sábado, 27 de agosto de 2011

Será Outono quando o Homem quiser


Bom dia Aly.

Gostei do teu artigo "No outono das nossas vidas" - interessante que é uma frase que uso muito, digo sempre às pessoas que estou no Outono da minha vida. Tomo a liberdade de enviar-te algo em atach que escrevi sobre meu outono, sem pretensões literárias.

Comecei a seguir teu blog, na tua viagem atribulada, nos problemas que tiveste na Gâmbia com tua viatura etc. Passei a admirar tua personalidade, a coragem que tens, de tocar o dedo na ferida, de mandar PQP sem medos. Eu sempre fui certinha, controloda, és o inverso de mim, talvez seja daí minha admiração por ti enquanto jornalista.

Deus te proteja sempre, não tomo mais teu tempo por hoje.

Um grande abraço e um bom dia para ti.

«Outono

Dou por mim a pensar
Primavera e verão ficaram para trás
Recordações passam como relâmpagos
Olho no espelho
Vejo um rosto de uma mulher madura, e determinada
Rugas vão marcando presença
Corpo vai-se deformando
È um corpo que já tem história
Já se formou inscrições em sua superfície
Cada idade teve seu esplendor
Muitas lágrimas derramadas nas madrugadas
Amores frustrados
Conheci a traição, foi dolorosa
Marcou-me, mas consegui
Sair sozinha e deixar invadir
Por outros sentimentos
Sonhos realizados e outros por realizar
Um filho que não desabrochou
Partiu cedo demais,
Deixando meus braços vazios
Outra,
Paula, minha amadinha
Cresceu, bateu asas e voou
Tem o mundo a sua frente
Conquistas por realizar a medida do tempo
Silvio, minha alma gémea
Vai ensaiando timidamente seu voo
Mas ainda tem as unhas
Enterrados no ninho maternal
Sinto uma ternura repousante
Pronta sempre a ouvir dar-me e amparar
Até que o manto frio do inverno
Venha me envolver.
Terminando sonhos, ilusões.vazio..

Z.L.»

M/N: Muito obrigado. Beijinhos para Cabo Verde. AAS

Negra, de origem Africana (Conakry-Guineense), Empregeda de hotel, acusa Branco, Europeu, Francês, Ex-Director do FMI...


Negra, de origem Africana (Conakry-Guineense), Empregeda de hotel, acusa Branco, Europeu, Francês, Ex-Director do FMI, Economista, Advogado, Putativo candidato às eleições presidênciais francesas.

Ao longo das nossas vidas, tivemos conhecimento de muitos casos semelhantes a história bíblica do gigante Golias e David. O caso de Dominique Strauss-khan (DSK) e Nafissatou Diallo tem alguma semelhança, mas também tem pelo menos algumas diferenças: No caso bíblico Golias era branco e David também. Aqui, Golias é branco mas “a” David é negra. No caso bíblico, David venceu Golias, neste David perdeu (provisoriamente...).

Recorda-se que tudo aconteceu, quando, no dia 14 de Maio (estava eu na Guiné-Bissau), DSK fio detido (já dentro do avião), nos EUA, quando se preparava para regressar à Paris, acusado de agressão e violação a Nafissatou Diallo de 32 anos. A violação teria acontecido no quarto nº 2806 do Hotel Sofitel em Manhattan, onde trabalhava Nafissatou. Um caso mediático que fez correr muita tinta, horas de interrogatórios e depoimentos, exames médicos requeridos etc etc.. No meio de tudo isso DSK foi liberto mas, obrigado a permanecer nos EUA (o final do filme já se advinhava...).

Eis que no dia 23 de Agosto, dias após a divugação do relatório médico emitido por um Hospital Novaiorquino concluir que, cito, “ A violação é causa dos ferimentos apresentados pela alegada vítima”, o Juiz Nichael Obus retirou todas as acusações ao DSK, porque a vítima não tinha credibilidade, tendo em conta o seu passado e inconsistências durante os inerrogatórios. Confesso que não percebo nada de Direito, aliás sou Médico Veterinário, mas, mesmo não tendo acesso ao processo e não percebendo nada de Direito ( embora concorde que o passado das pessoas devem ser tido em conta em processos judiciais) , há questões que merecem ser esclarecidas:

- Se a credibilidade da vítima é que conta, porque se fizeram exames médicos?

