terça-feira, 2 de julho de 2013
Se Maomé não vai à montanha...
OPINIÃO
Desde que a Drug Enforcement Administration (DEA) deitou a mão ao narcotraficante Bubo Na Tchuto, que Bissau, a capital do primeiro narcoestado em África se tornou num foco desta agência norte-americana de luta contra a droga. Depois de acusações ao CEMGFA, o general António Indjai e a mais quatro civis não identificados, a DEA mudou de táctica. Apanhar o general numa cilada já não adiantaria. Deitar-lhe a mão fora das fronteiras da Guiné-Bissau, menos ainda. Anda mais atento, deitando o olhar desconfiado sobre cada sombra. E assim, lá vai a montanha até Maomé... Empenhada que está em cumprir com o mandado internacional de captura que pende sobre a cabeça de António Indjai, a táctica norte-americana tornou-se mais refinada - e perigosa.
Agora, a DEA concentrou homens e atenções como nunca antes tinha feito. Para além dos drones, no ar, no terreno, apurou o Ditadura do Consenso, existem informadores locais. A DEA deslocou igualmente agentes (alguns norte-americanos) munidos com passaportes diplomáticos de estados terceiros. Um desses passaportes, segundo uma testemunha ocular contou ao Ditadura do Consenso, "foi entregue em mãos a um cidadão norte-americano, por um alto respresentante internacional na sala de estar da sua própria residência, em Bissau." O 'acto', garante, "foi testemunhado por mais quatro pessoas. Na altura nem me passou pela cabeça, mas agora...acho que começa a fazer algum sentido", disse, em conversa com o DC.
Os Estados Unidos da América, já se sabia, quando mordem os calcanhares não largam mais. Exemplos não faltam, e quase todos eles foram vitoriosos para os EUA. Foram ao Panamá raptar o presidente, general Noriega, que acusavam de estar a enviar cocaína para matar americanos. E para tirar Noriega da toca, que por sinal pertencia à igreja, fizeram-no com estilo: instalaram potentes colunas debitando música rock. Noriega rendeu-se e foi levado para os EUA. Durante uma década, andaram atrás de Osama Bin Laden...té na dia. Com a ajuda das autoridades colombianas, cercaram Pablo Escobar e mataram-no enquanto tentava escapar pelo telhado. Tarda, mas não falha. AAS
segunda-feira, 1 de julho de 2013
MINISTROS ANALFABETOS ABSOLUTOS OU FUNCIONAIS, “PRECISAM-SE”…
"Antes de mais, queria deixar claro a quem me ler que não tenho, nem nunca tive qualquer complexo de superioridade ou inferioridade, em relação aos graus de literacia, académicos ou de conhecimentos adquiridos. Pelo contrário, costumo não tolerar os portadores desses complexos. Mas, por vezes é necessário colocar os pontos nos “is”, de forma pragmática, para poder colocar “cada macaco no seu galho”.
Julgo que é de conhecimento comum que o termo “analfabeto absoluto” refere-se a aquele que não sabe ler nem escrever… O conceito que tem apresentado alguma variabilidade é de analfabetismo funcional, mas não fugindo muito do conceito de pessoas que andaram na escola, aprenderam a ler e escrever, mas são incapazes de utilizarem a leitura e a escrita em atividades da vida diária. Ou seja, têm dificuldade na compreensão e interpretação de textos escritos. Conforme dizem, "foi a escola, mas a escola não veio até ele".
Para completar o quadro, convém realçar dois conceitos importantes, com repercussões sociais e políticas que chegam a ser graves, como no caso da nossa Guiné-Bissau. Quando abordamos a sociedade, a política e o poder em qualquer parte do mundo, para além de termos a consciência dos conceitos de analfabetismo que referi acima, temos de ter também presente, os conceitos de “conhecimento empírico versus conhecimento técnico ou científico” e as suas repercussões na organização do estado e na sociedade.
Basicamente, o conhecimento empírico é aquele que advém do saber fazer, utilizando o senso comum. Portanto, a superficialidade torna-se uma característica inseparável do conhecimento empírico mas não deixa de ter o seu valor prático, ajudando-nos na resolução dos problemas da vida quotidiana, devido ao seu carácter prático e imediatista, na base de ação-reação, sem se perceber os mecanismos envolvidos e dessa forma conseguir prever reações de acordo com variações da ação…
Contrariamente, o conhecimento técnico ou científico adquire-se na base de processos rigorosos de observação, análise, reflexão, experimentação e demonstração. É um conhecimento assente no método, que permite compreender e prever com algum rigor os fenómenos e os acontecimentos, na vida quotidiana e em várias áreas da ciência.
É importante que qualquer universitário, académico ou intelectual perceba essa regra de aquisição de conhecimento científico, que é transversal a várias áreas da ciência e que é ensinado e aprendido nos meios universitários… Há autores que defendem hoje em dia o alargamento do conceito do analfabetismo funcional à classe universitária, abrangendo principalmente a aqueles que, apesar de andarem no meio e terem a sua disposição as informações necessárias, não conseguem fazer uso proveitoso dessas informações e do facto de estarem inseridos no meio académico… A ver vamos!
Importa também revisitar de forma resumida o conceito de ministro. Ora, apesar de sabermos que o cargo de ministro de qualquer área pode ser um cargo puramente político, também sabemos que existe o conceito de ministros técnicos apolíticos. Um ministro nada mais é, que o responsável pela gestão de uma área governativa, ou seja, o responsável máximo de uma repartição governamental. Quer dizer que um ministro tem importantes funções executivas na administração da coisa pública ou seja, do bem comum, daquilo que é de todos nós.
Então, é desejável que, apesar de ser um cargo de nomeação política, mesmo não sendo da área temática para o qual foi designado, que um ministro de uma determinada área tenha alguma formação técnica e o hábito e treino de decisão com base no conhecimento científico e não empírico. Em resumo, não convém que um ministro seja um analfabeto absoluto nem funcional, porque jamais decidirá sobre assuntos de extrema importância para a vida da população (cerca de 1.600.000 pessoas, no caso da Guiné-Bissau), com base em conhecimentos científicos. Pelo contrário, por mais conselheiros técnicos capazes que tiver no seu ministério, as decisões últimas serão dele e serão tomadas com base no conhecimento empírico, baseado no senso comum. Caso contrário, será um ministro que assina por baixo aquilo que um ou dois conselheiros disserem, aí sou obrigado a concluir que o país sustenta dois ou três ministros, em vez de ter apenas um dos conselheiros como ministro… Isso coloca outra questão, da existência daquilo que chamo “prostituição intelectual ou política”, em que um individuo tecnicamente capaz submete-se ao outro tecnicamente inferior, oferecendo-lhe toda a sua capacidade técnica, em troca de um posto seguro e até de ascensão na carreira política ou administrativa. Mas, isso é outra a questão!
