sábado, 6 de outubro de 2012
TRAGÉDIA: Raio mata cinco crianças em S. Domingos
Cinco crianças morreram atingidas por um raio na região de São Domingos, norte da Guiné-Bissau, informou ontem a rádio Sol Mansi. Segundo fontes familiares citadas pela rádio, as crianças, todas do sexo masculino, tinham entre sete e 13 anos e estavam a vigiar a cultura do arroz quando o raio atingiu o local onde se encontravam. A tragédia deixou a aldeia em choque, de acordo com a mesma fonte. No leste do país as fortes chuvas provocaram inundações em Pitchi, região de Gabu e seis casas desabaram. Segundo a rádio, que cita o presidente do Comité de Desenvolvimento do Setor de Pitchi, 39 famílias ficaram desalojadas.
sexta-feira, 5 de outubro de 2012
MaSa-Segurança recebe prémio INTERNATIONAL STAR AWARD FOR QUALITY (ISAQ)
Boa tarde Aly,
É com muito orgulho que lhe informo que uma empresa guineense teve um reconhecimento a nivel internacional pelas boas práticas no ramo da segurança privada.
Obrigado,
Janísio Saiegh
"A MaSa-Segurança, empresa guineense de segurança e sanidade, Lda foi reconhecida internacionalmente no ramo da segurança privada, no ambito da implementação e fomento das boas práticas de qualidade.
É com muito orgulho e satisfação que anunciamos que uma empresa nacional foi reconhecida além fronteiras, no passado dia 30 de Setembro de 2012 em Genebra-Suiça, tendo recebido o prêmio INTERNATIONAL STAR AWARD FOR QUALITY (ISAQ), na categoria de Ouro, entregue pelo Presidente da Business Initiative Directions, Srº José Prieto, ao Director Geral da empresa, Mário Saiegh. A distinção internacional é fruto de um trabalho árduo e persistente de quase vinte anos na área da segurança, com uma filosofia geradora de emprego, formação contínua e inovação dos serviços aliada aos valores que regem a nossa instituição; Organização, Rigor e Disciplina.
A empresa esteve entre as 150 galardoadas, de 52 Paises emergentes da Europa, America Latina, Asia, Africa e Medio Oriente. A referida menção contribui para o fortalecimento do nosso trabalho e do espírito coorporativo, na vanguarda de um futuro melhor, sustentável e de qualidade. A todos os profissionais da MaSa-Segurança, que diariamente unem os esforços para cumprir com as responsabilidades assumidas perante os nossos parceiros (clientes, fornecedores e amigos), agradecemos o vosso árduo empenho e disponibilidade."
Sobre as não promoções
Afinal, estava-se à espera de sucessos em Nova Iorque (67ª Assembleia Geral das Nações Unidas) para as tão propaladas promoções nas forças armadas - acabou tudo por ser adiado. Ontem de manha, junto ao que resta do Hospital 3 de Agosto, um alto oficial da FA não consegiu conter-se e disse: "Eu sabia que isso não ia dar certo" - referindo-se ao golpe de Estado de 12 de Abril. Diria ainda mais, desta feita sobre as promoções: "Recusamos as patentes porque não nos vale de nada se somos condenados a nível internacional". AAS
quinta-feira, 4 de outubro de 2012
Vergonha em Nova Iorque...
"A Guiné-Bissau não merece ao que aconteceu na ONU”, disse Serifo Nhamadjo, e aqui estamos de acordo com o 'presidente'. Agora acusar o nosso embaixador na ONU como sendo o responsável pela vergonha que os próprios causaram, isso já é outra história. Será o embaixador o responsável do gabinete de credencias? Será que embaixador João Soares tem poderes de recusar a credenciação do “novo embaixador”? Será que o embaixador trabalha para o ONU? Parece-nos que ele trabalha para a Guié-Bissau e como tantos outros representantes, está sujeito às regras e regulamentos protocolares das Nações Unidas.
Sem dúvida, viveu-se em Nova York uma situação vergonhosa e frustrante nao só para o 'presidente', mas como também para toda a Guiné-Bissau; mas o Presidente “interino” deve virar a sua atenção para a “equipa avançada”; que podiam pelo menos tê-lo avisado, de uma forma honesta e aberta, que havia incertezas na credenciação o que seria motivo suficiente para ponderar a sua deslocação e consequente gasto do erário público. O acontecido foi na verdade uma vergonha nao só nacional mas sim continental e os elementos, tanto do 'Gabinete da Presidência' como os do 'Ministério da Presidência', devem ser responsabilizados politicamente pelo sucedido. A única verdade nua e crua que saiu em toda esta “bagunça” e que as autoridades de transição formalizaram mundialmente a sua ilegitimidade… P.C."
ECOMIB: jornal senegalês diz que soldados estão 'enervados'
"Cansados de serem maltratados, os militares senegaleses enviados em missão em terras Bissau-guineeses fizeram-se ouvir, quebrando a reserva a que se impuseram. Muito enervados, eles reclamam o pagamento dos respectivos subsidios de alimentação. Segundo a Radio Rfm, esses homens, constituidos de tropas e sub-oficiais estão em territorio Bissau-guineense depois de maio de 2012. Segundo o nosso correspondente, o responsavel da Direcção de informação e Propaganda das Forças Armadas (DIRPA) fez saber que a CEDEAO está em vias de se apoderar desses subsidios de alimentação, mas que o exercicito senegalês, faz também por seu lado, os seus esforços a fim de permitir os seus militares em missão as melhores condições para cumprimento da sua missão." FONTE: Seneweb
Manual do resistente
Este é um apelo desinteressado para os trabalhadores e para o Povo democrata da Guiné-Bissau:
Passaram quase seis meses desde os tristes acontecimentos na Guiné-Bissau. Seis meses de SILÊNCIO e de ambiguidade da comunidade internacional. Seis meses de joguinhos entre o Senegal, a Costa do Marfim, o Burkina Faso, a Nigéria e, pasme-se, os EUA - um país que não ganha uma guerra desde 1945!!! (NOTA: Os EUA estão a construir em Dakar, na Point des Almadies, uma autêntica base militar. Um quarteirão inteiro...quatro pisos abaixo do solo...).
Enfim, seis meses de vergonha.
Aos trabalhadores:
Que não trabalhem, que façam greves sucessivos. Numa palavra: paralisem o País, pois só assim as leis serão respeitadas, a orgia de violência cessará de uma vez por todas e a Guiné-Bissau caminhará, orgulhosa, e viverá no concerto das Nações civilizadas.
Ao Povo:
NÃO podes manifestar-te! Os teus direitos previstos na CONSTITUIÇÃO estão fechados numa gaveta. Se o POVO guineense fizer se mantiver FIRME e determinado, acreditem, nem precisará da intervenção da comunidade internacional
A comunidade internacional aguarda um sinal da parte do POVO. Um sinal que pode traduzir-se numa resistência passiva, sem qualquer tipo de violência (a vitória de Ghandi, na Índia, contra a colonização britânica é um BELO exemplo).
Se o POVO se deixar assustar por 'leis' e 'decretos' (ilegais, diga-se) então a comunidade internacional democrática ABANDONA-LO-Á. Lembra-te: a comunidade internacional NÃO lutará por ti. Quando muito, tentará manter a tua cabeça fora de água...assim, não morres. Mas também não viverás...é tipo teres uma vida... pior do que a morte! Há que cerrar fileiras em cada esquina ou beco, o POVO deve continuar firme, sem medos nem receios. Este País pertence a cada um de nós. Se der para o torto, cada um tem então o direito de destruir a parte que lhe cabe... RESISTE com a desobediência civil, com grafittis, com panfletos, no anonimato ou dando a cara, mas RESISTE.
Resistindo, não estarás a fazê-lo para ajudar A, B, ou C ou o partido E, F, ou G... estarás a contribuir para tirar do obscurantismo, do medo, do analfabetismo o teu Povo, o teu País, uma Nação inteira da qual te orgulharás mais tarde. Quem diria que a Primavera Árabe teria o seu começo na Tunísia, alastrando-se depois a outros países governados por déspotas, todos eles apoiados pelos EUA? Só um louco de brilhantina no cabelo... RESISTE, e lembra-te sempre desta frase lapidar:
Ninguém tem o dever de obedecer a quem não tem o direito de mandar
- Quem votou em alguém para se arvorar em 'presidente de transição'?
- Quem votou em alguém a ponto de ser chamado de 'primeiro ministro de transição?
- Como é que quatro países (cheios de problemas e conflitos) se sobrepõem aos restantes doze países-membros da CEDEAO, impondo ao POVO da Guiné-Bissau um 'presidente' e um 'governo' ILEGÍTIMOS?
