terça-feira, 22 de julho de 2014

O EDITOR DO DITADURA DO CONSENSO DIZ NÃO À ENTRADA DA GUINÉ-EQUATORIAL NA CPLP! AAS

DSP: "Regresso do país à CPLP demonstra solidariedade dos Estados-membros"


O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, afirmou hoje que o regresso do país à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) é uma demonstração de solidariedade dos Estados-membros da organização.

Domingos Simões Pereira falava aos jornalistas pouco depois de ter aterrado no aeroporto Nicolau Lobato, em Díli, num avião de uma companhia aérea indonésia que também transportou o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho.
É uma "demonstração de solidariedade o facto de os países da CPLP nos acolherem de volta e vamos tentar corresponder através das discussões que vão certamente acontecer", afirmou.

O primeiro-ministro da Guiné-Bissau participa na quarta-feira na X Cimeira de chefes de Estado e de Governo da CPLP, que vai ficar marcada pelo regresso daquele país à organização, depois de ter sido suspenso por causa do golpe de Estado de 2012, e pela possível entrada da Guiné Equatorial como membro de pleno direito.

"Queria expressar a minha enorme satisfação por estar de volta a Timor-Leste e queria dar os parabéns ao povo e Governo de Timor-Leste por se ter vestido de gala para mais este encontro da CPLP", disse Domingos Simões Pereira.
O chefe do executivo guineense afirmou também esperar que durante o encontro de quarta-feira a CPLP saiba "pavimentar o percurso para os grandes desafios" que a organização vai enfrentar.

Além de Domingos Simões Pereira, aterraram hoje no aeroporto Nicolau Lobato os presidentes de Portugal, Aníbal Cavaco Silva, de Moçambique, Armando Guebuza, de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca e o vice-Presidente de Angola, Manuel Vicente. O Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema, deverá aterrar em Díli cerca das 17:00 locais (09:00 em Lisboa), segundo as autoridades timorenses. Integram a CPLP Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. Lusa

FUSÃO/SIDÓ: "Ao amigo 'Ticha'. Teu combate é nosso, teu patriotismo está ileso e teu jornalismo sem falhas. Estamos juntos. Praia, Cabo Verde. Sidó"




Obrigado, mais velho. Um abraço,
Aly

segunda-feira, 21 de julho de 2014

CHOCANTE: Hospital Simão Mendes, Bissau, século XXI




COMO SOFRE O POVO DO MEU PAÍS: Três crianças numa cama, com os pés de fora, garrafas de soro penduradas em paus atados à cama... Fidju di Guiné foronta:

"Bentu fresku, na nha kaminhada
Sigridan Seku, kombersa camarada
Kaminhu kun na pensa, des povo kansado
Ku misti diskansa, pa fassil santadu"

Mama Djombo, Dus Passo

OPINIÃO: Sentimento de optimismo, mas...


Hoje, apesar de algumas desilusões geradas à volta de algumas figuras non gratas do actual elenco governativo, vive-se um sentimento generalizado de optimismo, senão de euforia no seio da sociedade guineense, em particular, relativamente à figura do Presidente da Republica e as expectativas criadas à volta do potencial de desempenho do futuro do Chefe do Governo.

Não seria para menos, dado que, Bissau voltou a estar na moda, certo, a custa de muitos sacrificios. Bissau voltou à agenda internacional, pela porta da legitimidade e do respeito, estatuto pelo qual, sempre o seu povo pugnou e lutou estoicamente. Sinais encorajadoras de abertura estão sendo dadas nos varios quadrantes da vida socio-politica nacional, marcando, a retoma do pais ao estatuto de Estado democratico. E bom, é bonito ser legitimo, é bom e reconfortante ser digno da sua representatividade. São bons todos esses sinais..., evidentemente gratificantes, para o povo e para o pais !

Contudo, também é bom aprimorar a nossa faustosa euforia, reconhecendo de que, esses bons sinais, so por isso não bastam para solucionar a enormidade dos problemas que submergem um pais exanque como o nosso, mercê de uma herança catastrofica deixada por um regime de irresponsaveis, orientados por padrões anormais de governabilidade cujas acções sobre o bem publico, foram particularmente pautadas pela incuria e actos de dilinquência primaria, principalmente por parte das figuras mais proeminentes do regime de transição vivida no pais.

Julgo, que devemos ser moderadamente ponderados na nossa legitima euforia. Digo isso, pois hoje, sem citar nomes, constactamos estupefactos, que algumas proeminentes figuras do regime de transição, principais responsaveis pelo estado calamitoso actual do pais, foram paradoxalmente recompensados pelos seus desvairios de ma governação, sendo reintegrados na estructura do novo governo legitimamente eleito – sera que o crime compensa ?!... Na verdade, trata-se de uma realidade chocante, um autêntico não senso que roça à provocação à vontade popular, caso nos atardemos sobre os racios de comportamento delinquentes dessas figuras da transição-golpista, hoje recicladas para servirem num governo democraticamente sufragado.

Sem querer ser maso-pessimista, é minha convicção, de que, mesmo com todos esses sinais de boa fortuna para o pais, eles arriscam-se a ser infimos e com impacto efémero sobre as inumeras questões de emergência nacional, caso essas valências conjunturais, não sejam orientadas para um ciclo de perenidade que proporcione resultados estruturalmente equitativos em todo o tecido nacional. Isso passa igualmente, pela credibilização, quer dos elementos institucionais, mas também, senão principalmente pelas "pessoas/figuras" que aportam a sustentabilidade desse desafio de interesse nacional que não se deve resumir a um jogo de xadrez geopartidario ou geopolitico, como é o caso em presença. Não sendo a questão ponderada dentro dessas premissas, num curto espaço de tempo, inevitavelmente seremos condenados a voltar ao âmago da desilusão e, irremediavelmente cairemos no ciclo do "bota à baixo", lema da sociedade retrocratica dos "krakris".

