sábado, 13 de setembro de 2014

Obrigado



Filinto E.

REGRESSO (I)


"Caro Aly,

Tenho a agradecer a forma como muito simples denunciou e reclamou os seus direitos junto das autoridades do nosso país.

Se os criminosos estão fora e têm direitos de estar à solta, porque é que você tem de ficar privado de estar e participar à sua maneira no desenvolvimento do seu país?

Que precipitação tem o nosso presidente em libertar os presos se há casos quentes no país para atender?

Estamos juntos,

Duarte Mandim"

REGRESSO (II)


"Caro Ay Silva,

Não me conheces, nunca nos vimos, estamos em terras bem distantes uma da outra. Em em Moçambique e você meu caro, neste momento em Cabo Verde pelo que nos tem dado a conhecer.

Sei que é Bissau-Guineense e tenho estado a seguir os teus post no blog Ditadura de Consenso com muito interesse como jornalista interessado na causa dos Direitos Humanos do povo guineense.

O meu apelo: Estando proibido de regressar aos seu país, tem a oportunidade de solicitar asilo por perseguição a qualquer país que se preze em defesa dos direitos humanos.

Pondere. Regressar desafiando aqueles que não o querem, pode incorrer em muitos riscos. Oiça a voz dos que te querem bem. Ainda não é altura para regressares à tua pátria amada. Apelar também às autoridades guineenses, que protejam os seu concidadãos.

Melhores cumprimentos.

M. Massundra"

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

RODAPÉ: Doka, pela enésima vez não tenho nada para falar, e muito menos ainda para 'discutir' contigo. Agora sobre o tema em si, agradeço a 'preocupação', mas quero que fique claro como água: não preciso de ti para regressar ao meu País - isso é o que mais faltava!... Para essa gente "pesada" que, nas tuas palavras, está comigo pelos cabelos, tenho um recado que espero lhes faças chegar: QUE SE FODAM. Eles, os 'pesados'. E, já agora, manda cagar os pesos pluma e mosca. Quanto a quereres ser uma "ponte"...Farim bem precisa de uma. E agradece. Ah, e ao contrário do que pregas, nada nos une, nem simples afinidade. Não nos conhecemos sequer. E agora, por favor, agora deixa-me em paz de uma vez por todas. AAS

STOP: Recebi agora um email a pedir que avise "também as Nações Unidas" em Bissau, sobre o meu regresso. Ao contrário do que me aconselham, digo apenas isto: Quero que a ONU se FODA!!! Não mandam na minha terra e nem nunca se preocuparam com o Povo da Guiné-Bissau, que é quem realmente interessa, e é para isso que a ONU está na Guiné-Bissau! Não é para proteger golpistas, branquear bandidos, ocultar assassinos e promover os ladrões do Povo guineense. Disse. António Aly Silva

PARA: José Mário Vaz e Domingos Simões Pereira


"Está decidido:

Senhores:
Presidente da República,
Primeiro-Ministro

Os senhores acabaram de tomar uma decisão, a meu ver, precipitada. Refiro-me à libertação do capitão PANSAU NTCHAMA e dos demais cúmplices na inventona que culminou nos assassínios - AINDA NÃO ESCLARECIDOS - de mais de 20 cidadãos da Guiné-Bissau. Recorde-se que todos eles foram JULGADOS e CONDENADOS pela justiça militar. O que mudou mesmo?

Senhores,
José Mário Vaz,
Domingos Simões Pereira

Fui obrigado a abandonar o meu país em outubro de 2012, depois de ter sido preso, espancado e roubado no dia 13 de abril, na sequência das minhas denúncias sobre o golpe de Estado um dia antes - a 12 de abril. Se entenderam - por motivo de RECONCILIAÇÃO - libertá-los, então não vejo por que razão é que eu, ANTÓNIO ALY SILVA, continuo a ser ameaçado e 'IMPEDIDO' de regressar ao meu país.

Da minha prisão, espancamento e roubo - nada: nenhuma autoridade, na Guiné-Bissau, mexeu uma palha. Isto faz-me pensar que um ASSASSINO é mais protegido do que um cidadão impoluto e incorruptível...

Senhores,
Presidente da República José Mário Vaz;
Primeiro-Ministro Domingos Simões Pereira

Para vossa informação: Tomei a decisão UNILATERAL, enquanto cidadão de um único País, a República da Guiné-Bissau de REGRESSAR AO MEU PAÍS, ficando vossas excelências com a RESPONSABILIDADE da minha segurança a partir da minha entrada em território nacional.

Veremos - o mundo também - se vossas excelências são mesmo a AUTORIDADE LEGÍTIMA da Guiné-Bissau...

Se podem libertar gente que cometeu CRIMES DE SANGUE, então não vejo a razão para, mais de dois anos depois, eu ainda estar fora do meu País enquanto que os verdadeiros criminosos - julgados e condenados - passeiam nas ruas da nossa terra.

REPITO: Vou regressar ao meu País, e a minha vida estará nas vossas mãos.

Com consideração,
António Aly Silva
Jornalista
CONTACTOS: aaly.silva@gmail.com
Telemóvel: (+238) 9322115
C/C: Liga Guineense dos Direitos Humanos"

EFEMÉRIDE: Se fosse vivo, Amilcar Cabral completaria hoje 90 anos de idade. Cabral ka murri!


quarta-feira, 10 de setembro de 2014

CRÓNICA: Não Conseguem Matar a Honra


"Quem me conhece bem sabe que não sou pessoa de desistir facilmente. Tenho, de resto, o empenho estampado no rosto. Gosto do meu País. Dez minutos depois de atravessar as suas fronteiras, começo a sentir arrepios. Bom, dez minutos talvez seja exagerado; Que sejam cinco. Mas de certeza que de trinta minutos não passa.

Pessoalmente, tenho dificuldade em orgulhar-me das coisas que me acontecem por casualidade. Fernando Pessoa escreveu: «O lugar onde se nasce é o lugar onde mais por acaso se está» - uma frase com a sua piada.

