quarta-feira, 20 de junho de 2012

O primeiro-ministro legítimo da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Jr., desloca-se hoje a Luanda para uma visita oficial a convite do Presidente José Eduardo dos Santos. AAS

O futebolista Yannick Djaló chegou hoje a Bissau. Os ilegítimos querem até condecorá-lo...será com a medalha Kalashnikov? AAS

Alto!, isto é um assalto


Foi assaltado, na noite de ontem, o Centro de Documentaçõo (onde se fazem os bilhetes de identidade). Levaram 11 computadores com os dados de todos os guineenses, e outras máquinas, de fotografias e de impressões digitais. O que esqueceram de levar foi o CPU Central. Portanto, toda a tentativa de "fabricar" novos eleitores está frustrada, uma vez que os serviços estão suspensos e os "novos guineenses" não constarão do CPU Central. A notícia está a ser divulgada em todas as rádios. AAS

Russel 'putsch' Hanks



"Caro irmão, bons filhos da Guiné-Bissau,

Não é de estranhar as palavras do representante da embaixada dos EUA, em Dakar, Russell Hanks, porque ele estava em contacto permanente com as chefias militares desde Maio do ano passado. Ele usava um caro privado sempre que vinha a Bissau, e era presença assídua no Estado-Maior. Nas vésperas do dia 12 de Abril, ele já sabia que tudo estava pronto para o golpe, e da ultima vez veio numa viatura 4X4 da embaixada dos EUA.

Recordam-se de que os EUA foram os primeiros a reconhecer SERIFO CEDEAO NHAMADJO, e 24 horas depois fingiram a mudar a rota? Os EUA e a FRANCA têm como meninos a Nigeria e o Senegal. Foram os EUA e a FRANCA mentores deste golpe de Estado - a razão principal ainda não se sabe, mais vou continuar a minha para trazer mais informacãoes. Muitos oficiais das FA sabiam o que Russell Hanks vinha fazer na Guiné-Bissau.

O caso 26 de Dezembro foi o motivo dos planos de Russell Hanks (EUA), o Bubo e alguns oficiais não estavam de acordo e montaram então aquela inventona de 26 de Dezembro - mas, como na Guiné os analfabetos é que são decisores... O Senegal sempre vai controlar a economia e a política da Guiné-Bissau "CÁ SE FAZ CÁ SE PAGA" e um dia estes valiosos vão pagar por tudo o que fizeram a este povo.

Na segunda guerra mundial o general Romel disse a Hitler: "A luta desigual está prestes chegar ao fim. Os soldados estão a combater em vão, a vitória dos Russos é inevitável",

A luta continua.

Serifo Djalo"

Amnésia, ou memória curta da mentirosa CEDEAO...


Sábado, 7 de Abril de 2012 (cinco dias antes do golpe de Estado)

CEDEAO avisa militares da Guiné-Bissau que ordem constitucional tem de ser respeitada

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) está a acompanhar "com profunda preocupação a situação política e de segurança" na Guiné-Bissau e lembra aos militares a responsabilidade de "respeitar escrupulosamente a ordem constitucional". Num comunicado divulgado hoje, assinado pelo presidente da CEDEAO, Désiré Kadré Ouedraogo, a instituição afirma que a conclusão do processo para eleger um novo Presidente "é essencial para a consolidação dos esforços internacionais para a estabilização da situação política do país e facilitar as reformas importantes em diversas áreas".

A Guiné-Bissau foi a votos a 18 de março, para eleger um novo Presidente, na sequência da morte do chefe de Estado eleito em 2009, Malam Bacai Sanhá. Ainda antes da divulgação dos resultados, cinco candidatos disseram que o processo eleitoral foi fraudulento e o segundo candidato mais votado, Kumba Ialá (23 por cento), recusa-se a ir à segunda volta, marcada para o próximo dia 22, que deveria disputar com Carlos Gomes Júnior (49 por cento dos votos).

A campanha eleitoral para a segunda volta, que devia ter começado na sexta-feira, está suspensa. No comunicado, a Comissão da CEDEAO insta a classe política a ultrapassar as suas diferenças para assegurar, em boas condições, a conclusão do processo eleitoral e avisa que "todas as disputas eleitorais devem ser resolvidas através dos meios jurídicos de recurso".

"A CEDEAO deseja, a este respeito, reiterar os princípios fundamentais consagrados no Protocolo Suplementar sobre a Democracia e Boa Governação, que declara 'tolerância zero' para qualquer acesso ou retenção do poder por meios inconstitucionais. A CEDEAO mais uma vez lembra aos militares a sua responsabilidade de respeitar escrupulosamente a ordem constitucional e a determinação da Comunidade para se opor a qualquer obstrução do Exército ao processo eleitoral em curso", diz o documento. Ao Governo e ao povo, a CEDEAO reafirma o seu compromisso em mobilizar a comunidade regional e internacional para a reconciliação da Guiné-Bissau, a recuperação económica e a reforma do setor de defesa e segurança. AAS

terça-feira, 19 de junho de 2012

Vamos lá!



beto dias

GRANDE SHOW DE BETO DIAS AO VIVO COM BANDA EM LISBOA DIA 6 DE JULHO (SEXTA FEIRA) VAMOS COMEMORAR A INDEPENDENCIA DE CABO VERDE AO SOM DESTE GRANDE CANTOR

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Para o Alain Coutte


"Caro Aly,

Permita-me atraves do seu blogspot, responder ao Alain Coute. Alain, parece que saibas algo da guiné bissau, embora saibas mais errado do certo, por isso gostaria de explicar seguinte:

1. Na região Oio, Sector de Farim não existe, alias ainda não é confirmado a existência de bauxite, mas sim já a muito foi confirmado existência do fosfato.

