segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

GOLPISTAS, APOIANTES E SIMPATIZANTES


 
Habitualmente um golpe de estado consiste na tomada do poder estatal pela via da força, sendo ele na sua maioria sustentada pela força militar... Habitualmente os argumentos para a legitimação de um golpe de estado consistem sempre no derrube de governos ou presidentes corruptos ou violentos, tentando dessa forma angariar a aceitação popular... Os golpistas vestem quase sempre a capa de heróis que conseguiram eliminar o mal e defensores ou portadores do bem para a sociedade.

Um golpe de estado é um acto que só consegue triunfar e manter seus propósitos, quando é aceite pela população na sua maioria, ou quando reúne forças ou capacidade violenta, o suficiente para intimidar e dominar a maioria da população descontente. Ora, sendo um ato violento (quando realizado sob intimidação armada) e portanto imoral, parece colher apoio popular nas sociedades não suficientemente alfabetizadas ou quando conseguem formas de disponibilizar recursos para o bem-estar social da população, em pouco tempo do domínio pela via da força. Também sabe-se que os governos golpistas tendem quase sempre a enveredar pelo trilho ditatorial, através do uso da força, não só como forma de intimidação da população descontente, mas como forma de fazerem valer os seus interesses e também ocultarem as suas incompetências.

A análise da evolução de várias sociedades que experimentaram golpes de estado, demonstra-nos também que os poderes militares, ou civis legitimados por militares, mesmo aqueles inicialmente apoiados pela maioria da população, acabam sempre por se desgastarem temporalmente, com consequente perda da popularidade, enveredando sempre para o trilho da ditadura violenta… Também não é menos verdade afirmar que os povos que viveram golpes de estado repetidos que conduziram a poderes ditatoriais opressores, responsáveis pelo agravamento da situação socioeconómica desses povos, tendem a desenvolver maior desprezo a esse tipo de poder e aos seus representantes.

Sendo um acto violento e portanto imoral, não é difícil perceber os reais motivos que levam alguma faixa da população com formação académica, moral e até cívica a apoiar esses actos violentos, uma vez que grande parte dessa manifestação de apoio assenta em três grandes motivações:

1. o possível ganho que esse acto violento pode aportar, sob várias formas;

2. a recuperação de algum estatuto ou bem que o governo anterior inibia de conseguir ou,

3. alguma desestruturação psicológica resultante de vivências sociais ou familiares, que levam alguns a assumirem a violência como um meio legitimo para se atingir um fim e até livrar o país e o seu povo de um mal maior!

Conforme dito anteriormente, os poderes impostos pela via da força tendem a desgastar-se ao longo do tempo, uns mais depressa que outros, conforme o grau da força que têm necessidade de usar para se perpetuarem no poder e a capacidade que tiverem para mobilizar recursos e meios e de colocá-los ao serviço da população. Esse último factor é o mais difícil de efectuar pelos ditadores golpistas, uma vez que a insegurança que os persegue durante o uso do poder, com o medo constante da perda rápida desse mesmo poder, leva-lhes a sentirem a necessidade de rapidamente desviarem os recursos naturais e financeiros do país para o garante do seu futuro e da sua família.

Ora, desgastando-se progressivamente, os ditadores golpistas tendem a perder progressivamente os apoios inicialmente conseguidos, engrossando cada vez mais o número dos contestatários. A mais difícil mudança de posição vem daqueles fervorosos adeptos que antes fizeram a questão de, logo nos primeiros momentos, manifestarem publicamente ou institucionalmente os seus apoios à essa subversão da ordem estatal ou constitucional. Esses acabam por ser vítimas das suas manifestações públicas ou institucional de imoralidade, sentindo-se posteriormente na obrigação, ou de se inibirem de manifestar publicamente os seus novos posicionamentos, a partir do momento em que a perda da popularidade desse poder violento torna-se evidente, ou então sentem-se obrigados a colocarem-se publicamente do lado da moralidade, da civilidade e do respeito pelas leis, regras e normas, correndo alguns riscos… Esse último gesto pode até ser visto como um acto de coragem, mas nem sempre é bem acolhido por aqueles que desde o início se manifestaram e até colocaram as suas vidas e o bem-estar em risco, em nome de valores sociais inalienáveis.

Como guineense, queria desde já manifestar a minha solidariedade para com todos os meus compatriotas que alguma vez foram vítimas, de forma directa ou indirecta, de poderes impostos pela força das armas, durante essas quase quatro décadas da nossa existência como país.

A história tratará de premiar uns e de julgar outros. O caminho deve ser sempre da condenação de forma incondicional de qualquer subversão violenta ou ilegal da ordem constitucional.

Jorge Herbert

domingo, 23 de dezembro de 2012

Espancado ex-Administrador de Gabú


Bastou a delegação da União Africana deixar Bissau, para que fossem retomadas as atrocidades. José Carlos, ex-Administrador da Região de Gabú, foi hoje violentamente espancado por militares, e está neste momento na unidade de cuidados intensivos do hospital nacional Simão Mendes, em Bissau. Ditadura do Consenso apurou ainda que Rui Nené também estará sob enorme pressão e até terá sido ameaçado de morte. Tudo indica que a pressão, que terá partido do PRS e dos militares, tem como finalidade fazer Rui Nené demitir-se do cargo de presidente da CNE, que acumula com o de vice-presidente do Supremo Tribunal de Justiça.

Já o ex-Procurador Geral da República, Edmundo Mendes, foi mesmo agredido fisicamente no sábado à noite, na cidade de Cacheu, por militares e elementos da Guarda Nacional Guineense, segundo acusações do próprio em conferência de imprensa, hoje, na sua residência em Bissau. AAS

Militares agridem antigo PGR Edmundo Mendes


O antigo Procurador-Geral da República da Guiné-Bissau Edmundo Mendes disse este domingo ter sido agredido fisicamente no sábado a noite, na cidade de Cacheu, por militares e elementos da Guarda Nacional Guineense.

Em conferência de imprensa na sua residência, Edmundo Mendes, que exerceu o cargo de Procurador-Geral guineense entre agosto de 2011 e agosto de 2012, afirmou que tem sido "alvo de perseguições" desde que deixou o cargo de Procurador. "Quando deixei o cargo de (Procurador) prometi a mim mesmo não falar publicamente e não tenho estado a falar, mas desde o dia a seguir em que fui exonerado tenho sido alvo de perseguições permanentes e cada vez com mais intensidade", notou Edmundo Mendes. LUSA

Como derrubar ditaduras sem disparar uma arma



GENE SHARP explica... AAS



sábado, 22 de dezembro de 2012

APGB - As mordomias


Alguém, no facebook, deu-se a fazer contas:

Mariano Tavares

Se estiver errado por favor corrijam-me. Consultei uma página de câmbios e constatei que 1 EUR = 655,95700 XOF o que significa que 2.000.000,00 XOF = 3.048,98 EUR. Quanto é que ganha um médico que labuta para salvar vidas humanas na Guiné-Bissau? 15.000.000,00 XOF = 22.867,35 EUR para compra de mobiliário?