Eu nasci na Aldeia Formosa (actual Quebo). Já fui ao Quebo umas vezes, passei outras tantas sem parar e confesso que nem de uma nem de outra vez senti grande coisa. Nem um arrepio na alma. Não me vieram - ao contrário dos piegas - lágrimas aos olhos, nem me deu vontade de escrever contos. Nem sequer um poema.

Pouco me importa que milhão e meio de guineenses desconheça onde fica a vila do Quebo, ou quantos habitantes terá ou teve em tempos. Ou sequer se tem tradições, e já agora quais serão.

Trata-se de um sítio, e pronto. Um sítio de merda, como o são aqueles sítios onde por nada deste mundo assentamos arraiais, ainda que por breves momentos. Passámos, e às vezes desviámos o olhar, talvez envergonhados.

O facto de eu ter nascido na Aldeia Formosa, não transformou o Quebo num lugar especial - e é assim que está bem. Um sítio banal, aquele onde eu nasci. Talvez seja por isso que eu vivo de forma espartana. E não me tenho dado mal.

Mas não trocaria o Quebo por nenhum outro lugar. E com a vossa licença vou embora já. Vou para o outro Sul - e será sempre o eterno Sul cheio de estrelas e de noites intermináveis."
António Aly Silva

UE apresenta relatório final sobre eleições


A União Europeia apresentou hoje o seu relatório final sobre as ultimas eleições gerais na Guiné-Bissau do qual constam oito recomendações às autoridades guineenses para a melhoria do sistema eleitoral e da própria democracia. O relatório, que agora vai ser entregue às autoridades, foi apresentado aos jornalistas por Krzysztof Lisek, chefe da missão de observadores europeus às eleições (MOE- UE) realizadas entre março e abril deste ano.

No documento, a MOE-UE recomendou que seja atribuída a independência administrativa e orçamental à Comissão Nacional de Eleições (CNE) através de uma rubrica específica do orçamento do Estado. Pede também que seja revista a distribuição de mandatos por círculos eleitorais a fim de promover igualdade no sufrágio de acordo com a distribuição da população e ainda dar à CNE a competência de supervisão do recenseamento eleitoral.

A missão exorta ainda às autoridades a tomarem medidas no sentido do reforço da presença feminina nas listas eleitorais em lugares em que possam ser eleitas, nomeadamente fixação de quotas.

Recomendou também a adoção de legislação que permita a observação eleitoral por parte de grupos apolíticos da sociedade civil, que seja permitida a propaganda eleitoral paga nos meios de comunicação social privados durante a campanha eleitoral e concedida meios financeiros aos órgãos públicos conforme estabelecido por lei.

Ainda exorta a que as eleições autárquicas - nunca realizadas na Guiné-Bissau em 20 anos de democracia- sejam organizadas como forma de levar o poder político ao nível local.

Confrontado com o facto de as recomendações das missões eleitorais da UE terem sido apontadas nos processos anteriores, Krzysztof Lisek, disse não cabe a sua organização impor o cumprimento das recomendações "que são isso mesmo, recomendações". Lusa

NOTÍCIA DC/João Monteiro em Bissau: O coronel João Monteiro está na Guiné Bissau desde ontem. Saiu de Bissau depois do assassinato de 'Nino' Vieira, operação na qual levou seis tiros. Estava em Dakar desde então. Está neste momento em Biombo onde ficará durante uma semana. AAS

COISA PÚBLICA: Governo quer maior dinamismo e responsabilidade


O Executivo da Guiné-Bissau liderado por Domingos Simões Pereira nomeou novos responsáveis para os portos, aeroporto e alfândega do país, a este foi pedido um maior dinamismo e responsabilidade na gestão pública. Citado pela Agência de Notícias da Guiné (ANG), o secretário de Estado dos Transportes e Comunicações, João Bernardo Vieira declarou:

«O contexto político, económico e social que vivemos hoje exige maior responsabilidade na gestão, maior eficácia na execução dos programas de desenvolvimento a curto, médio e longo prazo.» O governante exortou ainda os nomeados a trabalharem em prol do cumprimento das metas traçadas pelo Governo e satisfação das aspirações dos guineenses. Lusa

ÉBOLA: Jovem conacry-guineense curado em Dacar


O Ministério de Saúde do Senegal confirmou esta quarta-feira a cura do jovem, oriundo da Guiné-Conacri, que introduziu o único caso de ébola no país. O diretor de Saúde do Ministério declarou: «Realizámos exames duas vezes. Ele [o doente] já não tem o vírus. Está curado.»

O jovem conakri-guineense entrou no Senegal antes do encerramento das fronteiras com a Guiné-Conacri, a 21 de agosto, tendo escapado à vigilância das autoridades do seu país, que alertaram os senegaleses. O doente chegou a entrar em contacto com 67 pessoas, as quais têm sido alvo de monitorizações em Dacar. Lusa

AMNISTIA para golpes de Estado e crimes de sangue? NÃO, o tanas!!!


Não, não e não. Uma proposta para o Presidente da República, e para o Governo da Guiné-Bissau:

Façam um referendo para que o Povo diga se quer ou não AMNISTIAR golpes de Estado e crimes de sangue decorrente dos mesmos. Não podemos mais adiar.

Na democracia NÃO há lugar para golpes de Estado, nem para a matança sem responsabilização. Ditadura do Consenso vai, a propósito da tão propalada e descarada amnistia, publicar vários dossiers. Há que responsabilizar tudo e todos, chamar os nomes que devem ser chamados e provar onde roubaram e quem mataram, e a pena a que foram condenados (se é que isso alguma vez aconteceu) - e se cumpriram a pena!!! Os autores morais e materiais; os ladrões do Estado idiota da Guiné-Bissau devem de uma vez por todas ser TODOS responsabilizados, doa a quem doer! António Aly Silva

<<<<< AMNISTIA: Vote na nova sondagem DC

SONDAGEM DC: O 'podia ser melhor" deve fazer o Governo pensar


PERGUNTA DC: Como classifica os 100 dias do Governo liderado por Domingos Simões Pereira?