2. Como disse e bem, a França não tem nenhum interesse econômico e financeiro principal na Guiné-Bissau, posso até estar de acordo consigo, mas é bom saber que a França tem interesses econômicos e financeiros, se não é principal então é secundário na Guiné-Bissau, porque o seu filho (Senegal) tem interesse principal, por isso tem lançado um forte campanha de sabotar o desenvolvimento económico da Guiné-Bissau, a fim de continuar tirar os seus proveitos.

3. Não posso confirmar a participação direta da França, no golpe de 12 de Abril, mas basta ser um cidadão atento, consegui entender a participação direta do Senegal neste golpe.

4. A França, nunca vai apoiar os presidentes e os governos da Guiné Bissau, que vão lutar para a concretização dos grandes projetos económicos da guiné bissau, porque terão influências negativas direta na economia Senegalesa.

5. Por mais bem queridos que possamos ser pela França, nunca seremos mais queridos do que Senegal, alias disto não deve ser eu a explicar isso porque o senhor muito e bem sabe disso melhor que eu, só faço questão de fazer o Alain saber que também sabemos disso.

6. Por ultimo, da minha parte agradeço o apoio, que o Alain deu aos nossos antigos combatentes, durante a luta de libertação nacional, se assim for possível, contamos ainda consigo, na luta pela afirmação da democracia, regime politico pela qual permitiu aos Franceses, escolher O Francois Holande para presidência Francesa, sem Golpe de Estado.

Um grande abraço.

I. Sani"

Última Hora: Morreu Hosni Mubarak, ex-presidente egípcio. AAS

Reprovados!



Nenhum país lusófono cumpre os critérios do Departamento de Estado norte-americano no combate ao tráfico de pessoas, para trabalhos forçados ou prostituição, sendo Angola e Guiné-Bissau os casos mais preocupantes, revela um documento oficial.

Os dados constam do 12º relatório anual sobre tráfico de pessoas, apresentado esta terça-feira pela secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, que avalia em 186 países e territórios o cumprimento dos padrões contra a "escravatura dos tempos modernos". Entre os países lusófonos, Angola e Guiné-Bissau surgem ambos no grupo 2, "sob vigilância", dos países que não cumprem os critérios e não estão a fazer progressos, apesar de esforços por parte das autoridades. Angola, refere o Departamento de Estado, é fonte e destino de homens, mulheres e crianças sujeitos a exploração sexual ou trabalhos forçados na agricultura, construção, habitações ou exploração de diamantes.

"Há relatos de crianças menores, desde os 13 anos de idade, na prostituição nas províncias de Luanda, Benguela e Huíla", refere o relatório, que relata também exploração sexual de mulheres brasileiras, vietnamitas e chinesas no país. Apesar de estar na mesma categoria que Angola, a Guiné-Bissau registou uma melhoria em relação ao ano passado, quando foi incluído no grupo 3, dos países que não fazem qualquer esforço de monta para combater o tráfico de seres humanos.

No caso guineense, os principais problemas são o tráfico de crianças sujeitas a trabalhos forçados, exploração sexual e mendicidade. O Departamento de Estado chama atenção para o problema das crianças "talibé", que são recrutados pelo ensino religioso para pedir esmola nas ruas de países vizinhos, como o Senegal, Mali ou Guiné-Conacri. Portugal, Cabo Verde, Brasil, Moçambique e Timor-Leste surgem todos no grupo 2, de países que não cumprem os mínimos, apesar de estarem a fazer esforços significativos e a apresentar resultados.

O Brasil é identificado como uma "grande fonte" de pessoas para exploração sexual no país e no estrangeiro, bem como para trabalhos forçados dentro do país. De forma mais limitada, é um país de destino e trânsito para trabalhos forçados e exploração sexual. O Departamento de Estado considera "limitados" os esforços para proteção de vítimas e recomenda maior empenho para investigar e julgar crimes de tráfico, aumento do financiamento, entre outras medidas. Entre outros casos pessoais a nível mundial, o relatório destaca o de dois brasileiros - Joel e Ronival - que conseguiram fugir de uma fazenda no país, onde durante 10 anos foram escravizados.

Quanto a Cabo Verde, não cumpre os mínimos, apesar de estar a fazer "esforços significativos", tendo o Governo investigado 44 casos de abuso sexual de menores no último ano e da proteção do Instituto Cabo-Verdiano para as Crianças e Adolescentes. Moçambique é apresentado como um país de origem e trânsito de homens, mulheres e crianças sujeitas a trabalhos forçados, na agricultura, e muitas vezes com a cumplicidade de familiares, e exploração sexual. Timor-Leste surge como país de destino para mulheres e crianças da Indonésia, China e Filipinas, sujeitas a exploração sexual, e para homens e rapazes da Birmânia, Cambodja e Tailândia, envolvidos em trabalhos forçados.

Os esforços timorenses de proteção das vítimas são considerados "fracos" no relatório do Departamento de Estado. Jornal de Notícias

Angola quer retorno da estabilidade da Guiné-Bissau



O ministro angolano das relações exteriores, Georges Chikoti, reiterou hoje, em Roma, que a estabilidade para a Guiné-Bissau, é objecto de atenção especial por parte de Angola. O chefe da diplomacia angolana manifestou, mais uma vez, esta preocupação durante a palestra que proferiu na sede da Sociedade Italiana para as Organizações Internacionais (SIOI) sobre a “política externa de Angola”. A Guiné-Bissau encontra-se numa instabilidade desde que os militares levaram a cabo um golpe de Estado, em Abril de 2012, com “motivações confusas e inaceitáveis,  e por isso mesmo condenado pela ONU, União Africana e pela União Européia”. 

“No contexto da CPLP, Angola e os restantes Estados membros não poupam esforços na procura do estabelecimento de uma parceria estratégica com a CEDEAO, sob coordenação das Nações Unidas, visando trazer a estabilidade política ao país” - afirmou. Georges Chikoti disse, por outro lado, que no âmbito da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC),  deplorou-se  a vaga de golpes de Estado que volta a assolar o continente africano. A SADC defende para a África “exemplos concretos” que confirmam o compromisso dos estados em “virar firmemente uma página negra” na História do Continente - disse.