-Se os exames concluissem que não houve violção, teriam valor ou não?

-O que esteve em julgamento? Credibilidade da vítima ou a violacão comprovada por exames médicos?

- E se ela fosse Norteamericana branca?

Tudo isto aconteceu nos Estados Unidos, considerado por alguns (eu inclusive) como a maior/melhor democracia do mundo... O que acontecerá em matéria de justiça, em Países cuja democracia não se compara com os EUA? Pense nisso.

Epifânio Có

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

ÚLTIMA HORA: Mexidas no Governo



Fernando Gomes deixa a Função Pública para ocupar o ministério do Interior; Baciro Dja fica com a pasta da Defesa; Aristides Ocante sai da Defesa para a Função Pública, sendo que Dinis Cablol, ex-Ministro do Interior muda-se de armas e bagagens para a Administração Territorial. Mario Dias Sami deixa a secretaria de Estado das Pescas para Tó Barbosa, e ocupa o lugar deste, no Ambiente.

Sairam do Governo, Luis Sanca, ex-ministro da Administraçãoo Territorial (que foi ministro no final dos anos '80...) e Lourdes Vaz, ministra da Mulher e Luta Contra a Pobreza.

Adelino Mano Queta, compadre do primeiro-ministro, deixa o atrapalhado ministério dos Negócios Estrangeiros para ocupar o cargo de ministro da Justiça, e Mamadu Saliu Pires transita da Justiça para o dos Negócios Estrangeiros. AAS

Desespero



Há uma tentativa do Governo, em conluio com a Presidência da República, de fazer uma remodelação governamental, tudo para atrasar os processos dos assassinatos de 2009 em curso na Procuradoria Geral da República. Gente houve que foi já sondada, entre eles ex-governantes do PAIGC, mas que declinaram o convite envenenado. Estejamos pois atentos. AAS

EXCLUSIVO: O conteúdo da queixa-crime contra o Primeiro-Ministro Carlos Gomes Jr.


Photobucket

Ao
Dignissimo Delegado do Ministério Público

Bissau



Processo n 177/2009


Armando Procel, Abdú Mané, Humiliano Alves Cardoso, advogados assistentes no processo à margem referenciado, tendo tomado conhecimento do ofício 28/PM/11 de agosto do corrente ano, em que o Sr. Carlos Gomes Júnior, Primeiro-Ministro pretende chamar a atenção do Sr. Procurador Geral da República alertando-o sobre as tentativas do lavar as mãos sobre o processo das mortes dos malogrados Hélder Proença, Baciro Dabó, Tito Abna Ntchalá e Cadjucam Nhaga.

I

No dia 11 de agosto de 2001, o Governo, na pessoa do Primeiro-Ministro, Sr. Carlos Gomes Júnior decidiu dirigir um ofício com referência 28/PM/11, ao sr. Procurador Geral da República Dr. Edmundo Mendes cujo teor vem elucidar, a quem ainda tinha dúvidas, do envolvimento do Governo nas denúncias ocorridas nos dias 4 e 5 de julho de 2009.

II

O Chefe do Governo, Sr. Carlos Gomes Júnior continua a insistir de forma eloquente na tese da tentativa de golpe de Estado.

III

O Chefe do Governo afirmou olimpicamente que fez uma participação contra um grupo de cidadãos guineenses.

IV

O Chefe do Governo alegou que solicitou a adequada averiguação dos factos e o consequente procedimento criminal.

V

O Chefe do Governo como se ainda não bastasse afirma categoricamente que a denúncia provinha de individualidades que mereciam e merecem a maior consideração e confiança das autoridades nacionais.

VI

O Chefe do Governo assumiu premptoriamente que entregou elementos de prova que pareciam irrefutáveis, e que foram colocadas à disposição do Ministério Público.