Por isso, impõe-se ao novo poder democratico emergente, um "alinhamento" com os verdadeiros valores da res publica assente na inevitavel responsabilização dos actos dos servidores do Estado no que toca a gestão da coisa publica, começando pela responsabilização dos servidores do regime cessante, assim como na balização da conduta e responsabilização dos que presentemente se perfilham para a legislatura em curso. E necessario, senão imperioso esse exercicio de cidadania governativa, por forma a aquilitarmos, em cada instância e em cada ciclo de governação do Estado, sobre : "quem", "como", "quando" e "porquê" de tal ou tal situação que se vive na Guiné-Bissau, seja ela presente ou passado.

É ppreciso fazer esse exercicio, sem medos, sem fantasmas ou "rabu di padja". E preciso assacar as responsabilidades de cada um e de cada qual, em cada momento da nossa historia, para que, o pais se possa encarar a si mesmo, se rever nos seus cidadãos e dar novo alento aos ventos de esperança que teimam a soprar nos horizontes do Geba. Não fazer isso, é tentar tapar o sol com a peneira, é atirar areia aos olhos dos nossos concidadãos, é pactuar com a irresponsabilidade e o comodismo tipicamente guineense do "djitu ka tem", "i coitadi dissal", "n'purdal" ou mesmo "n'portam la".

Entretanto, ao "day after" da transição-golpistas, para além deste desafio de "consciência governativa" que se impõe ao novo poder eleito, varios outros assuntos, quiça alguns, de maior acuidado aguardam igualmente soluções por parte dos guineenses ciosos de respostas aos seus ensejos.

Esperam aos novos governantes, desafios enormes e espinhosos. Perante isso, é bom não se acovardarem, tentando furtar-se aos desafios, fingindo ignorar os encolhos que lhe aguardam desafiadoramente ao virar da pagina da retoma democratica. A abordagem dessa confrontação, deve ser assumido de forma corajosa, pragmatica e com a actualidade que se impõe a sua resolução.

Deixando de ser evasivo, falo concrectamente das mudanças no seio da hierarquia militar, principalmente a substituição, necessaria e imperiosa, dos Chefes dos Ramos das Forças Armadas guineenses : a fonte, o principio e o cerne de todos os problemas da Guiné-Bissau.

Infelizmente, ao que parece, até a presente data, apesar da retoma constitucional, teima-se em fazer tabu sobre esse incomodativo "assunto". O novo poder não muge sobre o "assunto" e, mesmo a sociedade civil, activa e presente nos assuntos nacionais, parece ter caido no canto da sereia da aparente submissão dos militares ao poder politico depois das eleições, deixando por esse encanto... a carroça andar até se estatelar abrupta e brutalmente. E infelizmente assim que, num cenario de "sukundi-sukundi", uns fingem que o "assunto" não existe, outros assobiam para o lado evitando tocar ou incomodar-se com o "assunto", ha-os que varrem diplomaticamente o "assunto" para o canto da sala, pensando que com o tempo, passa o fedor e vem a acalmia.

Para mal dos nossos pecados, tudo é, pura mentira, simples ilusão..., o "assunto" esta la e, la continuara. Estara em latência letal ? Em hibernação reactiva ??... Não se sabe... Mas, so se sabera, se alguém tiver a coragem de tocar no "assunto"...nesse caso, todos preferem conviver com o "assunto", assobiando para o lado, com o nariz tapado.

Grupo de Reflexão, "Fongol – Pensar e agir em prol do bem comum".

AMADORISMO: Peripécias várias ditaram derrota na CAN


A Guiné-Bissau perdeu frente à seleção de futebol do Botswana por 2-0, na primeira mão da segunda eliminatória de qualificação para a Taça das Nações Africanas de 2015 (CAN2015), em Gaberone. Os dois golos da seleção do Botswana foram marcados pelo médio Lemponye Tshireletso.

Fonte do Governo guineense afirmou que o encontro foi antecedido de "muitas peripécias", com oito jogadores guineenses a serem impedidos de participar no jogo devido a "irregularidades" invocadas pelas autoridades do Botswana. "Vamos aguardar pela chegada da delegação para apurar responsabilidades", acrescentou a mesma fonte.

Zézinho, considerado a estrela da seleção orientada por Paulo Torres, foi um dos jogadores impedidos de passar na fronteira do Gana. De acordo com a mesma fonte governamental, em causa está o facto de alguns jogadores não terem visto para entrar no Botswana e de outros por viajarem com passaporte português, uma vez que detêm dupla nacionalidade.

OPINIÃO: "Guiné-Bissau, a última oportunidade"


LUÍS NASCIMENTO
Fonte: Público

Um novo poder apoiado pela comunidade internacional será capaz de lidar com maior pragmatismo e, sobretudo, incutir confiança.

É muito frequente considerar-se a Guiné-Bissau um Estado falhado, à deriva, dominado pelo crime organizado.