Muito Bom = 241 votos, (34%)

Bom = 236 votos, (33%)

Fraco = 86 votos, (12%)

Sofrível = 19 votos, (2%)

Podia ser melhor = 126 votos, (17%)

Votos apurados: 708
Sondagem fechada

terça-feira, 9 de setembro de 2014

ÉBOLA CHEGOU À GUINÉ-BISSAU?


Três pessoas estão de quarentena no Hospital Regional de Bafatá no leste da Guiné-Bissau, como medida de prevenção do vírus Ébola, anunciou hoje o diretor da instituição. As três “estão bem e não têm sintomas” de infeção, mas entraram no país a partir da Guiné-Conacri, país vizinho afetado pelo surto que assola várias zonas da África Ocidental.

Uma mulher está na unidade há uma semana, dois homens entraram há seis dias e todos devem permanecer no hospital “durante 21 dias”, prazo máximo durante o qual a doença pode surgir. “É o que vamos fazer com qualquer pessoa que tenha entrado em Bafatá vindo da Guiné-Conacri”, sublinhou Mamadu Sambú, diretor do hospital.

A unidade de saúde tem falta de medicamentos. Conta apenas com sete conjuntos (“kits”) de equipamento de proteção para os profissionais de saúde lidarem com pessoas doentes suspeitas de infeção, que receberam formação sobre o vírus.

Apesar de a Guiné-Bissau ter fechado as fronteiras com a Guiné-Conacri em agosto, têm sido conhecidos casos de pessoas que entram no país a par de denúncias de alegados subornos a agentes de segurança. À margem de uma visita a Bafatá, o ministro da Administração Interna, Botche Candé, disse hoje aos jornalistas que as denúncias já foram averiguadas, mas não confirmadas. Seja como for, sublinhou que “a lei não pode ser negligenciada”. “Se o governo decidiu que as fronteiras terrestres estão encerradas, ninguém pode desobedecer a essa ordem”, destacou.

Desde o início do ano, um surto de Ébola na África Ocidental já fez mais de dois mil mortos na Guiné-Conacri, Serra Leoa, Libéria, Senegal e Nigéria. A Guiné-Bissau não registou qualquer caso. Observador

"Há homens que lutam um dia, e são bons; há os que lutam muitos dias, e são muito bons; há os que lutam um ano, e são melhores. Porém, há os que lutam toda a vida - estes são imprescindíveis". Bertold Brecht

APOIO: Portugal e Gana apoiam encontro de grupo das Nações Unidas sobre Guiné-Bissau


A ministra ganesa expressou o desejo de Portugal e Gana reforçarem a sua parceria para responder a “desafios atuais” como o problema da segurança marítima no golfo da Guiné.

Portugal e Gana vão apoiar uma reunião do grupo internacional de contacto das Nações Unidas sobre a Guiné-Bissau, anunciou hoje o ministro português dos Negócios Estrangeiros, que defendeu o aproveitamento da atenção atual da comunidade internacional sobre o país.

“Portugal e Gana estão dispostos a apoiar a Guiné-Bissau a convocar o grupo internacional de contacto das Nações Unidas, a um prazo breve, para debater as reformas em curso, as modalidades futuras do apoio internacional no terreno, a renovação do mandato do escritório das Nações Unidas em Bissau e a realização de mesas redondas de doadores”, disse hoje Rui Machete após uma reunião em Lisboa com a ministra ganesa dos Negócios Estrangeiros e Integração Regional, Hanna Tetteh.

Os dois países, acrescentou, coincidem na “necessidade de a comunidade internacional continuar a apoiar firmemente a Guiné-Bissau no seu presente processo de retorno à ordem constitucional, à paz e à estabilidade e ao desenvolvimento sustentado”.

“Não podemos perder tempo, visto que a dinâmica da vida internacional vai trazendo novos problemas, como é o caso da doença ébola, e portanto vai distrair a atenção”, pelo que há que aproveitar “esta janela de oportunidade que neste momento ainda” existe, sustentou o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros.

No mesmo sentido, a ministra ganesa defendeu a necessidade de os dois países trabalharem “a nível bilateral, no contexto da região e também a nível multilateral, envolvendo as Nações Unidas”, no sentido de “progredir no retorno do país à paz e à estabilidade”.

O encontro do grupo de contacto internacional, “a ter lugar em outubro deste ano, é extremamente importante”, referiu Hannah Tetteh.

Na reunião de hoje, no âmbito da primeira visita oficial a Portugal da chefe da diplomacia ganesa, os dois governantes assinaram um protocolo para fomentar o ensino da língua portuguesa no Gana, através da formação de pessoal diplomático, referiu o ministro.

Os dois países ultimaram também as negociações sobre a convenção para evitar a dupla tributação, que deverá ser assinada até ao final do ano na capital do Gana, Acra. “Vai gerar mais-valias importantes para os cidadãos e empresas de ambos os países, ao diminuir os custos de uma tributação que seria injusta”, afirmou Machete.

Rui Machete mencionou ainda que, em relação ao golfo da Guiné, os dois ministros exploraram “opções de cooperação bilateral na área de segurança marítima”, estando previsto o envio de uma delegação técnica do Governo português ao Gana para negociar ações concretas nesta área.

“Gana é um dos países mais estáveis e prósperos da região do golfo da Guiné e Portugal já desenvolve ações de cooperação técnico-militar nesta área com países africanos de língua portuguesa”, lembrou. A ministra ganesa expressou o desejo de Portugal e Gana reforçarem a sua parceria para responder a “desafios atuais” como o problema da segurança marítima no golfo da Guiné.

Antes do encontro com o seu homólogo, a ministra ganesa participou num pequeno-almoço empresarial, promovido pela AICEP e pela Câmara de Comércio Portugal-Gana, no qual o grupo Sana anunciou a intenção de construir um hotel em Acra.

