domingo, 8 de março de 2015
COOPERAÇÃO: Guiné-Bissau e Cabo Verde juntos mais do que nunca
O Primeiro-ministro da Guiné Bissau, viaja, pelo interior leste do seu país, acompanhado, da ministra do Turismo e Desenvolvimento emrpesarial, de Cabo Verde, no quadro do reforço da coooperação bilateral.
Guiné-Bissau e Cabo Verde decidiram reforçar as suas relações de confiança e de cooperação, que nos últimos, passaram por um período de resfriamento, devido a algumas questões, designadamente nas áreas da segurança, polícia e imigração, mal geridas de ambos os lados.
A visita que a actual ministra caboverdeana do Turismo, Investimentos e Desenvolvimento, Leonesa Fortes, faz, actualmente, à Guiné Bissau, é disso prova, assim como a recente visita oficial a Cabo Verde, do Primeiro-ministro, guineense, Domingos Simões Pereira.
A governante caboverdeana, acompanhada, de uma importante delegação empresarial, encontra-se, aliás, a acompanhar, o Primeiro-ministro, Simões Pereira, num périplo, pelo interior da Guiné Bissau, nomeadamente, a Mansoa, Bambandinca, Bafatá e Gabú, no leste, da Guiné Bissau.
Em Gabú, por exemplo, a 200 quilómetros da capital, Bissau, o Primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira, lançou a primeira pedra da construção de um Centro para a Juventude e inaugurou um mercado municipal.
Nas mensagens que ia dirigindo às populações, o Primeiro-ministro da Guiné Bissau, insistiu na "unidade interna do país, de maneira a permitir que os parceiros internacionais, continuem a ajudar e a ter mais confiança, na Guiné Bissau", tendo em conta a próxima Mesa Redonda, a ser realizada, a 25 deste mês, em Bruxelas, para captação de investimentos e mais cooperação.
Aproveitando, a presença, ao seu lado, da ministra do Turismo e Desenvolvimento empresarial, de Cabo Verde, Leonesa Fortes, o chefe do governo guineense, sublinhou, que Cabo Verde, está a confiar nessa cooperação e no desenvolvimento, da Guiné Bissau.
Leonesa Fortes, ministra caboverdeana, do Turismo, Investimentos e Desenvolvimento Empresarial, que conclui, este domingo, 8 de março, a sua visita, à Guiné Bissau, aproveitou para sublinhar "o grande potencial que tem a Guiné Bissau; grande potencial, em termos, de recursos naturais, em termos, de terra, a nível da agricultura, da pesca, e nós estamos em crer, que como, disse, e bem, o senhor Primeiro-ministro, trabalhando juntos, dois povos irmãos, é possível desenvolver todas essas potencialidades, em prol do bem-estar das nossas gentes." RFI
sábado, 7 de março de 2015
ACORDO PARLAMENTAR ENTRE GUINÉ-BISSAU E CABO VERDE
O presidente da Assembleia Nacional Popular da Guiné Bissau, Cipriano Cassamá, assinou ontem um acordo de cooperação com a Assembleia Nacional cabo-verdiana. No final de três dias de visita oficial, Cipriano Cassamá sublinhou levar na bagagem alguma experiência cabo-verdiana.
A visita do presidente da Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau a Cabo Verde, Cipriano Cassamá terminou na manhã desta sexta-feira. Uma visita que ficou marcada pela assinatura de um protocolo de cooperação entre as duas casas parlamentares com a Assembleia Nacional de Cabo Verde a disponibilizar apoio técnico para a revisão constitucional na Guiné-Bissau, como adiantou à imprensa, Cipriano Cassamá.
"Tive a oportunidade de discutir, propor ao meu colega de Cabo Verde a possibilidade de enviar um técnico constitucionalista que está inserido no protocolo e penso que vamos ter esse apoio da parte do parlamento cabo-verdiano"
O Presidente da Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau disse que o Parlamento cabo-verdiano já tem uma larga experiência no domínio da revisão constitucional, por isso a Guiné-Bissau pretende aproveitar essa experiência e adapta-la a realidade do seu país. Por seu turno, o presidente da Assembleia Nacional, Basílio Mosso Ramos destacou as áreas de cooperação entre os dos parlamentos.