Todos os indicadores o demonstram na última década. Está muito próximo desse “estatuto”. Não há presença da Administração estatal eficaz em praticamente nenhum sector da vida nacional. Existem serviços quase todos eles dominados por uma corrupção generalizada e ostensiva, que salta à vista de toda a gente. O Estado não consegue cobrar impostos. As actividades económicas desenrolam-se num autêntico maná de economias paralela, sem taxação, sem controlo de segurança e qualidade.

Alguns destes sectores alimentam-se do caos. Há uma transversalidade do caos.

A Guiné-Bissau foi engolida por problemas de crime organizado, tráfico de drogas, tráfico de seres humanos, o desmatamento, a pesca ilegal, que esgotou os seus recursos naturais. O Porto de Bissau está cheio de contentores carregados de madeiras preciosas que sem destinatários oficiais... alguns governadores provinciais (reconhecidamente corajosos…), denunciam todos os dias estas situações nas páginas dos jornais. Mas não há polícia, guarda-fiscal, exercito, com vontade de parar estes desmandos. Tudo na mais absoluta impunidade. Os tribunais não funcionam, o Ministério Publico tem centenas de processos, sobre crimes graves, incluindo espancamentos de políticos, que estão fechados na gaveta e provavelmente nunca verão a luz do dia.

Há uma sensação de impunidade sobre os militares, umas forças armadas descontroladas, mal alimentadas, mal pagas, sem dinheiro para uniformes, para equipamentos. Ao mesmo tempo há um generalato e almirantado completamente inúteis, desproporcionado em número, que exibe orgulhosamente galões e estrelas brilhantes, e com um poder avassalador. Gente muito “sensível” e orgulhosa.

Desde a guerra civil de 7 de Junho de 1998, que a Guiné Bissau conheceu vários golpes de Estado sangrentos, intentonas, assassinatos consumados de chefes militares, de um Presidente Eleito, tentativa de assassinato de um Primeiro-Ministro no golpe de Abril de 2012.

Nas eleições gerais de Abril e Maio, os eleitores mostraram um cartão vermelho a estes ditadores: querem mudar e querem fazer parte dessa mudança. A grande afluência às urnas em todo o País foi a confirmação de que os guineenses, nas cidades, nas tabancas, na diáspora, querem ser parte de uma transformação radical do actual “status quo”. Os comícios de campanha eleitoral foram marcados pelo civismo. Deve haver poucos lugares no mundo, onde os dois candidatos rivais escolhem para fecho de uma campanha na segunda volta das presidenciais, a mesma praça central de Bissau, em festa, sem discursos inflamados, com os dois campos de apoiantes a trocarem abraços, cumprimentos, entre si.

Fui testemunha privilegiada disso em serviço de reportagem, nos contactos pessoais.

E verifica-se que a generalidade dos guineenses sabe bem que escolhas há a fazer, neste regresso à Ordem Constitucional e no elenco de prioridades, que se podiam encaixar num autêntico programa de emergência nacional.

Não há medicamentos nem alimentos para os doentes internados nos hospitais, o abastecimento de energia electrica é caótico, a capital, Bissau, está quase toda às escuras, não obstante os seus residentes pagarem para ter “saldo”, um pré-carregamento de electricidade. Prolifera a poluição do ar por todo o lado, já que a alternativa à electricidade da rede pública, são os milhares de geradores a gasóleo, que não chegam à maioria dos residentes, mas são o motor do funcionamento de estabelecimentos comerciais, hotéis, edifícios públicos, etc.

Tudo isto encarece a prestação de serviços e bens essenciais.

Bissau é uma cidade cara, alguém me dizia que em “certa medida não anda muito longe do Dubai…”

Os produtores de fruta, deslocam-se do interior para os centros urbanos, para comercializarem os seus produtos, e no tajecto são “portajados” várias vezes por supostos fiscais, tornando a vida insuportável a muitos deles, e tudo inflacionando.

O abastecimento de água é igualmente muito irregular, obrigando muitos guineenses a percorrerem longas distâncias com bidões às costas, para poderem cozinhar e matar a sede. As condições higio-sanitárias são preocupantes, não há recolha de lixo, a alternativa são as queimadas um pouco por toda a cidade. Os esgotos a céu aberto são um autêntico viveiro de mosquitos e de muitas outras coisas insalubres, num país com um clima tropical quente e húmido, onde seres humanos, em especial as crianças e animais, “partilham” uma água pestilenta, perigosa, indutora de doenças como a cólera e a malaria.

sábado, 19 de julho de 2014

CAN 2015: Guiné-Bissau perdeu hoje frente à seleção de futebol do Botswana por 2-0, na primeira mão da segunda eliminatória de qualificação para a Taça das Nações Africanas de 2015 (CAN2015), em Gaberone. AAS

OPINIÃO: A isto chamamos escola


Estas imagens demonstram, em parte, o tamanho dos desafios que a sociedade civil, e sobretudo, as novas autoridades têm pela frente. Num momento em que se fala da educação como uma das prioridades da nova governação democrática, trago ao conhecimento público estas “tristes” imagens que expressam o estado de “arte” da educação na Guiné-Bissau.
Na aldeia de Kamquébu situada no sector de Mansabá, região de Oio, um pouco mais de 100 crianças frequentam diariamente esta “escola” que vemos nas imagens, e assim, nessas condições desumanas, elas vão-se preparando para amanhã se tornarem em homens e mulheres escolarizados, formados e preparados para os desafios de desenvolvimento.