Também, antes de emitirmos opiniões relacionadas com todos esses conceitos, é importante conhecer as leis e regras que gerem e moderam (pelo menos deviam gerir e moderar!) o funcionamento da nossa sociedade, como é o caso da Constituição da República.
Sabemos que, respeitando a nossa constituição, um ministro não pode ser nomeado pelo primeiro-ministro, nem por questões de confiança política nem por coisa alguma. O Primeiro-Ministro limita-se a propô-lo para o cargo de ministro. Precisamente para evitar abusos provenientes de amiguismos e compadrios no aparelho de estado e riscos de nomeações de pessoas com competências e percurso de vida duvidosos, que um ministro é proposto pelo primeiro-ministro ao Presidente da República e é este que o nomeia, depois de bem averiguado a sua idoneidade para o cargo (devia ser assim!). Também, a nossa constituição, permite que o próprio governo e os seus ministros sejam regularmente fiscalizados pela Assembleia Nacional Popular. Portanto, num país onde o estado de direito funciona efetivamente, não pode haver lugares para ministros analfabetos absolutos ou funcionais, pelo menos que consigam durar muito tempo no cargo…
Há outro conceito que importa introduzir neste texto, que é o de “propagandista”. Este é um individuo que promove um determinado produto ou pessoa, numa feira, numa loja, num comício ou em qualquer outro local. No contexto político, o propagandista é aquele que consegue estratégias para angariação de votos da população. Fá-lo com base no conhecimento empírico ou prático que tem das populações nacionais ou regionais, muitas vezes por afinidades culturais ou étnicas. Isso não quer dizer que este propagandista é automaticamente ministeriável, só pelo facto de ser um bom angariador de votos! Esse foi o erro que Passos Coelho cometeu com Miguel Relvas e que teve o resultado que todos conhecemos…
Num país onde o Presidente da República e os deputados podem ser analfabetos absolutos ou funcionais, torna-se linear termos ministros da mesma categoria e o povo, infelizmente, também ser contagiado pela epidemia do analfabetismo. É esse analfabetismo absoluto ou funcional, assente no conhecimento empírico, que leva os militares se acharem no direito de invadir a residência de um Primeiro-Ministro e de um Presidente da República, matando animais, raptarem pessoas e subtraírem bens materiais, sem que haja consequência dos seus atos. É esse analfabetismo absoluto ou funcional, assente no conhecimento empírico, que faz com que se defenda publicamente esses atos criminosos, com justificativas de defesa da soberania nacional ou a legítima defesa.
É esse analfabetismo absoluto ou funcional, assente no conhecimento empírico, que leva pseudopolíticos a instrumentalizarem os militares para assaltarem o poder e a seguir travestirem-se de pacifistas. É esse analfabetismo absoluto ou funcional, assente no conhecimento empírico, que faz com que apoiantes incondicionais dos golpistas agora andarem a travestir-se de pacifistas e melhores filhos da Guiné-Bissau.
É esse analfabetismo funcional, assente no conhecimento empírico, que faz com que se assiste a supostos representantes do estado e alguns “intelectualóides” a promoverem de forma impune a dominância ou exclusões étnicas no mosaico étnico da Guiné-Bissau. É esse analfabetismo absoluto ou funcional, assente no conhecimento empírico, que faz com que ninguém é julgado ou condenado pelas sucessivas violações da “lei magna” e das suas inevitáveis consequências económicas e sociais.
Fiquei deveras preocupado, quando, na pesquisa para a elaboração deste texto, deparei com a informação que no Brasil existem cerca de 70% de analfabetos absolutos e funcionais! Pensei, quantos teremos na Guiné-Bissau e na di áspora!? É um dado a descobrir… Que nenhum guineense, analfabeto absoluto ou funcional, permita ser usado como escudo para ataques entre analfabetos funcionais ou quadros técnicos bem formados, minimizando-o ou hipervalorizando-o, conforme as necessidades pessoais e corporativistas.
Conforme disse antes, cada macaco no seu galho. Nunca confundir a obra-prima do mestre com a prima do mestre da obra.
Jorge Herbert"
Já que a CEDEAO se chegou à frente no que toca ao reconhecimento do golpe de Estado de 12 de abril de 2012 (a única organização a nível mundial a ousar desafiar o resto do mundo); já que a CEDEAO tem dado suporte político ao regime golpista e ilegal da Guiné-Bissau; já que a CEDEAO, sempre a CEDEAO, tem dado cobertura a militares acusados de tráfico de drogas, terrorismo, violando as leis internacionais, então a CEDEAO que pague os 5 milhões necessários para a realização das eleições presidencias de 2013. Parece-me uma boa ideia. AAS
Relatório do FMI
O Conselho de Administração do Fundo Monetário Internacional (FMI) concluiu a consulta com a Guiné-Bissau ao abrigo do Artigo IV em 21 de Junho de 2013.
Contexto
Um golpe de Estado militar em Abril de 2012 fez regredir alguns dos progressos alcançados em anos anteriores no sentido da adopção de melhores políticas macroeconómicas. Este golpe levou a uma queda acentuada do volume das exportações de castanha de caju e à suspensão da ajuda dos doadores tradicionais, apenas parcialmente contrabalançada pelo aumento do apoio ao orçamento proveniente da região. Em resultado, a economia sofreu uma contracção de 1,5% em 2012. Apesar de algumas pressões no sentido da subida dos preços provocadas pela falta de alimentos e combustíveis, o impacto sobre a inflação global foi mitigado à luz da baixa pressão da procura interna. A inflação a 12 meses era de cerca de 2% no final de 2012. O défice da conta corrente externa aumentou, reflectindo também a queda dos preços de exportação do caju. A considerável redução das receitas orçamentais que daqui resultou levou a uma deterioração na composição da despesa e no controlo orçamental.