"Na área da formação dos técnicos parlamentares, na área da legislação, na área de funcionamento das instituições parlamentares, dos diversos serviços que temos de troca de delegações, de modo que é um protocolo quadro mas muito aberto".
Ainda, em Cabo Verde, o Presidente da Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau Cipriano Cassamá reuniu-se com a comunidade guineense radicada no país. A deslocação da Boa Vista e São Vicente para a cidade Praia para renovação do passaporte no consulado guineense, foi o principal problema apontado pelos guineenses, por causa dos preços elevados das passagens inter-ilhas no arquipélago.
Com a colaboração do correspondente em Cabo Verde, Odaír Santos.
POSIÇÃO DC SOBRE PAIGC/PORTUGAL
A guerra surda e por sinal prazerosa que está instalada na delegação do PAIGC em Portugal não beneficia nenhum dos lados, desacredita o partido no poder na Guiné-Bissau, e, por tabela, o próprio País.
Assim, e tendo o editor do blog Ditadura do Consenso sido apanhado neste fogo cruzado de informação e contra informação, determino:
1 - Não voltar a publicar nenhuma notícia ou informação veiculada pela delegação do PAIGC em Portugal;
2 - Desafiar os órgãos nacionais do PAIGC, na Guiné-Bissau, a clarificar de uma vez por todas esta triste situação de claro aproveitamento pessoal e de protagonismo barato.
António Aly Silva
Jornalista, editor do blogue Ditadura do Consenso
REFLEXÃO: 8 de março
"No Dia 8 de Março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, em Nova Iorque, fizeram greve reivindicando melhores condições de trabalho, redução da carga horária de trabalho e um tratamento digno.
A manifestação foi reprimida com extrema violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num acto profundamente desumano.
Porém, a luta das mulheres pela sua emancipação adquiriu nova dinâmica e proporção mundial. E durante uma conferência internacional realizada na Dinamarca em 1910 ficou decidido que o dia 8 de Março passaria a ser o “Dia Internacional da Mulher, em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Entretanto, as mulheres tiveram que esperar até 1975 (65 anos depois) para que esta data fosse oficialmente reconhecida e decretada pela Organização das Nações Unidas.
Felizmente, ser mulher hoje em dia difere por completo do que foi há décadas. Actualmente as mulheres desfrutam de uma posição muito mais privilegiada, conquistaram o espaço que merecem na sociedade, ocupam cargos jamais imaginados antes e desempenham tarefas que eram consideradas exclusivamente masculinas. Ou seja, o universo feminino mudou, e para melhor, assim como o que os homens pensam a respeito dessa mudança. E podemos com todo o orgulho afirmar que o momento é das mulheres.
A transformação efectiva da presença da mulher na sociedade começou na década de 90, com a bem sucedida revolução feminista e tem progredido consideravelmente a cada geração. Foi a partir deste momento que a figura da mulher começou a ser valorizada, conquistando seu espaço e independência com o exigido respeito.
A mulher tornou-se imperativa, agindo de forma absoluta, com base na sua vontade, desejos e opiniões. Dessa forma, a presença feminina deve ser consolidada todos os dias nos mais variados segmentos da sociedade, tanto nas relações matrimoniais como no trabalho.
Urge denunciar que apesar dos enormes progressos registados na luta pela emancipação e promoção da mulher, ainda existem lugares onde ela não possui qualquer importância como ser humano e continua sendo desrespeitada e desprovida de voz activa e de poder de decisão tanto no âmbito da família como na sociedade em geral.
Infelizmente o nosso País, a Guiné-Bissau, constitui um destes lugares onde em pleno Século XXI, apesar do heroísmo revelado pelas mulheres Gloriosa Luta de Libertação Nacional e da sua omnipresença nos esforços da Reconstrução Nacional, vê a luta pela sua emancipação ser esbarrada por leis e regras sociais durante a nossa obsoletas e discriminatórias, sujeitando-se às mais terríveis formas de humilhação: o obscurantismo, a mutilação genital, a poligamia, a violência doméstica, o casamento forçado, e demais privações e violações dos Direitos Humanos.
Entretanto, uma mulher moderna deve ser capaz de conjugar com sucesso a luta pela sua projecção profissional com as diversas tarefas do dia-a-dia, actuando como mãe, dona de casa e esposa, enquanto factores que a diferenciam positivamente do homem e fazem dela um Ser único com características específicas, dotado da capacidade natural de ser sensível e corajosa ao mesmo tempo. E a chave do segredo é realizar tudo com muito equilíbrio, mantendo a requerida individualidade, sem esquecer do poder de sedução e beleza interna que faz dela uma mulher perfeita.