“Portanto, a SADC junta a sua voz aos que condenam os golpes de estado ocorridos na Guiné-Bissau e no Mali, ao mesmo tempo que saúda os esforços regionais em curso com vista a manutenção da paz, da estabilidade e do restabelecimento da ordem constitucional”, asseverou. Nesta óptica de pensamento, o governante angolano defendeu “a via do diálogo paciente e inclusivo e da negociação” para a busca de soluções equilibradas e justas, com o apoio e a participação da União Africana e da Organização das Nações Unidas.

Mais adiante, o ministro Georges Chikoti falou da situação da seca na região do corno de África, em particular da Somália, que é igualmente objecto de preocupação de Angola. Nesse contexto, Angola associa-se aos esforços da assistência humanitária internacional e na procura de soluções políticas que ponham fim ao conflito armado naquela parcela do continente africano - disse. Relativamente aos acontecimentos que ocorreram na Líbia e no Egipto, o Governo angolano espera que o povo destes países possam encontrar a estabilidade a curto prazo, que passa necessariamente pelo livre exercício dos seus direitos democráticos - salientou.

Afirmou, por outro lado, que Angola continua preocupada com os fracos progressos registados na resolução do problema do Sahara Ocidental, que permanece uma importante questão na Agenda internacional. O ministro angolano das relações exteriores referiu-se também à situação no Médio Oriente, e sobretudo nos territórios palestinianos, como um dos mais graves problemas com que a comunidade internacional se vê confrontada. No período da manha, o ministro Georges Chikoti reuniu-se na sede da FAO, em Roma, com os embaixadores africanos na Itália com os quais passou em revista a situação prevalecente na Guiné Bissau e noutros pontos do mundo.

A SIOI, fundada em 1944, desenvolve uma actividade de formação e pesquisa sobre os temas de cooperação internacional, o desenvolvimento das relações internacionais e sobre a integração europeia. Franco Frattini, ex-ministro dos negócios estrangeiros, do governo Berlusconi, é o presidente da SIOI, que enalteceu, na ocasão, a consolidação da democracia e estabilidade em Angola. Hoje à noite, o ministro das Relações Exteriores oferece um coktail num dos hotéis de Roma, no qual estarão presentes membros do governo italiano, diplomatas, académicos, empresários, políticos  entre outros.

Georges Chikoti iniciou segunda-feira uma visita à Itália de três dias, no quadro do relancamento cooperacao entre os dois paises. AngolaPress

Nova Sondagem DC: Votem agora! AAS

Sondagem DC: Ganhou a desobediência civil



Votos apurados: 1149

SIM - 975 votos = 85%
NÃO - 147 votos = 12%
NÃO SEI/NÃO RESPONDO - 27 votos = 2%

NOTA: Esta sondagem mostrou ser mais fiável do que aquela contagem vergonhosa de votos que consagrou vencedor das eleições George W. Bush, o presidente mais incompetente que os EUA alguma vez tiveram, e terão. AAS

Russell Hanks: Falou um irrefreável fanático, um playboy, ou um diplomata norte-americano? Aquele rabinho de cavalo não engana....


Como pode um 'diplomata' dizer estas asneiras?:

- Os Estados Unidos de América anunciaram hoje que vão trabalhar com “qualquer pessoa que queira dirigir o povo da Guiné-Bissau para o progresso” e afirmam que existe um Governo de facto a governar o país. A posição dos Estados Unidos foi revelada hoje aos jornalistas por Russell Hanks, diretor de programas da embaixada americana em Dacar, Senegal, que cobre também a Guiné-Bissau. AAS

Falar com a voz do dono...


O representante da embaixada dos EUA em Bissau, esteve reunido quase duas horas com o 'primeiro-ministro' da Guiné-Bissau-CEDEAO. Da reunião, o diplomata norte-americano, que levara o recado da sua embaixada de Dakar(!?) disse 'estar disposto' a trabalhar com o 'executivo' ilegal, instalado em Bissau.

À pergunta dos jornalista sobre a recusa da comunidade internacional em reconhecer o 'governo bissau-ceadeao-guineense', o diplomata engasgou-se. Mas como já conhecemos a hitória de cor e salteado, e sendo o embaixador do Senegal em Bissau o decano do corpo dilomático...estamos mesmo a ver o filme. Resta dizer que esse senhor fala com a voz do dono...Ai, América... AAS

Estados falhados: Guiné-Bissau cada vez pior, Timor progride Somália lidera a lista desde sempre



A Guiné-Bissau vem tendo a cada ano piores classificações no índice de Estados falhados, chegando este ano à 15ª posição, de acordo com a lista dos piores Estados do mundo, divulgada nesta terça-feira. Trata-se de uma lista publicada anualmente pela revista Foreign Policy, que a elabora em conjunto com a organização Fund for Peace, tendo em conta dados como pressões demográficas, direitos humanos, economia, segurança ou intervenção externa.

Em 2009, a Guiné-Bissau aparecia como o 27º pior Estado, com a Somália a liderar a lista dos Estados falhados (liderança que sempre tem mantido). Pior classificação tinha obtido Timor-Leste, outro Estado de Língua Portuguesa (20º lugar). Angola surgia em 55º lugar. Em 2010, a Guiné-Bissau desceu cinco lugares, para 22º, e Timor-Leste desceu também mas apenas dois lugares (18º). Na lista dos 60 piores, Angola recuou e ficou em 59º lugar. No ano passado, enquanto Timor-Leste se afastava da lista negra dos 20 piores lugares (23º), a Guiné-Bissau voltava a obter um pior resultado e chegava ao 18º pior país. Na lista dos 60 piores, Angola regredia também (52º lugar) e Moçambique aparecia em 57º lugar.