O mais caricato de toda esta realidade, é que, alguns metros mais a frente, podem-se ver troncos de madeira (pau de sangue) espalhados, um pouco por todo o lado, a espera de serem transportados para Bissau e daqui para a China. São troncos de árvores subtraídos das florestas que pertencem também ao território da aldeia de Kanquébu, madeira essa que tanta falta faz para a confecção de portas, carteiras, mesas e quadros de que carece a escola. E retomando o nosso caricato cenário, só falta dizer que todo esse negócio passa-se nas barbas das autoridades e num contexto de total desrespeito pelas palavras do Presidente da República e do 1º Ministro que haviam ambos, e a viva voz, interditado toda a exportação de madeira

A decisão mais sábia que se podia tomar neste momento, era, ordenar a confiscação de toda essa madeira e mandar confeccionar carteiras, portas, janelas, mesas, armários e quadros para as escolas das respectivas regiões onde essas florestas estão sendo devastadas.
A população, de certeza que aplaudiria a decisão, as crianças e as famílias, essas sim, sentir-se-iam orgulhosas dos seus dirigentes.

H. A."

sexta-feira, 18 de julho de 2014

DECRETO PRESIDENCIAL: O vice-Chefe do Estado-maior do Exército, Biague Na Ntan, foi nomeado para exercer as funções de Chefe da Casa Militar da Presidência da República da Guiné-Bissau, atravês de um decreto presidencial. Outro decreto nomeia Marciano Silva Barbeiro (director da campanha do actual PR) chefe da Casa Civil da Presidência da República. AAS

CASTANHA DE CAJU: Foram exportadas numa semana 70 mil toneladas


A Guiné-Bissau já exportou cerca de 70 mil toneladas da castanha de caju uma semana depois de o governo ter decidido priorizar o embarque do produto no porto de Bissau, disse hoje o ministro do Comércio, Serifo Embaló.

Na semana passada, o novo governo guineense decidiu priorizar o embarque da castanha (principal produto de exportação da Guiné-Bissau) no porto de Bissau em detrimento da madeira e o resultado "está no aumento do envio da castanha", observou Embaló.

De acordo com o novo ministro do Comércio guineense, já foram vendidas para o mercado indiano (principal comprador do caju da Guiné-Bissau) cerca de 80 por cento do total a ser exportado este ano. "Neste momento temos cerca de 56 mil toneladas da castanha nos armazéns à espera de serem exportadas", adiantou Serifo Embaló indicando que há navios a chegar ao porto de Bissau para virem buscar a castanha.

O governante lamentou, contudo, que "grande quantidade" da castanha teria sido vendida "no circuito clandestino",através da fronteira terrestre da Guiné-Bissau com o Senegal. Números ainda por confirmar indicam que cerca de 60 mil toneladas da castanha guineense teriam sido vendidas "clandestinamente" para o Senegal, observou Serifo Embaló

"Se esta quantidade toda tivesse passado pelo serviço normal, o Estado teria arrecadado mais receitas", defendeu o ministro, que promete combater a fuga ao fisco ao nível do Ministério do Comércio que coordena também o setor do artesanato.

ENTREVISTA COM MIGUEL TROVOADA: "Consolidação das instituições democráticas" é tarefa principal


FONTE: Deutsche Welle

Miguel Trovoada, recém-nomeado representante do secretário-geral da ONU na Guiné-Bissau, irá manter reuniões de trabalho em Nova Iorque, onde se desloca na primeira semana de agosto. E deverá chegar a Bissau poucos dias depois.
Em Nova Iorque, Trovoada terá consultas com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, de quem receberá indicações sobre a missão a desempenhar na Guiné-Bissau. Miguel Trovoada, de 78 anos de idade, sucede no cargo ao timorense José Ramos Horta, que permaneceu 18 meses em funções na Guiné-Bissau. Atualmente em Luanda, Angola, Miguel Trovoada afirma que a "consolidação das instituições democráticas" será a sua principal tarefa, adiantou em entrevista à DW África.


MIGUEL TROVOADA Antigo presidente de São Tomé vai ser o próximo representante do secretário geral da ONU na Guiné-Bissau

DW África: A missão é difícil, mas não impossível para um político e diplomata da sua estatura. Concorda?

Miguel Trovoada (MT): (risos) Não creio que isto seja em si o garante de algum sucesso. Tudo irá depender das condições que me forem oferecidas, dos meios que dispuser e também mesmo das circuntâncias da situação local. O país conheceu num passado recente momentos muito conturbados, que felizmente depois das eleições tudo indica que as coisas vão normalizar-se e que um novo capítulo vai ser aberto. Portanto, creio que a minha missão vai ser fundamentalmente acompanhar a Guiné-Bissau neste novo capítulo que é o da establização das instituições políticas, da sociedade civil e também do próprio ambiente político.

Espero poder contar com o concurso dos principais atores que são o povo guineense e as instituições democráticas e também com a comunidade internacional cujo apoio é imprescindível para poder ultrapassar alguns problemas que estão na base também parcialmente dos conflitos que a Guiné-Bissau tem conhecido até agora, que se prendem com a pobreza, com dificuldades do desenvolvimento e com a solução dos problemas básicos do quotidiano.

DW África: Será a continuação do processo iniciado com o seu antecessor José Ramos-Horta ou pensa introduzir novos impulsos?