A luta pela emancipação e afirmação das mulheres é uma luta de todos os dias e cada dia é “Dia das Mulheres”, sobretudo daquelas mulheres, vítimas de um preconceito social praticado em nome de suposta tradição, desprovidas de voz e privadas dos mais elementares Direitos de participar na tomada de decisões concernentes a sua própria vida e contribuir com o seu potencial para o bem da Humanidade.
Viva a Mulher guineense!
Vivam as mulheres de todo o Mundo!
Muito obrigado pela atenção!
Élia Embaló"
sexta-feira, 6 de março de 2015
Presidente da Guiné-Bissau só quer "dívida boa"
O presidente guineense, José Mário Vaz, defendeu hoje que a dívida que o país contrair durante a mesa redonda de doadores de 25 de março, em Bruxelas, deve permitir criar riqueza suficiente para a pagar mais tarde.
"A mesa redonda é dívida, é uma dívida que vamos contrair perante os nossos parceiros e que, se não for no nosso tempo, se nós não utilizarmos bem esses recursos, nós estamos a ser maus para a geração vindoura", sublinhou. Mesmo que seja "daqui a 20, 25 anos, esses créditos vão começar a vencer. Significa que estamos a transferir problemas", pelo que, realçou, "é preciso uma boa dívida".
A mesa redonda de doadores internacionais está a ser organizada pelo Governo para angariar parceiros de desenvolvimento que acompanhem o investimento previsto no plano estratégico para os próximos anos. As autoridades eleitas em 2014 puseram fim à crise provocada com o golpe de Estado de abril de 2012.
Muito obrigados
O meu nome anda por aí. Pelo parlamento guineense e por Cabo Verde e em tudo que é jornal on-line, um pouco por todo o lado.
Hoje (ontem), durante a visita oficial que efectua a Cabo Verde, foi a vez da segunda figura do Estado guineense, o presidente da ANP Cipriano Cassamá citar o meu santo nome: António.
Agradeço, e aproveito a onda.
Eu vou voltar, sim. Mas voltarei no dia - e no voo - que EU escolher. Irei e, indo, talvez vá por impulso ou num acto de loucura que só eu sei.
E se entretanto eu regressar, vou ter uma grande empreitada: meter toda aquela canalha que não presta e nem acrescenta um cêntimo, de joelhos! Será um prazer, e uma honra.
Para já agradeço a bancada do PRS pela lembrança. Ao presidente da Assembleia Nacional Popular, Cipriano Cassamá, aplaudo a lucidez, louvo o gesto e a boa vontade demonstrados.
Eu voltarei, sim. Mas não tenho pressa - terei cuidado. AAS
EMBAIXADA GB EM LISBOA: Visita ao estabelecimento prisional de Tires
"Alusivo ao 8 de Março, dia Internacional da Mulher, a comitiva da Embaixada da Guiné-Bissau em Portugal visitou hoje o estabelecimento prisional de Tires, onde se reuniu com algumas reclusas guineenses a cumprirem pena naquele estabelecimento.
Num gesto simbólico, ofertou-se bens de primeira necessidade a todas as reclusas presentes, maioria delas com pena superior ou igual a 5 anos, gesto que unanimemente agradeceram, solicitando a sua continuidade. Segundo 'Antónia' (nome fictício).
Essa atenção da Embaixada para connosco, é uma nova esperança para nós, porque mostra-nos que também constamos da preocupação do nosso estado e não fomos completamente abandonadas ou marginalizadas. Situações difíceis nos conduziram ao mundo do crime, mas saber que somos lembradas é sem dúvida encorajador."
Por sua vez, o Senhor Mbala Alfredo Fernandes, Encarregado de Negócios da Embaixada, pediu a todas as reclusas, que se mantenham firmes e disciplinadas no cumprimento das suas penas, ponderando uma nova postura perante a vida, com vista a uma reinserção na sociedade, não só por elas, mas pela dignificação do nome do país;
Garantindo-lhes ainda: "Não estão, nem estarão esquecidas, estando embora o país em reconstrução, mas é preciso acreditar no futuro e num país promissor, onde todos têm espaço para viver em progressão e dentro da ética duma sociedade justa. Nós viemos aqui trazer o nosso abraço e encorajar-vos para um recomeço de cabeça erguida, onde podem contar com a nossa representação, dentro do que nos é possível e sempre em consideração às regras do país de acreditação. "
O encontro que decorreu durante sensivelmente duas horas, terminou com muita emoção na hora de despedida, com abraços e lágrimas entre irmãos, dentro de uma nova esperança para as reclusas."