Ao abrigo do Artigo IV do Convénio Constitutivo do Fundo Monetário Internacional, o FMI mantém discussões bilaterais com os seus países membros, normalmente com uma periodicidade anual. Uma equipa de especialistas visita o país, recolhe informações de natureza económica e financeira e discute com as autoridades a evolução da economia e as políticas económicas do país. De regresso à sede do FMI, os especialistas elaboram um relatório que constitui a base para as discussões do Conselho de Administração. Concluídas as discussões, a Directora-Geral, na qualidade de Presidente do Conselho, resume os pontos de vista dos Administradores, e este resumo é transmitido às autoridades do país. A ligação a seguir contém uma explicação dos principais qualificadores empregados nos resumos:
IMF
Acumularam-se alguns atrasados internos em 2012, embora o governo tenha cortado completamente os gastos de capital financiados com recursos internos. O crescimento económico recuperará parcialmente em 2013, mas as perspectivas globais continuam a ser difíceis. Partindo do princípio de que as exportações de caju vão recuperar e o apoio dos parceiros regionais vai continuar, o produto interno bruto (PIB) real poderia crescer cerca de 3,5% em 2013. Mas a perspectiva a curto prazo depende de uma rápida resolução da crise política actual. A maioria dos parceiros de desenvolvimento mantém apenas relações de trabalho limitadas com o governo provisório. Enquanto a situação política não se normalizar e os parceiros de desenvolvimento não reatarem a pleno o seu apoio financeiro ao governo, a economia continuará a ser altamente vulnerável e é provável que se verifique uma deterioração das condições sociais. As pressões inflacionistas deverão, segundo as projecções, permanecer moderadas. Também segundo as projecções, o défice da conta corrente deverá diminuir relativamente a 2012, devido à retoma das receitas das exportações de caju.
As perspectivas económicas estão sujeitas a riscos externos e internos. É provável que a crise política persistente continue a comprometer os fluxos financeiros externos, o que poderia dar origem a derrapagens orçamentais e a um abrandamento do crescimento económico. Um atraso na campanha de exportação de caju também representa um risco de deterioração da conjuntura. Por outro lado, o aumento das taxas de desemprego na zona euro pode ter um impacto negativo nas remessas e na procura interna.
Avaliação do Conselho de Administração.
Os Administradores tomaram nota das frágeis condições económicas da Guiné-Bissau em meio a uma situação política delicada, ao reduzido apoio dos doadores e aos riscos descendentes para o sector externo. Embora a expectativa seja de recuperação da economia em 2013, o restabelecimento da estabilidade macroeconómica, a normalização da situação política, a restauração da confiança dos doadores e investidores e a aceleração das reformas estruturais serão necessárias para reduzir as vulnerabilidades e assegurar o crescimento sustentável e inclusivo.
Os Administradores realçaram a importância da aprovação atempada de um orçamento prudente para 2013 assente em projecções realistas de receitas e num envelope de despesas restrito. Dadas as opções limitadas de financiamento, o rígido controlo orçamental e a planificação de contingências devem ajudar a proteger os gastos sociais e evitar um forte aumento dos atrasados. Os Administradores saudaram a intenção das autoridades de aumentar a transparência da gestão do Fundo de Promoção à Industrialização dos Produtos Agrícolas (FUNPI).
Para o médio prazo, os Administradores destacaram a importância de criar uma margem de manobra orçamental. Com o apoio da assistência técnica contínua, os esforços devem concentrar-se no aumento da arrecadação fiscal, através do alargamento da base tributária, do reforço das administrações fiscal e aduaneira e do fortalecimento da gestão financeira pública. Os Administradores salientaram a necessidade crítica de adoptar políticas orçamentais e de gestão da dívida prudentes para preservar a sustentabilidade da dívida.
Os Administradores salientaram a importância de reformas estruturais para estimular a concorrência e alcançar o crescimento inclusivo e diversificado, o que também será essencial para reduzir a vulnerabilidade a choques. Deve-se dar prioridade à melhoria do ambiente de negócios e das infra-estruturas físicas e à facilitação do acesso aos serviços financeiros. Os Administradores apoiaram a intenção das autoridades de melhorar o acesso ao crédito por parte dos grupos excluídos dos serviços financeiros e de reexaminar as leis laborais visando a promoção do emprego.
As Notas de Informação ao Público (PIN) inserem-se no esforço do FMI de promover a transparência acerca das suas opiniões e análise da evolução da economia e das políticas económicas. Mediante autorização do país (ou países) em análise, são emitidas PIN após as deliberações no Conselho de Administração, no âmbito das consultas efectuadas ao abrigo do Artigo IV aos países membros, relativamente à supervisão da evolução a nível regional, ao acompanhamento pós-programa e a avaliações ex post dos países membros com compromissos programáticos a mais longo prazo. As PIN também são emitidas na sequência das deliberações do Conselho sobre questões gerais, salvo decisão em contrário do Conselho de Administração em casos específicos.
sábado, 29 de junho de 2013
FAGB - Renato Moura ganha eleição com 100 por cento dos votos

DEPOIS DA VOTAÇÃO, A FOTOGRAFIA PARA A POSTERIDADE
O DISCURSO DA VITÓRIA
Quero, em primeiro lugar pedir um minuto de silêncio em memória do nosso Juíz de partida Ubaldo da Gama, recentemente falecido.
Como devem calcular, é enorme a alegria que sinto neste momento. Acabo de ser reeleito Presidente da F.A.G.B. fruto dos objectivos previamente traçados e felizmente alcançados. Não foi fácil devido à conjuntura económico/social em que vivemos, mas a determinação é algo que acaba sempre por provar a sua preponderância nas nossas vidas.
Tive momentos um tanto difíceis neste mandato que agora termina, mas foram certamente aspectos com que tive que lidar enquanto Presidente e momentos que irei certamente reviver, ciente de que contribuirão para uma melhor formação da minha pessoa, como homem e como responsável máximo pela nossa Federação. A maturidade é extremamente importante e sei que qualquer um dos presentes sente que de facto, estes quatro anos liderança, vieram a confirmar a minha dedicação ao Atletismo e consequentemente ao Desporto Nacional.