MT: Creio que são momentos diferentes. O meu predecessor, o Dr. Ramos Horta, chegou a Bissau num momento em que tinha ocorrido um golpe de Estado, enfim toda uma série de situações muito difíceis e depois instalou-se um periodo de transição em que se foi preparando fundamentalmente a realização de eleições para voltar à normalidade.
O momento foi diferente, ele desempenhou um papel extraordinário,. Aliás, as eleições correram muito bem, num clima de paz e de tranquilidade, não houve problemas maiores na contestação dos resultados. Aliás algumas delas foram rápidamente ultrapassadas, o que demostra a maturidade também na classe política guineense e agora é o novo ciclo que começa. E aí fundamentalmente depois da estabilização da situação do clima político e institucional há que criar as bases para que a economia seja relançada para vermos se com o apoio da comunidade internacional, e também a garantia do investimento privado, quer nacional quer estrangeiro, se possa realmente criar as bases de crescimento económico e o desenvolvimento social. É esta nova fase que difere um pouco da anterior. No fundo, a ação da ONU e como da comunidade internacional situa-se na mesma lógica que é de agir no interesse do povo da Guiné-Bissau.

DW Africa: Como pensa que deverão ser as relações com as representações em Bissau da UA, CEDEAO, CPLP... Como será a articulação entre o representante especvial do secretário-geral da ONU e essas instituições e organizações?

MT: Todas essas instituições que considero todas como parceiras da Guiné-Bissau estão a trabalhar na mesma lógica, que é concorrer para o bem estar e progresso desse povo. Por conseguinte não vejo porque razão poderia haver conflitos de interesses. Porque o objetivo fundamental é estão ali no interesse do mesmo povo.
Creio que deverá haver uma maior coordenação, maior cooperação, maior concertação possível na programação de ações que possam levar realmente a Guiné-Bissau ao desenvolvimento. Não vejo incompatibilidade nenhuma. Cada qual sabe muito bem qual é a sua área de intervenção e o que é preciso para evitar a cacofonia, que haja uma concertação a fim que a complementaridade venha servir de maneira ótima à Guiné-Bissau. Deutsche Welle

OPINIÃO/FOSFATOS FARIM: Positivo, mas...


"Caro António Aly,

A exploração de fosfatos em Farim, parece algo positivo para a GB, se existir algum desenvolvimento associado e algum dinheiro entre nos cofres do estado para depois ser utilizado para melhorar a vida do povo da GB.

Mais importante que a exploração de Fosfatos é o governo da GB compreender que o povo da GB poderá ser autosuficiente em alimentação, se aos agricultores for fornecido os fertilizantes a preço competitivo que permita a sua compra e utilização.

A GB importa mais de 50% do arroz que consome, esse arroz poderá ser produzido todo na GB, se o Azoto, Fosforo e Potássio, fundamental para aumentar a produção por hectare, for fornecido a um preço competitivo.

De momento um hectare de arroz produz menos de 1000 kgs, se for utilizado um pouco de N,P e K, com o mesmo trabalho o agricultor poderia ter 3000 kgs/ha. Esse arroz já seria suficiente para alimentar a familia e criar um excedente para ir vender ao mercado.

Aonde quero chegar é que o contrato de exploração de Fosfatos deveria incluir para além de dinheiro, uma quantidade de adubo processado para ser vendido aos agricultores da GB a preço mais baixo, tornando-os competitivos e fixando os jovens na agricultura.

Com os melhores cumprimentos,

PM"

Trovoada quer que ONU reúna sinergias em prol da Guiné-Bissau


Miguel Trovoada, recém-nomeado representante do secretário-geral das Nações Unidas na Guiné-Bissau, apontou nesta quinta-feira à Lusa o objectivo de manter o papel desempenhado pela organização naquele país na congregação de sinergias e apoio às autoridades guineenses.

Actualmente em Luanda, Miguel Trovoada, antigo Presidente de São Tomé e Príncipe, referiu que na nova etapa da Guiné-Bissau o importante é "consolidar as instituições democráticas saídas das recentes eleições legislativas e presidenciais e estabilizar a vida política e social, para que haja condições de paz e de segurança, estabilidade para o relançamento da vida económica".

"Isto é que é o fundamental. Julgo que as Nações Unidas tiveram um papel importante, sobretudo neste período de transição, tiveram lá um representante permanente e é dar continuidade nesta nova etapa", sublinhou Miguel Trovoada.

O antigo secretário executivo da Comissão do Golfo da Guiné desloca-se a 05 de Agosto a Nova Iorque, onde vai manter um encontro sobre os termos da nova missão, em que vai trabalhar na Guiné-Bissau. "Aguardo que o presidente em exercício da comissão, que é o Presidente da Guiné Equatorial, organize a transição, para a posse de novos membros, e logo depois disso libertar-me-ei e seguirei para Nova Iorque", resumiu.

O anúncio da nomeação de Miguel Trovoada como representante especial do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para a Guiné-Bissau, foi divulgado quarta-feira em Nova Iorque. Miguel Trovoada, 78 anos, sucede no cargo ao timorense Ramos Horta, que permaneceu 18 meses na função.

A Guiné-Bissau conheceu depois da independência períodos conturbados, marcados por golpes de estado, tendo sido instaurado um período de transição após o último golpe de Estado em Abril de 2012. A fase de transição terminou agora, depois de realizadas eleições legislativas e presidenciais no país.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

FOSFATOS/FARIM: AG Mineral convencido da alta gama

A empresa GB Minerals, cotada na Bolsa de Toronto, dispõe no jazigo de fosfato de Farim, na Guiné-Bissau, de um minério de alta gama com teor de 36% P2O5 e um racio de menos 0,08. A 16 de julho, a companhia canadiana anunciou esta concentração do mineral que foi revelado pelos recentes testes de enriquecimento levado a cabo pela empresa KEMWorks Technology Inc, em parceria com a firma de engenharia Lycopodium Minerals Canada Ltd. « Estes importantes resultados em primeiro lugar demostram o potencial dos recursos minerais que apresentam um teor dos mais elevados jamais conhecidos em um projecto em fase embrionaria de valorização », comentou Luis da Silva, Presidente e CEO de GB Minerals.