Embaixada da Guiné-Bissau em Portugal"
quinta-feira, 5 de março de 2015
Guiné-Bissau/Cabo Verde: Visita histórica repõe legalidade entre os dois parlamentos
Cipriano Cassamá, presidente da Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau, ao lado do seu homólogo de Cabo Verde, Basílio Mosso Ramos. Foto: A Bola
Nigéria? Culpada!
O académico angolano António Luvualu de Carvalho, criticou hoje numa conferência em Lisboa a posição da Nigéria durante a última crise política e militar na Guiné-Bissau, em 2012.
"O ego da Nigéria estava muito em cima, não quis aceitar a situação particular do apoio de Angola. Angola retirou-se mas agora vamos acreditar que com a nova presidência e com o novo primeiro-ministro a situação possa estabilizar", disse Luvualu de Carvalho sublinhando que o chefe do Executivo da Guiné vai efetuar uma visita oficial a Luanda nas próximas semanas.
Questionado sobre as relações entre Angola e a Nigéria no quadro regional e, sobretudo na última crise política e militar guineense, Luvualu de Carvalho recordou que Bissau pediu apoio a Angola, antes do golpe de Estado de 12 de abril de 2012, numa altura em que as forças armadas guineenses "precisavam de apoio".
"Chegadas a Bissau, as forças angolanas encontraram um exército com pessoas muito mais velhas, sem pensões, sem serviço de saúde, sem quartéis para viver e Angola empenhou os seus meios, inicialmente 30 milhões de dólares (26,93 milhões de euros) complementada de outra ajuda de 80 milhões de dólares (71,83 milhões de euros) para construir quartéis novos, para pagar salários e também para ajudar na proteção nas fronteiras da Guiné-Bissau", afirmou.
Segundo o analista político, após o golpe de Estado, as autoridades nigerianas, apesar de não terem condições para acudir à Guiné-Bissau preferiram fazer "um finca-pé diplomático" incitando outros países da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental e pressionaram as autoridades angolanas a retirarem o contingente de 350 formadores militares que se encontravam em Bissau.
"Na altura, a Guiné-Bissau ocupava no rating internacional dos Estados falhados o segundo lugar, logo após a Somália. Portanto, era um não-Estado. A Guiné-Bissau era uma parcela de terra. Não tinha nada, não tinha organização de Estado e as autoridades angolanas foram fazendo essa organização juntamente com a Guiné-Bissau", disse.
Para o académico, os narcotraficantes serviam-se da Guiné-Bissau como placa giratória para a receção da droga da Colômbia que era depois distribuída na Europa e também nos Estados Unidos e que encaravam as autoridades angolanas como um "empecilho" porque, afirmou, as forças da Guiné-Bissau que passaram a ser um grupo de homens instruídos, fardados, armados e motivados "deixaram de viver dos traficantes para viverem sob a bandeira do Estado".
Os traficantes, afirmou, foram pressionando as autoridades da Guiné-Bissau que não conseguiram lidar com o problema e fizeram alianças que o Departamento de Estado norte-americano qualificou como sendo ligações com narcotraficantes tendo sido preso, nesse contexto, o chefe de Estado Maior da Marinha.
"Bubo Na Tchuto foi capturado em águas internacionais porque o departamento de luta anti droga dos Estados Unidos da América acusou - com provas -- a parte traficante do Exército da Guiné-Bissau que utilizava armas para trocar por cocaína", disse o antigo ministro.
A partir do momento em que o contingente angolano saiu, a Nigéria pressionou a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) que aprovou a Missão Militar para a Guiné-Bissau que "nunca chegou a sair do papel" tendo o país emergido no caos e na dependência das drogas, disse o analista.
