Hoje, recebi um telefonema de alguém que, sem se identificar, me perguntou - como tivéssemos andados na primária - "I kuma gora?"!
I kuma gora?, ripostei. Silêncio. Então, você liga para mim sem sequer me conhecer, não se identifica e põe-se por aí a brincar ao calão?
Falou algo, e acrescentou que "é do Ministério Público". Diga lá então - se somos 'colegas', então embrulha, disse para mim. Disse ele: "é para notificá-lo para vir cá na segunda-feira, às 15.30h", por causa de uma queixa.
E quem é a pessoa que fez a queixa, perguntei. "Ah, isso não lhe posso dizer". Ai não pode? Então não vou! Não vai? - perguntou. Sim, não vou! E desligou.
Pus-me então em campo. Fiz duas chamadas, e fiquei à espera. Duas horas depois, alguém encarregue de me notificar, volta a telefonar. A atitude mudou. "Há pouco estava a falar...". Cortei-lhe o pio e assegurei-lhe que estava farto de "aturar gente com estas manias", mas ele pouco respirava. Conteve-se ao máximo.
Voltei a garantir-lhe que não iria ao MP na segunda-feira, se ele não me dissesse de quem era a queixa. E disse:
"É do Primeiro-Ministro, Carlos Gomes Jr".
Segunda-feira, lá estarei, na PGR, às 15:29h. Para ser ouvido às 15:30h. Isto está mesmo a ficar como eu gosto... AAS