Hannah Tetteh convidou o ministro português a visitar a capital ganesa no âmbito da realização de um dia dedicado a Portugal no Gana. Lusa

ÉBOLA: Um total de 35 profissionais de saúde da Guiné-Bissau receberam formação e estão aptos para formar outros sobre o vírus Ébola, como prevenir e controlar o contágio, anunciou hoje em comunicado a missão das Nações Unidas no país, que promoveu a iniciativa. AAS

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

ÉBOLA: A ministra da Educação da Guiné-Bissau, Odete Semedo, apelou hoje à população guineense para deixar de consumir carne de caça como forma de evitar a infeção com o vírus Ébola. AAS

OBESIDADE/ESTUDO: Guiné-Bissau tem maior percentagem de obesos na África Ocidental


A Guiné-Bissau é o país da África Ocidental subsaariana com maiores taxas de obesidade, revela um estudo hoje publicado pela revista Lancet.

Liderada por Emmanuela Gakidou, do Instituto para a Avaliação e a Métrica da Saúde na Universidade de Washington, nos EUA, a equipa de investigadores diz ter feito a análise mais exaustiva de sempre, com base em dados recolhidos em estudos, relatórios e na literatura científica sobre a prevalência de excesso de peso e obesidade em 188 países entre 1980 e 2013.

Entre os 19 países incluídos pelos investigadores na região África Ocidental subsaariana -- onde também se incluem Cabo Verde e São Tomé e Príncipe -- a Guiné-Bissau tem a taxa mais elevada de obesidade em adultos e crianças e em ambos os sexos (8,1% nos rapazes, 16,8 % nos homens, 8,3% nas raparigas e 24,2% nas mulheres).

A taxa média de obesidade na região é de 4,3 nos rapazes, 9,4 nos homens, 3,2 nas raparigas e 11,9 nas mulheres. Quando se inclui as pessoas com excesso de peso, a Guiné-Bissau continua a ser o primeiro país nos homens (44%) e nas meninas (20,4), mas passa para segundo lugar nos rapazes (15,8) e para quinto nas mulheres (47,8).

Entre os outros países lusófonos, segue-se Angola, que está entre os três países com mais obesidade e excesso de peso na região da África Central subsaariana. Com efeito, 15,5% dos rapazes e 20,9% das raparigas em Angola têm excesso de peso ou obesidade, taxas que sobem para 42,9 nos homens e 49,1 nas mulheres.

Já a obesidade afeta 5,7% dos rapazes, 6% das meninas, 12% dos homens e 18,7% das mulheres. Em São Tomé e Príncipe as taxas de excesso de peso e de obesidade são de 12,3% nos rapazes, 18,9% nas raparigas, 30,6% nos homens e 45,7% nas mulheres.

Moçambique tem 12,3% de rapazes com excesso de peso e obesidade, taxa que sobe para 14,1% nos homens, 14,4 nas raparigas e 26,5% nas mulheres. Entre os Cabo-verdianos, o excesso de peso e a obesidade afeta 11,5% dos rapazes, 18,3% das meninas, 31,8% dos homens e 44% das mulheres.

Timor-Leste tem 7% de rapazes e 5,7% de raparigas com excesso de peso e obesidade, assim como 3,2% de homens e 6,6% de mulheres. O Brasil é o segundo país lusófono com maiores taxas de excesso de peso e obesidade, a seguir a Portugal, com 22,1% dos rapazes, 24,3% das raparigas, 52,5% dos homens e 58,4% das mulheres afetados pelo problema. Lusa

EDUCAÇÃO: Criadas duas cátedras em Bissau


CÁTEDRA AMÍLCAR CABRAL
EMENTA

Movidos por princípios ideológicos fundantes de uma nova práxis sociopolítica de construção de ideais nobres que visem a promoção e disseminação dos estudos feitos por Amílcar Cabral, tanto no campo agronômico como no das ciências sociais e política, e mais: antropológicos e filosóficos.

Objetivou-nos, in essentia, estimular novos pesquisadores da graduação e da pós-graduação para realizarem trabalhos de investigação científica sobre a obra e o pensamento do nosso líder-mor. Assim, pode-se (e deve-se), sem dúvida, consolidar o campo acadêmico de pesquisa, de natureza transdisciplinar, sobre as interfaces entre as Ciências Agrárias e Veterinárias e as Ciências Políticas e as Relações Internacionais.

Ora, para isso, torna-se, desde logo, necessário, a edificação deste importante instrumento de reflexão crítico-científica para o estudo e a atualização de múltiplas temáticas que têm sido objeto de abordagem metodológica da agudeza do pensamento cabralista nos espaços acadêmicos. E, em suma, pretende-se tornar úteis seus ideais no processo de desenvolvimento sustentável do nosso país.

Projeto: Jorge Otinta, Ph.D
Membros: Prof. Dr. Leopoldo Amado, ex- docente da Universidade de Cabo Verde e Consultor do PNUD, e Prof. Dr. Elikia MBokolo, CNRS, França.

CÁTEDRA VASCO CABRAL DE HUMANIDADES
EMENTA

O grito inaugural da nossa guineidade nasceu, sem dúvida, e de que maneira extremamente significativa, antes sob o signo do verbo e, muito depois, muito depois mesmo, sob o signo do fogo. É assim que sob o céu (ou seio, quiçá) materno da nossa nação Vasco Cabral se tornou o poeta, pensador e humanista da exímia profundidade de conhecimento da alma humana e, portanto, o construtor da liberdade, enquanto identidade individual e coletiva do povo guineense.

Para este pensador e poeta, as angústias que restam após longas sessões de vigília duma esperança que parece esvaziar nossos olhos adormecidos, ou lábios trancafiados como cadeados duma porta para que a ninguém reste a válvula do escape da opressão e repressão colonial e, simultaneamente, a obstinada crença no devir utópico libertário que engendrou a revolução setembrina de 1973, segundo a qual a luta é apenas a primavera viçosa.