Quero aqui expressar o meu profundo agradecimento aos treinadores da Federação, aos nossos Delegados Regionais, também técnicos, e endereçar um forte abraço a todos os atletas da Guiné Bissau, estando dentro ou fora do País. É para vocês que trabalhamos pois é nosso dever trabalhar para vocês. Enquanto Presidente para os próximos quatro anos, o que aqui assumo, é de que esta Federação terá uma estrutura ainda mais coesa, com inovações no nosso método de trabalho que, concerteza nos levarão a alcançar níveis aceitáveis em termos de progresso e rendimento.
À Comunicação Social, agradeço profundamente todo o apoio e carinho que nos deu.
Ao Pedro Aimé, criador do nosso Facebook e do site oficial da F.A.G.B. estamos-te eternamente gratos.
Um especial agradecimento ao C.O.G.B. pelo apoio que vem dando à nossa e às outras Federações para o desenvolvimento das suas actividades. Também uma palavra de apreço à empresa de Telecomunicações MTN e ao primeiro clube que a F.A.G.B. irá apresentar nesta nova Época Desportiva, o BAO. Obrigado por acreditarem no nosso trabalho!
A todas as pessoas que nos apoiaram ao longo destes quatro anos através da rádio, televisão, internet e de feedbacks nas ruas, a todos os meus amigos que sempre seguiram a minha carreira como atleta e até hoje me apoiam, a toda a minha família (incluindo os que já não estão connosco), aos meus pais que, só Deus sabe o que fazem por esta Federação esta minha reeleição é vossa.
Que venham mais 4 anos!
Muito Obrigado!
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PROGRAMA 2013-14
COMPETIÇÕES NACIONAIS
2013/2014
• Jornadas Regionais
• Jornadas no SAB
• Campeonatos Nacionais
• Captação Novos Talentos (Dia Mundial de Atletismo)
• Taça Ubaldo Elísio Soares da Gama (ex. Juíz de Atletismo recentemente falecido)
• 5ª Edição Meia Maratona de Bissau
• Formação Treinadores
COMPETIÇÕES INTERNACIONAIS
2013/2014
• Campeonatos do Mundo Pista Coberta – Polónia, Março 2014
• Campeonatos do mundo ½ Maratona - Dinamarca, Março 2014
• Campeonatos do Mundo de Juniores – EUA, Julho 2014
• Campeonatos Iberoamericanos – Brasil, Junho 2014
• Jogos Olímpicos Juvenis (C.O)- China, Agosto 2014
• Jogos Africanos Juvenis – Botswana Setembro 2014
• Campeonatos de África – Marocos, Junho 2014
sexta-feira, 28 de junho de 2013
quinta-feira, 27 de junho de 2013
APGB - O cerco continua
Um despacho do ministro de Estado e dos Transportes e Comunicações, Orlando Viegas, determina a proibição da Administração dos Portos da Guiné-Bissau (APGB) realizar despesas com valor superior a 5 milhões de Fcfa (cerca de 7 mil euros). Estão proibidos também a autorização de isenção e "créditos a terceiros" (como se a APGB fosse um banco...)
Em relação a Armando Correia Dias, o acossado presidente do Conselho de Administração da APGB, o ministro de Estado e dos Transportes e Comunicações exige a "eliminação da assinatura" de Armando Dias de todas as contas bancárias onde, doravante, passa a ser obrigatória as assinaturas do diretor-geral da APGB, Augusto Cabi e do director administrativo e financeiro. AAS
Conferência de paz com Guiné-Bissau como tema
O Coordenador do Grupo Parlamentar do Reino Unido para a Guiné-Bissau, Peter Thompson, irá discursar sobre como o crime organizado afecta a construção da paz numa cimeira de alto nível, patrocinada pelo Governo Suíço, que terá lugar na próxima semana em Genebra. A conferência, denominada “O Crime Organizado e o seu Impacto nos Esforços de Construção da Paz”, foi organizada pela Divisão de Segurança Humana do Departamento Suíço das Relações Exteriores, em conjunto com a Plataforma de Construção de Paz de Genebra, uma organização que junta as quatro maiores instituições suíças que lidam com a paz e a resolução de conflitos.
Centrado na questão da Guiné-Bissau e comparado o que se passa neste país africano com a Irlanda do Norte, de onde Thompson é natural, e onde o crime organizado dominou durante o conflito nesta região do Reino Unido, Peter Thompson irá discutir esta questão em conjunto com um mediador sénior do Governo Suíço e representantes da União Africana, das Nações Unidas e do Comité Internacional da Cruz Vermelha. Thompson irá também discursar numa sessão pública desta conferência destinada a apresentar o seu mais recente estudo, “Responsabilidade e Reconciliação na Guiné-Bissau”, publicado pela Universidade de Defesa Nacional dos Estados Unidos de America. Esta cimeira terá lugar nos dias 02 e 03 de Julho no Hotel d’Angleterre, em Genebra.
quarta-feira, 26 de junho de 2013
ÚLTIMA HORA/EXCLUSIVO/ORGIA NA ABGP: Depois de o ministro de Estado e dos Transportes e das Comunicações, Orlando Viegas, ter exonerado o administrador dos Portos da Guiné-Bissau, Armando Correia Dias por burla e desvios de mais de um bilhão e duzentos mil de Francos CFA, eis que surge em cena alguém inusitado: Sory Djaló, o presidente da Assembleia Nacional Popular, "mandou" chamar o ministro, pedindo-lhe que...revogasse o seu (do ministro de Estado!) próprio despacho. Uma fonte do Ditadura do Consenso fala em suposto suborno, e avança mesmo os números: 15 milhões de FCFA - do Dias para o Sory Djaló. AAS
Força, Mandela!

"Há homens que lutam um dia e são bons, há outros que lutam um ano e são melhores, há os que lutam muitos anos e são muito bons. Mas há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis." (Bertold Brecht)
Nada podem contra mim
"Carta de Lisboa:
Aly Silva - o D. Quixote guineense
Jornalista e pintor, António Aly Silva, também bloguista, é um autêntico D. Quixote da Guiné-Bissau, uma figura ímpar de que me apetece aqui falar.
