terça-feira, 11 de novembro de 2014
DO EDITOR: Cipriano, orgulhosamente só
Cipriano Cassamá foi 'aconselhado' a deixar, por agora, cair o tão propalado aumento do salário dos deputados. O próprio Presidente da República, José Mário Vaz, juntou-se ao coro de protestos por esta medida que ninguém pode entender. Segundo conseguiu apurar o DC, tanto o Banco Mundial como o Fundo Monetário Internacional, nos corredores, "desconfiam" do timing escolhido por Cassamá e alguns, poucos, parlamentares.
Ditadura do Consenso sabe ainda que algumas associações de jovens preparam, em conjunto, uma manifestação de descontentamento para os próximos dias. No parlamento, apurou o DC, a divisão pende para o não. Aliás, as declarações dos dois maiores partidos - PAIGC e PRS, indicam que querem caminhar juntos nesse sentido. Foi muito barulho para nada, portanto.
No PRS, a maioria dos deputados quer que se adie mesmo o aumento do salário dos deputados "uma vez que não faz sentido nenhum" neste momento; no PAIGC, partido que suporta o Governo, tem a maioria no parlamento e um Presidente da República estão em uníssono - assim, dificilmente Cipriano Cassamá levara a sua adiante. "Conhecendo o PAIGC, talvez até venha a ser o próprio Cipriano Cassamá o sacrificado", arriscou um reputado analista político, em Bissau.
"Este assunto praticamente nasceu morto", garante um político do próprio PAIGC. E adianta: "Como explicar esta atitude do presidente do parlamento? E se a maioria dos deputados alinhassem, "o que pensariam ou fariam outras classes da função pública?"
Para já, Cipriano Cassamá está orgulhosamente só. Sobre o pedido de demissão do ministro das Finanças, o nosso interlocutor desfaz todas as dúvidas: "Geraldo Martins foi nomeado não apenas porque pertence ao PCD mas também pela sua competência, para além de ser uma quase escolha de confiança do próprio primeiro-ministro", garante. E assegura que Geraldo Martins tem a solidariedade de todo o Governo e do primeiro-ministro.
Agora, aguarda-se pelo Conselho de Ministros da próxima 5ª feira, onde deverá ficar tudo esclarecido. Uma coisa é certa, 1 milhão e oitocentos e oitenta mil francos CFA x 102 deputados, mensalmente, é um peso enorme para o orçamento do Estado, que é financiado a 100% pelos nossos parceiros de desenvolvimento. AAS