E, nesse sentido, ela inaugura o processo narrativo para a construção da identidade nacional. Uma cátedra sob a égide de Vasco Cabral, o pioneiro-mor da literatura guineense, não lhe rende apenas a justa e merecida homenagem, mas debruça-se sobre aquilo que foi o homem de cultura e de notório saber filosófico e poético, de um lado; e o ideólogo da revolução e, posteriormente, um dos artífices da nossa nova democracia, de outro.

Em suma, com a criação desta cátedra de Literatura e Humanidades pretende-se, objetiva e subjetivamente, participar na busca do conhecimento científico em áreas como, entre outras, História e Geografia, Arqueologia, Filosofia e Política, Sociologia e Antropologia, entre outros.

Projeto: Jorge Otinta, Ph.D
Membros: Prof. Dr. Pires Laranjeira, Universidade de Coimbra, Portugal e Prof. Dr. Benjamin Abdala Jr., Universidade de São Paulo, Brasil.

domingo, 7 de setembro de 2014

ÉBOLA/NOTÍCIA DC: Banco Mundial disponibiliza USD 500 mil



GERALDO MARTINS Assina acordo com Banco Mundial

O Banco Mundial acaba de disponibilizar 500.000 Dólares para o programa de prevenção do ébola na Guiné-Bissau. O fundo estará disponível já na próxima semana para a implementação do programa de contingência do governo guineense contra o ébola.

O acordo foi assinado ontem, em Dakar, pelo ministro guineense da Economia e Finanças, Geraldo Martins. Dependendo da evolução da situação, o Banco Mundial poderá anunciar mais fundos. AAS

Caso Pansau Ntchama: Lembra-se?


Investigação Ditadura do Consenso


O 'electricista' Pansau

Pansau Intchama saiu de Banjul por terra e passou legalmente nas fronteiras do Senegal antes de chegar à Guiné-Bissau. Já em território guineense, foi levado ao encontro do CEMGFA António Indjai, que o despachou para Bolama para aguardar o evoluir dos acontecimentos. Num comunicado antes da noite de 21 de outubro, o governo, através do seu porta-voz Fernando Vaz, denunciara uma hipotética instabilidade no país... promovida do exterior. Dizia ainda o comunicado estarem as forças em estado de alerta, apelando à calma da população... Na madrugada desse fatídico dia, enquanto se carregavam as espingardas para o massacre, Fernando Vaz bebia um copo na companhia da namorada e de um amigo, numa discoteca de Bissau. O esquema estava montado, e o famoso assalto ao quartel dos para-comandos não passou de um mau argumento que custou a vida a mais de uma dezena de cidadãos guineenses.

O passaporte guineense de Pansau Intchama, soube o ditadura do consenso, foi emitido, a pedido deste, na embaixada da Guiné-Bissau em Banjul, na Gâmbia, em Agosto de 2012. Ele mesmo entregou aos serviços consulares todos os documentos necessários - incluindo o bilhete de identidade com a profissão de electricista - e estes fizeram então o passaporte biométrico. Segundo contou ao DC uma fonte junto da representação diplomática guineense em Banjul, que pediu anonimato, Pansau saiu de Lisboa para França. Entretanto e por um tempo, as autoridades portuguesas perderam-lhe o rasto em Lisboa. Contudo, após o golpe de Estado de 12 de Abril, mais precisamente em Maio, o general Antonio Indjai envia dinheiro a um tal de Diane, que faz Pansau vir para a Gâmbia.

E é em Banjul, de forma clandestina, que o Diane tem acesso à Embaixada, levando o Pansau ao encontro do Encarregado dos Assuntos consulares, e é este que faz o seu Passaporte. Quando o assunto se começa a falar amiúde na embaixada, este afirmou que não sabia de quem se tratava e como o mesmo apresentou todos os documentos, a pedido do seu superior hierárquico emitiu-lhe o passaporte sem sequer lhe passar pela cabeça que se tratava de Pansau Intchama, a testemunha maior indiciada nos casos de assassínios de 2009. Por outro lado, alegou o encarregado consular em sua defesa, não existia nenhuma nota do Ministério dos Négócios Estrangeiros, em Bissau, ou mesmo uma lista de pessoas a quem não se deviam passar passaportes.

O passaporte com que Pansau se apresentou, fora prorrogado enquanto estava ainda em Lisboa, e como não era digital, solicitou um biométrico. Contudo, hoje, a nossa fonte duvida das palavras do Encarregado de Negócios. No que diz respeito à emissão de um novo passaporte, diz, "nenhum problema se punha. Era um cidadão como outro qualquer para o sr cônsul, o que hoje duvido"... Porém, em Novembro e com o "assalto" ao quartel dos para-comandos no dia 21 de Outubro, a embaixadora Zinha Vaz regressa de férias, e foi-lhe informada que o Pansau Intchama havia entrado na Guiné-Bissau com um passaporte emitido pela embaixada da Guiné-Bissau na Gâmbia. Mais, o passaporte tinha sido assinada pela própria embaixadora... ainda que ausente de Banjul. Contactado pelo DC a embaixadora Zinha Vaz recusou-se a comentar este e qualquer outro assunto que tivesse que ver com a representação diplomática. Para já, aguarda apenas que lhe sejam criadas as condições para o seu regresso a casa. Ainda assim, as autoridades acusaram a embaixadora Zinha Vaz, que é irmã do ministro da Presidência, Fernando Vaz, de estar a par do contra-golpe tendo dado por fim a sua comissão na Gâmbia.

As autoridades gambianas, entretanto, já responderam positivamente sobre as credenciais do novo Embaixador. Trata-se de Idrissa Djalo, que até depois do golpe de 12 de abril era protocolo do EMGFA, e que casou esta semana com uma Irmã do general Antonio Indjai. O general tem pelo menos quatro filhos menores e duas irmãs a viverem em Banjul, com carros levados pelo próprio Idrissa no passado mês de outubro só para levar os seus filhos à escola - moram todos perto da casa do Daiana, na zona de Koutu. A vivenda é alugada e os guardas da residência são todos militares guineenses - depois do golpe de 12 de Abril, muitos deles regressaram para Bissau.