O António, de 43 anos, natural do Quebo, antiga Aldeia Formosa, na região de Tombali, no interior da Guiné-Bissau, é um caso fabuloso de desdobramento de personalidades, entre o pintor que começou a ser ainda muito novo, na adolescência, e o jornalista irreverente em que depois se tornou, com uma posição assinalável no blogue Ditadura do Consenso. Rapaz de duas pátrias, a guineense e a portuguesa, pois que em ambas já viveu, ele tem um desassombro excepcional quando fala dos muitos problemas da terra onde também nasceu Amílcar Cabral; e onde tantos morreram, em circunstâncias várias.
Falar do António Aly Silva e da sua maneira de estar na vida é homenagear todos aqueles que transgridem, que fazem tantas vezes aquilo que nós pensamos mas não temos a coragem de fazer ou de dizer. Depois de tanto se ter escrito nos últimos anos sobre uma pátria ainda a dar como que os primeiros passos, pois que 36 anos pouco são na vida de uma nação, é bom ter uma matéria nova para falar, que não seja o peso dos militares ou as influências do narcotráfico.
Aly é um artista e um poeta, que nos sabe bem ler, pois dele transcende o mais puro espírito libertário. E aqui o gostaria de colocar ao lado de muitas das outras figuras africanas que já tenho abordado ao longo da vida, pessoas com maneiras diferentes de estar na vida, mas que de algum modo não podemos ignorar: o José Vicente Lopes, o Tony Tcheka, o José Eduardo Agualusa, o Ondkaji, o João Paulo Borges Coelho, o Mia Couto, o Nelson Saúte e tantos outros.
Esta minha carta é para eles, os cidadãos lusófonos que aprecio, pessoas que têm ajudado a fazer notadas as jovens nações onde vivem. Pessoas todas elas com menos de 65 anos; nascidas portanto depois da II Guerra Mundial e de tudo o que ela significou para marcar um antes e um depois.
O António Aly Silva andava na instrução primária em Portugal quando aqui foi o 25 de Abril de 1974 e algum tempo depois seguiu para Bissau, a matricular-se no Liceu Kwame Nkrumah, onde a sua pintura começou a ser notada, em tons vivos, como é próprio da África e dos africanos. Galerias de Dacar, Lisboa, Sintra, Paço d'Arcos e Cascais viram os seus quadros, bem como algumas salas de Bissau. Toda uma corrente de afectos se foi gerando à sua volta, como de ódios também; ou não fosse a Guiné-Bissau um país de perfídias, onde por vezes parece tão fácil morrer, vítima do feitiço de alguém que nos quer mal.
Aos meus olhos, ao colocar claramente os pontos nos iis, denunciando as conjuras, os golpes baixos, em pleno terreno armadilhado, o Aly é um herói, um autêntico D. Quixote deste tempo novo, deste século XXI em que nos é dado viver, até que os deuses o permitam. "Venham mais cinco!", como ele, como o Zeca Afonso, como o José Dias Coelho. E um dia talvez o mundo seja melhor, onde mereça a pena viver. Graças ao esforço dos que tantas vezes chegam a duvidar de que valha a pena. Dos que tropeçam nos escolhos mas acabam por arranjar forças para se levantar.
Jorge Heitor"
terça-feira, 25 de junho de 2013
COCAÍNA: Morreu um cidadão guineense, na cidade de Renens, na Suíca. A autópsia revelou que o homem, de 29 anos, ingeriu 24 saquetas (250grs) de cocaína. O comunicado da polícia revelou que pelo menos uma saqueta rebentou, tendo sido suficiente para lhe causar a morte. Os primeiros elementos do inquérito, indicam que o cidadão guineense não era conhecido no cantão, e estava na posse de uma autorização de residência emitida em Espanha. AAS
segunda-feira, 24 de junho de 2013
EXCLUSIVO DC-APGB: A primeira medida administrativa tomada pelo ministro de Estado e dos Transportes e Comunicações, Orlando Viegas, foi enviar uma carta aos bancos comerciais a ordenar a suspensão da assinatura do presidente do conselho da Administração dos Portos da Guiné-Bissau, Armando Correia Dias (Ndinho) junto dos mesmos. Motivo? Orlando Viegas alega uma "investigação em curso." Espera-se portanto, que quer da parte do Ministério Público quer do procurador-geral da República, Abdu Mané, haja total empenho e colaboração institucional... AAS
Esclarecimento
A fim de evitar mal entendidos, e calúnias que se tornam virais, o editor do blog Ditadura do Consenso esclarece o seguinte:
Ponto 1 e único) Não voltar a publicar notícias relacionadas com os candidatos à liderança do PAIGC até que a data do Congresso esteja oficialmente marcada.
Lisboa, 24 de junho de 2013
António Aly Slva
Federação de Futebol de pantanas!
Os membros da direção da Federação de futebol da Guiné-Bissau estão envolvidos numa acesa polémica que já motivou demissões de vários elementos do Comité Executivo, o último o secretário-geral, Alberto Dias. De acordo com uma fonte da Federação, Alberto Dias foi hoje demitido do cargo por ordens expressas do presidente do organismo, Manuel Nascimento Lopes, na sequência de uma auditoria recentemente realizada, que teria mostrado "várias irregularidades" financeiras.
A fonte não adiantou os valores em causa, mas precisou que o presidente da Federação prometeu entregar os resultados dos inquéritos ao Ministério Público. Interinamente, o lugar de secretário-geral da Federação de Futebol guineense será ocupado por Virgínia Mendes da Cruz. Já antes da suspensão do secretário-geral, outros elementos do Comité Executivo tinham sido exonerados ou '"batido com a porta", como os casos de Alfredo Gomes, segundo vice-presidente da Federação, Inum Embaló, responsável pelo futebol feminino, e Mutaro Bari, responsável financeiro.
Tirando Inum Embaló, que foi suspenso de funções depois de levantar várias suspeições sobre a forma como o presidente da Federação está a conduzir o organismo, Alfredo Gomes (atual ministro da Educação, Juventude, Cultura e Desporto) e Mutaro Bari saíram por discordarem da forma como Manuel Nascimento Lopes dirige a Federação. Os clubes de futebol da Guiné-Bissau estão a exigir a realização de um congresso extraordinário para uma análise profunda à gestão da atual direção da Federação, eleita há pouco mais de um ano.
