terça-feira, 2 de fevereiro de 2016
"Qualquer tentativa de perturbação da ordem será reprimida" - Governo
O Governo da Guiné-Bissau anunciou hoje que qualquer tentativa violenta de perturbação da ordem no país será "devida e oportunamente reprimida", refere-se num comunicado do Conselho de Ministros, hoje divulgado.
"O Governo garante a todos os cidadãos que qualquer tentativa de utilização de violência para desestabilizar o país será devida e oportunamente reprimida", lê-se no documento. Ao mesmo tempo, é anunciada a intenção de "reforçar medidas de segurança junto das instituições do Estado, dos membros do Governo e da população em geral".
O Conselho de Ministros reuniu-se na segunda-feira num encontro extraordinário para analisar as informações relativas a um assalto violento à casa do secretário de Estado dos Transportes e Comunicações, João Bernardo Vieira, na noite de domingo. O governante não estava na habitação, mas alguns dos seus guardas privados foram agredidos, familiares foram fechados numa divisão e foi roubado um cofre, que, de acordo com serviços do Governo, continha documentos.
No comunicado do Conselho de Ministros é ainda pedida celeridade nas investigações conduzidas pelas autoridades. A concluir, o documento pede à comunidade internacional que se mantenha atenta "à nova situação, que, a prevalecer, poderá minar todos os esforços de estabilização e desenvolvimento do país".
A Guiné-Bissau vive desde agosto uma crise política desde que o Presidente da República, José Mário Vaz, demitiu o Governo, conduzindo a um clima de crispação no meio político guineense.
Noutro comunicado hoje divulgado, a Presidência da República anuncia que há sinais encorajares de desanuviamento, numa alusão à reunião promovida pelo chefe de Estado na segunda-feira entre os diferentes atores políticos. O encontro não foi conclusivo e continua hoje a partir das 17:00 (mesma hora em Lisboa). Lusa
CA-DO-GO, CA-DO-GO
Um grupo de cidadãos guineenses reunidos no Movimento de Apoio ao Regresso de Carlos Gomes Júnior, apelou no passado dia 29 de janeiro o regresso do antigo Primeiro-ministro deposto durante o Golpe de Estado em Abril de 2012.
Em conferência de imprensa, Saído Seidi porta-voz do movimento, explicou que os guineenses estão mergulhados numa profunda “tristeza” devido à persistente crise política no país. “Pela forma como o nosso país está a ser dirigido, isto demonstra que estamos perante uma ausência de um líder capaz de unir os guineenses”, considerou Seidi.
Na mesma ocasião o porta-voz apelou às forças vivas do país o respeito pelos princípios e funcionamento de interdependência dos órgãos de soberania em nome da unidade nacional, e pediu garantias de segurança que permitam o regresso de Carlos Gomes Júnior.
Saído Seidi afirma também ter recolhido mais mil assinaturas num documento que reclama o regresso do antigo chefe do Governo da Guiné-Bissau. O Movimento de Apoio ao Regresso de Carlos Gomes Júnior manifestou o mesmo pedido junto de organismos internacionais com sede em Bissau, tais como a CPLP, ONU, União Africana, União Europeia e a CEDEAO
URGENTE: Tribunal Regional de Bissau notifica ex-deputados do PAIGC e os deputados do PRS
A Vara Cível do Tribunal Regional de Bissau está a levar a cabo notificação aos 15 deputados expulsos do Partido Africano da Independência da Guine e Cabo Verde (PAIGC), bem como também os deputados do Partido da Renovação Social (PRS) que na semana passada assaltaram a mesa da Assembleia Nacional Popular.
A informação foi avançada à PNN por uma fonte desta instância judicial, que contudo disse enfrentar dificuldades e ameaças por porte de algumas pessoas, tendo solicitado o apoio da força de ordem para o efeito.
De acordo com a fonte da PNN, a referidas diligências vão na sequência da providência cautelar decretada por este tribunal. “Dada a urgência desta previdência cautelar agradecemos que o apoio das forças da ordem seja urgente”, informou a nossa fonte. PNN
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016
OPINIÃO: Isto, nem os 15 supunham...
"Talvez muitos não conhecem algumas particularidades sobre a escolha dos deputados. Os 15 deputados têm um compromisso por escrito e assinado que menciona o direito de voto sobre questões fundamentais do partido por exemplo: o Programa do Governo, o orçamento do Estado, etc. Caso não obedecerem os estatutos o partido tem o direito de tomar as medidas disciplinares.
O PR já podia acalmar a situação mas escolheu deixar a situação agravar-se. Agora pergunto aos 15 deputados porque é que não recorreram aos tribunais para contestar a decisão do partido??? Por outro lado, escolheram levar a decisão ao PR. Não faz sentido nenhum, porque o presidente é só uma figura do país.
No meu ponto vista o presidente deve devolver mais uma vez o poder ao PAIGC para continuarem a desenvolver os trabalhos que tem uma grande potencialidade de fazer andar o país.
Eleger o PRS sabendo bem que não compõem uma maioria absoluta na ANP significa que irá automaticamente cair. O país não tem dinheiro para financiar novas eleições.
Aristides Nandinga
Estudante de Tecnologia e informação em Harrogate/Uk"
OPINIÃO AAS: Há que dizer não
Pela primeira vez na nossa história política recente, alguém 'ousou' levantar e dizer não. Obrigado, Domingos Simões Pereira. Ousar dizer não, para dizer apenas "cumpram com as leis da República, e com as decisões judiciais." Isto é simplesmente extraordinário e só está ao nível de quem sabe o que está a fazer. O tempo do 'deita-te e rebola' acabou. E ainda bem.
Já aqui escrevi inúmeras vezes que o principal responsável por esta crise é o presidente da República, José Mário Vaz. Mantenho e reforço a convicção. O PR não é nenhuma criança a ponto de se deixar influenciar, ainda para mais por algumas pessoas sem qualquer expressão na sociedade que não o dar expediente e criar conflitos para poder reinar. Isso acabou, meus caros. Habituem-se!
Aqueles que realmente interessam à Guiné-Bissau, devem ser elevados ao nível que merecem. E devem ser mesmo aplaudidos. Quem quer que entre para a política, tem que saber uma coisa: na política, tudo tem consequência. Que cada um retire a sua! Este golpe de Estado que se prepara foi há muito premeditado, desde as primeiras horas.
Mas eu estou bastante reconfortado por saber que, afinal, tudo teria fim um dia. A Democracia está de parabéns e é preciso encher o peito de ar e gritar a plenos pulmões, espalhando a boa nova: a Democracia está a acontecer na Guiné-Bissau!, por favor, não destruam esta caminhada, o sonho de todo o povo.
Ao PAIGC, é hora de arrumar a casa e preparar novos embates que de certeza surgirão, impingidos por terceiros. Há que combatê-los, lutar sem tréguas nem quartel; sem dó nem piedade. Mas ainda assim sem armas, que essas usam os cobardes. Desejo uma noite tranquila aos meus compatriotas na Guiné-Bissau. AAS
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