Uma investigação do ditadura do consenso conseguiu chegar mais além... Afinal, quem deu cobertura total a Pansau Intchama na Gâmbia foi Daina-Bam-Na porque era o único que conhecia o capitão. Mas há mais, por exemplo, há dois indivíduos que participaram nos assaltos e nos assassinatos de felupes a 21 de outubro...e estão agora na Gâmbia fazendo guarda em casa dos muitos filhos do António Indjai, em Banjul. Foram, por assim dizer, salvaguardados pelo poder militar de Bissau. A nossa fonte confirma e adianta que, por não existir um acordo de extradição entre os dois países, Banjul tornou-se no refúgio dos criminosos que fogem da Guiné-Bissau.

O Daiana Bam-Na, é um cidadão guineense que nasceu em Bidas, sector de Bula, Região de Cacheu. Gaba-se de ter ingressado na luta armada e que frequentou vários internatos das Zonas Libertadas desde 1972. Transferido para o Consulado da Guiné-Bissau na Gâmbia em 1982, para exercer as funçoes de Rádio Telegrafista e Técnico Criptográfico, por lá foi ficando. Está lá há 31 anos... Após a guerra civil de 7 de Junho, assume, sem nomeação alguma, o lugar de Encarregado dos Assuntos Consulares. Pelos "serviços prestados" e por ser militante do PRS, com a vitória desta formação política em 2000, é nomeado 3º secretário e logo em 2001 passa a 1º Secretário sem nunca ter sido 2º secretário - na carreira diplomática exige-se pelo menos quatro anos em cada categoria.

Durante anos, depois da promoção do Consulado para Embaixada, em 2000, a sua vida foi a venda de passaportes a cidadãos libaneses, chineses entre outros. Tinha grandes ligações com as forças armadas e a segurança nacional. Contudo, apurou o DC, já no tempo da embaixadora Munira Jauad, várias ordes de serviço indicavam para o regresso de Daiana a Bissau. Mas, claro, houve sempre a resistência do Estado-Maior General das Forças Armadas. Até que, com a chegada da embaixadora Zinha Vaz, esta consegue fazer entrar três novos funcionários. Então, o próprio Estado Maior volta a fazer finca pé para que Daiana não saísse da Gâmbia, fazendo de seguida uma proposta para a nomeação deste para o cargo de Adido de Defesa.

No inicio das funções da embaixadora Zinha Vaz, foi elaborado um termo de referência para a função de cada funcionário, tendo automaticamente excluido Daiana da confecção de passaportes. Foi nomeado um novo Encarregado de Assuntos consulares, enviado pelo ministério guineense dos Negócios Estrangeiros. Mesmo assim, e até hoje, Daiana acumula as duas funçoes, a de 1º Secretário e de Adido de Defesa e por ser pessoa de confiança de António Indjai e do ministro dos Negócios Estrangeiros, Faustino Imbali, de algum tempo a esta parte é ele o único interlocutor com os golpistas de Bissau.

Há vários exemplos - o caso do Bubo Na Tchuto e de todos os militares que fugiram com ele para Banjul, continuam, na sua maioria a residir em Gâmbia, meticulosamente organizados pelo Daiana. Nos casos do Zamora Induta e do Fernando Gomes, que saíram de Bissau para Banjul sob escolta da União Europeia, Daiana enviou como sempre informações distorcidas e contraditórias ao general Indjai. No caso do Pansau Intchama, Daiana chegou mesmo a dizer que este tinha de regressar a Bissau, por ser "pessoa de confiança do General e uma peça fundamental nos processos crimes contra os malogrados Nino Vieira, Baciro Dabó e Helder Proença".

Daiana tem garantido a várias pessoas que Isabel Romano Vieira, viuva de Nino Vieira, vai regressar a Bissau para uma missa pela alma do Nino, e que o general até já a contactou, a pedido do sobrinho desta, Helder Romano, que é director-geral de Viação. Já no caso do Antero João Correia, que conseguiu chegar a Banjul em Outubro de 2012 e depois seguiu para Lisboa, por ser seu amigo pessoal, o general Indjai foi aos arames quando soube. Chegou a ligar ao Daiana, insultando-o, dizendo que ele é que deveria ser promovido a Embaixador com a saida da Zinha Vaz, mas que uma vez que apoiou a fuga do Antero seria punido... Tudo show-off, como se pode ver. António Aly Silva

Esperar para ver


sábado, 6 de setembro de 2014

DROGA: Papis Djeme é o primeiro condenado, e vai passar mais de 6 anos na cadeia


Papis Djeme, ex-assessor do almirante Bubo Na Tchuto, foi condenado a 6 anos de cadeia pelo seu papel no tráfico de drogas para os Estados Unidos. Papis passou já 17 meses na prisão, antes de ouvir o juíz distrital Richard Berman, pronunciar a sentença em Nova Iorque.

Os seus advogados queriam um período de tempo de serviço, dizendo que ele desempenhou um papel limitado numa conspiração para importar centenas de quilos de cocaína para os Estados Unidos, e foi apenas seguindo ordens do seu chefe, Bubo Na Tchuto, igualmente detido na mesma operação em águas internacionais.

Berman disse que “seguir ordens não é uma defesa de um crime grave“, e impôs uma pena para além dos três a cinco anos de prisão que um promotor na audiência disse que seria apropriado. "Estou muito arrependido pelo que fiz aos Estados Unidos”, disse Djeme no tribunal de Nova Iorque.

Djeme, de 31 anos, era um dos dois assessores de Na Tchuto, que se declarou culpado de acusações de narcóticos da conspiração em abril e o primeiro a ser condenado. Tchami Yala, outro detido, deve ouvir a sua sentença no próximo dia 17 de Novembro.

