segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

OPINIÃO: Isto, nem os 15 supunham...


"Talvez muitos não conhecem algumas particularidades sobre a escolha dos deputados. Os 15 deputados têm um compromisso por escrito e assinado que menciona o direito de voto sobre questões fundamentais do partido por exemplo: o Programa do Governo, o orçamento do Estado, etc. Caso não obedecerem os estatutos o partido tem o direito de tomar as medidas disciplinares.

O PR já podia acalmar a situação mas escolheu deixar a situação agravar-se. Agora pergunto aos 15 deputados porque é que não recorreram aos tribunais para contestar a decisão do partido??? Por outro lado, escolheram levar a decisão ao PR. Não faz sentido nenhum, porque o presidente é só uma figura do país.

No meu ponto vista o presidente deve devolver mais uma vez o poder ao PAIGC para continuarem a desenvolver os trabalhos que tem uma grande potencialidade de fazer andar o país.

Eleger o PRS sabendo bem que não compõem uma maioria absoluta na ANP significa que irá automaticamente cair. O país não tem dinheiro para financiar novas eleições.

Aristides Nandinga
Estudante de Tecnologia e informação em Harrogate/Uk
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OPINIÃO AAS: Há que dizer não


Pela primeira vez na nossa história política recente, alguém 'ousou' levantar e dizer não. Obrigado, Domingos Simões Pereira. Ousar dizer não, para dizer apenas "cumpram com as leis da República, e com as decisões judiciais." Isto é simplesmente extraordinário e só está ao nível de quem sabe o que está a fazer. O tempo do 'deita-te e rebola' acabou. E ainda bem.

Já aqui escrevi inúmeras vezes que o principal responsável por esta crise é o presidente da República, José Mário Vaz. Mantenho e reforço a convicção. O PR não é nenhuma criança a ponto de se deixar influenciar, ainda para mais por algumas pessoas sem qualquer expressão na sociedade que não o dar expediente e criar conflitos para poder reinar. Isso acabou, meus caros. Habituem-se!

Aqueles que realmente interessam à Guiné-Bissau, devem ser elevados ao nível que merecem. E devem ser mesmo aplaudidos. Quem quer que entre para a política, tem que saber uma coisa: na política, tudo tem consequência. Que cada um retire a sua! Este golpe de Estado que se prepara foi há muito premeditado, desde as primeiras horas.

Mas eu estou bastante reconfortado por saber que, afinal, tudo teria fim um dia. A Democracia está de parabéns e é preciso encher o peito de ar e gritar a plenos pulmões, espalhando a boa nova: a Democracia está a acontecer na Guiné-Bissau!, por favor, não destruam esta caminhada, o sonho de todo o povo.

Ao PAIGC, é hora de arrumar a casa e preparar novos embates que de certeza surgirão, impingidos por terceiros. Há que combatê-los, lutar sem tréguas nem quartel; sem dó nem piedade. Mas ainda assim sem armas, que essas usam os cobardes. Desejo uma noite tranquila aos meus compatriotas na Guiné-Bissau. AAS

ÚLTIMA HORA/DIRECTO DC/DECLARAÇÃO: "Aconselhamos o PR a não tirar as competências à ANP assim como ao STJ." Domingos Simões Pereira, presidente do PAIGC

ÚLTIMA HORA/DIRECTO DC/DECLARAÇÃO: "O PR tem todo o direito de gostar mais deles (referindo-se aos 15) do que de nós, mas não tem o direito de interferir nos órgãos de Soberania usurpando as competências destes." DSP

ÚLTIMA HORA/DIRECTO DC/DECLARAÇÃO: "A melhor forma de sair desta crise é respeitando as leis e as instituições." Domingos Simões Pereira, presidente do PAIGC

ÚLTIMA HORA/DIRECTO DC: Acabou agora mesmo a reunião na presidência da Republica. AAS

DROGA Guineense detido com cocaína


A Polícia Judiciária da ilha do Sal deteve, sábado passado, 30, um cidadão da Guiné Bissau com 50 capsulas de cocaína, expelidas pelo ânus. O homem, cuja identidade não foi revelada, desembarcou de um voo da TACV proveniente de Fortaleza, Brasil.

Segundo informações apuradas pelo jornal Ocean Press, o homem deveria ser entregue na manhã de hoje ao Tribunal da Comarca do Sal, e a respectiva medida de coação poderá ser conhecida ainda hoje. Ocean Press

LIVRO/AMILCAR CABRAL: Retrato de um Humanista



NOTÍCIA DC: AVISO SÉRIO DA ONU


Este é o draft do Relatório sobre a situação política na Guiné-Bissau, que vai ser apresentado na reunião do Conselho de Segurança sobre o nosso País.



Fala da renovação do mandato do UNIOGBIS na Guiné-Bissau, este mês, assim como da apresentação ao Conselho de Segurança pelo Representante Especial do SG das NU, Miguel Trovoada, sobre o novo relatório trimestral da situação global do País.

O Conselho pode renovar o mandato do UNIOGBIS, continuando a priorizar o seu papel de bons ofícios, o apoio ao diálogo e reconciliação nacional e a coordenação da assistência internacional.

