sexta-feira, 24 de janeiro de 2014
Jogas da Lusofonia/Goa 2014: Taciana já tem ouro
Após o Holder da Silva, atleta dos 100 metros, ter perdido ontem uma extravagante oportunidade de levar o Ouro para a Guiné Bissau com uma falsa partida (onde levou o cartão vermelho directo), Taciana Lima, a nossa Judoca, acaba de conquistar o OURO após duas eliminatórias ganhas frente às adversárias da India e do Sri Lanka, vencendo no fim a Macaense!!
Já temos uma medalha de ouro. Daqui a pouco compete a nossa Graciela nos 400 metros e temos chances duma medalha também, assim como o Holder amanha nos 200 metros e ainda a Graciela nos 400 metros barreiras...
quinta-feira, 23 de janeiro de 2014
O Que Distingue um Amigo Verdadeiro
Não se pode ter muitos amigos. Mesmo que se queira, mesmo que se conheçam pessoas de quem apetece ser amiga, não se pode ter muitos amigos. Ou melhor: nunca se pode ser bom amigo de muitas pessoas. Ou melhor: amigo. A preocupação da alma e a ocupação do espaço, o tempo que se pode passar e a atenção que se pode dar — todas estas coisas são finitas e têm de ser partilhadas. Não chegam para mais de um, dois, três, quatro, cinco amigos. É preciso saber partilhar o que temos com eles e não se pode dividir uma coisa já de si pequena (nós) por muitas pessoas.
Os amigos, como acontece com os amantes, também têm de ser escolhidos. Pode custar-nos não ter tempo nem vida para se ser amigo de alguém de quem se gosta, mas esse é um dos custos da amizade. O que é bom sai caro. A tendência automática é para ter um máximo de amigos ou mesmo ser amigo de toda a gente. Trata-se de uma espécie de promiscuidade, para não dizer a pior. Não se pode ser amigo de todas as pessoas de que se gosta. Às vezes, para se ser amigo de alguém, chega a ser preciso ser-se inimigo de quem se gosta.
Em Portugal, a amizade leva-se a sério e pratica-se bem. É uma coisa à qual se dedica tempo, nervosismo, exaltação. A amizade é vista, e é verdade, como o único sentimento indispensável. No entanto, existe uma mentalidade Speedy González, toda «Hey gringo, my friend», que vê em cada ser humano um «amigo». Todos conhecemos o género — é o «gajo porreiro», que se «dá bem com toda a gente». E o «amigalhaço». E tem, naturalmente, dezenas de amigos e de amigas, centenas de amiguinhos, camaradas, compinchas, cúmplices, correligionários, colegas e outras coisas começadas por c.
Os amigalhaços são mais detestáveis que os piores inimigos. Os nossos inimigos, ao menos, não nos traem. Odeiam-nos lealmente. Mas um amigalhaço, que é amigo de muitos pares de inimigos e passa o tempo a tentar conciliar posições e personalidades irreconciliáveis, é sempre um traidor. Para mais, pífio e arrependido. Para se ser um bom amigo, têm de herdar-se, de coração inteiro, os amigos e os inimigos da outra pessoa. E fácil estar sempre do lado de quem se julga ter razão.
O que distingue um amigo verdadeiro é ser capaz de estar ao nosso lado quando nós não temos razão. O amigalhaço, em contrapartida, é o modelo mais mole e vira-casacas da moderação. Diz: «Eu sou muito amigo dele, mas tenho de reconhecer que ele é um sacana.» Como se pode ser amigo de um sacana? Os amigos são, por definição, as melhores pessoas do mundo, as mais interessantes e as mais geniais. Os amigos não podem ser maus. A lealdade é a qualidade mais importante de uma amizade. E claro que é difícil ser inteiramente leal, mas tem de se ser.
Miguel Esteves Cardoso, in 'Os Meus Problemas'
Guiné-Bissau, Mali e orçamento para 2014 discutidos hoje pela CEDEAO
Guiné-Bissau, Mali e orçamento para 2014 discutidos hoje pela Comunidade da África Ocidental, CEDEAO. As questões da impunidade, segurança e política na Guiné-Bissau e a segunda volta das legislativas no Mali centram hoje em Abidjan a reunião do Conselho de Ministros da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
Em declarações à Rádio de Cabo Verde (RCV), a partir da capital da Costa do Marfim, o ministro das Relações Exteriores de Cabo Verde, Jorge Borges, salientou serem esses os pontos essenciais do encontro dos 15 chefes da diplomacia da organização, que irá também aprovar o plano de atividade e o orçamento para 2014.