Quanto ao almirante Bubo Na Tchuto, de 64 anos, nenhuma data de condenação pública foi prevista, mas tudo indica que será o ultimo a ser condenado, até por ser o cabecilha principal. AAS

ÉBOLA: ONU promove formação sobre doença


As Nações Unidas organizam hoje e no domingo uma formação para formadores sobre o vírus Ébola juntando cerca de 35 técnicos de saúde guineenses e de outros países da África Ocidental numa ação ministrada por especialistas da universidade John Hopkins.

Falando na abertura da formação, o novo representante do secretário-geral das Nações Unidas na Guiné-Bissau, o ex-presidente de São-Tomé e Príncipe Miguel Trovoada, considerou ser "fundamental capacitar" os técnicos nos domínios da gestão e prevenção do vírus Ébola.mA doença ainda não chegou à Guiné-Bissau, mas Miguel Trovoada quer que os técnicos estejam preparados. Lusa

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

PESCAS: UE diz-se "preocupada" com falta de fiscalização

A Zona Económica Exclusiva da Guiné-Bissau está sem fiscalização nas pescas. A União Europeia já mostrou preocupação. Bruxelas manifestoou hoje preocupação com a falta de fiscalização de atividade de pesca na Zona Económica Exclusiva da Guiné-Bissau, um facto reconhecido pelo secretário de Estado das Pescas, Ildefonso de Barros.

A União Europeia é uma das principais parceiras no setor das pescas da Guiné-Bissau e esta semana enviou uma equipa técnica para avaliar as medidas em curso para a fiscalização no setor.

De forma ainda preliminar a missão, chefiada por Louize Hill, da direção-geral do Mar na Comissão Europeia, concluiu que a fiscalização é deficitária. “Há uma falta de controlo da pesca nas águas nacionais (da Guiné-Bissau), a União Europeia nas conversações que tem com as autoridades, fez uma avaliação onde constatou que há muito trabalho para fazer”, destacou Louize Hill.

O secretário de Estado das Pescas da Guiné-Bissau, Ildefonso de Barros também reconheceu que nos últimos anos, sobretudo durante o período em que o país foi dirigido por um Governo de transição, a fiscalização praticamente deixou de existir.

O responsável admitiu que a Guiné-Bissau quase deixou de ter a sua frota de controlo da atividade de pesca ilegal, não regulamentada ou pesca não declarada.

“A missão veio avaliar, no fundo, todo o nosso sistema de controlo e fiscalização da atividade de pesca, os registos dos navios, a forma como controlamos a emissão de licenças e o esforço de pesca na nossa ZEE”, notou Ildefonso de Barros.

O relatório final sobre a avaliação da União Europeia deve ser conhecido após o regresso da equipa, mas Louize Hill destacou que já foram transmitidas “algumas recomendações” às autoridades guineenses sobre o que é preciso corrigir. Medidas devem ser tomadas ao nível da emissão de licenças, retoma da fiscalização, registo de navios e ainda no domínio da legislação do setor, disse o secretário de Estado das Pescas guineense.

Totalizando mais de 60 navios, a União Europeia (Espanha, França, Grécia, Itália e Portugal) tem um acordo de pesca com a Guiné-Bissau em vigor desde 1980, mas na sequência do golpe de Estado militar de abril de 2012 os barcos europeus deixaram de pescar nas águas guineenses. O secretário de Estado das Pescas disse acreditar que brevemente os navios europeus voltaram a pescar na ZEE guineense. Lusa

URGENTE: Recém formados não conseguem abandonar a ilha


"Situaçao dos graduados Guineenses em Cuba

Em nome de todos os estudantes Guineenses recém graduados em diferentes especialidades em Tecnología da Saúde em Cuba, viemos por este meio a informar ao governo sobre a nossa situação de regreso a Guiné-Bissau, é a seguinte:

Os recém graduados no total de 18 estudantes levam mais de 2 meses sem ter posibilidade de regresar ao pais natal e enfrentam grandes dificuldades devido que a embaxada Guineense em Cuba é incapaz de resolver.

A maioria dos familiares resolveram comprar as passagens que resulta um outro problema de visto com a embaxada de Espanha em Cuba, neste sentido pedimos ajuda do governo da Guiné-Bissau especialmente do Ministério dos Negocios Extrangeiros que faça o possivel necessario.


1-Abimite Tomé Cá --------------------- Lic. Imaginología e Radiofísica Médica
2-Augusto Dionisio Sousa Almeida---Lic. Engenheiria Clínica (Electromedicina)
3-Babagale Camará----------------------Lic. Administração de Saude
4-Bimtchoga Cabi------------------------Lic. Nutrição
5-Bruno Manuel Mesa D’Almeida----Lic.Prótese Estomatológica
6-Elisangela Alfredo Da Silva----------Lic. Nutrição
7-Elizaida Correia------------------------Lic. Bioanálise Clínico
8-Floriano Omar-------------------------Lic. Administração de Saúde
9-Indira Justina dos Santos Néves---Lic. Gestão de Informação da Saúde
10-Leticia Caempa----------------------Lic. Prótese Estomatologica
11-Luciclí Sousa Cordeiro-------------Lic. Higiéne e Hepidemología
12-Québa Embaló----------------------Lic. Imagenología e Radiofísica Médica
13-Rasula Mariama do Carmo Sissé—Lic. Imagenología e Radiofísica Médica
14-Serifo Adulai Bá---------------------Lic. Engenheiria Clínica(Electromedicina)
15-Silénio
16-Suaila Mendonça------------------Medicina
17-Sundiata Iaia Seidi-----------------Lic. Bioanálise Clínico
18-Usumane Djáu----------------------Lic. Bioanálise Clínico


Responsavel: Graduados Guineeenses em Cuba.