VII

Pela denúncia e provas ditas irrefutáveis, o Ministério Público exarou o seguinte despacho. A consumação da alegada intentona carece de força, da violência que teria que utilizar-se para que o tipo se consuma, portanto a tentativa em apreço é impossível.

VIII

Outrossim, nas certidões emitidas pelo Ministério Público consta como denunciante os Serviços de Informação do Estado da Guiné-Bissau, departamento governamental sob alçada directa do Primeiro-Ministro e consta também como denunciados os malogrados Hélder Proença, Baciro Dabó, Tito Abna Ntchalá e Cadjucam Nhaga, e a presente certidão destina-se para confirmar a inocência dos mesmos perante as autoridades nacionais e estrangeiras.

Assim, face aos factos ora invocados vê-se nitidamente que, nos termos do artigo 230 Nº 1 do Código Penal, estamos perante uma denúncia caluniosa feita pelo Governo na pessoa do seu Primeiro Ministro.

Artigo 42 Nº 1 do Código de Processo Penal: «Quem por qualquer meio, perante autoridade ou publicamente, com a consciência da falsidade da imputação, denunciar ou lançar sobre determinada pessoa a suspeita da prática de um crime, com a intenção de que contra ela se instaure procedimento criminal, é punido com pena de prisão até 3 anos ou multa».

Artigo 42 Nº 6 da Constituição da República da Guiné-Bissau reza o seguinte: «São nulas todas as provas obtidas mediante torturas, coação, ofensa da integridade física ou moral da pessoa, abusiva intromissão na vida privada, no domicílio, na correspondência ou nas telecomunicações.

Artigo 61 da Constituição da República da Guiné-Bissau reza o seguinte: «Os titulares de cargos políticos respondem política, civil e criminalmente pelos actos e omissões que pratiquem no exercício das suas funções.

As normas constitucionais ora invocadas, visam controlar toda a actividade investigatória, desistimulando a prática de actividades probatórias ilegais por um lado, e por outro, visa assegurar também os direitos e garantias fundamentais de todo o individuo, designadamente o direito à intimidade, à privacidade, à inviolabilidade do domicílio e das telecomunicações entre outras.
A busca da verdade, só por meios e vias legalmente admissíveis sob pena de nulidade insanável que é de conhecimento oficioso.

Em resumo, a prova proibida contaminda as restantes provas se houver um nexo de dependência cronológica, lógica e valorativa, o que é o caso em apreço, ou seja, a prova ílicita é uma espécie de fruto de árvore envenenada.

O Artigo 116 Nº 1, do CPP diz o seguinte: «As provas obtidas em violação dos artigos anteriores (Artº 122 - objecto da prova; Artº 113 - admissibilidade de meios de prova; Arº 114 - proibição absoluta de prova; Artº 115 - proibição relativa de prova) ou de qualquer outra norma proibitiva de prova são ineficazes sob ponto de vista processual e apenas podem ser utilizadas para se proceder criminal ou disciplinarmente contra os seus autores.

O Artigo 116 Nº 2, do CPP diz o seguinte: «É obrigatório sob pena de nulidade insanável proceder ao desentranhamento de toda a prova proibida.

Assim sendo e com base no exposto, requer-se a instauração de um processo crime contra os membros do Governo encabeçado pelo seu Primeiro Ministro, Sr. Carlos Gomes Júnior, na medida em que confessou plena e integralmente que é uma das pessoas que fez, nos termos do 230 do CPP uma denúncia caluniosa contra cidadãos guineenses que morreram inocentemente, conforme as certidões do próprio Ministério Público.

Requer-se ainda o desentranhamento dos registos magnéticos das escutas telefónicas e gravações áudios do processo, uma vez que o próprio Ministério Público nunca requereu ao Juíz de Instrução Criminal pedindo para efectuar escutas telefónicas, fotografar e gravar as conversas que o Primeiro Ministro apelida de provas irrefutáveis. Essas provas são nulas e significa que em caso algum podem ser valoradas porque estamos perante fulminante intromissão na vida privada dos malogrados, por isso mesmo é que o Artigo 116 impões que se proceda criminalmente contra todos os autores da denúncia.

Termos em que,
E.D.