"(Em relação à Guiné-Bissau) os aspetos relevantes são as questões da impunidade e da falta de segurança, que pode fazer perigar o desenrolar das eleições (gerais, previstas para março). Registamos com agrado que o processo é irreversível e que o recenseamento eleitoral está em curso, apesar de algumas dificuldades técnicas normais, devendo estar concluído até 30 deste mês", afirmou Jorge Borges.
Relatório Especial do Centro de Estudos Estratégicos de Africa (CESA) - «Progressos em matéria de estabilidade e reconciliação na Guiné-Bissau: ensinamentos tirados do primeiro Narco-Estado de Africa»
AUTORES: David O'Regan e Peter Thomson
Resumo analítico
Uma série de crises que se estendem por mais de dez anos fizeram da Guiné-Bissau um dos estados mais frágeis em África. Este ciclo recorrente de violência política, instabilidade e paralização da governabilidade paralisado tem-se acelerado nos últimos anos, principalmente como resultado do golpe militar de abril de 2012. Aproveitando esta volatilidade, redes de traficantes conseguiram assegura-se dos serviços de líderes políticos e militares importantes para transformar o país numa placa giratória de comércios ilegais, especialmente para o mercado internacional de cocaína e os bilhões de dólares que ele representa . Isso tem contribuído diretamente para a instabilidade no Senegal, Guiné-Conakry, Libéria, Mali, Mauritânia e a Nigéria, assim como em outros países africanos.
Além disso, grupos europeus, assim como africanos do crime organizado estabeleceram ligações com o setor empresarial do país. Atraídos por essas atividades lucrativas, a Al- Qaeda no Magrebe Islâmico e outros grupos militantes da África do Oeste também estão associados com o tráfico Guineense. O país tornou-se um centro regional polarizador de instabilidade, e hoje a Guiné-Bissau, é comumente descrito como o primeiro narco-estado do continente.
As respostas para as crises da Guiné-Bissau, muitas vezes tendem a ser de curta duração e negligenciam as fraquezas institucionais profundas e as vulnerabilidades do país. Sendo certo que, os parceiros regionais e internacionais do país condenaram os confrontos e os golpes de estado promovidos pelo exército e da série de assassinatos que ocorreram no país, reclamando abertura de investigações sobre esses factos ou a realização de eleições através de regimes de transição, as reformas reais, essas são raras ou inexistentes.
Muitas vezes, muitas dessas crises são responsáveis por manter ou ampliar essas influências e contrôle por parte dos seus autores. Ao mesmo tempo, o crescimento econômico é episódico, os indicadores de desenvolvimento humano estagnaram e sinais de catástrofe humanitária estão-se assinalando no horizonte, colocando a vida de 300.000 pessoas em perigo. Dada a natureza sensacional dessas crises, os motores de instabilidade estão constantemente negligenciados, especialmente um sistema político marcado pela concentração de autoridade nas mãos do executivo e do setor da segurança, o qual tem estendido progressivamente a sua participação na política. Daí a inevitável re-emergência de crises. Se, inicialmente, os traficantes de drogas têm como alvo a Guiné-Bissau, aproveitando as suas deficiências no sistema de monitoramento e de governação, o tráfico de drogas tem agravado muito esses vectores de instabilidade, multiplicando ainda outros.
Apesar dos graves desafios as quais faz face a Guiné-Bissau, as bases da reforma foram criados por instituições democráticas e actores da sociedade civil, que estão surgindo no país. Os mídias independentes, vários grupos proeminentes de defesa dos direitos humanos bem organizados, uma polícia mais eficaz e um corpo legislativo nacional experiente, têm demonstrado e marcado a sua influência em certas ocasiões – todos eles, constituem elementos de uma rede potencialmente vital para levar a cabo as algemadas reformas. No entanto, estes actores da sociedade civil e os reformadores independentes sofrem pressões crescente e cada vez mais importantes, vindos de líderes políticos e militares que se têm apropriadodas receitas do fluorescente mercado de tráfico cada vez mais encorajador na Guiné-Bissau.
No coração de instabilidade na Guiné-Bissau esta um sistema político em que o vencedor da contenda politica monopoliza e enfeudiza o poder em todos os sentidos. Para quebrar o ciclo de violência e instabilidade, a Guiné-Bissau deve implementar equilíbrios e contrapesos a fim de reduzir a concentração da autoridade nas mãos do presidente, incluindo o esclarecimento limitando o papel das outras instituições do Estado em matéria de autorização de despesas públicas e nomeações no quadro da administração publica.