- A que se tem prestado a União Africana, a organização maior do continente? A que estados presta vassalagem? E a troco do quê mesmo? Sobretudo: a que povo deve uma explicação sobre o seu imobilismo e inoperância?
- Por que interfere a América? E a França, a China?
- Porquê tanta ambiguidade da potência do continente, a África do Sul (participou, na tribuna, na festa da independência - e garantiu, depois de confrontado pelo DC, que foi "um erro"...mas ontem, à chegada do 'presidente de transição'... Ninguém os viu de bandeirinha hasteada e nem nenhum representante europeu se prestou a tal coisa...)
- A CPLP, a União Africana, a ONU: Nenhuma destas organizações, a que se somam outras de particular relevo para a Guiné-Bissau como o Banco Mundial, o FMI - Nenhuma delas reconhecem as autoridades pós-12 de abril. Mas então o que se passa afinal? A CEDEAO estará acima da União Africana?
- O que vai fazer a ONU, depois de o Senegal, a Nigéria e outros países terem violado uma resolução do próprio Conselho de Segurança?
- Por que não impõe a ONU sanções contra os países que violaram essa - a sua!!! - resolução?
- O que vai ser feito para SALVAR o POVO da Guiné-Bissau? Quando e como e por quem?
Aguardo:
A resposta do POVO.
António Aly Silva
António Indjai à 'Time': "Não seremos responsáveis pela segurança do Carlos Gomes Jr."
Dialogue with a Coup Leader: Has Guinea-Bissau Become a Narco-State? Antonio Indjai, the general who lords it over the small West African nation, is unrepentant and uncompromising about overthrowing the previous government. And he dislikes the U.N. too
By Jessica Hatcher / Bissau | October 2, 2012 |
General Antonio Indjai, 57, is the chief of staff of Guinea-Bissau’s armed forces, and on April 12 he overthrew the elected government in a coup, citing as the reason the presence of the Angolan military. The 270 soldiers from Angola had originally arrived to help reform Guinea-Bissau’s armed forces, which stand accused of involvement in a cocaine transshipment trade that sees an estimated 30 tons of the illegal substance ending up in Europe every year. The U.N. Office on Drugs and Crime has noted an increase in drug trafficking since the coup, which was triggered by allegations that the Angolans were plotting to destroy Guinea-Bissau’s military. In response to the coup, all foreign aid to the government was cut. West Africa’s regional bloc, the Economic Community of West African States (ECOWAS), has since deployed a stabilizing force inside Guinea-Bissau. Indjai met TIME’s Jessica Hatcher at the military barracks in the capital, Bissau, on Oct. 2, 2012.
TIME: What is the relationship between the military and the transitional government?
Indjai: It is a positive relationship. That means, we are agreed on all facts, from A through to Z. It is positive in every way.
Some say it’s you with the power, not the government. What do you say to that?
I ask you, who has real power anyway? I ask you, who does decide on power in the world?
There has been talk of adding more forces to the current ECOWAS forces deployed in Guinea-Bissau. Would that work?
For the world to be preoccupied with a place like this, where there is no need for foreign forces and where there is peace, it makes no sense. Let them send their troops where there is a need, to Mali and to Syria, for example. If the U.N. is not concerned with these countries, why is it concerning itself with Guinea-Bissau? Do you see anyone being killed in the street here? No. What’s the problem? Let them go to Syria instead.
If Carlos Gomes Jr. were to come back, would the former Prime Minister be safe?
We would not be responsible for Carlos Gomes Jr.’s security on his return. If he were to come back, he’d be responsible for his own security. I repeat, if he were to come back, whatever happened to him would be his own or the U.N.’s responsibility.
When do you expect a new round of elections?
If the U.N. continues to instigate trouble in Guinea-Bissau, people will not have enough time to prepare for elections. With the transitional period standing at one year, if the troubles continue, then how can we prepare in time for elections? They must pipe down and allow us to organize the elections freely with the current government.
The first problem is why they are granting [the deposed interim President] Raimundo Pereira a voice at the U.N. [General Assembly] when he has been dismissed by a coup — how can he speak on behalf of the people? Who is he reporting to? He has been absent for 90 days. I call that trouble.
How do you consider U.S. politics with a view to Guinea-Bissau?
Very, very positive.
I have read a lot about the April 12 coup but would like to hear about it from you. Why did you organize a coup?
We didn’t organize a coup, we organized a countercoup. Do you know the origins of this coup? Angola and Carlos Gomes Jr. Would America allow a foreign army with heavier weapons than them inside the United States? We said [to Angola], Either you give these weapons to us, or, if not, leave the country and we will continue with cooperation between our two countries in the future. They said no, and only reinforced their own weaponry. I’m asking you, in light of this, what is the origin of the coup? Angola and Carlos Gomes Jr.
If we hadn’t organized a coup before them, they’d have reinforced their troops here and arrested us. The intention of Carlos Gomes Jr. was to have international forces to add to the Angolan troops, which meant they could have struck us down at any time. I drew [Carlos Gomes Jr.'s] attention to this more than 20 times — I said not to bring Angolan troops here. This is why we organized a coup. I didn’t ask that he remove the Angolan troops, just that he solve the problem of the weapons.
I’ve heard people in the street say that the coup represents a failure of democracy.
Of course I agree the coup is a failure of democracy. A coup has no place in a democracy. But if you have no other means of escape, you have to look for a solution. For example, if I took you and locked you in this room with my weapon and I were to shoot, how would you react? You’d want to escape, and you might break down the door — you’d take any means that you could in order to get out. We removed just two people — the Prime Minister and the President. Where else does that exist, that a coup d’état happens and no one dies? Not one. Since they didn’t want to take our advice, we said leave or you will be dismissed.
The head of the U.N. Office on Drugs and Crime, Yuri Fedotov, said last week that drug trafficking in Guinea-Bissau has increased since the coup. What are your observations on that?
We are requesting that they send a special mission to investigate and evidence this, to see where and when the drugs have come through here since April, and whether it really has increased or not. The representative of the U.N. here is a crook — he’s the brother-in-law of Cadogo [a nickname for Carlos Gomez Jr.]. All this information has been prepared by [Joseph] Mutabobo [the U.N.’s special representative to Guinea-Bissau] — if I were the government, I’d consider him persona non grata.
Some say that the chief of the armed forces in Guinea-Bissau is involved in drug trafficking: How do you respond to that?
Show me the proof. I tell you, all the people who are providing this information are crooks. Because I didn’t obey Carlos Gomes Jr., they are chasing me out of the country. I want proof — let them provide that proof.
Was Carlos Gomes Jr. involved in the death of President João Bernardo “Nino” Vieira?
I don’t know. That is political.
Were you involved?
For what? Why should I be involved in that? This is no more than the gossip on the street. If I wasn’t in power at that time, how should I know? I wasn’t the chief of staff then. Let us ask Carlos Gomes Jr., the former Prime Minister.
There is a history of conflict between the military and civilian government in Guinea-Bissau. What is it that the military wants?
There is no misunderstanding between us — the only problem was the weaponry brought by the Angolans. This was the only misunderstanding we had. TIME
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
Pois é!
"Bissau, 2 a 8 de julho de 1978
Na onda de escândalos e inquéritos a desvios de fundos que rebentou nos Armazéns do Povo, foi também apanhado o [Domingos] Fernandes (há anos residente em Portugal, comentador da RDP-África), mestiço simpático, director da SOCOTRAM (Sociedade de Comercialização e Transformação de Madeiras), serração e fábrica de móveis. Dados os brandos costumes dos guineenses, não o prenderam logo, continuou mesmo a ir todos os dias aos escritórios para passar o serviço ao sucessor. Um amigo meu, palestiniano, que o via passar pelas oficinas, ficava muito intrigado por o ver perguntar inquisitoriamente ao mestre: "Há madeira? Há óleo? As máquinas estão a funcionar?". Não resistiu o palestiniano a perguntar, por sua vez, ao mestre: "Mas então o Sr. [Eduardo] Fernandes não foi suspenso e substituído?". "Pois foi", respondeu o mestre. "Então porque faz ele estas perguntas?". E o mestre, muito natural: "É o hábito!" - Extraído do livro "Em Tempos de Inocência, Um diário da Guiné-Bissau" (Prefácio, 2006) de António P. da França, Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário de Portugal na Guiné-Bissau (1977 a 1980)
Alguém falou em...ditadura, ainda que sem consenso?