Uma viatura (todo o terreno, é certo) para todos os membros do conselho de administração! 11.427.520,00 XOF = 17.421,14 EUR para esse meliante que só agora descobriu que está doente e tem que se deslocar para Espanha à custa do erário publico?

É para isso que servem os golpes de estado. Gentes sem escrúpulo, sem pudor, umas autênticas aberrações da natureza, decapitaram o aparelho de Estado para viverem sugando a coisa pública. Valha-nos Deus, porque aquele povo merece um pouco mais de respeito.

Natal com afecto


8 TONELADAS DE AJUDA HUMANITÁRIA A CAMINHO DA GUINÉ-BISSAU
 
A ONGD “Afectos com Letras” viaja para Bissau, no próximo dia 25 de Dezembro, para a sua VII Missão Solidária, com um contentor 8 toneladas de ajuda humanitária destinada à população guineense, nomeadamente medicamentos para os doentes carenciados do Hospital Nacional Simão Mendes em Bissau, material médico-hospitalar, arroz, leite em pó, bolachas, massas, material didáctico, livros e brinquedos para as mais de 200 crianças das Creches de Djoló e de Varela, co-financiadas por esta Associação que assegura ainda o pagamento dos professores e o fornecimento de material escolar nestas duas instituições de ensino pré-escolar.
 
Durante as próximas 2 semanas, a equipa de cinco voluntários da ONGD, com sede em Pombal, irá ainda proceder à criação de uma pequena biblioteca na Ilha de Orango, no Arquipélago dos Bijagós, destinada à comunidade local bem como à extensão da Biblioteca que construiu em parceria com a Biblioteca Municipal de Pombal na capital guineense, no passado mês de Agosto. Esta Biblioteca, de acesso público e universal, que conta com um fundo documental de 13 000 livros e um espaço multimédia com 8 computadores, passará agora a ter uma nova ala técnica com livros de medicina, manuais de ciências sociais e exactas, obras de referência, dicionários e gramáticas.
 
A ONGD “Afectos com Letras” prevê ainda organizar uma festa de Natal para as crianças internadas no Serviço de Pediatria do Hospital Nacional Simão Mendes com actividades lúdicas, música e entrega de presentes com o objectivo levar um pouco de alegria e de esperança às crianças e jovens guineenses que por motivos de saúde estão privadas do convívio familiar nesta época festiva.
 
Pombal, 22 de Dezembro 2012
 
Para mais informações: 91 87 86792
Joana Benzinho
Pedro Esteves

Afectos com Letras - Associação para o Desenvolvimento pela Formação, Saúde e Educação
Rua Engenheiro Guilherme Santos, nº2, Escoural, 3100 Pombal – tel – 91 87 86 792
E-MAIL: afectoscomletras@gmail.com ** SITE – www.afectoscomletras.com
NIF 509301878

O paradoxo ianque


Foi com estupefação e imensa preocupação, que ouvi as declarações  do embaixador dos Estados Unidos da América (EUA) na Guiné-Bissau com residência em Dakar, Sr Lewis Lukens numa conferência de imprensa realizada aquando da sua recente e curta visita de algumas horas à Bissau. Intrigado e surpreso  também fiquei, por essa visita e a conferência de imprensa que se lhe seguiu, tenha ocorrido cronometricamente antes do inicio dos trabalhos da Comissão conjunta para a averiguação da situação politica militar na Guiné-Bissau, composta por peritos das NU/UA/UE/CEDEAO/CPLP.

Contudo, todos nós sabemos, que essa visita relâmpago não tem nada de inocente, pois ela visava deliberadamente criar uma impressão de um cenário de normalidade e estabilidade no pais apos o golpe de estado de 12 de abril. Pretendia-se com esse show-off diplomático criar na mente dos elementos da missão internacional conjunta, uma imagem de estabilidade de fachada a fim de tentar influenciar as suas conclusões, querendo inculca-los erroneamente com esse ato de hipocrisia, de que «efetivamente existem progressos assinaláveis no processo de transição em curso na Guiné-Bissau». Essa visita, não passa de um lobbyng desavergonhado e desesperado do diplomata americano a favor do presidente imposto pela CEDEAO na Guiné-Bissau, o Sr Manuel Serifo Nhamadjo.

Pode-se compreender perfeitamente esse cenário, se se tomar em conta os compromissos que se dizem assumidos entre Serifo Nhamadjo e o governo americano em troca do lobbyng americano ao regime golpista. Um compromisso, que segundo fontes diplomáticas bem informadas, implicam nomeadamente, entre elas, a autorização já dada aos drones americanos para realizar voos de reconhecimento do espaço aéreo guineense com vista a recolherem dados sobre zonas referenciadas com operações ligadas ao narcotráfico e um confirmado interesse da Africom nas Ilhas do Poilão, tendo em vista o estacionamento de um posto avançado de um corpo de elite do exercito americano especializado no combate ao narcotráfico... etc.

Tudo isso podemos perfeitamente aceitar, pois todos nos sabemos, que os norte americanos quando os seus interesses estão em causa, não olham a meios nem escolhem métodos para atingir os seus fins, e tal postura leva-os a firmarem muitas vezes pactos até com o diabo. Contudo, é bom que o potentado americano saiba que, os compromissos assumidos com Nhamadjo enquanto presidente de transição ilegalmente imposto, exercendo poderes ilegitimamente outorgados, só a eles engajam, porquanto nem ele, nem o seu governo fantoche têm quaisquer poderes ou legitimidade para engajarem o pais em qualquer acordo que seja, senão os que sejam e venham a ser rubricadas pelas instâncias legitimamente constituídas e que representam soberanamente o Povo da Guiné-Bissau.

A parte as derivas e a falta de respeito do embaixador Lukens para com o povo da Guiné-Bissau com essa sua intervenção grosseira e não equilibrada na avaliação da crise guineense, é bom que ele entenda no entanto, que os guineenses atentos não lhe permitirão toma-los por lorpas ou otários não reagindo as suas manobras lobbystas. Senão vejamos,

A atitude do embaixador Lukens, de realizar essa visita maliciosamente programada em guisa de antecipação do inicio dos trabalhos da missão conjunta (quiçá concertadamente retardada por um dia pela CEDEAO, devido atraso da sua delegação), constitui uma ingerência grosseira e vergonhosa de um pais que se quer respeitada nos assuntos internos de um pais pobre mas soberano, porquanto o seu ato deliberado e oportunista representa uma atitude de manifesta parcialidade e de clara tomada de posição à favor da fação golpista e do regime anticonstitucional e ilegal instalado na Guiné-Bissau.

Para os guineenses, esperava-se e exigia-se, que num processo dessa sensibilidade, que o governo estado-unidense estive à altura de uma nação de bem e dignar e honrar os guineenses com a tradição e grandeza de um pais dito defensor do ideal democrático dos povos, e não apunhalar o seu Povo pelas costas, juntando-se e fazendo lobbyng a favor de um regime ilegítimo constituído de golpistas e narcotraficantes imposto aos guineenses de forma grosseira e coerciva pela CEDEAO através de um método antidemocrático que causaria inveja às maiores e piores ditaduras africanas.