Testes ulteriores virão consolidar os resultados actuais e permitirão à companhia de se focalizar sobre a determinação de «à grande escala fornecer um produto de primeira qualidade aos potenciais clientes», sublinha a mesma fonte.

Nos proximos meses, GB Minerals examinera estreitamente com um consultante em engenharia a reducção dos custos das imobilizações e de funcionamento para alcançar processos simplificados de tratamento desse mineral. O projecto de Farim, situado à noroeste da Guiné-Bissau, acolhe 64,6 Mt desses recursos avaliados à 29,11% P2O5. Esse projecto esta acente sobre um plano exploração mineira por um periodo de 25 anos com uma produção anual de 1Mt de concentrado de fosfato.

EUA convidam Guiné-Bissau para a cimeira USA-África


Os Estados Unidos enviaram convites de ultima hora ao Egipto e à Guiné-Bissau para participarem na cimeira USA-Africa prevista no mês proximo em Washington, apos num primeiro tempo ter descartado os dois paises por razões de golpes de estado.

O Egipto e a Guiné-Bissau foram recentemente reintegrados no seio da União Africana (UA), apos a retoma da ordem constitucional nesses dois paises que elegeram os seus novos dirigentes, segundo um responsavel americano. «O presidente (Barack) Obama convidou todos os Chefes de Estado e de Governo em bons termos com o governo dos Estados Unidos e a União Africana a participarem na cimeira USA-Africa», sublinhou Ned Price, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, indicando que num primeiro tempo, esses dois paises estavam suspensos da UA, por isso não tinham sido convidados.

Uma cinquentena de Chefes de Estados e de Governo africanos foram convidados por Barack Obama a cimeira dos Estados Unidos-Africa. Somente os dirigentes da Eritreia, do Sudão e do Zimbabwe não foram convidados a Casa Branca a essa cimeira que abordara, nomeadamente os temas da governância, da segurança e das futuras gerações. A cimeira sera precedida de um forum de empresarios americanos e africanos.

ESTUDO: Os 20 países mais instáveis do mundo (adivinhem quem não podia faltar?)


Está tudo AQUI

ABATE DE ÁRVORES: As imagens da destruição de árvores centenárias



Imagens: DR

DENÚNCIA/ABATE DE ÁRVORES EM BISSAU


"Meu Caro Aly,

Bom dia, antes de mais votos de bem estar e muitas felicidades. Vai em anexo o plano de distribuição de lotes de terreno do espaço que vai do Portão da Veterinária à oficina Pneucar em Bissau. É essa distribuição dos lotes de terrenos que está na base do abate das árvores de Bissilão com muitas dezenas de anos e com um papel ecológico-ambiental importantíssimo para a cidade de Bissau.




Como pode ver entre os interessados estão o ex-Ministro da Agricultura (golpista) Sr. Malam Mané, o Kaoussou Diombera (que distribuiu os carros do Projeto PRESAR aos seus amigos e comparsas, e que denunciado pelo DC) e o Malam Cassamá ex-Diretor Geral das Florestas e Fauna (que está na base de toda essa história de corte de árvores de Pau de sengue para exportação para a China). Também está a Câmara Municipal de Bissau (QMN N.º4 e 6) e também os Serviços Veterinários...

Pedia-te para manter o anonimato por favor pois, como bem sabes ainda há desmandos e abusos. Tudo pode acontecer-me. Renovados votos de muitas felicidades e tudo de BOM para ti e os teus. Bem haja.

Muito obrigado,
M.,C."

DSP em videoconferência com Nova Iorque


DSP partidipou numa reunião de estratégia da ONU para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau. O debate ocorre uma semana depois da posse do novo chefe do governo guineense e deverá contar com a participação de Domingos Simões Pereira, por videoconferência. O anúncio foi feito à Rádio ONU pelo embaixador do Brasil junto das Nações Unidas, Antonio Patriota, que é também presidente da Comissão de Consolidação da Paz com a sigla em inglês PBC.

"Embora houvesse referências ao retrocesso que representou a ruptura constitucional de 2012, as intervenções registraram os avanços alcançados na Guiné-Bissau, em particular a eleição do governo e a instalação no poder de novas autoridades legitimamente eleitas. É, para mim, uma satisfação anunciar que teremos uma reunião da configuração específica da Guiné-Bissau. Esperamos a participação por vídeoconferência do novo primeiro-ministro eleito, Domingos Simões Pereira", disse, terça-feira, Antonio Patriota.

Após a reunião do órgão, o diplomata disse haver o que considerou consciência nova da parte da comunidade internacional de que o acompanhamento de países pós-conflito deve ser feito a longo prazo.

Patriota disse esperar ainda que com as novas autoridades do país seja mantido um ritmo de cooperação com a ONU como foi verificado até cessação de funções do último representante do secretário-geral. José Ramos Horta deixou a Guiné-Bissau em finais de junho. "Essa coordenação estreita se revelou positiva. Espero e tenho confiança de que isso ocorra e que continuará a nos guiar agora nesta fase de busca de meios para implementar programas de estabilização a longo prazo no país."