Abdu Mane, Procurador-geral da República, ordenou o fim das intervenções públicas da classe política guineense. A ordem foi tornada pública esta segunda-feira, 1 de Outubro, que visa fundamentalmente os casos relacionados com o golpe de Estado do 12 de Abril.
De acordo com comunicado de imprensa do Ministério Público, o homem «mais forte» desta magistratura já veio avisar que, qualquer político que não obedecer às novas regras da sua instituição, vai ser processado judicialmente. Na sequência destas intenções de Abdu Mane, já foram ouvidos o líder da Sociedade Civil guineense, o Presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Luís Vaz Martins e o Secretário-geral da Confederação-geral dos Sindicatos Independentes da Guiné-Bissau, Filomeno Cabral. Os militares não foram ouvidos no âmbito destes processos.
Os observadores políticos na Guiné-Bissau dizem que se trata de mais um passo de consumação do golpe de Estado, já no sector judicial, em particular, no Ministério Público. A medida vai atingir fundamentalmente a FRENAGOLPE, organização criada após o golpe de Estado que, no entanto, tem continuado a pronunciar-se e a denunciar a acção de golpe de Abril. De referir que Abdu Mane foi uma das pessoas que liderou as marchas de protestos, proferindo várias declarações públicas sobre casos de assassinatos ocorridos no país. PNN
Tristeza...
"Caro irmão,
É muito triste o que passa no nosso país: "Movimento de solidariedade para com o 'presidente e o governo de transição da Guiné-Bissau'... Esse movimento devia sair à rua, isso sim, para exigir do governo e do presidente impostos aos guineenses pela CEDEAO o começo das aulas... Não para receber um 'presidente' que não teve qualquer sucesso nas Nações Unidas...
VIVA A DEMOCRACIA.
Serifo Djalo"
M/R: Uns podem manifestar-se, outros...nem peidar podem! É a ditadura, estúpidos!!! AAS
terça-feira, 2 de outubro de 2012
África Monitor
"Todas as avaliações segundo as quais o narcotráfico na Guiné-Bissau aumentou no seguimento do golpe de Estado de 12 de Abril, apontam, como 'evidência comum' o trânsito constante de cidadãos de países latino-americanos, em especial colombianos, que por vezes se demoram no país; o motivo alegado é o turismo." AM
(Des)convidados
Para a reunião anual do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional, que este ano terá lugar em Tokyo, Japão nos meados de outubro...a Guiné-Bissau não foi convidada. Meus caros: a verdadeira morte de Amilcar Cabral aconteceu de facto em... Nova Iorque, na semana passada.
NOTA: A Guiné-Bissau, depois da 67ª Assembleia Geral da ONU, ficou (ainda) mais isolada - política e economicamente, gatos-pingados à parte... AAS
ONU: Dois em um
- Apesar do Comité de Credenciais não ter deliberado (ou tê-lo feito de forma ambígua, indo a reboque da China) sobre a quem cabia discursar na 67ª sessão da Assembleia Geral da ONU, tendo remetido o assunto à Plenária, o Comité Político não esteve com meias medidas: autorizou formalmente a delegação legítima guineense a distribuir, na Plenária, o discurso que seria proferido pelo Presidente da República Interino, Raimundo Pereira;
- Por cá - resultado dos danos colaterais na ONU - a 'coisa' também começam a aquecer. O CEMGFA tem demonstrado insatisfação quanto aos resultados obtidos em Nova Iorque pela diplomacia do 'governo de transição'. Fontes bem posicionadas garantem ao DC que António Indjai não estará para brincadeiras - menos ainda para as de mau gosto. Assim, Faustino Imbali que se cuide... AAS
Portugal quer PAIGC no governo e regresso de Carlos Gomes Jr. a Bissau
Portugal defendeu omtem na 67ª Assembleia Geral da ONU que a solução da crise na Guiné-Bissau passa pela nomeação de um governo que inclua o PAIGC, partido maioritário, e o regresso do primeiro ministro deposto, Gomes Júnior. Falando na conclusão do debate da Assembleia Geral da ONU, o embaixador português, Moraes Cabral, identificou a Guiné-Bissau como um dos pontos preocupantes no panorama global, depois de em abril ter sido "interrompido um processo eleitoral democrático, violando os princípios defendidos pela ONU", como foi reconhecido pelo Conselho de Segurança. O restauro da ordem constitucional no país, afirmou, "requer a nomeação de um governo inclusivo, com o PAIGC, partido que tem a maioria dos lugares na Assembleia Nacional", disse o diplomata. LUSA
segunda-feira, 1 de outubro de 2012
Presidência da República legítima
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU
NOTA DE IMPRENSA
Nova Iorque, 29 de Setembro de 2012
O Presidente da República Interino da Guiné-Bissau, Dr. Raimundo Pereira, sob auspícios da União Africana e testemunhado pela CPLP e CEDEAO, manteve, no sábado, 29 de Setembro de 2012, na sede da União Africana em Nova Iorque, um encontro com o Presidente de Transição, sr. Serifo Nhamadjo, simbolizando as vontades das duas partes em que sejam abertos os caminhos de diálogo interno para a solução da grave crise que se instalou na Guiné-Bissau após o golpe de Estado de 12 de Abril.
Os dois políticos se cumprimentaram e trocaram algumas impressões sobre o início de um processo de diálogo interno que possa conduzir à uma paz duradoura na Guiné-Bissau, tendo sido aplaudidos pela assistência que testemunhou o acto.
Após o encontro do Presidente Interino Dr. Raimundo Pereira e o sr. Serifo Nhamadjo, o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Dr. Mamadu Jalo Pires e o sr. Faustino Fudut Imbali se reuniram de seguida para traçarem uma estratégia comum que possa servir de base de lançamento para o diálogo entre as duas partes desavindas na crise político-militar despoletada com o golpe de Estado de 12 de Abril.
Após o encontro, os dois governantes concordaram nos seguintes pontos:
a. Agradecerem a União Africana pela iniciativa de proporcionar um primeiro contacto entre as duas delegações em Nova Iorque e ao mais alto nível como um primeiro passo para o início de um diálogo interno que deverá abrir os caminhos para a paz e estabilidade duradouras na Guiné-Bissau;
b. Encorajar a Missão Conjunta da ONU/UA/CPLP/CEDEAO/EU na Guiné Bissau para uma avaliação da situação no terreno, cujos resultados poderão permitir a ONU e a UA o lançamento de bases para as negociações entre as delegações dirigidas pelos Ministros Dr. Mamadu Jalo Pires e Faustino Fudut Imbali, em Addis Abeba com vista ao estabelecimento de um roteiro credível para a solução da crise no nosso país;
c. Apelar à UA para a criação das condições logísticas que permitam um novo encontro entre as delegações dirigidas pelos Ministros Dr. Mamadu Jalo Pires e Faustino Fudut Imbali, em Addis Abeba, com vista ao estabelecimento de um roteiro credível para a solução da crise no nosso país;
d. Encorajar o diálogo interno entre todas as forças vivas da nação, desde as forças políticas e também das organizações da sociedade civil, incluindo sindicatos e ONGs como forma de assegurar um processo de transição inclusivo;
e. Apelar a Comunidade Internacional para que apoie na promoção do diálogo interno que facilite a aproximação das partes desavindas no processo político guineense e para uma transição política credível.
No concernente à controvérsia que resultou da presença de duas delegações para a Guiné-Bissau, (Governo Legítimo e Governo imposto de transição) há que sublinhar que foi a delegação chefiada pelo Presidente Interino da República, Dr. Raimundo Pereira que foi credenciada e, por isso, só ela teve acesso à Sala da Assembleia Geral da ONU.
Portanto, a delegação do sr. Nhamadjo, não tendo sido credenciada, nem sequer teve acesso às instalações das Nações Unidas.
Foi o nome do Presidente da República Interino, Dr. Raimundo Pereira é que figurou na lista dos oradores até ontem Sexta-feira. Só foi suspenso porque a CEDEAO, através de Senegal, Nigéria e a Costa do Marfim apresentaram um recurso para que o Presidente Dr. Raimundo Pereira não proferisse o discurso em nome do país, utilizando a chantagem e a mentira junto do Secretário-geral da ONU para atingirem esse objectivo, alegando que se este falasse iria aumentar a instabilidade militar no país e que também seria uma humiliação para a CEDEAO e que isso poderia mesmo levar ao fim da organização sub-regional. E, nessa circunstância, quando há um recurso que coloca a controvérsia entre duas delegações do mesmo país, o assunto é levado para o Comité de credenciais que deve tecer recomendações por consenso e envia-la ao Presidente da Assembleia Geral, que, por sua vez, a submeterá ou não à plenária da Assembleia Geral da ONU para votação e decisão final.