Não se compreende, como uma nação que se diz a mais poderosa do mundo, quer militarmente, quer economicamente e também, propalado paladino da liberdade e da democracia no mundo, tenha a ousadia de apoiar um regime saído de um golpe de estado levado a cabo por militares e políticos comprovadamente referenciados e acusados pelos EUA, como pessoas ligados à praticas do crime organizado e do trafico de droga à escala internacional. Portanto os EUA estão a apoiar um regime catalogados por eles mesmos, como sendo narcotraficantes internacionais.

A posição do embaixador Lukens, relativamente aos militares é de tal forma incompreensível que chegou a ser hilariante, pois com um ar paternal a roçar o patético, foi ao extremo da condescendia paternal e aconselhar pedagogicamente os militares para se absterem dessas praticas nocivas (conselho, que estou certo, entrou nos seus ouvidos a 100km e saiu a 300km). Uma atitude ridícula e preocupante, pois é certo, que este tipo de atitudes provavelmente, nunca se tinha verificado nos anais da politica diplomática norte americana relativamente a uma matéria tão sensível como é, o combate ao trafico da droga, questão em, que costumam ser intransigentes e implacáveis com quem quer que seja.

Não se compreende, também, a colagem obsessiva do governo dos EUA ao regime vigente em Bissau, em particular ao presidente de transição imposto pela CEDEAO na Guiné-Bissau, sabendo de antemão das fortes e estreitas ligações que este mantêm tanto com o regime iraniano, assim como o do Sudão de El Bachir (países que apoiaram financeiramente a campanha de Nhamadjo e que continuam a apoia-lo até hoje), tendo em conta, que o governo norte americano devido as fortes ligações desses países com o extremismo islâmico e o financiamento do terrorismo, mantém com eles relações tensas e com sérias medidas seguimento e de retenção.

Também, não se compreende a colagem do governo dos EUA a Serifo Nhamadjo, sabendo que grande parte da sua entourage politica e militar que também contribuíram financeiramente para a sua campanha com dinheiro e meios de proveniência duvidosa e, que hoje, muitos deles foram por ele colocados, ora no governo, ora nas empresas publicas (casos da APGB ou a Guiné-Telecom etc...) ora, como seus conselheiros ou assessores, são também pessoas identificadas pelo governo estado-unidense como pessoas altamente comprometidas com o trafico de droga e o branqueamento de capitais.

Por fim, não se compreende, o que faz com que, os EUA, rejeitem posicionar-se a favor de um candidato presidencial potencialmente vencedor de uma eleição democrática, dita pela Comunidade Internacional, justa e transparente, que foi abruptamente interrompida pelos militares, e na qual o candidato presidencial Carlos Gomes Jr, hoje estranhamente ostracizado pelos EUA, sairia seguramente vencedor. Posicionar-se ao lado desse candidato, seria o posicionamento  natural dos EUA, pois seria de acordo com os princípios que alegadamente defendem que, é de apoiar a legalidade democrática em coerência com a defesa da verdade, da liberdade democracia e da legitimidade do poder. Porém, paradoxal e surpreendentemente, os EUA surgem no terreiro diplomático estranhamente a defender um presidente impostor e fantoche, pois forjado através de um golpe de estado claramente sustentado por interesses tribais e do narcotráfico... é certo, que custa a acreditar, mas é essa a pura e incrível realidade da posição norte americana com a qual os guineenses estão a ser confrontados e surpreendidos neste processo de capital importância para os guineense.

São muitas as interrogações e incompreensões que dilaceram a alma do Povo martirizado da Guiné-Bissau devido a esta atitude dúbia dos EUA e, para a qual, infelizmente, a nação mais poderosa do mundo, não possui hoje em dia, nem honorabilidade, nem argumentos de coerência moral e ética, para lhe dar uma resposta convincente e justa. Porém, se compreendermos, que infelizmente, no seio dessa nação considerada a mais poderosa do mundo em quase todos os domínios do desenvolvimento social e económico, continua a haver comportamentos primitivamente retrógrados encarnados por cowboys esquizofrénicos e tresloucados, como se de um Pais Far-West se trata-se..., então,  o paradoxo ianque deixa de ser um mundo de incompreensões e interrogações e tudo se torna normal e paradoxal.nInfelizmente, essa é a realidade de um mundo particularmente bizarro, que afinal de contas, é os Estados Unidos da América.

Poseidon

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

ATENÇÃO APGB - Mais escândalos e orgias no desvio de fundos, com provas documentais! Bô sinta bô sukuta. AAS

Guiné-Bissau: Sanções têm "reverso da medalha"


A investigadora Elisabete Azevedo-Harman alertou hoje (sexta-feira) que sanções económicas à Guiné-Bissau, como a anunciada pelos EUA, têm um "reverso da medalha" e devem ser acompanhadas por um esforço negocial por parte das instituições internacionais. Em declarações à Lusa, a investigadora do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa considerou que a decisão norte-americana de retirar a Bissau o estatuto de parceiro comercial privilegiado é mais uma forma de pressionar quem está no poder a definir um plano pós-transição.

"Fala-se em eleições, mas estas requerem recursos financeiros" e é necessário que o partido que estava no poder antes do golpe de Estado, o Partido Africano da Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde (PAIGC), faça parte do processo de negociação da transição, o que "está longe de acontecer", lembrou. O Governo actualmente em funções, que se auto - intitula "de transição", parece estar "numa situação de transição permanente" e as sanções visam pressionar para que haja negociações e cedências e "para que a comunidade internacional possa liderar um processo realmente de transição", disse a especialista, que há anos estuda o sistema político guineense. 

No entanto, Elisabete Azevedo-Harman sublinha que "não basta fazer este tipo de embargos" porque o isolamento internacional pode ter "um reverso da medalha, que é o Governo de transição sentir-se sozinho. A par das medidas punitivas tem de haver um grande esforço do lado das entidades internacionais para falar com o Governo de transição. Confio que isso esteja a ser feito, mesmo que não se estejam ainda a ver resultados", alertou. Para a investigadora, a situação na Guiné-Bissau "não vai mudar nada" se não houver esforços diplomáticos: "Tem de haver uma conjugação de esforços para dialogar e trazê-los à mesa, tanto a eles como ao PAIGC".

Além disso, sublinhou, os esforços têm de partir das várias partes envolvidas, incluindo a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que têm mantido posições opostas no que diz respeito à crise na Guiné-Bissau. "Também as entidades internacionais têm de dialogar", disse a professora, defendendo que "não se pode pedir às instituições guineenses que façam diálogo, quando as próprias entidades internacionais não o fazem ou vão para o diálogo de
costas voltadas". 

Admitindo que a visita à Guiné-Bissau - que hoje(sexta-feira) terminou - por uma missão internacional com representantes da CEDEAO e da CPLP pode indicar "uma tendência de mudança" nas relações entre as duas instituições, Elisabete Azevedo-Harman reiterou tratar-se apenas de um primeiro passo: "Não vemos ainda nenhum resultado. É caricato, mas o que se vê agora é que não há dialogo interno, mas também não há diálogo internacional" sobre a resolução da situação guineense.mNão há nenhum compromisso na mesa de que haja um entendimento da comunidade internacional", lamentou. 