O encontro sobre a Guiné-Bissau decorre depois de os 15 Estados-membros do Conselho terem abordado a reincidência de conflitos e a estabilização definitiva. Entre outras sugestões, a Comissão disse considerar o aumento do papel das mulheres na reconstrução da paz global.

Abu em França

Concerto de ABU, nova geração de músico Guineense, que terá lugar no Dia 26 de Julho em França, espacio Moulin Basse, Clichy-Sous-Bois

EUA: Novo Processo de Pedido de Vistos de Nao-Imigrante


A partir de 28 de Julho de 2014, a Embaixada dos Estados Unidos no Senegal começará a utilizar um novo processo de pedido de visto para vistos de não-imigrante. O novo processo é considerado mais simples e conveniente e já está a ser implementado em todas as Embaixadas dos Estados Unidos.

Com o novo processo a funcionar, os requerentes serão capazes de planejar os seus agendamentos on-line, ou através de um novo centro de chamada, dispensando a necessidade de comprar um cartão pré-pago com PIN. Além disso, poderão pagar a taxa de pedido de visto para a Société Générale de Banques du Sénégal (SGBS).

A partir de 28 de Julho, serão aceites os pagamentos de taxa de visto no Ecobank. A Embaixada dos Estados Unidos encoraja os requerentes a procederem com o pagamento da taxa de pedido de visto e agendamentos após 28 de Julho.

O site da Embaixada dos Estados Unidos, http://dakar.usembassy.gov, será actualizado regularmente durante as próximas semanas, para incluir informações adicionais sobre as alterações iminentes, bem como as informações gerais sobre o processo de pedido de visto. Os requerentes que já fizeram os seus agendamentos com base no sistema atual devem comparecer na Embaixada Americana em Dakar na hora marcada para a entrevista.

Agradece-se a cooperação e compreensão durante esta fase de transição e faz-se votos que este novo serviço melhorado traga benefícios aos requerentes.

Para mais informações sobre essa mudança, ou para agendar entrevistas com as autoridades consulares, por favor contactar USEmbassyMedia@state.gov

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Fome e Subnutrição: Guiné-Bissau e Angola entre os piores do mundo


Um relatório do Instituto de Estudos de Desenvolvimento (IDS, na sigla em inglês)sobre fome e subnutrição coloca a Guiné-Bissau e Angola entre os países com os piores indicadores, referenciando ainda Moçambique e o Brasil. Num índice sobre fome e nutrição, um total de 45 países foram analisados no contexto de 22 indicadores que procuram medir a atuação dos governos nas áreas de combate à fome e à subnutrição, tendo a Guiné-Bissau apresentado os piores resultados, ficando na 45.ª posição, e Angola na 42.ª. O estudo do IDS, divulgado no último mês, teve como parceiros o Departamento de Desenvolvimento Internacional do Reino Unido (UKAID) e da Irish Aid, do Governo Irlandês. Correio da Manhã

Ditadura do Consenso, tem mais uma Embaixada da Guiné-Bissau na mira (Brasília não está esquecida, não). E vai ser novamente em GRANDE. Ou há moral, ou comem todos. Apertem os cintos...AAS

Miguel Trovoada, novo respresentante da ONU para a Guiné-Bissau, deverá chegar ao País dentro de 15 dias, avançou a agência portuguesa de notícias LUSA. AAS

Para memória futura


"E tenho uma resposta para a minha obstinada rejeição. A mesma que tive sempre. Porque não me apetece, foda-se."
Fidel Castro Ruz

LIVRO: «O Poder da Voz e a Voz do Poder» lançado em Bissau


A Rádio Sol Mansi, uma voz para a Paz e o Desenvolvimento na Guiné Bissau, e seus autores, tem o prazer de convidar-lhe para o lançamento do livro:



O Poder da Voz e a Voz do Poder”, que terá lugar na próxima quinta-feira, dia 17 de julho de 2014, às 17:30, no Centro Cultural Brasil Guiné-Bissau. "Este Livro é o resultado dum conjunto de ações de formação para Jornalistas, promovidas na Guiné-Bissau pela Fundação Prodignitate, em colaboração com a Conferência Episcopal Italiana e a Universidade de Rhode Island (Estados Unidos). Num paĺs onde o poder controla a Comunicação Social, teve-se como objetivo autonomizar a voz dos Jornalistas Populares, na sua maioria voluntários e não profissionalizados, de modo que possam servir efetivamente a Paz e o Desenvolvimento das suas comunidades, tanto a nível local como nacional."

URGENTE: França confirma papel de policia em África, e a "Operação Barkhane” vai estender-se à Guiné-Bissau


O Presidente francês François Hollande confirmou a vocação da França para ser o “gendarme” em África, ao anunciar oficialmente o lançamento de uma nova operação militar denominada “Barkhane”. François Hollande decretou o fim oficial da operação Serval no Mali e a sua substituição nos próximos dias pela Operação “Barkhane”: trata-se de uma operação militar “mais alargada” e “permanente”, que mobilizará 3.000 militares franceses, para operar no, e ao longo do Sahel.

François Hollande deseja a reorganização das suas forças na zona do Sahel com essa nova operação, sendo isso que deverá explicar o seu ministro da Defesa, Jean-Yves Le Drian, na sua visita amanhã a Bamako, tendo em vista a assinatura de um novo acordo de defesa com as autoridades malianas no quadro do novo dispositivo militar francês na África Subsahariana.