Os Advogados:

Armando Procel,
Abdú Mané,
Humiliano Alves Cardoso.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Queixa-crime contra o 1º Ministro, Carlos Gomes Jr.


Hoje, 5ª feira, os advogados que representam os familiares de Hélder Proença, Baciro Dabó, Puntchu, assassinados em 2009 e hoje ilibados do crime de tentativa de golpe de Estado, deram entrada no Ministério Público com uma queixa-crime contra o primeiro-ministro Carlos Gomes Jr.

Amanhã, não perca, em exclusivo no ditadura do consenso, as razões dos familiares das vitimas. AAS

Tu não cabes num poema... Aly

No Outono das nossas vidas



Estes dias a cantata tem sido: "eh, pa fulano pediu-me que intercedesse junto de ti para que parasses...", ou "beltrano disse-me 'eh, ma ami n'ka tene sorti'...". Tudo isto deixa-me, obviamente, bastante reconfortado. E aos pulos!

Há dias, numa mesa de café, alguém da SE pedia-me quase de joelhos no chão que "parasse" um pouco, que os "deixasse respirar". A minha resposta? Um sorriso maroto. E uma provocação: 'amigo, lala quema!'. E depois ainda, o troco: "ainda bem que esses palermas têm medo de alguma coisa"...

Digo o que quero. E di-lo-ei as vezes que tiver de o dizer. Não tenho medo de assumir as responsabilidades - de que todos fogem - que houver que assumir. Não estou para aqui com meias tintas. Que me ataquem, que me critiquem. Sei que muitos devem estar um pouco combalidos com o ditadura do consenso...devemos atrever-nos, devemos ter a coragem de dizer as verdades.

Não importa o que digam aqueles que nada sabem, ou, aqueles que, ainda sabendo, pouco ou nada acrescentam. Pouco me importa o que dizem os 'cumentadores' ou os 'paineleiros' de certos meios... O último a rir é quem ri melhor, já se dizia!

No ditadura do consenso, abordam-se problemas, casos pertinentes, luta-se pela melhoria da governação, e, por tabela, pelo bem-estar deste Povo humilde. Devemos ser capazes de reconhecer os nossos próprios erros precisamente por isso - porque só assim se alcança o objectivo que se pretende atingir.

Quem me dera ver os meus governantes com: entusiasmo, seriedade, dignidade, orgulho, consciência do bem! Ah, quem me dera!!! AAAS
AAS

Comunicado MPD/Guiné-Bissau



"O MOVIMENTO PARA A DEMOCRACIA NA GUINÉ-BISSAU, através do seu representante, Dr. Benvindo Tavares Rodrigues, vem através desta agradecer e felicitar a todos os cabo-verdianos, militantes, amigos, simpatizantes, personalidades independentes e democratas que acreditaram na alternativa de um Presidente da República de Cabo Verde sem cor política, encabeçada pelo DR. JORGE CARLOS FONSECA, e que deram confiança a este candidato apoiado pelo MPD.

Num momento em que Cabo Verde enfrenta sérios desafios, designadamente, em áreas fundamentais, como o desemprego, a pobreza e a exclusão social, a insegurança, a falta de energia a água, etc., só um presidente sensível a esses problemas, como o DR. JORGE CARLOS FONSECA, saberá cooperar com o governo, para resolver estes problemas.

No plano externo, acreditamos que o Dr. JORGE CARLOS FONSECA dará o devido impulso na dinamização das relações diplomáticas, em particular com a Guiné-Bissau, onde existe uma das comunidades cabo-verdianas mais antigas no exterior e com problemas vários que carecem de urgente solução, por parte do Governo da República.

Pela presente, gostaria em meu nome, e no de todos os militantes do MPD na Guiné-Bissau, felicitar o Presidente Eleito e agradecer a todos os eleitores que confiaram os seus votos no candidato apoiado pelo MPD, DR. JORGE CARLOS FONSECA.