As Forças Armadas, por sua vez devem-se "submeter a um controle objetivo e equilibrado quanto a sua gestão e as suas missões. Para tornar-se num ator construtivo, esta instituição castrense deve rever a sua politica de promoções, reforma e recrutamento de novos efectivos, a fim de criar uma estrutura de força mais dinâmica, equilibrada etnicamente e tendo como pressupostos de defesa de base, o nível de ameaça a que o pais poderá estar exposto. Da mesma forma, a estabilização do país requer a proteção da sociedade civil, como um dos principais motores da mudança interna. As reformas institucionais nas esferas política e militar dependem de esforços de reconciliação para reparar as divisões entre os membros dessas elites e entre o Estado e a sociedade depois de anos de violações das leis, golpes de estado, assassinatos e maquinações políticas sem fim a vista.
Dado o nível de polarização politica na Guiné-Bissau, a estabilização não pode ser alcançado simplesmente pelos esforços nacionais e exigirá um compromisso sustentado dos parceiros internacionais. Além disso, embora se queira muitas vezes fazer entender que os problemas do país são questões puramente nacionais, muitas vezes percebe-se que essa instabilidade faz parte de uma ameaça criminosa transnacional que tem um impacto sobre a segurança regional e internacional. Portanto, os Estados vizinhos, como a Europa e os Estados Unidos têm interesse em ver o país estabilizar-se.
Para avançar nessa direção, os parceiros internacionais devem desenvolver os seus esforços para identificar e proibir a circulação indiscriminada e impune da droga por via marítima e aérea para a África tendo como trânsito a Guiné-Bissau. Eles também, devem investigar as redes de tráfico ai operantes e iniciar repressão das infracções penais cometidas, na medida em que muitos deles têm claramente ativos e bases operacionais que se estendem bem além da Guiné-Bissau.
A luta contra o tráfico dentro do país exigirá um compromisso multinacional competente para reconstruir o sistema judicial, os departamentos responsáveis pela aplicação da lei e o quadro legal e regulamentar inerentes. Tal esforço poderia inspirar-se no exemplo único, que constitui a iniciativa conjunta de luta das Nações Unidas e Guatemala contra o crime organizado e o reforço das capacidades e meios públicos de luta contra a criminalidade.
Os esforços de estabilização na Guiné-Bissau fornecem sinais extremamente esclarecedores em matéria de prevenção e inversão da ascensão dos narco-estados em África, perspectiva suficientemente real tendo em conta os niveis crescente de trafico de cocaína, heroína e de anfetaminas no continente africano. Certamente, a Guiné-Bissau é o primeiro narco-estado em África, mas os sinais preocupantes no Mali, Gâmbia, Gana, Nigéria e Quênia, indicam que este não é o único país a enfrentar e sofrer os efeitos erosivos que o trafico de tráfico de drogas traz para a segurança, desenvolvimento e governação de um pais.
Nota: as opiniões, conclusões e recomendações expressas ou implícitas são dos seus autores e não necessariamente representam os pontos de vista do Ministério da Defesa ou de qualquer outro Organismo do Governo Federal dos EUA. Esta aprovado para ser distribuído publicamente e podem ser citadas.
Livres de perder...a liberdade
Guiné-Bissau está entre os países que mais liberdades perderam desde 2009, diz a insuspeita Freedom House, no seu relatório anual hoje divulgado. Intitulado 'Liberdade no Mundo 2014', o relatório conclui que no ano passado 54 países registaram declínios das suas liberdades, enquanto 40 tiveram ganhos.
No documento, cada país ou território é classificado com dois números de um a sete, o que avalia os seus direitos políticos e as suas liberdades civis, sendo que 'um' representa o mais livre e 'sete' o menos livre.
Morreu biógrafo de Amílcar Cabral
O Coordenador do Grupo Parlamentar Britânico para a Guiné-Bissau prestou homenagem ao estimável académico Patrick Chabal, que morreu no passado dia 16 de Janeiro, quinta-feira, em Inglaterra, após uma longa batalha contra a doença.
Professor Patrick Chabal, do Reino Unido, era um dos mais talentosos académicos nos assuntos relacionados com a Guiné-Bissau. Ficou famoso com a sua biografia de Amílcar Cabral, intitulada "Revolutionary Leadership and People's War" (liderança revolucionária e guerra popular), que Peter Thompson desceveu como “a obra mais marcante de literatura académica sobre Amílcar Cabral jamais escrita ".