Evidentemente, o pretexto é a luta contra o terrorismo jihadista, mas outras razões estão subjacentes, tais como o narcotrafico e o contrabando de armas. A finalidade é de impedir que o Sahel - que ele designa de “auto-estrada de todos os traficos” - não venha a tornar-se num local de passagem permanente e de reconstituição dos grupos jihadistas entre a Líbia e o Oceano Atlântico, o que provocaria consequências graves para a “segurança da França”.

A França, com esta operação, estará presente militarmente do Corno de África até à Guiné-Bissau, cobrindo assim toda a região Sahelo-sahariano, um verdadeiro sub-continente. O dispositivo está praticamente pronto e conta com mais de uma vintena de helicópteros, 200 veículos blindados, 10 aviões de transporte táctico e estratégico, 6 aviões de caça e 3 drones. O seu Estado-Maior ficará na cidade de N’Djamena, no Chade. Desta vez, quatro outros países - a Mauritânia, o Mali, o Burkina Faso e o Níger, serão chamados à participação e contribuição para as missões de risco.

Trata-se de uma presença militar francesa de longa duração que estará no menu das discussões que o Presidente francês terá com os seus homólogos africanos aquando da sua deslocação, de quinta feira a sábado, à Costa do Marfim, ao Níger e ao Chad, pontos de apoio estratégicos desse seu dispositivo militar.

UE/GUINÉ-BISSAU: 60 milhões de euros para "uma nova Guiné-Bissau"

O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, afirmou hoje em Bruxelas esperar que as eleições das quais saiu o novo governo legítimo encabeçado por Domingos Simões Pereira constituam "um momento fundacional para uma nova Guiné-Bissau". Numa conferência de imprensa conjunta com o recém-eleito chefe de governo da Guiné-Bissau, após uma reunião na sede do executivo comunitário, Durão Barroso advertiu que agora não podem ser poupados esforços para fazer face aos "enormes desafios" que o país enfrenta. Garantiu ainda que as novas autoridades podem contar com a comunidade internacional, apontando os diversos apoios que a União Europeia prestará, mas sublinhou que nada pode substituir "a vontade e a capacidade dos próprios guineenses".

José Manuel Durão Barroso referiu que, "após dois anos sem autoridades legítimas, as eleições legislativas e presidenciais foram um passo muito importante para o futuro do país", até porque "o processo eleitoral correu de forma livre, justa e pacífica", e é por isso "com grande satisfação" que confirma "a decisão de levantar a suspensão da cooperação com a Guiné-Bissau, que estava em vigor desde 2011 precisamente pelo não respeito dos princípios do Estado e do direito democrático".

"Estas eleições foram um momento muito importante e espero que venham a tornar-se um momento fundacional para uma nova Guiné Bissau. Falta contudo muito caminho para percorrer", disse, apontando que os "desafios políticos e socioeconómicos da Guiné-Bissau são imensos, e por isso é necessário mobilizar todos os esforços".

O presidente do executivo comunitário disse que procurou sempre "que a comunidade internacional não se esquecesse da Guiné-Bissau", tendo mesmo falado diversas vezes com o seu amigo Ban Ki-moon, secretário-geral das Nações Unidas, pois "não é justo que (a Guiné-Bissau) tenha passado por vezes despercebida, dado que a atenção mediática foi consagrada a assuntos talvez mais espetaculares".

Contudo, asseverou que o novo governo guineense, que precisa de "apoio urgente", pois "a situação económica e financeira do país é débil", pode contar com o apoio da comunidade internacional e, designadamente da União Europeia, que logo após a tomada de posse das novas autoridades enviou para o país uma missão especial, com serviços da Comissão e do Serviço Europeu de Ação Externa, "de modo a definir apoio a um programa urgente de recuperação".

Durão deu conta dos apoios que a UE disponibilizará - incluindo, a médio e longo prazo, um pacote que atingirá os 60 milhões de euros, e, no longo prazo, o envelope nacional do 11.º FED (Fundo Europeu de Desenvolvimento), no valor de 105,5 milhões de euros, que "começará agora a ser programado tendo em conta as prioridades definidas pelo novo governo".

O presidente da Comissão sublinhou todavia que "a comunidade internacional ajuda, mas nada pode substituir a vontade e a capacidade dos próprios guineenses para criarem condições para que o pais garanta a estabilidade, a paz e a segurança". "Sabe que a UE vai estar ao seu lado e ao lado da Guiné-Bissau. E agora mãos à obra. Há muito trabalho para fazer", disse, dirigindo-se ao primeiro-ministro.

Domingos Simões Pereira, por seu turno, indicou que o principal propósito foi expressar o "sentimento de gratidão" a Durão Barroso, um "amigo da Guiné-Bissau", que, mesmo durante o período de suspensão do programa de cooperação da UE, não se poupou "no sentido de manter a Guiné-Bissau na agenda" europeia.

O primeiro-ministro agradeceu designadamente "o anúncio de todos os instrumentos" de apoio que a UE vai disponibilizar, e o facto de a União ter enviado para a Guiné-Bissau uma missão pluridisciplinar, apenas alguns dias após a sua tomada de posse (a 04 de julho), o que entendeu como "uma manifestação de confiança", que o novo governo não quer defraudar. Lusa

Aos novos Poderes em Bissau


Outubro de 2012: Fui obrigado a abandonar o País que me ensinaram a amar e proteger. Julho de 2014: N'misti riba. Não entendem as razões da minha luta. Mas o tempo da verdade chega sempre, pelo que a honra tem que ser paciente. Nunca serei uma vítima. E é isso que, afinal de contas, o País não me perdoa. Está na hora. António Aly Silva