O Supremo Tribunal de Justiça, decidiu que apenas 10 candidaturas reuniram o estipulado por lei para se apresentarem ao eleitorado no próximo dia 18 de março. Serão pouco mais de 500 mil eleitores para 10 candidatos. O Senegal - é apenas um exemplo - que tem milhões de eleitores, teve 14 candidatos, justamente o número inicial dos pretendentes a candidato para Presidente da República da Guiné-Bissau.
Na Guiné-Bissau, pura e simplesmente não se faz política - trata-se do expediente. Por cá, só se vê a oposição e os seus políticos quando há eleições, ou, como tem sido hábito, quando há uma sublevação militar. Desenterram-se e reaparecem. Pintam as sedes, ainda que com rendas desde a última eleição, por pagar... Dizem barbaridades atrás de barbaridades, cujo único efeito é... voltarem a enterrar-se.
E não há dois partidos da oposição com ideias coincidentes. E todos querem mandar. Nunca se verá toda a oposição, unida, em torno de um candidato, não. E sabem porquê? Porque, primeiro, e nestes moldes, haverá sempre tendência para uma segunda volta. Então, assim que ela é anunciada começam as 'negociações'... Este precisará com toda a certeza de zinco para cobrir a casa, aquele de uma viatura, aqueloutro ainda de tijolos para roubar um pouco do passeio público - fará uma 'boutique'...
Meus caros, a Guiné-Bissau precisa de ORDEM - precisa dela, e já! Precisa dela como nunca! Nunca imaginei que este País que me ensinaram a amar chegasse a este ponto. Olho para este País esventrado, caótico, sem rei nem roque e não choro nem sei porquê; Olho para as suas cidades e para os políticos dessas cidades - qualquer coisa atormenta-me. Alguma coisa vai mal.
Vejo as suas gentes, pobres mas nobres de espírito - são autênticos reféns. Estão manietados, liitam-se ao 'sim, senhor' e a cumprir ordens.m Tiveram o azar de nascer neste País, ou talvez tenha sido essa a sua sorte? Uma sorte, só que ao contrário - se é que me faço entender.
Voltando à eleição de 18 de março. Teremos (salvo se houver reclamação de algum candidato barrado, e o STJ se pronunciar a favor) dez candidatos para um lugar. Quatro destes - os que constam da sondagem no blogue - são os que, e isto não é cientifico, têm mais probalidades de ter maior número de votos. Carlos Gomes Jr (cuja candidatura pelo PAIGC a oposição não tem parado de contestar por, alegam, ser 'inconstitucional'), Henrique Rosa (foi presidente da República de 'Transição' depois do golpe de Estado que depôs Koumba Yalá), o eterno candidato Koumba Yalá, um político inteligente e astuto, e, finalmente Serifo Nhamadjo, uma espécie de 'sombra' de Cadogo Jr, o candidato do PAIGC nestas eleições.
Podia - com o número de candidatos e de eleitores, sem falar naqueles que se ausentarão para a campanha da castanha do caju - dizer que uma segunda volta será inevitável. E podia adivinhar até os nomes dos dois candidatos que passariam à segunda vota. Para já, não digo nada. Mas acreditem: acertaria em cheio. Na devida altura saberão. AAS