Peter Thompson, que conheceu o Professor Chabal pessoalmente, prestou tributo à vida e carreira do Professor: "Patrick conhecia cada canto da Guiné-Bissau e facilitou uma compreensão da luta guineense pela independência que inspirou toda uma geração. Ensinou ao mundo que Amílcar Cabral não era apenas uma pessoa ou um líder, mas uma filosofia."
"Em conjunto com Basil Davidson, outro reputado académico inglês, Patrick Chabal é responsável pelo conhecimento que o mundo tem hoje do empenho do povo guineense na sua auto-determinação”, afirmou.
"Recordo-me particularmente de um almoço que mantive com Patrick num famoso restaurant londrino chamado Simpsons, perto da universidade onde o Professor trabalhava. Passámos várias horas debatendo o passado, o presente e o futuro da Guiné-Bissau, mas eu nunca conseguia vencer a sua argumentação. Patrick era uma mente inconquistável”. O Professor Patrick Chabal faleceu em sua casa, em Inglaterra, na passada quinta-feira.
quarta-feira, 22 de janeiro de 2014
ELEIÇÕES(?) 2014: Comunidade guineense diz ter sido apanhada "de surpresa"
Recenseamento na diáspora
A comunidade guineense em França teve conhecimento oficioso, e, num curto espaço de tempo, no inicio de Janeiro de 2014, que se encontrava em França um emissário enviado pelo Governo de transição, para direitamente com as associações guineense locais, proceder aos trabalhos de recenseamento de cidadãos de Guiné-Bissau residentes em França.
E também de nosso conhecimento que afinal, o referido emissário já se encontrava trabalhando no território Frances de forma independente com as associações acima mencionadas (CAGF) desde inicio de dezembro de 2013 a trabalhar neste dossier, com desconhecimento da autoridade guineense local ( A Embaixada).
A falta de informação prévia sobre esta matéria, é, o nosso ver, preocupante, na medida em que poderá por em causa o próprio recenseamento, cujo processo é de grande responsabilidade para todos nos guineense.
Preocupante ainda é que a referida Comissão de recenseamento escolheu a seu belo prazer alguns cidadãos guineenses sem expressão na Comunidade para integrar a referida Comissão, desrespeitando as outras associações, comissões, colectivos ou grupos de guineense, que ao longo dos anos, tem demonstrando o seu empenho e dedicação, para a causa do Estado da Guiné-Bissau.
A comunidade guineense em França não pode deixar de, publicamente repudiar e denunciar este acto inqualificável, para que todas as comunidades guineense na diaspora fiquem alertas, sobre acções desde género que possam vim a prejudicar o processo eleitoral.
Estas eleições constituem, pois, uma oportunidade soberana de minimizar os danos causados ao pais, e, tentar corrigir o serviço negativo prestado a Nação
A comunidade guineense em França e suas Associações prometem trabalhar estreitamente com a EMBAIXADA e a Comissão de recenseamento, de forma transparente, dando o seu melhor para que as eleições previstas para o dia 16 de Março do corrente ano sejam um sucesso.
Paris, 22 de janeiro de 2014
A comunidade guineense em França
Carta enderaçada aos Senhores:
- Ministro da Administraçao Territorial
- Presidente da Comissao Eleitoral
- Representante da ONU na Guiné-Bisdsau, Senhor Ramos HORTA
ELEIÇÕES(?) 2014: Comunicado dos parceiros internacionais da Guiné-Bissau
Bissau-UNIOGBIS, 21 JAN-2014 – O Representante Especial do Secretário-Geral das Nações Unidas para a Guiné-Bissau dá conhecimento do Acordo Conjunto com os Parceiros Internacionais para a Guiné-Bissau na sequência de encontros na UNIOGBIS, a 14 de janeiro de 2014, e na Embaixada da França, a 17 de Janeiro de 2014.
Os Parceiros Internacionais exprimem o seu apreço pelos esforços encetados por relevantes autoridades de transição, apoiadas pelos parceiros, no sentido da consecução de listas credíveis do eleitorado. Esperam que os obstáculos enfrentados no decurso do processo sejam resolvidos e as percalços ultrapassados de modo expedido, para que o sufrágio se realize, como previsto, a 16 de Março de 2014.
Os Parceiros Internacionais reafirmam que as relevantes decisões do Conselho de Segurança, nomeadamente a restauração da ordem constitucional na Guiné-Bissau, devem ser tidas em linha de conta e que todas as partes envolvidas também devem cooperar, com o objectivo de realizar as eleições, como previsto, a 16 de Março de 2014.