A 12 de Abril, véspera do início da segunda volta para as eleições presidenciais da Guiné-Bissau na sequência da morte por doença do Presidente Malam Bacai Sanhá, os militares derrubaram o Governo e o Presidente. A Guiné-Bissau está desde então a ser administrada por um Governo de transição, apoiado pela CEDEAO, que pretende realizar eleições no país em Abril do próximo ano. A maior parte da comunidade internacional, incluindo a CPLP, não reconhece as novas autoridades de Bissau. Na quinta-feira, a Casa Branca anunciou a retirada à Guiné-Bissau, assim como ao Mali, do estatuto de parceiros comerciais privilegiados, uma sanção contra o que considera serem recuos democráticos naqueles países africanos. LUSA

APGB - ASSALTO DESAVERGONHADO AOS COFRES DO ESTADO


APGB 1

APGB 2

APGB 3

E assim vai a Guiné-Bissau, de anarquia em anarquia. AAS

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

APGB - Ditadura do Consenso publica hoje documentos comprometedores. A ver o que dirão desta vez... AAS


Ditadura do Consenso, mais tarde ou mais cedo, o seu blogue preferido! Mais de 5 milhões de visitas. Quem sabe, pode! AAS

EUA retira Guiné-Bissau da lista de privilegiados


O Presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama, anunciou ontem que os EUA retiraram a Guiné-Bissau e o Mali da sua lista de parceiros comerciais privilegiados, devido ao recuo da democracia nos respectivos países, decorrentes dos golpes de Estado que ali tiveram lugar. O agente Russel Hanks fez bem o seu trabalho de casa...

Obama optou por conceder o estatuto de parceiro ao Sudão do Sul, o mais jovem estado africano, no âmbito da revisão anual da lista do programa de crescimento e oportunidades para África, imposta por lei, e que tem em conta o estado das democracias africanas. A versão atual da lista foi instaurada pelo Congresso americano em 2000 e estabelece um regime de cooperação económica e comercial com o continente africano até 2015, facilitando as exportações africanas para os Estados Unidos. AAS

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Guiné-Bissau: Ramos Horta à espera de Ban Ki-Moon


O antigo Presidente da República de Timor-Leste, José Ramos Horta, está a aguardar a decisão do secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki Moon, sobre a atitude a tomar em relação à crise na Guiné-Bissau. No início de 2012, o Governo guineense recomendou a José Ramos Horta que tomasse parte numa solução para o conflito que está a decorrer na Guiné-Bissau. Depois de ter sido derrotado nas Eleições Presidenciais timorenses, das quais Taur Matan Ruak saiu vencedor, José Ramos Horta disse estar pronto para mediar o confronto na Guiné-Bissau.

Esta terça-feira, 18 de Dezembro, em Díli, o antigo Chefe de Estado timorense disse acreditar que Ban Ki Moon vai tomar uma decisão em breve. «Estou a aguardar a decisão do secretário-geral da ONU, que deverá ser comunicada dentro de pouco tempo», referiu o ex-Presidente de Timor-Leste à PNN. José Ramos Horta não quis especificar o que terá que fazer em relação à crise guineense, dado que ainda não foi tomada nenhuma decisão acerca da sua nova missão. PNN

Atenção Bissau


Aos ouvintes da RDN "Rádio Difusão Nacional" da Guiné-Bissau, convido-vos a acompanhar uma entrevista do escritor guineense Emílio Lima feita pelo jornalista Lai Corobó, a propósito do lançamento do Livro "Romance" - FINHANI - O VAGABUNDO APAIXONADO. Às 09H10 (Hora de Bissau), de amanhã 19/Dezembro/2012.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

PAIGC: Candidatura de Braima Camará gera consensos entre quadros


Na sequência do Artigo publicado no passado dia 11 de Dezembro, na Ditadura do Consenso, intitulado “PAIGC: Bá Quecuto na Pole Position” e segundo o qual o conhecido e bem-sucedido empresário guineense, Sr. Braima Camará vulgo “Bá Quecuto” prepara-se para anunciar a sua candidatura à presidência do PAIGC, com todas as previsões a indicarem que será o sucessor de Carlos Gomes Juníor, (em caso deste último abandonar a corrida à liderança do Partido para se preparar para as Eleições Presidenciais ou simplesmente não tiver condições para regressar antes da realização do Congresso), dando conta igualmente do interesse que as previsões da sua eleição despertaram por parte dos Serviços de Informação e da Diplomacia de Países com ligações estreitas à Guiné-Bissau.

Conscientes da importância das decisões do próximo Congresso do PAIGC para o restabelecimento da normalidade constitucional na Guiné-Bissau; para a resolução dos conflitos cíclicos com que o País se vem debatendo ao longo dos últimos 15 anos e sobretudo para a instauração de um clima de diálogo permanente entre os diversos quadrantes da sociedade, na busca de soluções duradoiras para os problemas que preocupam a mente e o coração do povo guineense, um grupo de Jovens Quadros Guineenses, residentes na Europa, predominantemente em Portugal, reuniu-se em Lisboa no passado dia 16 para “passar a pente fino” a figura do Sr. Braima Camará, num acto de pura cidadania que não pretende prejudicar nenhum Candidato e que tem como mero objectivo determinar a compatibilidade do seu perfil com as funções à que se pretende candidatar. Assim, após uma analise exaustiva de todos os detalhes relacionados com a vida e as actividades do cidadão Braima Camará, os presentes chegaram as seguintes conclusões:
 
 Braima Camará é um jovem promissor, que tem trabalhado muito para chegar onde chegou e espera-se que, caso seja eleito Presidente do PAIGC, aposte na juventude para imprimir novas sinergias, nova dinâmica e renovada energia ao Partido de Amilcar Cabral;
 
 Braima Camará, filho de um destacado Combatente da Liberdade da Pátria, é um Militante exemplar do PAIGC, do qual é Membro do Bureau Político e tem-se destacado, sobretudo, pela humildade intransigência de princípios e rigorosa disciplina estatutária, que lhe valeram o respeito e a simpatia de todos os outros Militantes, pelo que merece uma oportunidade;
 
 Braima Camará tem sido alvo de muitas acusações que os presentes consideraram de caluniosas e infundadas, próprias da nossa cultura política retrógrada e que, à semelhança das acusações outrora endereçadas à outros políticos, nunca foram devidamente fundamentadas e sustentadas com provas palpáveis e convincentes;
 
Para terminar, os presentes neste fórum desejaram longa vida, muita saúde e boa sorte ao candidato Braima Camará, lançando-lhe contudo os seguintes apelos:
 
 Não encarar esta eleição como um desafio de vida ou morte;
 
 Respeitar os restantes candidatos e aceitar com naturalidade qualquer opção que venha a ser feita pelos Delegados ao Congresso;
 
 Se for eleito Presidente do PAIGC, convocar uma Conferência Nacional para se debater exclusivamente os problemas internos do Partido e combater a indisciplina partidária que tem afectado o normal funcionamento das suas estruturas e tem motivado tantos sobressaltos ao País;
 
 Envidar esforços no sentido de recuperar, modernizar e apetrechar as infra-estruturas do Partido com modernos meios tecnológicos, tendo em conta as exigências da actualidade;
 
NOTA INFORMATIVA: Informa-se que este Fórum pretende ser o mais imparcial possível na avaliação dos candidatos à Cargos Públicos no nosso País, elogiando as suas qualidades e virtudes e denunciando tudo o que os torna incompatíveis para nos representar e falar em nosso nome. Mais se informa que o Fórum está aberto à todos os Cidadãos guineenses interessados em contribuir para a transparência política na Guiné-Bissau.
 