Entretanto, segundo fontes bem colocadas junto do gabinete do Presidente da AG da ONU, ele não vai tomar nenhuma decisão sobre o assunto, uma vez que o Comité de credenciais não chegou a um consenso sobre a controvérsia criada pela Nigéria e companhia.
Significa declarar que o Presidente Interino Dr. Raimundo Pereira não irá proferir o seu discurso conforme estava previsto, sendo que esse era o objectivo do recurso do Senegal, da Nigéria e da Costa do Marfim. Todavia, não conseguiram nem sequer que a delegação de Serifo Nhamadjo fosse credenciada e muito menos proferir discurso na AG da ONU.
Na verdade, esta situação acaba por representar uma vitória para a delegação do Presidente Interino Dr. Raimundo Pereira, uma vez que só ela foi credenciada e entrou nas Nações Unidas e foi recebida pelo Secretário-Geral Adjunto da ONU para os Assuntos Africanos, manteve encontros com a Configuração da Guiné-Bissau da Comissão da Consolidação da Paz das Nações Unidas e teve uma audiência com a nova Presidente da União Africana junto das Nações Unidas.
Por outro lado, a delegação foi convidada a tomar parte em várias recepções de países membros das Nações Unidas, designadamente da África do Sul, Emiratos Estados Árabes, OCI e França.
O Governo Legítimo da República da Guiné-Bissau
(Autoridades Eleitas pelo Povo)
ONU: Angola sobre a Guiné-Bissau
Embaixador de Angoja junto da ONU, Ismael Martins: "Na República irmã da Guiné-Bissau, defendemos uma solução inclusiva e duradoura. Temos a certeza de que um engajamento da Nação guineense, que torne possível a real inclusão de todos os actores nacionais na busca de uma solução à crise, resultará numa normalidade da Ordem Constitucional, no âmbito das pertinentes resoluções adoptadas pelo Conselho de Segurança, União Africana, pela CPLP e pela CEDEAO".
"As outras organizações internacionais envolvidas na resolução do diferendo - ONU, União Europeia, União Africana - estão de acordo no que é preciso fazer agora. Querem que a legalidade internacional seja reposta, e que as forças da CEDEAO sejam substituídas por forças internacionais, que envolvam outros países, incluindo os da CPLP, e que seja constituído um Governo de transição com base nos resultados das eleições" - Murade Murargy, Secretário Executivo da CPLP
CPLP acusa CEDEAO de "ser parte do problema" em vez de "ser parte na solução"...
O secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) acusou hoje a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) de estar a ser "parte do problema" na Guiné-Bissau, em vez de "parte da solução", violando normas internacionais. "A ação da CEDEAO complica um pouco todas as outras ações internacionais porque violam todas as normas do Direito Internacional em relação à Guiné-Bissau", reconheceu, em entrevista à Lusa, na sede da CPLP, em Lisboa, o moçambicano Murade Murargy, que inicia agora o seu mandato à frente da organização lusófona.
O diplomata de carreira recordou que a CEDEAO "empossou um Governo" não eleito na Guiné-Bissau (numa alusão ao apoio manifestado aos militares golpistas) e mobiliza, no terreno, "forças compostas por países que são parte interessada no conflito". Mas, destacou, Governo eleito e Governo imposto pelos militares golpistas iniciaram hoje um diálogo em Nova Iorque. O Presidente deposto Raimundo Pereira e o seu sucessor Serifo Nhamadjo reuniram-se à margem da Assembleia-Geral das Nações Unidas, que hoje termina, provavelmente sem que nenhum representante da Guiné-Bissau suba ao palanque para se dirigir à restante comunidade, dadas as divergências entre as partes.
No final do encontro, ambas as partes encarregaram os seus ministros dos Negócios Estrangeiros de continuar as discussões. Murade Murargy confirmou que "há muitos esforços que estão a ser desenvolvidos" para "identificar as divergências que existem", mas salientou que o conflito é "um problema a ser resolvido pelos próprios guineenses", que "têm de dialogar". As organizações internacionais podem ser apenas "facilitadores e promover o diálogo", sublinhou Murade Murargy. "É um assunto de guineenses, tem de ser resolvido pelos guineenses", insistiu, sem arriscar um prazo, porque, "em questões de conflitos internacionais, é difícil prever um tempo", mas esperando que "seja o mais rapidamente possível".
"Enquanto tivermos um membro na situação em que se encontra a Guiné-Bissau, dificilmente podemos desenvolver ações de cooperação mutuamente vantajosas entre nós", reconheceu o secretário-executivo. As outras organizações internacionais envolvidas na resolução do diferendo - ONU, União Europeia, União Africana - "estão de acordo" no que é preciso fazer agora, garantiu Murade Murargy. "Querem que a legalidade internacional seja reposta, (...) que "as forças da CEDEAO sejam substituídas por forças internacionais, que envolvam outros países, incluindo os da CPLP, e que seja constituído um Governo de transição com base nos resultados das eleições", enumerou.
Murade Murargy disse não temer o peso que o conflito na Guiné-Bissau poderá ter no seu mandato. O assunto "está a ser seguido ao mais alto nível", nomeadamente entre representantes da CPLP e da CEDEAO, e disse acreditar que vai ser possível "encontrar uma saída para este imbróglio". "A Guiné-Bissau não nos vai desviar dos nossos objetivos", assegurou, recordando que Moçambique fixou o tema da segurança alimentar e nutricional como prioridade para o seu mandato à frente da CPLP, até 2014. "Os nossos países têm capacidades e potencialidades" para "participar na produção mundial" de alimentos, justificou o ex-chefe da Casa Civil durante a presidência de Joaquim Chissano. LUSA
O diplomata de carreira recordou que a CEDEAO "empossou um Governo" não eleito na Guiné-Bissau (numa alusão ao apoio manifestado aos militares golpistas) e mobiliza, no terreno, "forças compostas por países que são parte interessada no conflito". Mas, destacou, Governo eleito e Governo imposto pelos militares golpistas iniciaram hoje um diálogo em Nova Iorque. O Presidente deposto Raimundo Pereira e o seu sucessor Serifo Nhamadjo reuniram-se à margem da Assembleia-Geral das Nações Unidas, que hoje termina, provavelmente sem que nenhum representante da Guiné-Bissau suba ao palanque para se dirigir à restante comunidade, dadas as divergências entre as partes.
No final do encontro, ambas as partes encarregaram os seus ministros dos Negócios Estrangeiros de continuar as discussões. Murade Murargy confirmou que "há muitos esforços que estão a ser desenvolvidos" para "identificar as divergências que existem", mas salientou que o conflito é "um problema a ser resolvido pelos próprios guineenses", que "têm de dialogar". As organizações internacionais podem ser apenas "facilitadores e promover o diálogo", sublinhou Murade Murargy. "É um assunto de guineenses, tem de ser resolvido pelos guineenses", insistiu, sem arriscar um prazo, porque, "em questões de conflitos internacionais, é difícil prever um tempo", mas esperando que "seja o mais rapidamente possível".
"Enquanto tivermos um membro na situação em que se encontra a Guiné-Bissau, dificilmente podemos desenvolver ações de cooperação mutuamente vantajosas entre nós", reconheceu o secretário-executivo. As outras organizações internacionais envolvidas na resolução do diferendo - ONU, União Europeia, União Africana - "estão de acordo" no que é preciso fazer agora, garantiu Murade Murargy. "Querem que a legalidade internacional seja reposta, (...) que "as forças da CEDEAO sejam substituídas por forças internacionais, que envolvam outros países, incluindo os da CPLP, e que seja constituído um Governo de transição com base nos resultados das eleições", enumerou.
Murade Murargy disse não temer o peso que o conflito na Guiné-Bissau poderá ter no seu mandato. O assunto "está a ser seguido ao mais alto nível", nomeadamente entre representantes da CPLP e da CEDEAO, e disse acreditar que vai ser possível "encontrar uma saída para este imbróglio". "A Guiné-Bissau não nos vai desviar dos nossos objetivos", assegurou, recordando que Moçambique fixou o tema da segurança alimentar e nutricional como prioridade para o seu mandato à frente da CPLP, até 2014. "Os nossos países têm capacidades e potencialidades" para "participar na produção mundial" de alimentos, justificou o ex-chefe da Casa Civil durante a presidência de Joaquim Chissano. LUSA
MNE Timor Leste: "Foi silenciada a voz do Povo da Guiné-Bissau"
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Timor-Leste, José Luís Guterres, afirmou à Lusa que a suspensão da intervenção do presidente deposto da Guiné-Bissau no debate da Assembleia Geral da ONU "silenciou a voz do povo guineense" no plenário internacional.