A resolução poderia expressar profunda preocupação com a deterioração da situação política e lembrar que a Guiné-Bissau corre o risco de perder os fundos prometidos na conferência dos doadores março 2015 em Bruxelas, se os líderes políticos não conseguem restaurar um governo comprometido com o Plano Estratégico e Operacional 2015-2020.

DC - 31 milhões de visitas. Quem sabe, pode. Mais cedo ou mais tarde, o seu blogue. Muito obrigados. AAS



OPINIÃO: Porquê?


"Boa tarde amigo Aly Silva

Agradeço que me permita usar o teu blogue para expor os meus sentimentos face à atual crise que se vive no nosso país. Tenho acompanhado com muita atenção, e apreensão os últimos acontecimentos que, pelos vistos, os objetivos tendem mais pelo carácter partidário e sobretudo pessoal dos seus protagonistas.

De tudo o que me parece (não sou juiz nem constitucionalista), mas o PRS está a fazer figura triste nesse capítulo. Não posso aqui citar as vezes sem conta que o PRS aparece em cena, em filmes de suspense e ou terror na nossa História.

As minhas questões são as seguintes:

1- Se no PRS existe disciplina partidária, porque é que ela não pode existir no PAIGC?
2- Se o PRS entender que existe matérias que não respeitem a nossa constituiçao, porque é que eles não recorrem aos tribunais?
3- Se existe desciplina e respeito pelos estatutos do PRS, porque é que ela nao pode existir no PAIGC?
4- se o PAIGC não se mete nos assuntos internos do PRS, porque é que o PRS o faz?
5- Quando é que o PRS e os seus dirigentes (doutores e engenheiros) vão entender que se a comunidade internacional tem por obrigação de se meter nos assuntos internos da Guiné-Bissau, porque é ela que injecta milhões e milhões de dólares, euros, libras e francos para o sustento do País e dos maus vícios dos políticos Guineenses?
6- Quando é que o PRS, deixará de ser abrigo para os 15 deputados expulsos do PAIGC e da Assembleia Nacional Popular?

A bola está do lado do PRS, estamos atentos.

Alfa Jaló
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Reforçada segurança de membros do Governo após assalto violento


A ECOMIB, força policial e militar estacionada na Guiné-Bissau, reforçou a segurança aos membros do Governo do país, na sequência de um assalto violento a casa de um governante, na capital, disse à Lusa fonte próxima daquela estrutura.

O contingente multinacional "está a agir no seguimento do seu mandato" de proteção dos órgãos de soberania e seus representantes, referiu fonte da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que lidera a força. O reforço de segurança aconteceu na sequência um incidente verificado na última noite, no Bairro de Enterramento, periferia de Bissau, acrescentou.

Um grupo de homens, que diziam estar armados, assaltou no domingo, pelas 21:00, a casa do secretário de Estado dos Transportes e Comunicações, João Bernardo Vieira, também porta-voz do PAIGC, disse à Lusa fonte da Polícia de Ordem Pública (POP). JB Vieira não estava em casa quando os assaltantes chegaram e agrediram alguns dos guardas privados, no exterior da habitação. Já no interior, fecharam familiares do governante numa das divisões e roubaram um cofre, acrescentou a mesma fonte policial.

Um comunicado da secretária de Estado dos Transportes e Comunicações acrescenta que o cofre continha apenas documentos e que os assaltantes perguntaram várias vezes pelo secretário de Estado e porta-voz do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

De acordo com o mesmo comunicado, o grupo era composto por "15 homens armados" que se faziam transportar em três viaturas.
O caso está a ser investigado pela POP e pela Polícia Judiciária da Guiné-Bissau. Lusa

PIR ainda mais rápida


O Ministério da Administração Interna ofereceu uma viatura de todo-o-terreno à Unidade de Policia de Intervenção Rápida (PIR).

Na cerimónia de entrega, que decorreu em Bissau, o secretário de Estado da Administração Interna, Luís Manuel Cabral, disse que o governo mostrou-se sensível às enormes dificuldades em termos de locomoção da força policial, «por isso a tutela fez um grande esforço financeiro» para equipar a PIR com uma Pick-Up de última geração

Por seu turno, o Comissário da Policia da Ordem Pública agradeceu o gesto da Secretaria de Estado da Administração Interna e assinalou que a viatura «vai reforçar a mobilidade operacional dos agentes de intervenção rápida, que se deparavam com enorme falta de meios». Lusa

CRISE POLÍTICA: PRS pede um "pacto de regime"


Um Pacto de regime. É esta a única saída apontada pelo Partido da Renovação Social (PRS), líder da oposição na Guiné-Bissau, para a crise política que assola o país.

A posição foi tornada publica esta segunda-feira por Florentino Pereira, secretário-geral do PRS, numa conferencia de imprensa, assistida também pelos 15 deputados do PAIGC substituídos da sua bancada parlamentar, um acto que para o PRS é ilegal.