Enganar os menos atentos
Quase dois anos depois, uma notícia publicada no blog ditadura do consenso mereceu uma atenção especial de um jornalista 'quase especial' para alguns guineenses. Segundo esse reconhecido jornalista, quando, nas vésperas da campanha eleitoral de 2012, o então ministro do Comercio, Botche Candé, fez o lançamento das obras de reparação de uma estrada do interior do país, este acontecimento mereceu atenção especial de um blogue de um conterrâneo nosso, que classificou esta acção de lançamento da obra (com cobertura da comunicação social), como sendo uma pura propaganda eleitoral. Para o autor deste blogue, o ditadura do consenso, o ministro Botche Cande não passava de “um ministro analfabeto”, como se alguém não merecesse o reconhecimento e elogio do seu trabalho útil para as populações, sobretudo quando faz um trabalho bem feito!
A dúvida reside no seguinte: Ele é analfabeto? Lançou a pedra da obra? Alguma mentira foi dita pelo editor do blog ditadura do consenso? E ter um ministro analfabeto merece chacota ou não? Venha o diabo e escolha...
Como disse e bem o reputado jornalista: Quando nas vésperas da campanha eleitoral de 2012, o então ministro do Comercio, Botche Candé, fez o lançamento das obras de reparação de uma estrada do interior do país, este acontecimento mereceu atenção especial de um blogue de um conterrâneo nosso, que classificou esta acção de lançamento da obra (com cobertura da comunicação social), como sendo uma pura propaganda eleitoral. Outra vez pergunto: A atenção que este facto mereceu no blog ditadura do consenso era só para fazer chacota ou para reportar o lançamento da obra? A obra foi pura propaganda eleitoral? Compete ao Ministro do Comercio a reabilitação das estradas? Qual devia ser papel do ministro do Comércio para com o ministro das infraestruturas/ministro das finanças, se o ministério de Vomércio dispunha de montante para reabilitar a estrada?
O António Aly Silva falou mentira? Nos EUA, é o ministro do Comércio que faz a manutenção das estradas? Mas, a maior curiosidade, o porque só agora (passaram quase dois anos) esta notícia merece especial atenção de reconhecido jornalista? Será que esta passagem no texto, não é algo para desviar atenção dos menos atentos, quando a razão é defender a desflorestação denunciada na semana passada por ONG´s entre os quais a AD?
Senão vejamos, o reputado jornalista disse:
Por exemplo, se uma organização não-governamental ou ambiental achar injusta a exploração de uma determinada floresta guineense, que a mesma proponha uma zona protegida, como aliás fizeram com as florestas de cantanhez, com o parque nacional de orango (ilhas bijagós), com o parque natural dos tarrafes do rio cacheu (norte), com o parque nacional marinho joão vieira e poilão (sul), e com o parque nacional lagoas de cufada (sul). Mas, outras experiências africanas e mundiais têm mostrado que quando questões ambientais se transformam em políticas, dificilmente um consenso é alcançado. Só me resta encorajar as partes a não perder a esperança de discutir e partilhar as melhores ideias e passar à sua aplicação.
Mas outras perguntas:
O reconhecido jornalista achou justa a forma como está a ser explorada a nossa floresta? Será que a questão da nossa floresta recentemente denunciada pelas ONG´s é politizada? Por ultimo, meu caro Jorge Herbert, há muito que aprecio as sua publicações, mas hoje confesso que tiro-lhe o chapéu. Os grandes se conhecem no momento certo."
O algodão não engana
Sondagem Ditadura do Consenso
Pergunta
- ESTE GOVERNO É ILEGAL?
Respostas
- SIM, COMPLETAMENTE - 430 (53%)
- NÃO, É DE GOLPISTAS - 175 (21%)
- É LEGALMENTE DOENTE - 140 (17%)
- NÃO SEI - NÃO RESPONDO - 64 (7%)
Votos apurados: 809
A falta de rigor dos atuais intelectuais/académicos ou formados
Saber ler não é o mesmo que saber estudar ou saber pesquisar com rigor, da mesma forma que dominar a arte de escrever não significa de todo saber opinar com rigor. Refiro-me ao tão propalado e almejado, mas um tanto ou quanto mal definido, rigor académico. Aquele rigor que devia nortear, para o resto da vida, todos aqueles que um dia tiveram a oportunidade de cumprirem um percurso académico com maior ou menor sucesso… É certo que não devemos confundir um intelectual de um académico e muito menos um destes dois com um “formado”…
Ao ler o artigo “O Cinismo e as Ambiguidades dos “futuros arrependidos”, fiquei estupefacto com a falta de rigor demonstrado pelo seu autor, atendendo ao reconhecimento profissional de que já goza entre os guineenses!
O poeta português Fernando Pessoa escreveu uma vez que “para que um homem possa ser absolutamente intelectual, tem que ser um pouco imoral”. Mas, modéstia a parte, vou discordar do grande poeta português, já que defendo que a intelectualidade só é sustentável, enquanto andar de mãos dadas com a moralidade. Ou seja, uma intelectualidade verdadeiramente produtiva necessita também da moralidade como matéria-prima.
Segundo o nosso reconhecido jornalista, “Muitos ignoram o facto de qualquer desenvolvimento de um país começar pela criação de infra-estruturas indispensáveis para o seu funcionamento, criando estrutura administrativa e empresarial precisa. Daí serem extremamente importantes as construções de obras públicas, que possam albergar serviços públicos e privados, com o objectivo de proporcionar um ambiente propício e confortável para o exercício digno da profissão.
Para o nosso jornalista, as infraestruturas, depois de criadas, criam eles automaticamente condições de trabalho, que influenciam o desenvolvimento de um país!? Não sei em que manual académico relacionado com modelos de desenvolvimento das nações foi buscar essa ideia, mas fico a espera da respetiva referência bibliográfica.