Feito em Bissau, aos 23 dias de Agosto de 2011

Benvindo Rodrigues, Representante do MPD/GB
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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Uma semana e meia

Foi o tempo que a RDP-Africa levou a acordar. Ou seja, com grande aparato, noticiaram hoje que 'o primeiro-ministro da Guine-Bissau escreveu uma carta ao PGR Edmundo Mendes'... uma carta publica em exclusivo por este blog. Em vez de dizerem 'a carta foi publicada por um blog guineense', nao precisando sequer de citar o nome - todos saberiam!

Acho que a RDP-Africa devia fechar mesmo, ate la para o fim do mes de setembro! Tudo para ferias. Bom, mas fica (uma vez mais) reposta a verdade. Porra, pa! AAS

A morte política de José Maria Neves


"Jorge Carlos Fonseca derrotou a arrogância do poder absoluto, a mentira, a lógica da trapaça política e a estratégia do Primeiro-ministro, José Maria Neves. Porque é ele o grande derrotado, Manuel Inocêncio foi apenas o peão da ilusão insana de poder absoluto do “PAICV/facção Neves”! E é essa facção que, de facto, é a derrotada - mais do que o PAICV, dividido que está entre a fidelidade ao líder e a coragem de pensar e agir pela própria cabeça.

Nesta matéria, ganharam os “ratos”, exceptuando aqueles que, movidos pelo oportunismo das conveniências, quiseram acautelar os futuros, os lugares, as prebendas e mordomias. É uma vitória de Zona – toda por inteiro -, mas é também uma vitória política de Carlos Veiga, elemento fundamental da vitória da democracia! E é uma vitória da cidadania em crescendo e do campo democrático que se alargou e uniu para derrotar os planos autoritários de José Maria Neves.

Jornal Liberal
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Ética, um valor em vias de extinção


"Hoje apraz-me trazer para a reflexäo, um tema que me parece pertinente e que tem a ver com aquilo que julgo ser alteraçöes profundas na nossa sociedade: a ÉTICA.

Uma palavra pequena, cuja amplitude teórica (definiçäo) : 2- conjunto de normas de ordem moral que regem a conduta de uma pessoa, de um grupo ou de uma sociedade – PORTO EDITORA, mas que se confunde com aspecto prático ou comportamental da própria palavra. Isto é, uma clara dicotomia entre aquilo que é a nossa responsabilidade social e, o nosso comportamento nessa mesma sociedade.

Como em quase todo o continente africano e a Guiné-Bissau näo é uma excepçäo, a palavra ÉTICA está em vias de extinçäo! Se por um lado, uma determinada actitude ou comportamento näo sendo proibitiva perante a lei, a sua práctica pode parecé-lo e, portanto, evitá-la seria uma decisäo acertada por uma questäo moral apenas. Isso chama-se ÉTICA ou por outras palavras, educaçäo!

Um Homem que näo se rege por princípios ÉTICOS näo será seguramente um bom chefe de família. Näo sendo como tal, nunca saberá governar-se, nem governar uma família, uma organizaçäo e muito menos um povo!
Eu näo estou aqui com estas palavras a tentar ensinar o que quer que seja a alguém. Estou, isso sim, a colocar criticas para a reflexäo. Tenho os meus pés bem assente no chäo. Sei que tenho ainda muito por apreender. Apreendo até com as pessoas que, a partida, muitos podem considerar inúteis mas que considero terem algo para ensinar!

Estar em frente de qualquer organizaçäo, pressupöe de algum modo, abdicar-se de certos comportamentos ou práticas de caracter até privado, mas que pode pôr em causa a credibilidade pessoal ou susceptível de minar cordeal relacionamento quer no interior da própria família ou numa organizaçäo. Ser chefe, comandante, director ou presidente näo basta apenas ser nomeado(a) ou eleito(a) é preciso exteriorizar conduta capaz de servir como modelo às pessoas que o rodeiam. Isto porque, “se garande di casa ta chami…” aqui nota-se um vazio de uma conduta modelador e, porconseguinte, uma falta de ÉTICA.

Mas, “se bu sta diante na luta, nabó qui pubis na djubi, abó qui sê spidju…” aqui, requer que a pessoa tenha um pouco de ÉTICA, disciplina ou capacidade de liderança. Significa saber ouvir, ser equidistante para aglutinar diferentes sensibilidades, significa ver as críticas como mera diferênça de pensamentos. Saber conviver com as críticas e explorar o lado positivo delas é, sem dúvidas, um acto de inteligência!