"Foi silenciada a voz do povo da Guiné-Bissau na ONU. É uma situação que não devemos permitir", disse Guterres, em declarações à Lusa no final de uma semana diplomática intensa na ONU, em que na sexta-feira, após queixa da CEDEAO, o presidente deposto Raimundo Pereira viu suspensa a sua intervenção. CPLP e CEDEAO têm estado divididas sobretudo em relação ao reconhecimento do governo saído do golpe de Estado militar em abril, que o bloco lusófono rejeita, trabalhando apenas com o executivo deposto de Carlos Gomes Júnior.
A queixa da CEDEAO, sob pretexto de que a intervenção aumentaria a instabilidade na Guiné-Bissau, está a ser apreciada pelo comité de credenciais da Assembleia-Geral, que deverá fazer uma recomendação ao presidente o plenário, o sérvio Vuk Jeremic, sobre se Pereira pode ou não intervir no debate anual. Jeremic terá depois de submeter a decisão a votação pela Assembleia-Geral, adiantou o diplomata, sendo difícil que tal venha a acontecer até à conclusão do debate anual, na segunda-feira. Para Guterres, é "profundamente lamentável que presidente da Assembleia Geral não tenha dado voz a representante legitimo do povo da Guiné-Bissau". "O nosso desejo é que se encontre rapidamente uma solução para que a voz [da Guiné-Bissau] seja restabelecida aqui na ONU", adiantou o ministro. LUSA
Raimundo Pereira reclama "vitória" apesar do bloqueio da CEDEAO
O presidente interino deposto da Guiné-Bissau afirmou à Lusa que o credenciamento da sua delegação para representar o país na Assembleia Geral da ONU foi uma "vitória", apesar de impedido de intervir no plenário. Raimundo Pereira falou no fim-de-semana à saída de um encontro com o sub-secretário geral para Assuntos Africanos, Jeff Feltman, depois de ter sido impedido de falar no debate na sexta-feira, após uma queixa interposta pela comunidade regional, a Comunidade dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que ainda está a ser analisada.
"A democracia, em primeiro lugar, saiu vitoriosa porque viajámos para Nova Iorque para participar na Assembleia Geral e nós é que fomos creditados, os outros não", disse Pereira, apontando para o crachá de identificação nas Nações Unidas.
Quanto ao discurso que foi impedido de fazer, depois da inscrição da intervenção e quando já estava dentro do plenário, a "CEDEAO levantou questões que estão a ser analisadas", mas, para as autoridades depostas, "é uma vitória representar a Guiné-Bissau", adiantou à Lusa. Confrontado com a posição intransigente de bloqueio tomada pela CEDEAO em relação à intervenção do governo deposto, Pereira escusou-se a comentar. Acompanhado do ministro dos Negócios Estrangeiros, Djaló Pires, e do embaixador guineense junto da ONU, João Soares da Gama, Raimundo Pereira esteve reunido perto de 40 minutos com Feltman.
O objectivo, disse Djaló Pires à Lusa, era pedir ao secretário-geral que se "envolva mais" no processo guineense, como previsto nas posições do Conselho de Segurança, e que avance com a criação de tribunal internacional "ad-hoc" para a Guiné-Bissau. O governo pretende que este tribunal, seguindo o modelo dos criados pelo Conselho de Segurança para o Líbano, Ex-Jugoslávia ou Rwanda, seria encarregue do julgamento de todos os crimes de sangue cometidos nos últimos anos no país de 2000 a 2012. "Fomos muito claros e dissemos o que pensamos que deve ser feito para que a Guiné-Bissau encontre uma solução duradoura, não paliativa. O país tem assistido nos últimos 14 anos a sucessivos golpes de Estado", disse Raimundo Pereira à Lusa, após o encontro. Feltman, adiantou, foi "receptivo" e disse que as autoridades legítimas "têm uma palavra a dizer" no processo.
À margem do debate anual da Assembleia Geral, a delegação guineense, que incluiu o Primeiro-ministro deposto Carlos Gomes Júnior, encontrou-se com a presidente da Comissão da União Africana, Nkosazana Dlamini-Zuma."A União Africana comprometeu-se a estar mais engajada na procura de soluções. Temos esperança que sejam dados passos importantes nos próximos tempos para resolução desta crise", disse Pereira. Nos encontros em Nova Iorque na semana, a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e a CEDEAO falharam o objectivo definido pelo bloco lusófono de um plano de acção conjunto para a Guiné-Bissau.
Ainda assim, diz o presidente deposto, "foi um momento crucial, permitiu que, num espaço de tempo muito curto, se desenvolvessem acções muito importantes". Até se chegar a um plano de acção, refere, é preciso "aproximar posições", devendo os contactos prosseguir na próxima semana. Pereira escusou-se a responder se a continuação do processo eleitoral interrompido pelo golpe de Abril continua a ser uma exigência da CPLP, dizendo apenas que "está tudo em aberto". Youssoufou Bamba, embaixador da Costa do Marfim, país que detém a presidência da CEDEAO, escusou-se a prestar declarações à Lusa. LUSA
EXCLUSIVO: O discurso do Presidente Interino Raimundo Pereira, que a CEDEAO não quis que o mundo ouvisse
REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
Excelência Senhor Vuk Jeremic, Presidente da Assembleia-Geral das Nações Unidas,
Excelência Senhor Ban Ki-moon, Secretário-geral das Nações Unidas,
Senhoras e Senhores Chefes de Estado e de Governo,
Senhoras e Senhores Embaixadores,
Excelências,
Senhor Presidente,
Permita-me, antes de mais, felicitar Vossa Excelência pela Vossa eleição à Presidência da 67ª Sessão Ordinária da Assembleia Geral das Nações Unidas, fazendo votos que o seu mandato seja coroado de êxitos e deixando, desde já, a garantia de plena cooperação do meu país ao longo desta nobre missão que lhe é confiada.
Igualmente, gostaria de felicitar o Senhor Nassir Abdulaziz Al-Nasser, Presidente da 66ª Sessão da AG da ONU pelo excelente trabalho realizado.
Senhor Presidente,
É com o sentimento de profundo reconhecimento e de gratidão que uso da palavra nesta honrada tribuna, na minha qualidade de Presidente da República Interino, legítimo Presidente do meu país, o que demonstra, de maneira inequívoca, a intolerância da nossa organização em relação às alterações inscontitucionais dos poderes democraticamente instituídos.
O tema proposto para esta Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, "realizar por meios pacíficos o ajustamento ou resolução de situações de caráter internacional" reveste-se de uma importância capital, tendo em conta o atual contexto internacional que o mundo atravessa e a situação de crise vigente na Guiné-Bissau.
Com efeito, o meu país registou no passado dia 12 de Abril de 2012, mais um episódio de golpe de Estado, que culminou com a alteração da ordem constitucional, isto, depois da realização da primeira volta das eleições presidênciais antecipadas, consideradas livres, justas e transparentes pela comunidade internacional.
Anima-me a certeza de ter a legitimidade para falar em nome do povo da Guiné-Bissau, que na sua esmagadora maioria reconhece na minha pessoa o seu representante legal, nos termos da nossa Constituição. Lembro que, aquando do falecimento do Presidente Malam Bacai Sanhá, por força da Constituição da Guiné-Bissau, enquanto Presidente da Assembleia Nacional Popular eleito, assumi o cargo de Presidente da República Interino.
Registamos com particular frustração que a resolução da crise que se instalou na Guiné-Bissau tenha criado fortes divergências entre as diferentes organizações internacionais. Reconhecemos à CEDEAO, com base no princípio da subsidiariedade delegada pela União Africana, a liderança do processo de mediação da crise na Guiné-Bissau. Temos contudo particular dificuldade em compreender que este se apresente em contradição com a salvaguarda dos valores da Democracia e do Estado de Direito, assim como a preservação do respeito e a dignidade da nossa organização subregional.
Lamentamos que a CEDEAO insista em não obedecer aos padrões da Comunidade Internacional, ignorando inclusivê uma resolução especifica do Conselho de Segurança e levando o país ao isolamento total, com graves consequências social e humanitária para o nosso povo. Com efeito, o método e a forma como a CEDEAO diz pretender repôr a legalidade constitucional, demonstram claramente não simplesmente a aceitação mas a premiação do golpe de Estado, o que contraria flagrantemente o princípio da tolerância zero ao acesso ao poder por vias anticonstitucionais, tal como proclamado no seu próprio protocolo sobre a democracia e boa governação.