Numa "dança" entre a ambiguidade e o contraditório, o nosso reconhecido jornalista faz referência às infraestruturas criadas no período da presidência de Luís Cabral (“Socotram, Fábrica Bambi, Leite Blufo, Fábrica de Cumeré, Fábrica de Compotas Titina Silá, Fábrica de Nhaye, montagem do Volvo, Fábrica Cicer”), mas esquiva-se a questionar as viabilidades económicas das mesmas, como se isso não tivesse a mínima importância para a sustentabilidade e a continuidade desses mesmos investimentos! Simultaneamente fala de “guineenses orgulhosos e nostálgicos” desses projetos, assumindo claramente os seus desaparecimentos, mas sem fazer um pequeno exercício de raciocínio para perceber que, efetivamente, não foi por terem sido erguidos que o país tirou o devido proveito deles, acabando por desaparecerem…
Para não ser fastidioso, não pretendo divagar-me sobre as "estratégias nacionais de desenvolvimento sustentável", nem vou dissecar os seus componentes (ambiental, económica e sociopolítica), para depois remeter-me aos abates indiscriminados das árvores na Guiné-Bissau, entre outras delapidações dos nossos recursos naturais que têm acontecido, sem que o povo usufrua verdadeiramente disso... Também não vou falar do conceito da “Felicidade Interna Bruta” de um país para analisar o impacto desses investimentos no nosso país, nem tão pouco vou socorrer-me de referências bibliográficas internacionais sobre modelos de desenvolvimento.
Vou sim aconselhar ao nosso reconhecido jornalista, a leitura muito atenta de um livro, escrito por um guineense, que retrata e analisa de forma implícita e explícita, nada mais que a criação e o fim desses projetos do “tempo de Luís Cabral” que deixou alguns guineenses nostálgicos. Não é que concordo ou me identifique com a linha de raciocínio e orientação política e cultural que Filinto Barros denotou no livro intitulado “Testemunho”. Mas, uma leitura imparcial e desapaixonada desse livro, principalmente a sua primeira metade, permite-nos tirar ilações sobre a falta ou ausência de estratégias de desenvolvimento a médio-longo prazo dos sucessivos governos, desde a nossa independência… Numa passagem na página 14 do mesmo livro, o autor dá uma pequena lição “pós-mortem” ao nosso reconhecido jornalista, afirmando o seguinte: “È neste mar de ingenuidade que os dirigentes da Guiné-Bissau se lançaram numa tarefa inglória de industrializar por industrializar, na vã esperança que uma unidade industrial caída de para-quedas, geraria por si só todas as condições necessárias ao seu sucesso”. A verdade é que ainda temos quadros e dirigentes políticos a pensar desta forma, perpetuando o nosso marcar do passo, rumo ao desenvolvimento!
“Assim, o povo tem o direito de pedir explicações sobre quaisquer “contrapartidas” e exigir, sobretudo, uma maior transparência na selecção e aplicação dos projectos de desenvolvimento. Todavia, esta “vontade de saber” não deve ser guiada pelo sentimento antigovernamental, fruto de ajustes de contas com os “inimigos” dos nossos amigos. Este sentimento deve ser genuíno, apolítico e guiado por um espírito de incentivar parcerias entre as instituições estatais, não-estatais e comunitárias”.
Contrariamente ao nosso reconhecido jornalista, importo-me sim quando as ajudas e novos acordos de cooperação estão a ser negociados e viabilizados por um governo e um presidente ilegítimos, sedentos de financiamento recusado pelos principais financiadores do país e a quem o povo não pode, de forma nenhuma, pedir explicações! Que mecanismos de fiscalização existem neste momento, para este governo ilegítimo? A quem o povo guineense pede explicações hoje em dia, sobre a governação do bem comum!? O povo que, num estado de direito democrático, poderia ter uma atitude vigilante e crítica e posteriormente julgar nas urnas, está neste momento oprimido, atemorizado e impedido de exercer qualquer dos seus direitos mais básicos!
“Portanto, para concluir, diria que os projectos que já existem ou em vias de construção devem ser encarados como investimentos patrimoniais bem-intencionados e que, se espera que mais tarde ou mais cedo, irão beneficiar a Guiné-Bissau. Se calhar, nessa altura, dificilmente lembraremos que este ou outro edifício público tenha sido fruto de um Governo de Transição.”
Sr. Jornalista, “investimentos patrimoniais bem-intencionados” cheira-me a empirismo e leviandade que temos assistido a conduzir a Guiné-Bissau aos piores índices de desenvolvimento. Os investimentos estatais, patrimoniais ou não, não podem assentar no princípio de boas intenções! Conforme diz o português, “de bem-intencionados está o cemitério cheio”. Quando vejo um académico, intelectual ou formado a aplaudir “investimentos patrimoniais bem-intencionados”, sem olhar ao rigor que a gestão da coisa-pública exige, fico deveras preocupado com o futuro da nossa Guiné-Bissau e da nova geração de intelectuais que o país está a formar…
“Devemos sim, apoiar sempre, sem preconceito de quem faz o bem, independentemente do facto de ser ”analfabeto”, não licenciado ou outro.”
Sr. Jornalista, sem qualquer preconceito da minha parte em relação aos analfabetos, digo-lhe que não apoio qualquer analfabeto que queira fazer o bem, com o dinheiro público (portanto de todos nós), a não ser que se faça rodear de bons conselheiros letrados e tecnicamente capazes e ele limitar-se apenas a pôr o dedo ou a carimbar os documentos, como fazia o primeiro responsável pela área dos transportes no período imediato pós-independência, conforme reza a história,
Sr. Jornalista, é com esses analfabetos, alguns mal formados, golpistas e pseudo-transicionistas, obviamente “bem-intencionados”, a gerir a coisa-pública é que a nossa Guiné-Bissau insiste em não sair da equipa de países mais pobres do mundo! Aplaudi-los e incentivá-los, não é mais que contribuir para o prolongar do “estado comatoso” em que se encontra o nosso país… O mundo está em constante mudança e a Guiné-Bissau não pode continuar a insistir na sua guetização, com dirigentes políticos analfabetos ou semi-analfabetos aplaudidos por intelectuais/académicos ou formados.
Jorge Herbert
sábado, 22 de junho de 2013
Empresários lusófonos assinam parcerias
Plataformas empresariais portuguesas e a Câmara do Comércio da Guiné-Bissau rubricaram hoje (sábado) em Bissau um protocolo para a criação de parcerias de negócios nos países lusófonos, aproveitado as organizações dos oito países. O protocolo, cuja validade inicial é de dois anos, foi rubricado entre a Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Económico (ELO)e a Cooperação, a Associação Industrial Portuguesa (AIP)e a Câmara do Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços (CCIAS) da Guiné-Bissau.