Na Guiné-Bissau continuámos a ter um entendimento errado no que se refere às diferênças de opiniöes. Quem critica as minhas decisöes é, automáticamente, um alvo a bater pois é considerado um invejoso, está contra a minha pessoa e outras mesquinhises do tipo.

Num país onde o comportamento dos servidores do Estado (Ministros, Secretários de Estado , etc) é täo baixo e se confunde com os demais cidadäos, é porque algo vai mal. A preocupaçäo de tudo ter no meio de tanto sofrimento sobretudo quando este é imposta é na verdade uma pobreza espiritual. Urge, por isso, resgatar os mais elementares valores de decência e de respeito pela vida humana!

Hoje no nosso país, basta ligar o rádio ou um click num telemóvel, para ouvir expressoes que confirmam o quäo baixo é o comportamento e a ganância de algumas pessoas da nossa sociedade. É preciso de forma urgente fazer sentir o poder do Estado: garantir a legalidade e igualdade perante a lei. Näo podemos continuar a nomear pessoas sem um mínimo do que seria exigível para desempenhar determinados cargos. Alguns, nem o criolo dominam!

A ideia que fica patente na maioria dos guineenses hoje em dia, é como se a política fosse o refúgio da incompetência e de mediocredade. Todos säo da mesma diapasäo : o país está assim por causa dos “ garimpeiros politicos” que vagueam e de baixo índole no nosso país. A democracia näo se resume num simples voto popular. Ele é, por inerência , uma expresäo da vontade maioritária! O que mede verdadeiramente o estado da democracia é o funcionamento das instituiçöes democráticas: liberdade e justiça, garantia de acesso e das oportunidades quer no ensino, saúde, no trabalho ou serviços básicos.

Estes, entre outras, devem constituir pilares mestras e um valor sagrado de qualquer sociedade democrática e civilizada.
Meus senhores, a política é uma actividade nobre e deve ser feita com convicçäo e com desiderato único de servir. O simples facto de ser mandatado para representar a vontade maioritária, por si só, é um privilégio. Portanto, auscultar o clamor e o sofrimento do povo deve constituir um imperativo moral!

É frequente ouvir pessoas reclamarem pela falta de estradas, hospitais, escolas, saúde básica e infraestruturas do modo geral. Sim, precisámos de tudo isso e muito mais. Mas, o que provávelmente precisámos ainda mais, säo os Homens com instruçöes! De nada adianta ter tudo isso e, depois, näo soubermos preservá-los. Quantas infraestruturas foram erguidas no pós-independência e que há muito foram deixadas ao abandono?

Como há pouco havia referido, näo podemos continuar a nomear pessoas por conivência e sem mérito. Estámos num mundo globalizado onde as informaçöes e o saber circulam a uma velocidade galopante e por via disso, uma necessidade de actualizaçäo constante. Para se fazer face a tudo isso, é necessário pessoas com outro tipo de background . Pessoas que sabem pensar, com outros sonhos para criar obras que perdure no tempo!

Para terminar, uma palavra aos mais jovens. A esta franja populacional, gostaria de apelar a todos no sentido de se engajar ainda mais sobre o destino do nosso país. Näo ficar passivo pois a herança podrá ser pesada no futuro e, a sua resoluçäo tornar-se-äo ainda mais ciclópica. Fazer política näo é necessáriamente fazer parte de um partido poítico em concreto. É, a cima de tudo, ser um cidadäo com pleno direito e deveres. Use a palavra porquê ? como ? como forma de luta sem violência e, ao mesmo tempo, vigilante perante a conduçäo e o destino do país.

Nha mantenha! Dia mindjor na bim. I pircis nô tarbadja cu cabeça na lugar na bass di ermonia sim ódio nim bingança. Jovens, na diferença di nô etnia la cu no força sta nel. Ca bô ceta Mandjaco mitiu contra pepel, ó balanta contra fula, mandinga, nalu ó b’djugo . Dia cu nô na percibi cuma nô riqueza sta na nô diferença, quil dia nôna mostra mundo cuma nô piquinino na tamanho ma no garande na diversidade cultural suma um povo!