Fórum da Cidadania pela Transparência da Vida Publica na Guiné-Bissau (FCTP)

EUA avisa: "Há líderes civis e militares envolvidos no tráfico de drogas"


Estados Unidos apelam aos líderes guineenses a demonstrarem os seus compromissos em defenderem as obrigações e ideais internacionais. O embaixador dos Estados Unidos para Guiné-Bissau e Senegal afirmou que existem provas do continuo envolvimento de alguns lideres civis e militares no trafico de drogas. Lewis Lukens falava hoje em conferência de imprensa no termo de visita de algumas horas a Bissau, durante a qual, esteve reunido com o presidente da república, Manuel Serifo Nhamadjo e membros do parlamento guineense.

Com uma visão sobre o decurso do período de transição política, o diplomata americano encorajou a CPLP e a União Europeia, em colaboração com as Nações Unidas e a União Africana, a apoiar o processo transitório em curso liderado pela CEDEAO e ressalvou que não existe solução militar para a Guiné-Bissau.
 
Os Estados Unidos aguardam de momento os planos para a organização de eleições presidenciais e legislativas livres, justas e transparentes, de acordo com a legislação nacional e as normas internacionais. Um assunto que, segundo Lukens, foi tema de abordagem com o presidente Nhamadjo, tendo na ocasião pedido ao chefe de estado guineense, a fixação de uma data para o escrutínio.
 
A preocupação de Washington assenta também nos «relatos de violações de direitos humanos na Guiné-Bissau» e a propósito, os Estados Unidos apelam «aos líderes guineenses a demonstrarem os seus compromissos de defender as obrigações e ideais internacionais, de implementar a justiça e faze-la com base no respeito pelos direitos humanos de todos», rematou o embaixador americano para a Guiné-Bissau e Senegal.
 
Começaram entretanto hoje os contactos das várias delegações internacionais com as autoridades guineenses. O primeiro encontro foi  com o ministro dos negócios estrangeiros e da cooperação internacional, Faustino Imbali.
 
Na ocasião, o director do departamento da União Africana para paz e segurança, El Ghassim Wane, lembrou que o objectivo das organizações aqui representadas visa auscultar, constatar e avaliar a real situação por que passa a Guiné-Bissau. Dai que estão previstos vários encontros, nomeadamente com os responsáveis governamentais, da sociedade civil e dos partidos políticos.
 
O chefe da missão conjunta da União Africana, das Nações Unidas, da CEDEAO, CPLP e da União Europeia, falava à imprensa à saída do encontro no palácio do governo com o ministro dos negócios estrangeiros guineense. Ainda para hoje, a missão tem encontros agendados com os partidos políticos, legalmente constituídos, líderes religiosos e representantes do poder tradicional, meios de informação públicos e privados, ordem de advogados e os bancos privados sedeados em Bissau. Os contactos terminam na quinta-feira, devendo a delegação partir na sexta-feira.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Punhetas


Depois de comprar as duas edições em que o jornal 'O Diabo' entrevistou um e outro (Rui Barros e António Indjai), golpistas encartados, fui à página do referido jornal na internet jornalodiabo.blogspot.pt e comentei - educadamente. Disse, entre outros, que as entrevistas só mostravam que quem as conduziu não conhece minimamente a Guiné-Bissau e menos ainda as criaturas entrevistadas. Enviei o comentário e fiquei à espera de ser apreciado e colocado online...mas não foi!

O diabo, de saias ou de calças, ter-se-á sentido tocado com o meu comentário (educado) e não o postou. Estará no seu direito. Mas eu continuo a achar que foi uma, perdão, duas belas punhetas a favor do regime golpista e ditatorial que vigora na Guiné-Bissau. Não houve uma pergunta sobre as dezenas de assassínios de políticos, militares e civis que aconteceram antes e depois do golpe de 12 de abril (7 mortos). É claro que 'O Diabo' é um jornal que poucos lêem e que ninguém leva a sério. Desafio aqui a direcção desse jornal a publicar o meu comentário, ou terei todo o gosto em limpar o cú com as páginas desse pasquim... António Aly Silva

Silêncio, estamos a torturar e a matar


12 de abril de 2012, 18h30, Kumba Yala acompanhado dos seus quatro acólitos deu a ordem para interromper o processo eleitoral da 2a volta das eleições presidências que devia disputar com Carlos Gomes Júnior, que roçava a margem dos 50% dos votos expressos nas urnas. Efetivamente o processo da 2a volta foi interrompido, o Presidente e o Primeiro Ministro de então detidos e foram obrigados a exilar-se no exterior.

Veio a CEDEAO completar o cenário do caos parabenizando os golpistas e instalar no pais uma força de ocupação, para supostamente proteger as instituições, mas que na realidade estão, é a proteger o regime golpista e sanguinário saído do golpe militar.

Dessa data fatídica à presente, o balanço é tenebroso e inquietante:

- o pais de cócoras entregue à anarquia militar-tribal, à corrupção e ao narcotráfico ;

- uma lista exaustiva de políticos, quadros e cidadãos comuns deixam o pais ou se confinam ao exilio com medo de represálias e da própria vida;

- sob o olhar complacentes das forças de ocupação da CEDEAO, um balanço macabro de desaparecimentos, mortes, execuções sumarias cometidos impunemente por melícias partidárias, esquadrões da morte ou militares, entre eles Roberto Ferreira Cacheu (dado como desaparecido, mas mais provavelmente morto) Luís Ocante da Silva, vulgo Otis, seis jovens felupes mentirosamente catalogados de "rebeldes" do MFDC, quatro jovens da ilha de Bolama cujos corpos depois de deitados à agua deram a costa na praia de Colonia da mesma ilha, pelo simples facto de apuparem os militares, três jovens indiscriminada e gratuitamente abatidos na ponte cais de Bolama aquando da montagem da operação de captura do capitão Pansau Intchama, um quadro superior militar da etnia felupe foi abatido nas instalações dos para-comandos e dado como "suicidado" e... quiçá outros que só o tempo nos edificara;

- uma série de atrocidades e atos de opressão, terror e intimidação estão a ser praticadas quotidianamente por todo pais. São os casos de dispersão à baionetada e balas reais de manifestações organizadas por partidos políticos, associações e membros da sociedade civil que condenavam o golpe, sendo os casos mais marcantes os espancamentos infligidos ao coordenador da FRENAGOLPE e do advogado Silvestre Alves ;

- um número indeterminado de pessoas, entre eles, militares, ex-governantes e políticos encontram-se refugiados em instalações diplomáticas ou representações internacionais por temerem pela vida.