Senhor Presidente,
As regras e os princípios da democracia e do Estado de direito são objetivos e universalmente reconhecidos por toda a comunidade internacional, pelo que eles devem fundamentar todas as ações políticas que emanam das organizações de que soberanamente somos parte, e as suas interpretações não devem, de maneira nenhuma, ser subjetivas ou equívocas.
Neste contexto, saudamos as claras posições assumidas pela CPLP, União Europeia, União Africana, Organização Internacional da Francofonia e as Nações Unidas, que souberam genuinamente interpretar os referidos princípios e renovamos a esperança de ver a CEDEAO reconsiderar as suas posições e se alinhar com estes importantes parceiros.
Achamos todavia urgente que as Nações Unidas assumam o seu papel de coordenação deste processo tal como recomendado pela Resolução 2048 do Conselho de Segurança, e a Declaração do Presidente do Conselho de Segurança, do dia 30 de Julho de 2012, para que todas as organizações parceiras sejam incluídas na busca de uma solução equilibrada, justa e que responda as aspirações dos guineenses.
Nesta ótica, reiteramos o nosso apelo ao Secretário Geral das Nações Unidas, para a convocação de uma reunião de alto nível para a análise da situação na Guiné-Bissau, com vista a elaboração de uma estratégia global e integrada e a adoção de um roteiro, contendo medidas concretas para o restabelecimento completo da ordem constitucional na República da Guiné-Bissau.
Por outro lado, não nos parece viável qualquer processo de transição na Guiné-Bissau, sem a participação do partido vencedor das últimas eleições legislativas e que governou o país até a data do golpe de Estado, o PAIGC. Pensamos que a eleição de um novo 1º vice-presidente da Assembleia Nacional Popular que possa assegurar a presidência, em exercício, do parlamento e a constituição de um novo governo a ser dirigido por um Primeiro Ministro indicado pelo PAIGC, poderia ser o princípio de uma solução minimamente aceitável e que poderia tirar o país do extremo isolamento em que se encontra desde os trágicos acontecimentos de 12 de Abril.
Parece-nos ainda extremamente importante, diria mesmo decisivo, para que se possa encontrar uma solução duradoura para a crise no país, que a Força da CEDEAO estacionada na Guiné-Bissau seja transformada numa Força multinacional ou internacional com mandato expresso das Nações Unidas e que inclua unidades de outros países da CPLP, de modo a poder garantir, em geral, a segurança a todos os dirigentes políticos e de todos os cidadãos guineenses ao livre exercício dos seus direitos civis e políticos.
E, nesta perspectiva, gostaria de manifestar perante esta magna Assembleia, a minha total disponobilidade e a do Primeiro Ministro, Senhor Carlos Gomes Junior, para cooperar na busca de uma solução consensual que traga a paz, estabilidade e o desenvolvimento à Guiné-Bissau e que permita ao seu povo, exercer o legítimo direito de escolher os seus dirigentes.
Senhor Presidente,
A impunidade na Guiné-Bissau tem constituído uma grande preocupação da comunidade internacional e do povo guineense nos últimos 14 anos e uma das principais causas da instabilidade politico-militar no país.
Gostariamos, por isso, de exortar a Comunidade Internacional no sentido de um maior apoio e envolvimento no prosseguimento dos inquéritos sobre os diversos assassinatos políticos ocorridos no país a fim de serem encontrados os autores destes crimes hediondos e, julgados nos termos da lei, através de um Tribunal internacional ad hoc, independente e credível.
Com efeito, Excelência Senhor Presidente, gostaria, perante esta Magna Assembleia, de reiterar as denúncias que haviamos feito em intervenções anteriores perante o Conselho de Segurança da ONU, sobre a falta das liberdades e dos direitos fundamentais dos cidadãos na Guiné-Bissau.
É preciso que se saiba que desde os trágicos acontecimentos de 12 de Abri, os cidadãos e os partidos políticos democráticos na Guiné-Bissau estão proibidos de se manifestar pacíficamente e de exprimirem livremente as suas opiniões.
Ora, não há democracia sem o exercício livre, por parte dos cidadãos e dos partidos políticos, dos seus direitos e liberdades fundamentais, sendo por isso urgente que se ponha termo a esta situação absurda.
Senhor Presidente,
Gostaria de registar a nossa oposição ao continuo bloqueio a Cuba e nos associarmos aos muitos que exigem o imediato levantamento do embargo. Da mesma forma quero expressar a nossa adesao à responsabilidade que todos devemos paratilhar a bem dos equilibrios globais do ambiente e, desta forma, nos congratularmos com os resultados alcançados aquando da recente conferência mundial do Rio+20.
Para terminar, Senhor Presidente, permita que me dirija aos meus compatriotas na Guiné-Bissau, que sofrem diretamente com a situação prevalecente no nosso país assim como os que estão espalhados pelo mundo fora, para lhes pedir coragem e determinação em evitar o resvalo da Guiné-Bissau para o estatuto de Estado falhado, e que devemos continuar todos a trabalhar de mãos dadas e em harmonia para juntos construirmos uma Guiné Bissau melhor para todos.
Em nome de todo o povo guineense, cumprimento a todos e renovo os nossos sinceros agradecimentos.
BEM HAJA A TODOS!
EMENTA SEMANAL HOTEL ANCAR
2ª feira - Costeletas grelhadas c/salada mista
3ª feira - Caldeirada mista de peixe
4ª feira - Guisado de frango c/ervilhas
5ª feira - Bica no forno c/limão
6ª feira - Feijoada
Bom proveito.
domingo, 30 de setembro de 2012
Nhelen perfumado
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Moçambique afirmou que a Comunidade da África Ocidental (CEDEAO) apenas "defendeu a sua dama" minando na ONU o governo deposto da Guiné-Bissau, e que, dos contactos entre os dois blocos, sai uma "dinâmica" positiva. Segundo o ministro, o processo da Guiné-Bissau entra agora numa "nova fase", questionado pela Lusa no final de uma semana diplomática intensa na ONU, em que o presidente guineense deposto, Raimundo Pereira, foi impedido de falar no debate da Assembleia Geral, após queixa da CEDEAO. "A CEDEAO defendeu a sua dama da melhor forma que fez, mas isso remete para a necessidade de os guineenses falarem entre si; não devíamos ser nós a decidir quem fala" na Assembleia Geral, disse Balói.
Já sobre o argumento apresentado pela CEDEAO, Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, de que uma intervenção do governo deposto na Assembleia Geral elevaria as tensões em Bissau, o ministro afirma que é "sensível e eventualmente pouco prudente" ser utilizado. "O protagonismo excessivo que CEDEAO, e eventualmente a CPLP estão a ter resulta do facto de os atores nacionais não estarem a desempenhar o seu papel. O diálogo interno é fundamental, os guineenses têm de falar entre si", adiantou. LUSA
sábado, 29 de setembro de 2012
EXCLUSIVO: Encontro em Nova Iorque: Raimundo Pereira recebeu Serifo Nhamadjo
Como sinal de abertura com vista a encontrar vias para acabar com a situação de impasse e pôr cobro ao sofrimento do Povo guineense, o Presidente interino deposto, Raimundo Pereira, recebeu hoje, em Nova Iorque, o 'presidente de transição' imposto aos guineenses pela organização sub-regional, CEDEAO. O encontro, apurou o ditadura do consenso, contou ainda com as presenças do ministro legítimo dos Negócios Estrangeiros, Djaló Pires e do 'ministro dos Estrangeiros de transição', Faustino Imbali.
Os representantes do 'governo de transição' tiveram o apoio declarado dos EUA, enquanto que a China alegou que uma itervenção do Presidente interino deposto "podia dificultar futuras negociações". Uma coisa, porém, parece certa: ninguém discursa, mas os representantes legítimos depostos pelo golpe de Estado, podem cantar vitória: foram os que assistiram às sessões... O encontro nas Nações Unidas, primou por encontrar vias de saída pelo impasse criado com o golpe de Estado de 12 de abril. AAS
À atenção da UNIOGBIS
"Boa noite Aly,
Sou eu, da Eslovenia.
Ha dias li um artigo que escreveste sobre alguns contentores com bebidas alcolicas, scotch, que estao no porto de Bissau, pois o governo de transicao exigia, na altura, que sejam pagas impostos alfandegarios das referidas bebidas. Eu gostaria de saber, se ainda estao estas bebidas no porto de Bissau, tambem das marcas destes scotch, še sao blue label, black lebel ou outra marca.
Estou tambem interessado a saber, se e possivel fazer o re-export desta bebida, directamente do porto de Bissau para outros mercados. Tenho um comprador que esta interessado. Se for possivel podemos entrar em contacto com o dono dos contentores e negociar os preços.