No ranking deste ano, a Guiné-Bissau desce para o 15º lugar, Timor-Leste melhora e está agora em 28º lugar, Angola voltou a regredir (49º) e Moçambique melhora duas posições (59º). A lista é feita tendo em conta 12 indicadores sociais, políticos e económicos de 177 países. A Guiné-Bissau obteve 99.2 pontos, numa escala que pode ir até 120 e que quanto mais alta pior é o país. A Somália, o Estado falhado por excelência, obteve 114.9 pontos. Timor-Leste chegou aos 92.7. Portugal teve este ano 34.2 pontos e o Brasil 64,1. CM/TVI

Sanguessuga


"Caro Irmão

Mais uma vez quero dar a minha contribuicão como bom filho da Guiné-Bissau. Depois do espancamento, o elemento da plícia judiciária em causa foi ter com o seu chefe (DG da Polícia Judiciária) afim deste apresentar queixa contra os militares. Por sua vez o Dr. João Biague foi ter com o Ministro da Justica Dr. Mamadu Saido Balde explicando o sucedido e, o Ministro por sua vez disse-lhe ir tratar do assunto com o seu colega, o Ministro da Defesa.

Passado quase um mes, o Dr. Saido desabafou com um dos seus subordinados onde porferiu as seguintes palavras "O PAÍS NÃO ESTA BEM, E ESTE CASO DEVE SER ESQUECIDO PORQUE ESTES MILITARES SÃO DOIDOS" e, este subordinado o disse mais voce prometeu ao DG da Judiciária avancar com o caso e, Dr.Saido disse: O DG da Judiciaria queria mesmo convocar a imprensa para mostrar a sua indignacão mas eu o convencí-o a não fazer isso porque, estamos menos de 30 dias no governo e isso pode comprometer a imagem do País.

Caro Aly e bons filhos desta Guiné-Bissau

Que País Dr. Saido estaria a referir? O interesse do Ministro esta acima do interresse do País? O Judiciária em causa é Pai e chefe de família diferente do Dr. Saido que deixou a sua casa e, familia (Filhas e Esposa) no Bairro Belem e foi morar com uma sub-Bedju em Cupelum de baixo na rua dos Bombeiros.

Só para recordar ao Dr. Saido que ele é conhecido só nas transicões porque muita coisa esta errado com ele. Depois de conflito de 1998 ele foi nomeado vice-Procurador onde os mesmos tropas o vigiavam a sua casa e nessa altura foi decretado o recolher obrigatório mesmo para vizinhos, tendo um deles sido espancado... Um dia isso vai acabar e voces vão pagar pelo que fizeram a este povo.

Abaixo Golpistas, Abaixo todos os militares que estão prontos a torturar e matar
Abaixo Representante da CEDEAO na Guiné senhor CISSE.
Abaixo Serifo CEDEAO Nhamadjo
Abaixo Antonio CEDEAO Indjai
Abaixo piores filhos desta terra
 
A luta continua, ninguem é eterno
 
Serifo Djalo"

Diplomacia pedagógica



"Ola Aly,

Então, A DIPLOMACIA PEDAGÓGICA do nosso senhor intelectual sem caracter parece estar a cair na bancarota... DJITU TEN DJA NA GUINÉ...PARECE QUE ESTES POLITICOS DE MEIA TIGELA ja estão a comprender que o mundo mudou e a Guiné-Bissau tem que mudar tambem.
 
A lição que ele recebeu ontem nas audiencias ou encontros com embaixadores, vale a pena ficar na memoria dele para sempre...é melhor que ele mesmo pergunte ao decano dos embaixadores acreditados na Guine-CEDEAO (embaixador de senegal), porque é que o  embaixador do senegal é permanente na Guiné-Bissau? Então nao ha mais outro pais no mundo onde ele pode ser nomeado embaixador?
 
DIPLOMACIA PEDAGOGICA-inteletual tribalista merece aquela porrada que os militares lhe deram há uns anos...

A. Cabral"

Bon mindjoria



 
"Caro Aly

Soube através de amigos de que não te tens sentido bem de saúde, e que, brevemente serás submetido a intervenções cirurgicas de indole não especificada. Espero e desejo que não seja nada de mal ou por ai além, pois ai de nós, qualquer contrariedade que nos venha a privar por muito tempo da tua liderança contributiva nessa luta de resistência contra os desmandos que passam actualmente no nosso pais. Que Deus te dê a saúde necessária para te manter firme na linha da frente da trincheira da nossa luta comum.

Conhecendo-te bem, deduzo do que mais precisas e careces neste momento. Também, desse conhecimento de particular vivência, sinto bem e, sei que, a tua postura de homem de principios te auto-conforam, assim mesmo, na dignidade e urteza da vida. Porém, caro amigo e irmão, nada mais do que uma palavra de conforto e de solidariedade de quem bem te conhece, para te desejar «bom mindjoria pa nô bom fidju di terra», mero paliativo quiçá, mas que, aliviará decerto, a tua imensa necessidade, contudo... orgulhosa e dignamente guardada.

Tal como só a àgua mata verdadeiramente a sede, milagre que nenhum outro liquido faz, sempre, uma palavra de um amigo verdadeiro, pode valer mil confortos e mil mordomias.

Estamos juntos irmão.

Que Deus te abençoe.

Kilimandjaro"

Parafraseando Sarkozy: "casse toi, pauvre con"



Um parvalhão qualquer que dá pelo nome de Alain Coutte, escreveu a pedir direito de resposta sobre o artigo "Guiné-Bissau resiste à 'tropacracia'". Respondi dizendo que enviasse o pedido de resposta ao 'Jornal Avante', uma vez que eu apenas 'piquei' o texto. Continuou a cacarejar, e, depois enviou-me outro email...do qual dera conhecimento à:

- Embaixada de França-Bissau
- Ministério de Relações Exteriores, em Paris

O Alain, outra vez: "Eu estou arrependido de o contradizer, mas não é "uma opinião", mas uma campanha vergonhosa de "desinformação e propaganda" antiFrances, sem qualquer prova"...