Vive-se um terror permanente, nas casas, nas ruas e nos quarteis, aqui principalmente, onde não ser de uma etnia determinada, é sinonimo de ser um potencial "traidor" e um alvo a abater... embora o carimbo seja sempre SUICIDIO.

Como num filme de terror, os poderosos pedem silêncio à Comunidade Internacional, pois estão a torturar e a matar o Povo da Guiné-Bissau.

Terêncio Silva Té

Os autos do medo


Sem se decretar ela vai-se impondo e paulatinamente esta a transformar-se no modus vivendi dos guineenses. O guineense esta a deixar-se modelar pelo medo, a sujeitar-se ao conformismo do djitu ka tem.

O medo esta a enraizar no guineense um espirito de conformismo e que esta a leva-lo a retrair-se nas suas acções de cidadania que apela a reações reactivas contra o estado de coisas vigente na Guiné-Bissau apos o golpe de estado de 12 de abril de 2012. O sentimento de insegurança assume-se na prudência retractiva que hoje esta involuntariamente a invadir o cidadão guineense, desde os politicos, intelectuais ao comum dos cidadãos, fazendo dele um povo cobarde que se demite dos seus direitos e da suas aspirações de viver em liberdade.

Reservar-se e não intervir, parece funcionar hoje na Guiné-Bissau, como o melhor «conselheiro» dos actos dos cidadãos e tal facto, leva-o a alhear-se do interesse comum, fechando-se num egoismo pessoal, de grupo ou de interesses.

Esse comportamento retro-activismo de exercicio de cidadania, faz hoje parecer que, o guineense aceita complascentemente uma opressão que se esta expressar na sua forma mais brutal e desumana sobre os seus mais legitimos interesses e aspirações de cidadania que é o exercicio da democracia em plena liberdade de escolha e de afirmação de identidade.

Nota-se que, uma larga maioria dos guineenses esta inconscientemente a aceitar que os seus sonhos e perspectivas de vida sejam coagidos, sufocados, banalizados e espezinhados. Enfim, os seus direitos mais lementares estão a ser sucessivamente interrompidos por uma horda de bandidos e criminosos que, infelizmente mal preparados para viver numa sociedade aberta, entendem impôr-se aos seus demais concidadãos utilizando metodos brutais e a pratica de actos criminosos traduzidos na violência e na intimidação quotidiana que vêm exercendo contra a população indefesa e, muitas vezes, quando os seus fins assim exigirem, acabam em mortes atroces como tem acontecido ultimamente no pais.

Aceitar-mos pacificamente, que essa cultura do medo seja enraizada na nossa mente bloqueando a nossa reactividade humana e civica, inibindo-nos de reagir contra esses actos de barbarie que esta sendo praticda por uma minoria em armas, cujos argumentos de «superioridade» prima pela cultura da violência de comportamentos e complexos de falsa legitimidade de mandar, estamos a condenar e hipotecar, não so o nosso futuro, mas também dos nossos filhos e das gerações vindouras e, mesmo a continuidade da Guiné-Bissau como pais uno e indivisivel.

Aceitar este estado de coisas, estaremos enfim, a render-mo-nos aos argumentos de um tribalismo perigosamente emergente que se orienta pelo sentimento de dominação impondo-se pelo odio, a exclusão ou mesmo a exterminação, querendo aqueles que o praticam, escamotear a sua inadaptação social e incapacitação para viver numa sociedade que se prima pela concorrência do saber e da qualidade.

Por isso, exorto os meus compatriotas guineenses a remanescer-mo-nos no nosso orgulho de unidade nacional que projectou a gloriosa luta de independência que venceu apeoticamente um colonialismo bem mais brutal do que a ameaça que encarna essa minoria complexada que esta a desestruturar e banalizar a nossa sociedade.

Juntos estou certo, de que podemos e devemos expurgar esse sentimento de conformismo que esta a invadir as nossas mentes e reactivar os nossos actos de cidadania para assim, unidos fazermos frente a todas e quaisquer tentativas de denominação da nossa sociedade multicultural e inter-relacional, por um grupo de pessoas complexadas, incapazes, incompetentes e retrogados que so se revêm na violência inspirado num tribalismo primario e apologista da exclusão.

Carlos Sa
Sociologo

'Guerra' na APGB


O Conselho Fiscal da Administração dos Portos da Guiné-Bissau (APGB) está com os cabelos em pé, a propósito do sistemático desvio de fundos detectados junto da administração da mesma, isto desde que os novos corpos entrararm em funções, nomeados pelo governo ilegítimo saído do golpe de Estado de 12 de abril último.

Conforme apurou o ditadura do consenso junto de uma fonte da APGB, foram já detectados desvios de mais de 400 milhões de FCFA (perto de 1 milhão de USD dólares). O Conselho Fiscal acusa em particular um elemento da administração de "passar indevidamente isencões portuárias a algumas empresas". Apontam uma importação de cimento, da qual, garantem "membros da administração receberam comissões" por parte da empresa importadora.

O Conselho Fiscal revela outro desvio no valor de 8 milhões de FCFA, e acusam esse membro do Conselho de Administração de ter levantado 20 milhões de FCFA para a compra de mobilário para a sua residência particular. Dizem que o membro do CA "não tem poderes executivos" e, assim, acusam-no de agir "como patrão da APGB" e ao director-geral, Augusto Kabi "de obedecer-lhe como se de um criado se tratasse." Reunidos em 'conclave' há dias atrás num cafe de Bissau, consta que a roupa suja foi bem lavada... Estiveram presentes, para além do acusado, ST, HP, HV entre outros. AAS

domingo, 16 de dezembro de 2012

É hoje, é hoje



Uma missão de representantes de várias organizações internacionais chega hoje a Bissau para se inteirar da situação naquele país, anunciou o representante permanente da União Africana no país. Ovídeo Pequeno adiantou que a missão será constituída por representantes da CPLP, Comunidade Económica de Desenvolvimento da África Ocidental (CEDEAO), União Africana, União Europeia e Organização das Nações Unidas. O objectivo da missão, cujo envio foi decidido numa reunião da comunidade Africana que teve lugar em Addis Abeba, capital da Etiópia, afirmou que a visita tem como finalidade analisar com as autoridades ilegítimas de Bissau, sociedade civil e povo em geral a situação do país e apresentar recomendações que possam servir de base a um trabalho harmonizado da comunidade internacional.

A Guiné-Bissau tem estado a vegetar, com “um governo e um presidente de transição”, designados pela CEDEAO na sequência do golpe de Estado militar de 12 de Abril que depôs as autoridades legítimas e interrompeu a segunda volta da eleição presidencial. A comunidade internacional, com excepção da organização sub regional CEDEAO, continua a não reconhecer as novas autoridades provenientes do golpe militar.