Participaram no debate, o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros, António Martins da Cruz e Francisco Ramos da Cruz, adido militar adjunto da Embaixada de Portugal de Angola em Lisboa. Lusa
"O ego da Nigéria estava muito em cima, não quis aceitar a situação particular do apoio de Angola. Angola retirou-se mas agora vamos acreditar que com a nova presidência e com o novo primeiro-ministro a situação possa estabilizar", disse Luvualu de Carvalho sublinhando que o chefe do Executivo da Guiné vai efetuar uma visita oficial a Luanda nas próximas semanas.
Questionado sobre as relações entre Angola e a Nigéria no quadro regional e, sobretudo na última crise política e militar guineense, Luvualu de Carvalho recordou que Bissau pediu apoio a Angola, antes do golpe de Estado de 12 de abril de 2012, numa altura em que as forças armadas guineenses "precisavam de apoio".
"Chegadas a Bissau, as forças angolanas encontraram um exército com pessoas muito mais velhas, sem pensões, sem serviço de saúde, sem quartéis para viver e Angola empenhou os seus meios, inicialmente 30 milhões de dólares (26,93 milhões de euros) complementada de outra ajuda de 80 milhões de dólares (71,83 milhões de euros) para construir quartéis novos, para pagar salários e também para ajudar na proteção nas fronteiras da Guiné-Bissau", afirmou.
Segundo o analista político, após o golpe de Estado, as autoridades nigerianas, apesar de não terem condições para acudir à Guiné-Bissau preferiram fazer "um finca-pé diplomático" incitando outros países da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental e pressionaram as autoridades angolanas a retirarem o contingente de 350 formadores militares que se encontravam em Bissau.
"Na altura, a Guiné-Bissau ocupava no rating internacional dos Estados falhados o segundo lugar, logo após a Somália. Portanto, era um não-Estado. A Guiné-Bissau era uma parcela de terra. Não tinha nada, não tinha organização de Estado e as autoridades angolanas foram fazendo essa organização juntamente com a Guiné-Bissau", disse.
Para o académico, os narcotraficantes serviam-se da Guiné-Bissau como placa giratória para a receção da droga da Colômbia que era depois distribuída na Europa e também nos Estados Unidos e que encaravam as autoridades angolanas como um "empecilho" porque, afirmou, as forças da Guiné-Bissau que passaram a ser um grupo de homens instruídos, fardados, armados e motivados "deixaram de viver dos traficantes para viverem sob a bandeira do Estado".
Os traficantes, afirmou, foram pressionando as autoridades da Guiné-Bissau que não conseguiram lidar com o problema e fizeram alianças que o Departamento de Estado norte-americano qualificou como sendo ligações com narcotraficantes tendo sido preso, nesse contexto, o chefe de Estado Maior da Marinha.
"Bubo Na Tchuto foi capturado em águas internacionais porque o departamento de luta anti droga dos Estados Unidos da América acusou - com provas -- a parte traficante do Exército da Guiné-Bissau que utilizava armas para trocar por cocaína", disse o antigo ministro.
A partir do momento em que o contingente angolano saiu, a Nigéria pressionou a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) que aprovou a Missão Militar para a Guiné-Bissau que "nunca chegou a sair do papel" tendo o país emergido no caos e na dependência das drogas, disse o analista.
Participaram no debate, o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros, António Martins da Cruz e Francisco Ramos da Cruz, adido militar adjunto da Embaixada de Portugal de Angola em Lisboa. Lusa
PARCERIAS: Guiné-Bissau e Cabo Verde querem acelerar trocas comerciais
O ministro da Economia e das Finanças da Guiné-Bissau, Geraldo Martins, disse hoje em Bissau que existe "uma grande vontade" de abrir o país ao empresariado cabo-verdiano para negócios e parcerias.
A posição do governante guineense foi também corroborada pela ministra do Turismo, Investimentos e Desenvolvimento Empresarial de Cabo Verde, Leonesa Fortes. Os dois responsáveis falavam numa sessão de troca de experiências e informações entre empresários guineenses e cabo-verdianos que se encontram de visita a Guiné-Bissau.
Geraldo Martins afirmou que a Guiné-Bissau "está a conhecer novos ventos", contando agora "com a espantosa experiência de Cabo Verde".
O ministro guineense disse, por isso, esperar que da visita de seis dias de empresários cabo-verdianos saiam acordos de parceria que possam identificar oportunidades de negócios e trazer, rapidamente, investidores de Cabo Verde para a Guiné-Bissau.