Bom, mas como eu não quis ser mal educado, sugeri educadamente ao Alain que, para além destas duas entidades, que as enviasse também para o Palácio do Eliseu e para o Tribunal de Haia. Se quiser, pode ainda enviá-lo para o Vaticano..

Mas se quer saber, Alain, sim, a FRANÇA está metida até ao tutano, quer no golpe da Guiné-Bissau, quer no do Mali, para além, claro, daquele disparate na Costa do Marfim. Um dia, hão de engolir isso tudo... Há com cada um! Os franceses, esses presumidos... AAS

segunda-feira, 18 de junho de 2012

O direito de perguntar



fernando julio 1
Cartoon de Fernando Júlio

Missang vs Nigéria + Senegal


"Caro Aly,
 
Nao sou a favor do carlos gomes jr ( cadogo) ou outro partido, mais sim a favor da legalidade se bem que nao sou nenhum jurista, mas nos ca o povo e quem mais ordena ou deveria ser.

O que se passa no nosso pais e triste, os que deveriam estar no campo a lavrar entraram na cidade e ocuparam os oficios publicos, continuam a ferir um povo que nunca gozou propriamente das suas liberdades. Mas deviam lembrar tudo tem inicio e fim, se nao vejamos onde estao os maiores ditadores e criminosos do seculo? Uns morreram outros no T.P.I, mais os nossos nao irao fuzir a regra, ca se faz ca se paga.
 
Feito a introducao a cima agora vou ao titulo inicial, na minha opiniaol se os cargos publicos fossem ocupados livremente pelos nossos quadros competentes, a nossa guine nao seria usada pelos interesses sub regionais e economicos.

O que actualmente se passa e pura e simplesmente o jogo duplo do senegal e da nigeria, o primeiro nao lhe interessa a construcao do porto de aguas profundas de Buba, que lhe retiraria os ganhos economicos que recebe a favor do Mali como se sabe os desenbarques dos contemtores do Mali sao feitos atravez do senegal, por outro lado a Nigeria nao via com bons olhos a presenca dos militares do grande africano ou com um potencial de ser grande africano (Angola).
 
com tudo acima mensionado agora faco perguntas:
 
Qual e a coperacao sul/sul que investe 500.000.000 usd num pais coturbado?
Quem dava comida as nossas FA?
Quem abriu linha de creditos para o nosso pais?
Quem comecou a remodelar as casernas das nossas FA?
Quanto custou o material belico que regressou a Angola? que depois da formacao ficaria para as nossas FA.
 
Como guineense espero que a organizacao onde esta enserida a guine bissau faca o melhor. 
 
obrigado, abri udju (abra os olhos)

Baldé M."

domingo, 17 de junho de 2012

Não há uma sem duas: Camarões (1) volta a vencer a Guiné-Bissau (0) e classificou-se para a Copa das Nações Africanas. O jogo teve lugar em Yaoundé. AASS

Ditadura do Consenso é: Case Study. E ainda bem. AAS

Um antes e outro depois


"Caro Aly Silva:

Antes de mais, os meus agradecimentos pelas informações que nos vai fornecendo acerca do que se vai passando e dizendo a respeito da "nossa" Guiné-Bissau.

Mas, depois do que se tem passado ao longo destes quase quarenta anos após a proclamação da independência (que, na prática, nunca existiu) e até analisando o que se sabe que já acontecia antes, gostava de lhe sugerir - e perdoe se com isto o ofendo no seu orgulho patriótico - que, com os seus conterrâneos mais esclarecidos, mas não “partidarizados”, se deixassem de complexos e, depois de um debate participado, pedissem humildemente à CPLP que, de maneira concertada e aceite, organizasse, empossasse e supervisionasse um governo (temporário) que nesse País iniciasse uma limpeza que tinha de começar pela extinção de um exército de generais analfabetos, gananciosos, corruptos e narcotraficantes e abrisse caminho para um futuro, esse sim, de independência harmoniosa dos vários povos dessa terra, depois de lhes ter acudido nas presentes necessidades e lhes ter proporcionado educação para o esclarecimento.

Porque:

- Afinal, de quem tem sido a culpa de tantas mortes e má governação?
- Não tem sido o PAIGC, o partido maioritário, que tem estado no governo quase todo o tempo?
- Para que tem servido, para além de se ter ido auto-decapitando?
- E o povo?

Pois é, como tinha avisado o falecido Samora Machel, foram-se matando uns aos outros e poucos restarão. Mas o pior é que as imitações têm sido piores que os originais, para desgraça da vossa gente. E, passado este tempo todo e das circunstâncias em que decorreu, vêem estes barrigudos (até nisso são maus militares) dizer que o colonizador - que, afinal, não colonizou nada - está com apetite de voltar. Perdoai-lhes Senhor!...
E perguntem ao povo, depois de o esclarecer, de quem tem mais razão de queixa. Porque o que se tem visto é que os adversários do meu tempo aí, que nos combatiam, têm vindo cá pedir asilo. E alguns, depois do que tinham prometido, talvez nem merecessem a compaixão manifestada.

Convivi com muitos valentes Homens guineenses que diziam abertamente na messe de oficiais e sargentos no Batalhão de Comandos, em Brá, que, se o PAIGC não fosse dominado por cabo-verdeanos, combateriam contra nós. E depois o senhor Luís Cabral – ao contrário do que havia prometido – permitiu que o Conselho de Estado os mandasse fuzilar, por terem colaborado com o opressor, que depois lhe deu guarida a ele.