POSSE NA CNE

O novo presidente da Comissão Nacional de Eleições da Guiné-Bissau já tomou posse, apesar da polémica suscitada por alguns partidos que contestam a nomeação, pedindo até a impugnação do acto eleitoral. Rui Nené, que substitui Desejado Lima da Costa, falecido recentemente em Portugal vítima de doença, disse que “a crítica em democracia é normal, desde que seja bem fundamentada”.

A inveja - O Pecado Inútil*


O ressentimento em relação aos outros parece ser inato, sobretudo nas pessoas de talento. Por quê? Será o dinheiro, a fama, os carros de luxo ou a beleza física que a desencadeiam? Ou ela nasce simplesmente da nossa insegurança?

A inveja é um dos sentimentos mais difusos, mas ao mesmo tempo é o que temos maior dificuldade em admitir. É o único pecado capital completamente inútil (ao contrário da gula ou da luxúria); no entanto, é tão poderoso que provoca grande sofrimento em quem o experimenta. Psicólogos e sociólogos ainda não sabem exatamente o que é a inveja nem de onde ela vem. Mas, na história da humanidade, a inveja tem sido a causa de grandes realizações.

A execução dos afrescos da abóbada da Capela Sistina, por exemplo, foi confiada a Michelangelo diante da insistência do grande arquiteto e pintor Bramante (1444-1514). Este último, que invejava o talento e a qualidade do trabalho de Michelangelo, estava convencido de que a pintura em tetos era o seu ponto fraco. Acreditando que Michelangelo não seria capaz de realizá-la, usou de sua influência para que a obra fosse encomendada ao rival. Resultado: Michelangelo criou uma das mais extraordinárias obras-primas da história da arte.

Ao contrário da gula e da luxúria, a inveja é o único pecado capital totalmente inútil. no entanto, é tão poderoso que causa grande sofrimento em quem o experimenta Sucesso Profissional De acordo com uma pesquisa, 12% dos entrevistados invejam o sucesso profissional alheio, enquanto 39% dos homens admitiram cobiçar a companheira do colega. Como nasce a inveja? Comecemos pelo próprio sentido da palavra: ela vem do latim invido, de olhar mal, ou melhor, de mau-olhado (na Itália meridional, tirar o mau-olhado significa expulsar a inveja). O invejoso lança um olhar fulminante sobre o objeto invejado. Eis por que, quando sentimos inveja de uma pessoa, não conseguimos enxergar um único lado positivo nela. Não por acaso costuma-se dizer que a inveja seca. Lembram-se da expressão "olhar de seca-pimenteira"?


O sociólogo italiano Francesco Alberoni, no livro Os invejosos, escreve: "O invejoso diminui o sucesso dos outros, sustentando que ele é fruto de uma injustiça. Porém, se o invejoso estivesse vivendo as mesmas condições e recebendo o mesmo reconhecimento que a pessoa alvo de sua inveja, ele diria que o seu sucesso seria merecido." Terra.

* Dedicado a todos aqueles que invejam o editor deste blog... AAS

sábado, 15 de dezembro de 2012

Novo: vídeos no DC, sem sair do seu blog preferido

Nova sondagem DC: Vote. AAS

Guineenses querem força de estabilização internacional sob mandato da ONU


Sondagem ditadura do consenso

Pergunta: Força de Interposição (ONU, UA, CPLP e CEDEAO) para a Guiné-Bissau?

Respostas:

Sim - 1050 (91%)
 
Não - 91 (7%)
 
Não sei/
Não respondo - 12 (1%)

Votos apurados: 1153
 

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Hanks, Russel Hanks


Russel Hanks, o representante norte-americano em Bissau – tem um ar pouco convencional quando comparado com um típico e bem composto diplomata norte-americano – mesmo os mais novos, apesar de ele, já ter provavelmente atingido a década dos 50. O rabo-de-cavalo, espécie de tufo exibido numa cabeça de couro cabeludo já raro, é um dos traços do seu “desconvencionalismo”; outro, é a sua exuberância pessoal, manifestada em coisas como a forma calorosa como cumprimenta na rua os altos funcionários e militares com que se cruza.

Os adversários internos do golpe de Estado de 12 de abril detestavam as públicas efusividades do representante com a gente do poder; considerava-as manifestações de adulação em relação a “simples golpistas”, impróprias na conduta de alguém que representa um país com o gabarito dos EUA e os padrões morais a que as suas políticas devem estar sujeitas. As autoridades “provenientes” do golpe do Estado, essas, por sua vez, compraziam-se com os actos e até com as palavras do representante, vendo nelas compreensão dos EUA onde no caso da restante comunidade internacional só viam condenações. Eram por demais notórias as extremas mesuras com que as mais altas autoridades do regime pós golpe recebiam em audiência o representante norte-americano, para as quais cuidavam sempre de convocar os media, sabendo, como sabiam, da sua disposição em falar.

A exuberância do representante norte-americano tem, afinal, uma razão de ser – que por isso passou a ser objecto da compreensão dos que a detestavam. Não é propriamente diplomacia, na pura acepção da palavra, aquilo que ele faz em Bissau; ocupa-se disso, mas porventura acessoriamente. O seu verdadeiro “job”, para o qual apresenta um apreciável currículo, é quase de certeza o de acompanhar, com o seu olhar e os seus saberes de “expert” na matéria, fenómenos como o do narcotráfico e correlativos que se desenvolvem em toda a região, com ramificações na Guiné-Bissau. E, para isso, é de toda a conveniência um bom círculo de contactos e acessos, que a sua exuberância aparentemente inata facilita – nas circunstâncias em que é exercida. AM

Na hora 'H', mas com o pensamento na letra 'E'


Na hora de se escolher o novo presidente do Partido da Renovação Social (PRS), eis que Kumba Yalá, fundador do partido, decidiu desistir da presidência desta força política. A notícia não deixou de surpreender, mas para os analistas, é uma estratégia para preparar as próximas eleições do Presidente da República... Pois. AAS

ONU quer 'supervisão eficaz' do exército


O Conselho de Segurança da ONU divulgou ontem um comunicado à imprensa pedindo a restauração completa do constitucionalismo em Guiné-Bissau. A entidade expressou sua preocupação com falta de desenvolvimento deste processo. O CS reiterou que apenas com base em diálogos genuínos, supervisão eficaz do exército e através da transição coordenada,

é possível estabilizar o país. A entidade dá boas-vindas à abertura da Assembleia Nacional 2012-2013 de Guiné-Bissau e espera os consensos sejam alcançados no encontro. A entidade indicou ainda que a cooperação e o esforço da comunidade internacional são importantes para a solução da crise de Guiné-Bissau. o CS encoraja as cooperações entre Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental, Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Organização das Nações Unidas, União Áfricana e União Europeia. AAS

De promessas está o inferno cheio. Queremos acções!


O Conselho de Segurança das Nações Unidas admitiu hoje desencadear meios de identificação e recolha de informação sobre narcotraficantes e criminosos internacionais operacionais na Guiné-Bissau.