"Esta é também para nós uma oportunidade para aprender com as vossas experiências em matéria de governação, de políticas públicas, de melhoria do ambiente de negócios", assinalou Geraldo Martins. De acordo com o ministro da Economia e Finanças, a Guiné-Bissau acolhe com "muita expectativa" a missão empresarial cabo-verdiana.
A ministra do Turismo, Investimentos e Desenvolvimento Empresarial de Cabo Verde, Leonesa Fortes, disse que a comitiva está na Guiné-Bissau "com o firme propósito" de fazer avançar as intenções já bastantes debatidas entre os dois países, materializar os acordos entre governos e projetar novas áreas de cooperação.
De acordo com Leonesa Fortes, Cabo Verde estaria disponível para cooperar com a Guiné-Bissau em matérias como a governação eletrónica, comércio, turismo, desenvolvimento rural, agro-negócios, pesca, construção civil, transportes e indústria de transformação.
Também poderia abrir as portas das suas instituições de ensino para formação de quadros guineenses, nomeadamente na área da enfermagem, análises clinicas e modernização da administração pública, acrescentou a ministra.
"Esta missão é um passo claramente firme, claramente ambicioso, em particular para o aprofundamento e diversificação da cooperação económico empresarial e institucional, objetivando facilitação de negócios e empresários dos nossos dois países", defendeu Leonesa Fortes.
A governante cabo-verdiana acredita também que as relações empresariais entre os dois países irão contribuir para a integração regional das duas economias e a sua internacionalização. Leonesa Fortes afirma, contudo, ser necessário que sejam firmados acordos que possam evitar a dupla tributação, a evasão fiscal e que se atualize o acordo fitossanitário já existente entre Praia e Bissau.
Esta é a terceira missão empresarial cabo-verdiana à Guiné-Bissau, um país que Cabo Verde diz ser "um mar de oportunidades" de negócios.
"A Guiné-Bissau constitui sem dúvida um grande mercado para os operadores económicos cabo-verdianos pelo potencial que representa e pela proximidade aos demais países da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO)", assinalou Leonesa Fortes.
Cabo Verde também é membro da CEDEAO, mas devido ao facto de ser um arquipélago não possui fronteira terrestre com nenhum dos demais 14 países da organização. E para ligar Cabo Verde a Bissau, como tem sido reclamado pela população e empresários dos dois países, o Governo da Praia já tem disponível um navio, declarou a ministra do Turismo cabo-verdiana. Lusa
PRESIDENTE DA ANP: "Nada impede regresso de ex-PM Carlos Gomes Júnior à Guiné-Bissau"
O presidente do Parlamento guineense afirmou hoje, na Cidade da Praia, que “nada impede” o antigo primeiro-ministro Carlos Gomes, residente em Cabo Verde desde 2012, a regressar à Guiné-Bissau, garantindo que, se o decidir, terá a devida proteção. Cipriano Cassamá falava aos jornalistas no final da assinatura de um acordo de cooperação com o Parlamento cabo-verdiano, último ato oficial da visita que efetua a Cabo Verde desde segunda-feira, adiantando que se reuniu quarta-feira à noite com Carlos Gomes Júnior na Cidade da Praia.
“(Carlos Gomes Júnior) Foi e continua a ser um, grande dirigente da Guiné-Bissau. Trocamos algumas informações. Enquanto guineense, não há nada que possa impedir o seu regresso. Qualquer guineense que sai tem o direito de voltar. No dia em que pensar que está preparado para voltar ao seu país, será recebido com toda a proteção necessária em função do seu desejo”, afirmou Cassamá.
Segundo o presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP) guineense, se sexta-feira, dia em que, às primeiras horas da manhã, regressa a Bissau, Carlos Gomes Júnior quiser seguir viagem com junto com a delegação, “será bem vindo”. “Não há nada que possa impedir Carlos Gomes Júnior de regressar ao seu país”, insistiu, dando a mesma resposta quanto ao ex-presidente interino Raimundo Pereira e ao antigo chefe do estado Maior General das Forças Armadas (EMGFA) Zamora Induta, ambos a residir em Portugal, e ao jornalista António Aly Silva, que vive em Cabo Verde há cerca de ano e meio.