--
Baldé Amadú
Estudiante Ingeniería Informática
Universidad Pinar del Rio
Calle Martí Final # 270, Frente Hotel Pinar
Pinar del Rio,Cuba"

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

OPINIÃO/100 dias de Governo: Desilusão


Meu caro irmão, António Aly Silva,

CUMPRIMENTO E SAUDO A SUA CORAGEM E DETERMINAÇAO NA LUTA PELAS LIBERDADES NA GUINE-BISSAU, SERVINDO-SE DO SEU/NOSSO BLOG DITADURA DO CONSENSO, QUER INFORMANDO QUER QUER DENUNCIANDO OS MAIS DIVERSOS MALES QUE FORAM SENDO PRATICADOS NA GUINÉ-BISSAU, SOBRETUDO, DESDE O GOLPE DE ESTADO MILITAR DE 12 DE ABRIL DE 2012. O POVO GUINEENSE LHE AGRADECE ETERNAMENTE.

UM GRANDE ABRAÇO PARA TI.

"DESILUSÃO DO POVO GUINEENSE COM AS NOVAS AUTORIDADES ELEITAS DA GUINÉ-BISSAU

Apos quase três meses de funcionamento das novas autoridades eleitas da Guiné-Bissau, surgiram os primeiros sinais de preocupações no respeitante às expectativas do povo, que almeja uma verdadeira mudança terra de Cabral, não só na forma de governar e dirigir o país, mas, sobretudo, na sua relação com o poder militar. O povo guineense exprimiu a sua revolta silenciosa perante os militares e civis golpistas, infligindo uma derrota eleitoral estrondosa ao candidato do General António Indjai, Nuno Nabiam, e elegendo o JOMAV, do PAIGC para o cargo de Chefe de Estado guineense.

Mas, antes, o heroico povo guineense tinha já castigado os partidos políticos golpistas nas legislativas 2014, ao atribuir ao PAIGC uma vitória eleitoral com maioria absoluta no parlamento, só superada, na história eleitoral guineense, pela maioria qualificada do PAIGC obtida nas eleições de 2008.

Ou seja, a maioria silenciosa castigou os autores e mentores do golpe de Estado de 12 de Abril, através do seu voto na urna. Isto, apesar de toda a violência e intimidação exercidas pelos homens das fardas sob a orientação do General Indjai.

Entretanto, apesar de o povo ter votado massivamente para dar vitória total e absoluta ao PAIGC, nas legislativas e presidenciais, tendo com isso deixado uma mensagem clara de desejo de mudanças que conduzam a uma rutura com o passado recente na vida politica e militar do país, já se vislumbram os primeiros sinais de desilusão perante as primeiras ações políticas do Primeiro-ministro e do Presidente da República eleitos e em funções. Desde logo:

1ª Desilusão - no discurso de posse do Presidente JOMAV, ele considerou ser a pobreza o principal problema da Guiné-Bissau. Seria verdade, se não fosse desmentido pela realidade dos factos no nosso país. Ou seja, nenhum Governo pode combater eficazmente a pobreza se há uma estrutura armada de Estado que impede o seu normal funcionamento com liberdade e independência. Significa dizer que o Presidente JOMAV evitou deliberadamente tocar com o dedo na ferida ao ignorar que o principal fator de instabilidade politica e social no nosso país são os militares que jamais aceitaram se submeter ao poder politico civil eleito.

2ª Desilusão – o Presidente JOMAV no lugar de, em concertação com o Primeiro-ministro, assegurar a reforma profunda nas Forças Armadas, para tal se torna premente a substituição das atuais chefias militares, a começar pelo Chefe de Estado-maior General, António Indjai, optou avançar com uma decisão um pouco estranha, relativa a composição multiétnica do Batalhão da Presidência. Esta decisão pode dar em nada, bastando para tal que o General Indjai não mostre interesse nisso. E tudo leva a crer que ele não se interessará pela ideia e provavelmente nada fará para a sua concretização por entender que a medida visa os balantas largamente maioritários nas FARP.

Na nossa opinião, esta questão de equilíbrio étnico nas Forças Armadas tem de ser visto num quadro mais amplo, incluindo a totalidade das Forças Armadas (portanto, a nível nacional). E essa reforma profunda só será factível se houver novos protagonistas a nível das Chefias militares, com a substituição imediata do atual CEMGFA, António Indjai.

3ª Desilusão – na composição do Governo, mesmo compreendendo o espirito conciliador do PM, não se compreende a inclusão de pessoas que ativamente participaram no Golpe de Estado de 12 de Abril, bem como da inclusão de partidos sem representação parlamentar. Em nossa opinião, o dito Governo de inclusão deveria apenas considerar os partidos políticos com representação parlamentar, incluindo o maior partido da oposição (PRS).

4ª Desilusão – toda a gente sabe que uma das consequências mais nefastas do golpe de Estado militar de 12 de Abril foi o aumento da clivagem no seio da sociedade guineense, em que, por um lado, temos todos aqueles que se manifestaram contrários a tal Ação criminosa e anticonstitucional e do outro, temos aqueles que estiveram ao lado dos militares golpistas e tomaram parte no Governo Golpista de Transição. Ora, as novas autoridades eleitas na Guiné-Bissau não podem ignorar que este problema existe, inclusive, que muitos guineenses foram forçados ao exilio politico no estrangeiro por conta do referido golpe militar.

É um problema que tem de ser resolvido, sob pena de cheirar a esturro a tao propalada reconciliação nacional. É evidente para todos que um país que tem alguns dos seus cidadãos exilados por razões políticas não pode considerar-se reconciliado nem democrático. Aliás, o exilio politica só é compatível com regimes autoritários e despóticos e nunca democráticos.

Esta é uma chamada de atenção às novas autoridades eleitas da Guiné-Bissau sobre aspetos fundamentais da vida politica e social do nosso país que não devem ignorar. Devem agir para não defraudar as expectativas do povo que os elegeu. Mudanças já no poder castrense.

Tenho dito e até amanhã, camaradas.

Silvério Costa Mendes (Dakar)"