A informação consta de uma declaração pública do Conselho, divulgada hoje nas Nações Unidas, cuja versão inicial foi circulada no início da semana por Portugal entre os restantes membros, após um 'briefing' pelo representante cessante do secretário-geral em Bissau, Joseph Mutaboba. Na mesma linha do último relatório secretário-geral da ONU, a declaração expressa "séria preocupação" com indicações de aumento de tráfico de droga no país desde o golpe de Estado em abril, apelando aos líderes militares para demonstrarem "maior compromisso com os esforços internacionais" anti-narcotráfico, em particular assegurando o "total funcionamento" das agências responsáveis.

Os países-membros declaram a sua "disponibilidade para considerar formas de garantir a recolha de dados adicionais sobre a identidade e atividade dos envolvidos no tráfico de droga e crime organizado na Guiné-Bissau". No seu último relatório sobre a situação na Guiné-Bissau depois do golpe de Estado, Ban Ki-moon reitera o pedido ao Conselho para que seja estabelecido um painel de peritos para investigar a atividade e identidade dos envolvidos no tráfico de droga e crime organizado, face ao agravamento da situação.

A declaração reitera o pedido de "total reposição da ordem constitucional" no país. Condena os ataques na Base Aérea de Bissalanca, a 21 de outubro e, na sequência destes, expressa "séria preocupação" com relatos de assassínios e "sérias" violações de Direitos Humanos, bem como "contínuas restrições sobre a liberdade de reunião, opinião e informação". Outro motivo de preocupação são os relatos de "ameaças e intimidação contra pessoal da ONU", quando compete às autoridades garantir a segurança do pessoal internacional, exigindo que as autoridades investiguem os episódios e levem os responsáveis perante a Justiça.

Numa altura em que se aguarda o anúncio do sucessor de Joseph Mutaboba como representante da ONU, os países-membros sublinham ainda a necessidade de o gabinete em Bissau (UNIOGBIS) ter condições para cumprir o seu mandato. Ao nível dos contactos políticos e diplomáticos, o Conselho de Segurança expressa "preocupação" com a falta de progressos na reposição da ordem constitucional, saudando o reinício dos trabalhos da Assembleia Nacional e aguardando um acordo sobre um calendário "claro e credível" para realização de eleições.

A declaração sublinha ainda a importância da coordenação entre os parceiros internacionais, em particular ONU, União Africana, União Europeia e as organizações regional (CEDEAO) e lusófona (CPLP), saudando o envio em breve de uma missão conjunta de avaliação para o terreno. Avaliando a situação política e de segurança, esta irá informar recomendações sobre a cooperação entre parceiros internacionais em áreas como a reforma do aparelho militar e o combate ao narcotráfico e impunidade judicial.

Afinal, em que ficamos?


"Reposição da Verdade

Escrevo este artigo para responder ao outro publicado neste blogue intitulado “Denúncia: Façam barulho”. Em nome dos organizadores do evento em causa, eu Eldmir Barreto Faria, não podia nunca deixar em branco esta tentativa de associação ao Governo de Transição. Isso porque é público o meu repúdio aos golpes, às violações de Direitos Humanos por principio, mas também porque esta organização conta com nomes de pessoas de bem, que foram convidados por mim. Entre eles, Julião de Sousa Soares, Tcherno Djaló, Luis Paquete, Alage Baldé, Tony Tcheka, Beto Garez, Joacine Moreira, Afonso Gomes, Filomena Djassi, Juca Delgado e o jovem Mamadú Saibana…

A ideia de organizar esta conferência surgiu na sequência da 2ª Edição do Dia da Comunidade Guineense em Portugal, sob lema “Para Uma Efectiva Reconciliação Nacional” e depois da conversa com alguns amigos (Tony Tcheka, Beto Garez e o Afonso Gomes, que curiosamente tem apoiado todas as iniciativas nossas, através da sua gráfica), decidimos lançar este evento no intuito de dar início ao Ciclo de Conferências sobre o nosso país, com objectivo, último, de criar um verdadeiro Movimento da Cidadania em Portugal. Somos todos nesta organização pessoas de Bem e de Pensamento Livre, que de maneira nenhuma aceitam ser porta-voz de Governantes da Guiné-Bissau, nem dos que lá estão nem dos que estão fora do país, NEM HOJE, NEM ONTEM E NEM NUNCA!

É verdade que Afonso Gomes é um dos elementos da organização mas NÃO É RESPONSÁVEL NEM TEM MAIS PRIVILÉGIO QUE OS DEMAIS ELEMENTOS. Mas nem a ele, nem os outros elementos foi questionado sobre o seu posicionamento na cena política actual, pois estamos aqui mesmo para procurar pluralidade de opiniões e unidade na acção que se propõe delinear para a Efectiva Contribuição da Diáspora Guineense em Portugal, neste processo de Reconciliação Nacional de que o país tanto carece.

Para que não restem dúvidas sobre a nossa posição devo esclarecer que desde sempre têm sido em defesa dos Princípios Democráticos como solução para o País. Aquando do Assassinato do Presidente da República João Bernardo Vieira juntei um grupo de pessoas (Jorge Vilela de Carvalho, Afonso Gomes e o Tony Tcheka) e no meu espaço Ébano apresentamos a nossa condenação, contando com cobertura dos meios de Comunicação Social.

Sou eu, o mesmo Eldmir Barreto Faria, que se for puxar pelas minhas origens, sou de Cachéu,  familiar direto de Honório Barreto (que para os mais atentos, rapidamente percebem a importância) e que tenho ligações familiares mais próximas com o Ex Primeiro-ministro Sr Carlos Gomes Júnior, por via da esposa dele que é minha tia, e que nem por isso deixo de pensar com a minha própria cabeça, e, que ao longo destes anos tenho vindo a trabalhar com apoio sempre de muitos amigos, com propósito único de promover a Guiné-Bissau e patrocinar convívios entre irmãos guineenses e amigos do país, isso para não referir inúmeros eventos culturais de cariz humanitário concretizados em conjunto com as nossas associações em Portugal e projetos sociais.

Todo o mundo sabe que não faço política nem tenho nenhuma vocação para isso, os meus eventos nunca tiveram e nem tem patrocínios ou apoios dos Governantes da Guiné-Bissau, sejam estes ou outros quaisquer. Desde sempre o que nos move é o patriotismo e genuína vontade de contribuir. Foi assim que organizamos “É Desta, Eu Acredito”, com um propósito, apoio a boa-governação, foi também assim que juntamos líderes das diferentes religiões da Guiné-Bissau em Portugal num outro evento de enorme importância “juntos pela paz, reconciliação nacional e diversidade religiosa”, com o apoio da Casa da Guiné em Lisboa, foi assim realizamos esses e todos os outros eventos de que se pode claramente esquecer com esta calúnia.

Para terminar, queremos repudiar esta tentativa de associar este evento ao Governo de Transição, reforçando que a nossa única motivação é trabalhar para a Guiné-Bissau estável e melhor para todos.    

Pela Guiné-Bissau, Pela Efectiva Reconciliação Nacional.

Mantenhas di Ermondadi
Um Abraço a todos!  
Eldmir Barreto Faria"