De acordo com o presidente da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Económico (ELO), Francisco Mantero, o acordo rubricado irá permitir que as empresas do espaço lusófono "desenvolvam actividades nos blocos regionais" a que pertencem os oito Estados da CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa) e Macau, tendo a língua portuguesa "como um activo importante". Citando números, Mantero disse, por exemplo, que 4,2 por cento do negócio mundial é feito pelos países de língua portuguesa, o que, observou, totalizar cerca de 240 mil milhões de dólares, embora dessa percentagem apenas 3 por cento do negócio seja feito entre os países da CPLP. "O ideal seria subirmos essa percentagem para pelo menos seis por cento de transações entre os países da língua portuguesa", notou o presidente da ELO ao justificar a importância do protocolo rubricado com o presidente da CCIAS da Guiné-Bissau, Braima Camará.
Os países lusófonos "têm tudo a ganhar" se potenciarem mais a língua portuguesa, disse Mantero, sublinhando que na União Europeia, com a presença de Portugal, e na CEDEAO (Comunidade Económica de Países de África Ocidental), com as presenças de Cabo Verde e Guiné-Bissau, "existem condições para excelentes negócios". Destacando ainda a importância da pertença de cada país no seu bloco regional, Mantero apontou o caso da Guiné-Bissau, frisando ser um país "charneira para as futuras parcerias" sobretudo para as empresas portuguesas que queiram entrar na CEDEAO. "A Guiné-Bissau é um país importante para o sector privado português, nomeadamente para a banca", disse Francisco Mantero, apontando, contudo, as tarefas a executar para a materialização das parcerias.
Evitar a dupla tributação e a remoção de barreiras ao negócio, a troca de informações e prestações de apoios mútuos são entre outras as tarefas a realizar, disse. Braima Camará, presidente da Câmara do Comércio da Guiné-Bissau, enfatizou que com as parcerias a serem criadas entre as empresas do espaço CPLP "o país poderá ter aqui uma grande oportunidade para iniciar o ciclo de saída da pobreza" em que se encontra actualmente. A instalação de empresas para transformação do cajú (principal produto de exportação do país) e a criação de emprego para os jovens são os benefícios imediatos apontados por Braima Camará nas parcerias a serem estabelecidas.
Para o sr. Punheteiro

Umaro e Serifo (em pé)
Umaro, um dia havemos de estar frente a frente para repetires as enormidades e as mentiras que andas a escrever sobre a minha pessoa. Não passas de uma sanguessuga e de um vil traidor do Povo da Guiné-Bissau! Tu e essa escória a que te juntaste. Espero que acabem a comer farelo como porcos que são. AAS
sexta-feira, 21 de junho de 2013
Com a alma em sangue
A nomeação de Bion Na Tchongo (um militar no activo) para liderar a secreta (civil) guineense, é uma afronta às instituições internacionais, e um presente com sabor a fel para o 'presidente' da CEDEAO, que teve de engolir uma vez mais, o peixe pelo rabo! A nomeação de Biom foi uma imposição de António Indjai, que já pedira a substituição de Serifo Mané e do chefe da Guarda-Fronteira. "Estão todos a dormir", disse em tom exaltado, referindo-se à falha na segurança que culminou na captura de Bubo Na Tchuto pela norte-americana DEA, e, posteriormente, na acusação do próprio António Indjai pelos Estados Unidos da América.
A Montreal Gazette resume, assim, este braço de ferro entre a emparedada Guiné-Bissau e quem dá de comer aos seus ricos e reluzentes políticos - a União Europeia:
Guinea-Bissau says a navy officer with links to a suspected drug kingpin had been named head of the West African nation's information service. The appointment of Biom Natchongo was announced in a statement Thursday by the Council of Ministers. Natchongo is an associate of former navy chief Jose Americo Bubo Na Tchuto, who was arrested in April and transferred to New York on charges of conspiring to import narcotics into the U.S. Natchongo has also served as a bodyguard to former President Joao Bernardo Vieira, who was assassinated in 2009. Long a transit point for South American cocaine bound for Europe, Guinea-Bissau has been trapped in a cycle of instability since gaining independence from Portugal in 1974, with the most recent coup occurring in April 2012.
No caso em concreto, a humilhação maior, esta bofetada sem mãos, vai direitinha para a União Europeia e para as Nações Unidas. E, já agora, para os EUA através da DEA. Recorde-se que já depois da imposição das sanções contra 21 militares superiores e generais das forças armadas guineenses, o CEMGFA António Indjai viajava (vide as denúncias várias feitas pelo Ditadura do Consenso) a seu bel prazer e era recebido com honras semelhantes às de um chefe de Estado - que até certo ponto é, e não como devia: um assustado general acusado - e procurado com base num mandado internacional de captura por tráfico de droga, associação a grupo terrorista, conspiração para matar cidadãos norte-americanos. Da Nigéria à Costa do Marfim, do Burkina Faso ao Senegal, todos se prostravam aos pés do general - golpista como eles.
A imagem que a Guiné-Bissau tem passado para fora das suas fronteiras, é triste e mete dó. Um Estado incapacitado, completamente desfigurado, sem exemplos que empolguem o seu Povo. Um Estado tomado pelos cartéis sul-americanos da cocaína. FARC? É connosco! HEZBOLLAH? Com certeza! AQMI? Por que não? Um Estado de eternos desconfiados e cheio de manhas. Ainda assim, um Estado.
Não estou a criticar o meu País, apenas por criticar. Tenho a alma em sangue!!! Quando critico os poderes, os seus desmandos, faço-o de forma responsável - apesar das possíveis e, inadiáveis consequências, tudo é melhor do que a ausência de críticas. Tenho acompanhado com acentuada preocupação, a situação na Guiné-Bissau. Acompanho o que lhe passa ao perto e ao longe, enxergo o que lhe mal fazem, ocultam, tramam, sonegam, roubam. Percebo onde lhe alvejam, meço o quanto lhe cerceiam ou destroem. Eu sou apenas a favor da Guiné-Bissau. Contra os que lhe mal fazem, os que lhe roubam. António Aly Silva
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