Mayer A. Lopes
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terça-feira, 23 de agosto de 2011

PGR/Justiça - O primeiro crime

Por enquanto, a Procuradoria Geral da República (PGR) não pode mexer uma palha: está parada, com as mãos e os pés atados, e não se conta que haja novidades nos próximos tempos. A verdade é que não ha condições de trabalho e ninguém (leia-se o Governo) parece disposto a disponibilizar os meios para a criação de condições, ao menos aquelas susceptíveis de serem consideradas as mínimas, de trabalho.

A PGR não tem fundo de maneio, não dispõe de combustível, não há tonner's para as impressoras nem para as máquinas fotocopiadoras, não há sequer resmas de papel. Ou seja, não há nada! É bom que se pense nisso. É claro que a justiça é almejada por todos mas o Estado enquanto tal e através de todas as suas instituições, deve prestar a mínima atenção para que ela - a Justiça - possa funcionar.

Dezduz-se, por isso, que o próprio Estado não está interessado que a Justiça seja uma realidade na Guiné-Bissau. Uma fonte da PGR, contactado pelo ditadura do consenso, foi aos arames:

"É de loucos! O Ministério Público representa o Estado faz parte dele, portanto! Sem justiça haverá sempre intrigas, marchas, inventonas, intentonas. É a Justiça a ser desprestigiada - sumamente deselegante, como se pode constatar. Todos os ministros têm até duas viaturas, no mínimo, e nem cinco por cento dos magistrados conseguem pagar combustível para os seus calhambeques!»

É irritante e chega a ser gritante. Não há gabinetes que cheguem para todos, o Governo promete mas não cumpre, e, mais grave ainda, desconta-se no fim do mês as faltas nos dias em que se observam greves. Ninguém respeita a Magistratura, o que equivale a dizer que o Estado não se respeita a si próprio. Onde é que já se viu isto!!!?

A verdade é que se instaurou uma verdadeira guerra psicológica contra a Justiça e por conseguinte contra as magistraturas por forma a obstruir a realização da Justiça na Guiné-Bissau. E o primeiro crime começa precisamente aqui!!! AAS

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Com a alma em sangue - II



Estou a preparar a árvore genealógica deste Governo, e, sobretudo, do seu chefe. São tantas as nomeações, as conveniências, que pergunto a mim próprio: o que é feito das pessoas que estudaram durante anos, no maior esforço, com igual sacrifício?

O que dirão, hoje, esses estudantes deste mesmo Estado, que os deixou ao abandono numa terra desconhecida, virar-lhes novamente as costas?! É extraordinário, chegando mesmo a roçar o absurdo, a longa lista de nomes (com muitos analfabetos).

Terei paciência, pois tenho de sacar - ainda que à má fila - as fotografias de alguns deles. Há que ilustrar a árvore, para que não hajam dúvidas...

Também alguns ministros fizeram do 'seu' ministério uma autêntica extensão do quintal das suas casas! Primos, irmãos, cunhados, cão, gato, periquito - todos têm algo a fazer, uma missão a cumprir: servirem-se deste Estado idiota.

A minha luta contra os que mal fazem este País esta longe de estar terminada. Terminará, com toda a certeza, com a minha morte, mas para isso terão de esperar muito - isso é uma certeza.

A situação deste Povo deixa-me abalado. Quem me é próximo confirma-lo-ia. Não raras vezes, em casa, à noite, choro mesmo. Por tudo aquilo que vejo durante o dia. E vejo a miséria dete Povo, cruelmente exposta; vejo imundice; um perfeito atoleiro.

À noite, Bissau, a capital deste País esventrado, assemelha-se a um zoo: cobras, crocodilos, ratazanas, e, em tempos, houve até noticias de que hienas entravam no cemitério municipal... É o mato a entrar na cidade. (Continua). AAS

domingo, 21 de agosto de 2011

Jorge Carlos Fonseca venceu eleições em Cabo Verde


E agora, Zé Maria? AAS