“É a posição de todos os atuais dirigentes da Guiné-Bissau. Todo e qualquer guineense que neste momento se encontra fora do seu país tem direito a voltar. Depois das eleições de 13 de abril de 2014, nós, enquanto novas autoridades, estamos empenhados na consolidação e estabilização da paz civil e na construção de uma nova Guiné-Bissau, no quadro de uma reconciliação que nós todos almejamos”, concluiu.
Carlos Gomes Júnior foi afastado do Governo na sequência do golpe de Estado de 12 de abril de 2012, na noite da véspera da segunda volta das eleições presidenciais de então, a que se apresentava contra Kumba Ialá, o carismático líder do Partido da Renovação Social (PRS) e que foi chefe de Estado guineense entre 2000 e 2003, altura em que foi derrubado também através de uma sublevação militar.
Com Carlos Gomes Júnior “caíram” também o presidente interino de então, Raimundo Pereira, e o na altura ex-CEMGFA, Zamora Induta, com o primeiro a mudar-se para Lisboa e o segundo a ser detido e, posteriormente, libertado pelas autoridades da transição. António Aly Silva, proprietário do polémico “blog” guineense Ditadura do Consenso, acabaria detido pelos militares golpistas durante 12 horas no dia seguinte ao golpe de Estado e fugiu, em outubro, para Portugal, via Senegal, face às ameaças à integridade física por parte dos revoltosos devido às críticas às autoridades da transição. Lusa
quarta-feira, 4 de março de 2015
12 toneladas de ajuda humanitária a caminho da Guiné-Bissau
A ONGD “Afectos com Letras”, Associação para o Desenvolvimento pela Formação, Saúde e Educação, com sede em Pombal, envia esta semana para a Guiné-Bissau um contentor com 12 toneladas de ajuda humanitária destinada à população guineense.
A ajuda é variada. Material médico-hospitalar para criar um gabinete oftalmológico em Caió, arroz, massas, enlatados e outros alimentos destinados ao Orfanato Betel, equipamentos de cozinha, manuais escolares, material didáctico, roupa, sapatos, atoalhados, livros, mobiliário escolar e brinquedos para as mais de 500 crianças das Creches de Djoló, de Varela e do Quelelé, co-financiadas por esta ONGD portuguesa que assegura ainda o pagamento dos professores em duas delas, o fornecimento de material escolar às três instituições de ensino pré-escolar e possui uma biblioteca pública a funcionar em Bissau.
O contentor irá ser distribuído na semana da Páscoa por voluntários da Afectos com Letras, que irão ainda proceder à conclusão da construção de uma cozinha no Orfanato Betel que acolhe 39 órfãos em Bissau.
Este é o sexto contentor que a Afectos com Letras envia para a Guiné-Bissau com bens recolhidos em campanhas de angariação realizadas em Portugal e com o objectivo de serem doados à população mais necessitada por voluntários que viajam, a expensas próprias, até àquele país africano no âmbito das nossas Missões Solidárias.
União Europeia financia 105 milhões de euros em cinco anos
A União Europeia (UE) vai colocar à disposição da Guiné-Bissau um envelope financeiro indicativo de 105 milhões de euqros para os próximos cinco anos, anunciou hoje em comunicado a delegação da UE em Bissau. O montante "encontra-se na fase inicial de programação, a qual será finalizada em estreita colaboração com o Governo", referiu.
O pacote financeiro destinado à Guiné-Bissau faz parte do 11.º Fundo Europeu de Desenvolvimento (FED), que entrou em vigor na segunda-feira, com uma dotação total de 30,5 mil milhões de euros para projetos de cooperação para o desenvolvimento da UE em todo o mundo.
O 11.º FED financiará iniciativas a fim de "apoiar os esforços dos próprios países parceiros na erradicação da pobreza", acrescentou. No caso da Guiné-Bissau, a UE retomou as ajudas financeiras após as eleições de 2014 - que repuseram a norma constitucional perdida com o golpe de Estado de 2012.
"O processo eleitoral de 2014 bem como a tomada de posse das autoridades legítimas permitiram o regresso à normalidade democrática e constitucional e, assim, abriram caminho para a normalização das relações e do diálogo político entre a União Europeia e a Guiné-Bissau", referiu a UE.
A UE já atribuiu uma primeira ajuda de emergência ao governo guineense no valor de 20 milhões de euros, metade do qual foi entregue ainda em 2014. Lusa
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