Afinal, eles lá saberiam com quem lidavam. Este passou cá uma velhice sossegada e alguns deles só cá têm familiares saudosos ou os nomes no monumento aos mortos em Belém. Talvez tivessem servido para ajudar a fazer um verdadeiro exército, já que tinham alguma formação e muita disciplina e não um bando de assassinos, que nem a língua oficial do País sabem falar e só dominam, isso sim, a linguagem das armas. E depois arranjam um espantalho para presidente que, como nos diz hoje no blogue, os deixa presidir ao conselho de ministros e lhe exige um milhão. Só visto…

Bom, vai longa a minha dissertação que não valerá o tempo que vai perder a lê-la. Espero, uma vez mais, não o ter ofendido. Dê-lhe o destino adequado à importância que lhe atribuir e receba os mais calorosos cumprimentos pelo seu trabalho em prol do seu País.

Obrigado!

Ramiro J."

Angola - Antes de a criticar, é preciso compreendê-la


"Prezado Aly,

Sou caboverdeana, vivo em Angola país que amo e que me deu a chance de crescer como pessoa e como mulher de negócios. Leio freqüentemente o seu blog que considero ser uma lufada de ar fresco num cenário kakfiano em que a GB se tornou.

À distância, pelo que capto nos media,  sinto que o seu país que se perdeu acima de tudo por não ter encontrado um líder (porque não uma líder) capaz de levar o barco a bom porto. Acho que a Guiné tem gente tão capaz (muitos amigos meus) e intelectuais como você que gostam de GGMarques, de Tolstoi (visitei a Casa-Museu em Moscovo) que todos juntos qual Fénix a faríam renascer das cinzas e exorcisar esses demónios que encrustaram-se na sua alma.

Acho que esse exercicío, passaría por uma catarse colectiva, algo como uma Comissão da Reconciliação e da Verdade como a África do Sul fez e agora o Brasil, num tributo para com as vitimas da ditadura está a levar a cabo. Como blogger  e como representante de um grupo de pressão......não dá para sugerir? Tente ajudar o seu país a romper esse ciclo de  dor, de tantas mortes inutéis e injustificadas, de  tanta impunidade.

A vida política da nossa querida Guiné parece uma daquelas soap operas mexicanas, que aliviam o tédio de donas de casa que lêem pouco....hoje um apoia  este, amanhã o porta voz aborrece-se com o cicrano....a criatura insurge-se contra o criador enfim ......e a procissão ainda ai no adro.....Rs......

Quanto a Angola, antes de a criticar, é preciso compreende-la, a sua grandeza, a sua generosidade, a sua vontade de protagonismo (e porque não, ela vai ultrapassar a Nigéria logo q o campo Pazflor do Bloco 17 resolva uns  problemas operacionais e vai ser o maior produtor de petroleo de Africa) num contexto em que a geopolitica não ajuda (a sub região em que a GB se insere com a França os seus tentáculos sempre atentos). É preciso entender que com os recursos que ela tem, o seu crescimento ela não tem necessidade de fazer uma incursão na GB para tutelar ou locupletar-se de eventuais riquezas da Guiné. Do fundo do coração acho que as Forças Armadas teríam muito a ganhar com essa cooperação. Num mundo em crise , não é inteligente nem estratégico perder um aliado como Angola.

Continue com essa força e essa coragem a cumprir a sua missão de informar.

Abraço

Isabel"

CEMGFA António Indjai...'presidiu' à última reunião do Conselho de Ministros - queria saber de todas as nomeações que foram feitas. Depois, levantou das Finanças...mil milhões(!?) de Fcfa para, segundo o próprio, assegurar a alimentação dos militares. Um bilião de fancos CFA... AAS

Dia da Criança Africana: Mensagem do Presidente da República de Cabo Verde


Celebramos hoje, 16 de Junho, o dia da criança africana, ocasião simbólica importante para, em primeiro lugar, manifestar nosso afecto e respeito a todos os meninos e meninas que, de forma ímpar, expressam, em seus olhares e sorrisos, a força, a esperança e a confiança no futuro deste continente tão belo e diverso, e tão cheio de potencialidades e de desafios para as gerações presentes e vindouras.

A capacidade que existe nestes pequenos cidadãos de transformar o mundo e de fazê-lo muito mais gracioso e agradável à vida foi, aliás, de modo exemplar, retratada na música “Os meninos do Huambo”: eles “dividem a chuva miudinha pelo milho, multiplicam o vento pelo mar, soltam ao céu as estrelas já escritas, constelações que brilham sempre sem parar.”

A efeméride, no entanto, não se presta apenas ao regozijo. Só poderia fazê-lo se hoje em África todas as crianças tivessem preservado o seu direito a crescer num ambiente saudável, com protecção especial e todas as facilidades e oportunidades para se desenvolverem plenamente, com liberdade e dignidade, conforme os princípios da Declaração dos Direitos das Crianças. Infelizmente, tais princípios e os direitos das crianças consagrados em importantes documentos internacionais - como o direito à vida, à liberdade, a obrigações dos pais, da sociedade e do Estado em relação à sua protecção -, ainda estão longe de serem alcançados. Por este motivo, esta data tem se caracterizado, desde a sua fixação, como um acto igualmente político.

O 16 de Junho, além de enaltecer as crianças de toda a África deve favorecer um conjunto articulado de esforços que, oriundo de diversos actores sociais, sirva de alerta geral às sociedades e respectivas autoridades para a necessidade de se garantir às crianças um desenvolvimento com harmonia, nos aspectos físico, espiritual, psicológico, moral e social.

O 16 de Junho deste ano de 2012 se propõe a reafirmar, em especial, os direitos daquelas crianças que, dentre as demais, necessita de um olhar distinto – as crianças com deficiência. Estas, sabemo-lo, demandam condições que garantam sua dignidade, promovam sua autoconfiança e a sua participação activa na comunidade, conforme explicitamente estabelecido no artigo 13 da Carta Africana sobre os Direitos e o Bem-estar das Crianças. Todos os Estados signatários deste documento devem, assim, tudo fazerem para assegurar às crianças com deficiência e a seus respectivos responsáveis a assistência necessária e apropriada à sua condição.