O encontro com os jornalistas, numa unidade hoteleira de Bissau, foi ainda assistido por representantes de vários partidos extraparlamentares e foi ocasião para o secretário-geral do PRS tecer duras criticas à actuação do PAIGC e da direcção do Parlamento.

Diz o PRS que a sessão parlamentar do passado dia 28 de Janeiro, onde o programa de Governo foi aprovado, é inexistente do ponto de vista da legalidade.

O PRS pediu ao Presidente José Mário Vaz para actuar em conformidade e demitir o Governo por não ter apresentado o seu programa de acção no tempo previsto por lei.

Apenas um Pacto de Regime, fundado num amplo processo de reconciliação nacional, poderá devolver a estabilidade ao país, diz o PRS. RFI

OPINIÃO: "Pode-se e deve-se fazer mais, mais e melhor, para arrancar de uma vez por todas com uma pátria que há 42 anos patina"


Depois de duas semanas de grande turbulência, o programa do Governo de Carlos Correia acabou por passar na Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau, mas os narcotraficantes latino-americanos tudo farão para que o Estado guineense continue fraco, pois só assim servirá os seus interesses.

Com muita dificuldade, o PAIGC conseguiu substituir os deputados que não haviam inicialmente respeitado a disciplina de voto; e o programa governamental foi finalmente aprovado pela sua bancada, encontrando-se ausentes da sala os deputados do Partido da Renovação Social (PRS).

O Tribunal Regional de Bissau deu razão à mesa da Assembleia, que mandara substituir os deputados rebeldes, e evitou-se assim, pelo menos para já, que o Presidente da República, José Mário Vaz, procurasse constituir um novo executivo à revelia da direcção do PAIGC, partido majoritário; ou tratasse mesmo de dissolver a Assembleia Nacional Popular, marcando umas dispendiosas eleições antecipadas.

Toda esta turbulência tem vindo a ser assacada aos meios, incluindo os associados ao narcotráfico, que preferem na África Ocidental regimes fracos, altamente instáveis, de modo a que possam proceder a toda a espécie de manigâncias, em detrimento do interesse das populações.
Na Guiné-Bissau não se combate por ideais, mas sim por interesses, muitos deles alheios ao próprio continente africano.

Cada político ou cada grupo de indivíduos procura beneficiar com os dinheiros disponibilizados pela comunidade internacional, com o abate das florestas e com as verbas inerentes ao narcotráfico que passa pela região, a caminho da Europa.

Não há princípios, nem noção de pátria, mas sim o salve-se quem puder, com uns quantos a tentarem sempre obter benefícios materiais, enriquecer, enquanto o país continua pobre, entre os 15 ou 20 mais pobres do mundo.

Sempre houve muitos erros na acção do PAIGC, conforme o reconheceu o seu próprio fundador, Amílcar Cabral, que deixou escrito que certas coisas que deveriam ter sido feitas não o foram na devida altura, ou até mesmo nunca.
Se isto já era assim há 43 anos, imagine-se hoje, depois da passagem pelo poder de muitas pessoas que não tinham, nem de perto nem de longe, a honestidade de Amílcar.
Errou o PAIGC, errou o PRS, entretanto surgido, e erraram outros.

A Guiné-Bissau é um território de oportunidades perdidas, onde muitos dão mais valor aos laços étnicos e aos seus negócios do que à construção de um Estado viável, imune a pressões externas.

Os princípios definidos foram muitas vezes letra morta, de modo que, em solo guineense, o idealizado por Amílcar, e que Luís Cabral tentou levar à prática, ficou em grande parte no papel, enquanto a população continuou a sofrer.

Tem-se chamado ao PAIGC partido dos libertadores, porque conseguiu libertar o país da administração colonial portuguesa; mas não o libertou de forma alguma da miséria nem da falta de coesão nacional.

Quanto ao PRS, a segunda força partidária destas últimas décadas, é em grande parte um movimento étnico, para defender sobretudo os balanças, aos quais por vezes parece importar mais essa condição do que a de guineenses.

Só quando balanças, fulas, mandingas, manjacos, beafadas, papéis e todas as demais etnias se unirem, num grande esforço comum, ultrapassando as divergências do passado, é que a Guiné-Bissau se tornará viável e poderá realmente aproveitar as riquezas existentes no seu solo, subsolo e águas.

Enquanto isso não acontecer, aprova-se um programa de Governo mas não se consegue cumpri-lo; realizam-se eleições mas não se leva uma legislatura até ao fim; pedem-se verbas às grandes instituições internacionais e não se sabe aproveitá-las para o bem geral.

Pode-se e deve-se fazer mais, mais e melhor, para arrancar de uma vez por todas com uma pátria que há 42 anos patina, como se ainda estivesse a dar os primeiros passos.
Acabem-se com os aspectos negativos de certas tradições, como a de ver sempre no outro um inimigo, um adversário a abater. Deixe-se de destilar ódio nos escritos e nas palavras.

Só quando isso for feito é que poderá haver finalmente uma Guiné-Bissau, digna desse nome, a trabalhar em uníssono, num belo rincão da África Ocidental.
 
Jorge Heitor, Jornalista
29 de Janeiro 2016