Cumprimentos,
Inacio B."
NOTA: Eu só quero saber quanto é que a UNIOGBIS me dá de comissão por este negócio caído dos céus!!! AAS
A canalhice senegalesa
Alguém disse há dias que "há limite para a vergonha". Subscrevo o que disse Delfim da Silva, e acrescento: a verdade, doutor, é que a mentira tem perna curta. Isso acabou por saltar à vista, dentro da maior trapalhada.
O povo pacífico da Guiné-Bissau recordará para sempre o dia de ontem com dor e tristeza. Tristeza porque ninguém vem ao seu socorro; dor, porque merecia que o acudissem. Para o povo da Guiné-Bissau, esta 67ª sessão da Assembleia Geral da ONU que decorre em Nova Iorque, EUA, provou que o interesse de poucos, nesta verdadeira casa de todos, se sobrepõe aos mesquinhos interesses de alguns pseudo-poderosos. Ou seja, a ONU, ainda que não reconheça o governo golpista...adiante.
Os quatro da CEDEAO, atravês do seu testa-de-ferro-e-ponta-de-lança-da-nossa-desgraça, o Senegal, tentam impor aos restantes membros a subscreverem a sua posição - essa sim, PERIGOSA para a estabilidade da Guiné-Bissau - alegando no seu recurso que uma intervenção de Raimundo Pereira aos países-membros da ONU seria 'uma humilhação para a CEDEAO' para além de outros disparates.
NOTA: O Senegal e a Nigéria não conseguem sequer acabar com as guerrilhas nos seus próprios países, com custos incalculáveis para os seus povos, com milhares de mortos civis, e NEM conseguem CONTROLAR a 100% os seus prórios países...
Se Raimundo Pereira discursar, ainda segundo o nosso inimigo figadal, o impacto que esse discurso teria, a que se somam as distensões entre os seus membros, acarretaria o 'risco de implosão' da organização. Com este impasse, os quatro da CEDEAO sabem muito bem que podem ganhar apenas uma coisa: tempo. Para já, 90% dos países africanos membros da União Africana, incluindo países poderosos economica e politicamente estão com a verdade e, sobretudo, com a democracia! AAS
CEDE(R)ÃO
A intervenção do presidente interino e legítimo da Guiné-Bissau, Raimundo Pereira, foi suspensa por acção da CEDEAO, nomeadamente do Senegal, atravês do seu presidente Macky Sall. A posição da CEDEAO: ou discursa o golpista ou ninguém discursa. Estão preparados para o circo, pois sabem que a tese da CEDEAO não passará, logo há que usar todos os recursos disponíveis para atrasar e impedir intervenção legal.
Não se vislumbra a mais pequena hipótese de a tese da CEDEAO passar na plenária da ONU mas intentaram na mesma uma acção para impedir discurso oficial. Procedimento: assunto vai novamente ao comité de credenciais. Estes não decidem nada. Apenas tecem as suas recomendações que posteriormente enviarão para a Assembleia geral para votação. Contudo, todos os países amigos estão atentos às jogadas nos bastidores...
Naturalmente que a CEDEAO não terá hipótese alguma na votação: será a Nigéria, a Costa do Marfim, o Senegal e o Burkina Faso contra o resto do mundo, a começar pelo grupo CPLP, SADC e UE. Na reunião CEDEAO versus resto do mundo a situação piorou. Agravaram-se as tensões com a CEDEAO a recusar ceder e com posição unilateral dura e a solicitar os outros países para subscreveram a sua posição e a pagarem a factura...mas estes não vão na cantiga: em tempo de guerra (crise) não se limpam espingardas... AAS
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
Lavandaria
As sucessivas mudanças políticas na Guiné-Bissau são um dos principais entraves à luta contra o branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo, defendeu quinta-feira, em Bissau, uma responsável do sector. Teresa António da Veiga, presidente da Célula Nacional de Tratamento de Informação Financeira (CENTIF), lamentou também que não haja mais empenho do governo na luta contra branqueamento de capitais e terrorismo.
"A verdade que seja dita, o empenho do Governo não é tanto quanto devíamos sentir. Mas isso deve-se ao facto das muitas situações que o país tem vindo a viver", disse a responsável à Lusa, a propósito de uma reunião de dois dias que começou quinta-feira, em Bissau, sobre branqueamento de capitais e terrorismo e que junta magistrados e forças de defesa e segurança.
"Começa-se a sensibilizar os responsáveis pela implementação dessa política e chega o momento de execução e aparece uma situação perturbante. Com mudanças sucessivas de Governo é difícil que se possa implementar, efectivamente e com eficácia, aquilo que está na lei contra o branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo", lamentou Teresa António da Veiga.
A Guiné-Bissau adoptou as leis da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e da União Económica e Monetária Oeste-Africana (UEMOA) de luta contra o branqueamento de capitais e financiamento de terrorismo. Teresa António da Veiga defende o "cumprimento escrupuloso" dessas leis, em conjugação com as leis nacionais, "e sobretudo rigor no cumprimento do Código Penal relativamente a investigações e acusações de processos".
Só assim, avisou, se podem produzir provas. "Vendo a nossa realidade, de ostentação de riqueza ao nível do país, com o poder económico que temos, podemos a olho dizer que existe branqueamento de capitais. Mas factos e provas só com o engajamento efectivo do poder judicial e da judiciária", disse. A presidente da CENTIF disse desconhecer se na história do país já existiu ou não algum caso de julgamento de branqueamento de capitais ou financiamento do terrorismo.
A 16 de Novembro do ano passado, num fórum sobre Justiça Criminal, o procurador Hermenegildo Pereira afirmou que a lei de branqueamento de capitais existe desde 2004 e que até então nunca se tinha feito uma única investigação. O magistrado disse na altura haver "falta de vontade política" para investigar casos. A CENTIF depende do Ministério das Finanças mas junta também responsáveis dos ministérios da Justiça e do Interior. O encontro que quinta-feira começou vai debater a cooperação jurídica e judiciária, a criminalidade organizada e o tráfico de droga. AngolaPress
Letter from New York
"Jovem Aly,
A delegação do Governo de “Transição” está em desespero absoluto em NY. Hoje, o Presidente do Governo legítimo “deposto” discursará para o mundo. Os golpistas estão desesperados na vã tentativa de sabotar o processo, atravês de apresentação de recursos de última hora. Naturalmente tinha que ser, porque têm que prestar contas aos “tax payers” pelos gastos elevados desta frustada missão . Na Guiné-Bissau dizemos “si nha cabeça ka toka tchom, bu ca batim”. Let’s all learn from this text book example of diplomacy in action. Oh, by the way not a single shot was fired….; afinal “Guineense bali pena”. Viva a Guiné-Bissau.
Mantenhas…. more to come!
P.F."
(Quase) todos os nomes...
General Debate: 25 September - 1 October 2012
The President of the 67th session of the General Assembly has chosen the following theme for this year's debate: “Adjustment or settlement of international disputes or situations by peaceful means”.
Statements delivered in the General Assembly Hall will be in one of the UN official languages (Arabic, Chinese, English, French, Russian or Spanish), according to the rules of the Assembly. There will be no time limits for speeches, however the Assembly indicates a voluntary guideline of up to 15 minutes.
For users interested in watching the LIVE webcast in the original language, please visit UN Web TV.
The General debate will resume at 10 a.m. EST (GMT - 4:00).
Disclaimer: Only statements distributed in the General Assembly Hall or sent by the Permanent Missions are available online.