Cabo Verde é considerado o país da sub-região africana que mais respeita os direitos da criança. A nossa Constituição é clara em relação aos direitos das crianças e ao dever das famílias e do Estado em garanti-los e, brevemente, o país terá um Estatuto da Criança e do Adolescente. Tais instrumentos consubstanciam um quadro legal e político extremamente positivo. Todavia, há um longo caminho a percorrer para que tais direitos sejam totalmente efectivados.

Para a garantia dos direitos das nossas crianças serão necessárias políticas verdadeiramente capazes de combater os problemas de carácter social, com enfoque no combate à pobreza das famílias, com impacto directo nas crianças. Questões particulares carecem de atenção especial, como a gravidez indesejada que atinge cerca de 15% de adolescentes; o abandono escolar; o envolvimento de crianças e adolescentes com a violência e com as drogas; o abuso e as agressões sexuais contra as crianças, e, em especial, a condição diferente da criança portadora de deficiência.

Apraz-nos registar que um número crescente de organizações da sociedade civil tem-se dedicado à protecção e promoção dos direitos das crianças com deficiência e aproveitamos a oportunidade para expressar o nosso profundo reconhecimento por essa entrega solidária. Exortamos essas organizações, as entidades publicas com particulares responsabilidades na matéria e os cidadãos em geral a reforçarem a sua contribuição a esta causa, cabo-verdiana, africana e mundial, para que cada criança, com deficiência ou não, tenha, como dizia o poeta “ um sorriso na corp inter”.

Apelamos, em síntese, a um olhar solidário e a uma forte consciência dos deveres dos poderes públicos e da cidadania nesta matéria, num mundo onde as crianças são o presente e continuam, sim, a ser a nossa esperança no futuro.

Jorge Carlos Fonseca
Presidente da República

Bissau


“Venham daí esses ossos!”. Cruzamo-nos, por acaso, ia eu a atravessar a rua em direcção à fortaleza da Amura. Abraçamo-nos e depois afastou-se. «Olha só para ti, estás um homem!». Este meu amigo costumava parar no bar «Escondidinho» – que fica na esquina da escola «Marques Palmeirim». Chegava de sorriso aberto, ao final da tarde, depois de grandes caminhadas pelo dia e depois de noites que só ele sabia viver. «Já estou de abalada», dizia isso sem ressentimentos nem temor. Aliás, começou a dizer isto – contaram-me – ia nos quarenta. Durou mais vinte e um; depois, sossegadamente, cerrou as persianas feitas de colmo e foi embora.

E adorava falar de mulheres - «Na minha idade é que era, vocês hoje vão para a cama por tudo e por nada». E tinha razão. Estamos sempre a ir para a cama; de manhã, à tarde e à noite. Pela primeira vez ouvi-o falar da violência da terra, dos ardores do sexo e de gente que se maltratava por um corpo quente de mulher. De gente que ele viu matar por um desvio de águas ou pela aleivosia de um dito mal interpretado. O meu amigo não era de percorrer tabernas, não. O «Escondidinho» enchia-lhe todas as medidas. Bebia o seu tinto, conversava, rindo de riso breve, ouvindo histórias. Histórias como aquelas que ele próprio contava, bem entendido; e contava-as numa toada lenta e despedida de deselegâncias.

Porém, vivia sempre o seu tempo. Nesse encontro, dois anos antes da sua morte, lembramos muitas coisas. Contou-me que enviuvara há cinco anos. A mulher morreu na sala de operações, em pleno parto, por falha de electricidade. «Ninguém contava com aquilo, foi terrível». Fez-se um silêncio sepulcral. Não consegui olhá-lo olhos nos olhos. Senti-me enfraquecido e a desfalecer e culpado por não saber o que dizer para confortá-lo. «Pelo menos ainda temos o ‘Escondidinho’» - disse-lhe. E fomos entrando. Voltou a desabafar. «Os amigos morreram todos; o Ucha, o Fernandinho...O último foi o teu pai» – disse-me. O meu pai morrera nesse ano, mais precisamente.

Fiquei então a saber aquilo que anos a fio me apoquentava: ou seja, o que este meu amigo procurava no «Escondidinho»: Letrado, ele procurava apenas a ração de afecto, os gomos de ternura que, confirmou-mo um dia, só a sua pacata e recôndita aldeia lhe poderia realmente oferecer. Bebíamos, de vez por outra mais do que manda a lei do equilíbrio; e, sobretudo conversávamos muito. E nós ouvíamo-lo muitíssimo. Ele percebera que perdera o tom da época; que a sua época era outra e que sobre essa época outra escrevera tudo quanto tinha de escrever. Porém manteve-se interessado. Lia o que os outros escreviam.

Certa tarde – contou-me o senhor Zé do «Escondidinho» - decidiu que chegara a hora de regressar à sua aldeia. E eles iam lá, vê-lo e conversá-lo. «Bebíamos agora um pouco e devagar». O meu amigo, sábio e antigo, quedava-se agora no batente da porta, no silêncio da tarde, no silêncio de todas as tardes. «Já nem havia palavra, aliás», sussurrou-me o senhor Zé. Depois, confidenciou-me, «ergueu-se e, pausadamente, atravessou os umbrais da eternidade».

António Aly Silva
Jornalista

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Sob pressão



O presidente de Cabo Verde manteve hoje (sexta-feira) a pressão sobre o regresso à normalidade democrática na Guiné-Bissau e manifestou-se favorável à adesão da Guiné - Equatorial à Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). Jorge Carlos Fonseca, numa conferência de imprensa na Cidade da Praia, salientou que os encontros oficiais que manteve com as autoridades portuguesas em Lisboa, durante a visita de Estado de segunda e terça-feira, reforçaram a ideia defendida por Cabo Verde na busca de uma solução que passe sobretudo pelas Nações Unidas.
  
