de contribuições financeiras das diferentes nações para ajudar a Somália. A NATO continuava a bombardear a Líbia gastando milhões e milhões nesses ataques, milhões esses que dariam para alimentar milhares ou milhões de crianças Somalis. E na Síria, não se intervém?

Perante tudo isto, os governantes, políticos e nós, filhos de África, encolhemos os ombros e assobiamos para o lado...

Onde é que eu quero chegar com estas considerações? A resposta é óbvia: Enquanto os EUA, a Europa Ocidental e o resto do mundo "desenvolvido" tiverem os seus problemas/interesses para resolver, jamais prestarão (se é que alguma vez prestaram seriamente...) atenção aos problemas africanos. Nós africanos, não podemos estar constantemente a estender as mãos aos países "desenvovidos" pedindo ajuda, esperando que sejam eles a resolver os nossos muitos problemas.

Temos que ser nós a resolver os nossos próprios problemas. Isto implica que temos que mudar aquilo que tem sido o paradigma da governação africana, baseada (com algumas poucas excepções) na corrupção, com políticos e governantes mediocres, para não dizer péssimos. Políticos agarrados ao poder, mesmo após terem perdido eleições(caso recente na Costa do Marfim).

Políticos que não pensam duas vezes antes de eliminar fisicamente os seus opositores. Políticos que ficaram multimilionários durante o exercício dos seus cargos (os casos do Egipto e da Tunísia são os mais falados, mas não os únicos...). É todo esse paradigma que temos de alterar e deixar de culpabilizar sempre os "outros" dos nossos fracassos. Se não corrigirmos o nossos erros a curto e médio prazo, entraremos na rota da irreversibilidade do continente falhado.

Uma última nota de reflexão: Durante o tempo que o meu querido leitor esteve a ler este artigo de revolta, terá morrido mais uma criança Somali... Pense nisso.
Epifânio Có
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Última Hora/2ª volta da eleição presidencial em Cabo Verde

O presidente da comissao de recenseamento da Guine-Bissau, Jorge Goncalves, decidiu, unilateralmente, mudar todos os membros da única mesa de voto que existe na Guiné-Bissau, para a 2ª volta da eleição presidencial.

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AAS

O delegado é: razoável, médio ou regular? E porque não é...bom!!!


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O problema, agora, é que o 'delegado' não speak inglês, nem parle francês, e tão pouco habla espanhol... Felizmente existe a linguagem gestual... AAS

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

EXCLUSIVO: Mas...que merda é esta?

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República da Guiné-Bissau
O Primeiro-Ministro

Excelentíssimo Senhor
Procurador-Geral da República
Dr. Edmundo Mendes

BISSAU

N/Ref.28/PM/11

Bissau, 11 de Agosto de 2011

Excelentíssimo Senhor,

Perante a denúncia de que estaria em preparação uma tentativa de Golpe de Estado, o Governo que tenho a honra de dirigir, apresentou aos serviços competentes da Procurador-Geral da República uma participação contra um grupo de cidadãos guineenses, solicitando a adequada averiguação dos factos e o consequente procedimento criminal.

A denúncia provinha de individualidades que mereciam e merecem a maior consideração e confianças das autoridades nacionais, e vinha acompanhada de elementos de prova que pareciam irrefutáveis, que foram colocados à disposição do Ministério Público.

Decorridos vários meses sobre a denúncia, surge na comunicação social a notícia segundo a qual o Ministério Público havia determinado o arquivamento do processo, na parte relativa à existência de uma tentativa de Golpe de Estado, e ordenado a remessa para o Tribunal Militar da parte do processo relativa aos crimes de homicídio.

Importa registar, para os devidos efeitos, que, tratando-se de dois Despachos distintos, o Governo apenas foi notificado do segundo. o primeiro, relativo ao arquivamento do processo por alegada tentativa de Golpe de Estado, não foi notificado ao Governo, quando, por lei, o deveria ter sido.

Conforme é do domínio público, após a divulgação dos referidos Despachos, o Governo tem vindo a ser confrontado com sucessivas manifestações políticas, que, no fundo, mais não pretendem do que responsabilizá-lo politicamente pelo sucedido.

Para mais, tudo leva a crer que, para além desta responsabilização política, os familiares das vítimas que existiram no processo também poderão pretender responsabilizar o Governo pelos danos morais daí decorrentes.

Ora, não se compreende que, não tendo tido a responsabilidade pela denúncia do crime, seja agora o Governo a ter de arcar com as responsabilidades, para mais quando não lhe foi assegurado o direito, por falta de notificação, de confrontar as testemunhas envolvidas no processo.

Nestes termos, entende o Governo ser sua aobrigação solicitar a V. Excelência o cabal esclarecimento da situação, para que, no futuro, não seja o Governo responsabilizado pela prática de actos que não praticou, nem ordenou que se praticassem, ou pela omissão de obrigações que sobre ele impemdem, como sejam, por exemplo, a de acautelar pelo bom nome e reputação do executivo, que não pode ser acusado de ou estar associado à prática de quaisquer crimes. Aceitar hoje que afinal não existiu qualquer tentativa de golpe equivale a dizer que o Governo omitiu deveres fundamentais, ou que o Governo deu crédito a informações que o não mereciam, criando-se com essa posição uma situação muito delicada que urge esclarecer.

o Governo agiu na máxima boa-fé, tendo utilizado a via mais apropriada da resolução da situação, sendo certo que respeitará sempre as decisões que o poder judicial tomar sobre a mesma.

Contando com a avisada intervenção de V. Execelência, queira aceitar, Senhor Procurador-Geral da República, as minhas cordiais saudações.

Carlos Gomes Júnior

C.C. S.E. o Presidente da República
Senhor Malam Bacai Sanha
S.E. o Presidente da Assembleia Nacional Popular
Senhor Dr. Raimundo Pereira
S.E. a Presidente do Supremo Tribunal de Justiça
Senhora Dra. Maria do Céu Monteiro

terça-feira, 16 de agosto de 2011

DSK em maus lencois


Afinal, houve violacao no quarto de hotel onde o ex-chefe maximo do FMI estava instalado. Os ferimentos de Safiato Diallo, a empregada de hotel de origem conacry-guineense, afinal e de acordo com exames medico-legais hoje tornado publico, foi vitima de agressao sexual. Dominique Strauss-Kahn estara lixado? AAS

UEMOA constroi sede em Bissau

A Uniao Economica e Monetaria Oeste Africana - UEMOA, vai construir a sua propria sede, em Bissau. A cerimonia de lancamento da primeira pedra teve lugar hoje, e contou com a presenca do PR Malam Bacai Sanha e do presidente da comissao deste organismo, Sumaila Cisse.

A sua construcao e equipamento estao orcados em cerca de 3 mil milhoes de francos CFA. A UEMOA injectou ja no Pais cerca de 45 mil milhoes de francos CFA em varios projectos.

Ainda hoje, foi assinado um acordo em que a UEMOA se comprometeu a apoiar o sector agricola com 4 mil milhoes de francos CFA, com vista a recuperacao de 1000 hectares de bolanhas e, ainda, dos sistemas de irrigacao. O acordo foi rubricado pelo PC da UEMOA, Sumaila Cisse, e por Barros Bacar Banjai, ministro da Agricultura da Guine-Bissau. AAS