28 September 2012
Morning Session
Saint Vincent and The Grenadines
H.E. Mr. Ralph Gonsalves
Prime Minister
Saint Lucia
H.E. Mr. Kenny Davis Anthony
Prime Minister
Bhutan
H.E. Mr. Lyonchoen Jigmi Yoezer Thinley
Prime Minister
Tonga
H.E. Mr. Lord Tu’ivakano
Prime Minister
San Marino
H.E. Ms. Antonella Mularoni
Prime Minister
Samoa
H.E. Mr. Tuilaepa Sailele Malielegaoi
Prime Minister
Saint Kitts and Nevis
H.E. Mr. Denzil Douglas
Prime Minister
Vanuatu
H.E. Mr. Meltek Sato Kilman Livtunvanu
Prime Minister
Germany
H.E. Mr. Guido Westerwelle
Minister for Foreign Affairs
Nepal
H.E. Mr. Narayan Kaji Shrestha
Deputy Prime Minister
Malta
H.E. Mr. Tonio Borg
Deputy Prime Minister
Netherlands (The)
H.E. Mr. Uri Rosenthal
Minister for Foreign Affairs
Chile
H.E. Mr. Alfredo Moreno Charme
Minister for Foreign Affairs
United Republic of Tanzania (The)
H.E. Mr. Bernard Kamillius Membe
Minister for Foreign Affairs
Burkina Faso
H.E. Mr. Djibrill Ypènè Bassolé
Minister for Foreign Affairs
Turkey
H.E. Mr. Ahmet Davutoğlu
Minister for Foreign Affairs
Afternoon Session
Croatia
H.E. Mr. Zoran Milanovic
Prime Minister
Guinea-Bissau
H.E. Mr. Raimundo Pereira
Interim President
Sao Tome and Principe
H.E. Mr. Patrice Emery Trovoada
Prime Minister
Ethiopia
H.E. Mr. Hailemariam Desalegn
Prime Minister
Morocco
H.R.H. Prince Moulay Rachid
Prince
Ireland
H.E. Mr. Eamon Gilmore
Deputy Prime Minister
Lao Peoples Democratic Republic (The)
H.E. Mr. Thongloun Sisoulith
Deputy Prime Minister
Austria
H.E. Mr. Michael Spindelegger
Vice-Chancellor
Nicaragua
H.E. Mr. Samuel Santos López
Minister for Foreign Affairs
Russian Federation (The)
H.E. Mr. Sergey V. Lavrov
Minister for Foreign Affairs
Republic of Korea (The)
H.E. Mr. KIM Sung-Hwan
Minister for Foreign Affairs and Trade
Saudi Arabia
H.R.H. Prince Saud Al-Faisal
Minister for Foreign Affairs
Sweden
H.E. Mr. Carl Bildt
Minister for Foreign Affairs
United Arab Emirates (The)
H.H. Sheikh Abdullah Bin Zayed Al Nahyan
Minister for Foreign Affairs
Monaco
H.E. Mr. José Badia
Minister for External Relations
Uzbekistan
H.E. Mr. Abdulaziz Kamilov
Minister for Foreign Affairs
Azerbaijan
H.E. Mr. Elmar Maharram Mammadyarov
Minister for Foreign Affairs
Fiji
H.E. Mr. Ratu Inoke Kubuabola
Minister for Foreign Affairs
Andorra
H.E. Mr. Gilbert Saboya Sunyé
Minister for Foreign Affairs
Papua New Guinea
H.E. Mr. Rimbink Pato
Minister for Foreign Affairs
quinta-feira, 27 de setembro de 2012
ONU alerta: "Tráfico de drogas está claramente a aumentar" na Guiné-Bissau
O trânsito de drogas está "claramente a aumentar" na Guiné-Bissau, desde o golpe de Estado de abril pelos militares, afirmou hoje o diretor da agência da ONU sobre Drogas e Crime (UNODC), Yuri Fedotov. "Infelizmente, é claro que o transbordo de drogas através da Guiné-Bissau está a aumentar. É um desafio adicional", disse Fedotov, questionado sobre a tendência do narcotráfico no país desde o golpe de Estado. O golpe teve, entre os seus principais atores, militares ligados pelo Departamento de Estado norte-americano ao crime organizado. LUSA
República Popular da China ignorou 'governo de transição'
A embaixada da China em Bissau comemorou hoje a sua festa nacional - 63º aniversário da República Popular da China - mas ignorou por completo o 'governo de transição': ninguém foi convidado para a recepção. Apenas Artur Sanhá, na qualidade de presidente da Câmara Municipal de Bissau, foi convidado.
Pelo contrário, do PAIGC, foram convidados Manuel Saturnino da Costa, 1º vice-presidente do PAIGC (levou vestido o blusão da academia militar que frequentou na China), Artur Silva (na qualidade de membro legítimo do governo desposto), Marciano Silva Barbeiro e António Oscar Barbosa (Cancan). AAS
Nota de Imprensa
REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
NOTA DE IMPRENSA
NOVA IORQUE, 27 de Setembro de 2012
O Presidente Interino da República da Guiné-Bissau, Dr. Raimundo Pereira e o Primeiro-Ministro, Sr. Carlos Gomes Júnior foram recebidos, à margem da 67ª Assembleia Geral da ONU, pela recentemente eleita Presidente da Comissão da União Africana, Senhora Dlamine Zumma, com a qual abordaram o assunto relativo a situação da crise política na Guiné-Bissau.
Entretanto, o Presidente da República, Dr. Raimundo Pereira e o Primeiro-Ministro Sr. Carlos Gomes Júnior solicitaram, à recentemente eleita Presidente da Comissão da União Africana, um superior envolvimento da Organização continental na actual crise guineense, sobretudo para coordenar a concertação entre a CPLP, a CEDEAO e a União Europeia na busca de uma solução credível e duradoura para a crise na Guiné-Bissau.
Por outro lado, o Presidente Interino e Primeiro-Ministro tiveram hoje, 27/09/12, uma reunião interactiva com os membros da Configuração da Guiné-Bissau da Comissão de Consolidação da Paz das Nações Unidas, onde os dois dirigentes guineenses aproveitaram para esclarecer as razões de divergências entre a CPLP e a CEDEAO, aproveitando para denunciar a falta de liberdades que existe actualmente na Guiné-Bissau, onde se vive um ambiente de medo impróprio para um processo credível de eleições.
De igual modo, o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Dr. Djalo Pires, tomou parte nas reuniões ministeriais da CPLP e do do Grupo G7 – Nova visão de negocios para países frágeis.
Nova Iorque, 27 de Setembro de 2012.
As Autoridades Legítimas da Guiné-Bissau
Nova Iorque, meu amor
Era óbvio para todos - idiotas à parte, claro - que a 'transição' imposta à maioria esmagadora dos guineenses, pela força das armas, e dos homens, seria uma questão de tempo - esse grande amigo da verdade e, neste caso, dos verdadeiros democratas. Agora, tudo (ou o melhor) acontece em Nova Iorque. O secretário-executivo da CPLP avisou já: "Não há credencial para os representantes do governo de transição. Quem representará a Guiné-Bissau na 67ª Assembleia-Geral da ONU são as autoridades legítimas".
Posto isto - que ditadura do consenso anunciou hoje em primeira mão - é perfeitamente legal perguntar: e agora, Manuel? O que fazer, Faustino? Para já, há que tirar consequências do disparate diplomático que foi a ida a Nova Iorque. E o Russel rabinho-de-cavalo, da embaixada norte-americana em Dakar, o que lhe apraz dizer? E a Nigéria, o Senegal (que nos quer ver constantemente na merda), o Burkina e outros golpistas mais? Se desse ao menos para ganharem vergonha na cara...
Está claro como água que o pessoal da transição foi apaparicado para ir aos states... E, uma vez chegados à terra do Tio Sam... deu-se inicio ao tadja-panha. Instalaram-se (cerca de 27 pessoas) no hotel Millenium, a dois passos da sede da ONU, onde pagam um diária de 300 USD por cabeça... Há um ditado guineense que gosto particularmente e de que me lembrei agora, não disfarçando um sorriso maroto: "Si garandi tchoma mininu pa brinka i pabia i misti nam kontal bardadi".
Uma solução seria, na minha forma de ver, a maks viável: a de o PAIGC (partido que ganhou as eleições legislativas) ser chamado para formar um Governo - o seu, e preparar as eleições. Todo o cidadão guineense maior de idade deverá recensear-se, ninguém deverá ficar de fora. Depois, vamos às urnas! AAS
Cabo Verde: Dois cidadãos guineenses estão desaparecidos
- Dois cidadãos de nacionalidade guineenses estão dados como desaparecidos depois de terem sido arrastados por uma corrente na Boavista, em Cabo Verde, em virtude do mau tempo. O mau estado do mar tem dificultado as operações de busca e salvamento, que reiniciou às 14hrs (hora local). Um outro guineense conseguiu escapar e regressar a terra firme;
- Igualmente desparecida, desta feita em Luanda, Angola, está a jornalista Milocas Pereira, que também é docente numa universidade na capital angolana. Há mais de uma semana que não atende o telefone e nem é vista em público;
- A Guiné-Bissau não apresentou os números quanto à mortalidade materno-infantil, para que uma equipa da ONU, mandatada pelo Secretário-Geral Ban Ki-Moon. Mas, ainda assim, foi colocada na cauda da tabela, juntamente com Angola e Moçambique - os três únicos lusófonos abaixo da média. Números de 2010 situavam a mortalidade materna na Guiné-Bissau em 790 óbitos, enquanto que a infantil era de 150 mortes por mil nascimentos. Duas tragédias, portanto. AAS
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