"A solução tem de passar pelo respeito pela ordem constitucional. É evidente que a segunda volta das eleições presidenciais não é exequível já. Tem de haver soluções realistas e pragmáticas, que passem pelo Conselho de Segurança da ONU e que vinculem a União Africana (UA) e a CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental)", frisou. Ao salientar que a situação na Guiné-Bissau, afectada por um golpe de Estado a 12 de Abril e cujo Comando Militar se mantém no poder, "continua a ser muito plástica", Jorge Carlos Fonseca referiu que a posição portuguesa, "no essencial", não difere da de Cabo Verde. 

O presidente cabo-verdiano salientou que as posições dos dois países saíram reforçadas depois de encontros com o presidente, Primeiro-ministro e outras personalidades políticas de Portugal, bem como na reunião que manteve em Lisboa com o primeiro-ministro guineense deposto, Carlos Gomes Júnior, cujo teor não adiantou. Sobre a eventual adesão da Guiné Equatorial à CPLP, Jorge Calos Fonseca indicou que a cimeira de Maputo, em Julho próximo, irá analisar o "roteiro de requisitos" que as autoridades de Malabo acederam em cumprir há dois anos e que, mediante a análise, se decidirá pela entrada ou por conceder "mais tempo".
   
"Obviamente que a Guiné - Equatorial não é uma democracia perfeita. Vamos aguardar pelo relatório", disse, admitindo que, por causa do petróleo, a adesão do país centro -africano "é apetecível" para os interesses económicos dos "oito". A 20 de Fevereiro, o Primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, afirmou que a posição oficial da Cidade da Praia passa por apoiar a entrada da Guiné Equatorial na CPLP, mas desde que Malabo cumpra os pressupostos estatutários da organização, definidos na cimeira de Luanda. O presidente da Guiné - Equatorial, Teodoro Obiang Nguema, está no poder desde 1979. AngolaPress

LUTA NOSSA DE CADA DIA



“Há 10 anos nós éramos fulas, manjacos, mandingas, balantas, pepéis e outros... Somos agora uma nação de guineenses, unidade dos cabo-verdianos, unidade entre a Guiné e Cabo Verde, unidade dos nacionalistas das colônias portuguesas, unidade dos povos africanos, unidade das forças anti-imperialistas, tudo isso para melhor lutar contra o inimigo comum, o colonialismo, a dominação imperialista e contra as próprias fraquezas. Unidade e luta significa que para lutar é preciso unidade, mas para ter unidade também é preciso lutar. E isso significa que, mesmo entre nós, lutamos”

Amílcar Cabral

A tentativa de construção de uma Pátria tribalizada almejada por alguns guineenses que não pensam uma Guiné-Bissau Plural, respeitando a sua diversidade étnica e religiosa vai na contramão de sonho de Amílcar Cabral e de outros heróis que lutaram pela nossa Independência. Amílcar Cabral, ao proferir a frase acima em Havana, na década de 70 do século passado dirigia um chamado a todos (as) nós, Papel, Balanta, Felupe, Nalu, etc, que urgia pensar e construir uma NAÇÃO de todos (as) os (as) GUINEENSES e que a construção de uma Nação exige sacrifício e luta.

Dito de outra forma, Building Nation, é um processo de abnegação da minha identidade étnica para que o sentimento de nação, ou melhor, de patriotismo possa se manifestar, aceitando o outro, o meu irmão com as suas diferenças culturais, linguísticas, PA NÓ PUDI CUMÉ TUDU NA UM CABASS. Infelizmente, nossa pátria a(r)mada tem sofrido desde a proclamação da sua independência, 1973, uma triste tentativa de tribalização de acontecimentos, que muitos deles em nada dignificam uma Pátria Unida que todos nós almejamos.

Neste texto “anárquico”, quero deixar bem claro que a Guiné-Bissau não é um País que vive de conflitos tribais, nem tão pouco religiosos, portanto não vamos tentar dividir o País em mais de vinte e cinco pedaços (creio que este é número aproximado de etnias da Guiné-Bissau). Os conflitos vividos na Guiné-Bissau, sejam eles armados ou simbólicos são de viés políticos e não tribais, da forma que alguns têm tentado sustentar.

Apesar de eu ser definitivamente contra golpes, contra a tomada de poder por vias não democráticas isto não significa que tenho que dizer que algum grupo étnico é pior que o meu, ou que o meu grupo étnico é melhor que do meu vizinho. Antes de atirarmos as pedras olhemos primeiro para o lado. Quem sabe atingimos um amigo, uma namorada ou um namorado que nada tem a ver com as atitudes do seu patrício.

Conterrâneos, parece-me que a nossa querida África está a servir hoje de palco de teatro da III Guerra Mundial, que se configura em lutas de interesses políticos e econômicos das antigas metrópoles e outras potências que estão a surgir. Cabe a nós, principalmente que tivemos a oportunidade de possuir formações acadêmicas abraçarmos a nossa terra e reverter as relações de ontem e de hoje.

Os nossos irmãos que ainda em naufrágios no mediterrâneo tentando alcançar o Velho Continente não merecem o tamanho sacrifício e nem a África essa humilhação. Não podemos continuar a ser periferias e nem tão pouco quintal de quem quer que seja. Olhemos com nossos próprios, pensemos com a nossa própria cabeça e andemos com as nossas próprias pernas. Tudo se faz com a Justiça, Reconciliação e acima de tudo uma limpeza nas Instâncias Superiores do Estado. Nós não podemos continuar a ser reféns daqueles que deveriam servir ao Estado, mas que passam a servir os interesses dos inimigos do nosso POVO.

João Paulo Pinto Có
Graduado em História e Mestre em Antropologia Social.