José Ramos-Horta
Representante Especial do Secretário-Geral das Nações Unidas
ASSALTO ÀS INSTALAÇÕES DA UNIOGBIS, EM BUBA: DITADURA DO CONSENSO NÃO MENTE
Lusa, 21 Jan, 2014, 17:22
Polícias e guardas armados tentaram na quinta-feira fazer buscas em instalações das Nações Unidas em Buba, sul na Guiné-Bissau, alegando que ali estaria o primeiro-ministro deposto, Carlos Gomes Júnior, refere um relatório da organização. A "tentativa de busca" num espaço que goza de imunidade diplomática está registada no último relatório semanal de segurança do Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS), que abrange o período de 10 a 17 de janeiro, e a que a Lusa hoje teve acesso. DITADURA DO CONSENSO PUBLICOU EM EXCLUSIVO A NOTÍCIA - LER AQUI
Segundo o documento, pelas 10:35 de quinta-feira, "o escritório do UNIOGBIS foi cercado pela polícia local e pela Guarda Nacional, no seguimento de falsas informações de que o ex-líder do PAIGC e primeiro-ministro deposto, Carlos Gomes Júnior (Cadogo) estaria no imóvel".
Apesar de "o rumor ter sido desmentido, o comissário da polícia tentou entrar no recinto [das Nações Unidas] para verificar por ele próprio" a veracidade dos factos, pode ler-se no documento. A tentativa "foi recusada" pelo pessoal do UNIOGBIS e o comissário deu então ordens "para as forças de segurança cercarem as instalações".
"Um total de sete soldados manteve-se em frente ao escritório, entre os quais três armados com armas de assalto AK-47", acrescenta. De acordo com o relatório de segurança, "uma hora depois, os homens retiraram-se após algumas intervenções", não detalhadas no documento.
De acordo com as normas internacionais, as instalações e pessoal das Nações Unidas têm direito a imunidade diplomática nos países de acolhimento, tal como prevista na Convenção de Viena. Sobre o caso, o porta-voz das Forças Armadas da Guiné-Bissau, Daba Nawalna, negou hoje o envolvimento de militares, afirmando que o Estado-Maior General das Forças Armadas não deu qualquer ordem para que fossem realizadas as referidas buscas.
"Ainda hoje estive em contacto com os serviços competentes aqui no Estado-Maior que me garantiram que não houve nenhuma decisão nesse âmbito, nem do Chefe do Estado-Maior, nem de outro serviço", precisou Nawalna. O caso de Buba surge depois de fontes do UNIOGBIS relatarem que a viatura de José Ramos-Horta, representante das Nações Unidas na Guiné-Bissau, terá sido mandada parar por militares no início do mês (OUTRA NOTÍCIA EXCLUSIVA DESTE BLOG - AQUI)
Daba Nawalna não confirma nem desmente a situação, mas refere que o caso já foi tratado. "Nós já escrevemos uma carta ao senhor representante do secretário-geral das Nações Unidas sobre essa questão e não gostaríamos de fazer um pronunciamento público", disse Nawalna. O porta-voz do Estado-Maior das Forças Armadas nega que estejam a ser feitas buscas a viaturas, incluindo carros com matrícula diplomática.
No final de dezembro, Carlos Gomes Júnior disse à agência Lusa, a partir de Cabo Verde, que tinha intenção de regressar à Guiné-Bissau para se candidatar a presidente nas eleições gerais de 16 de março. "No entanto, para regressar, é fundamental que estejam reunidas as condições necessárias para que o processo eleitoral decorra com normalidade e segurança", referiu. Carlos Gomes Júnior era primeiro-ministro do país e candidato a Presidente da República quando, a 12 de abril de 2012, um golpe militar impediu a realização da segunda volta das eleições presidenciais.
CESA: Sociedade Civil e a Comunicação Social em perigo
Num contexto politico complexo e confuso na Guiné-Bissau, a Sociedade Civil e a Comunicação Social, que constituem as duas forças de "resistência e de influência" sentem-se ameaçadas. Cada vez mais "eles são sujeitos à ameaças, intimidações e violências em crescendo por parte de responsáveis militares e políticos que não apreciam a atenção que despertam esses diferentes actores independentes", indica o Centro de Estudos Estratégicos de África (CESA).
Por essa razão o CESA solicitou a promulgação de uma "lei que visa a criminalização de acções que tomem por alvo os jornalistas e os meios de comunicação independentes, mas também os defensores dos Direitos Humanos e os membros da Sociedade Civil". Num documento publicado, o referido Centro denunciou certas violações cometidas pelo Estado que, "deve igualmente abster-se de utilizar materiais recentemente adquiridos que visam a identificar as rádios comunitárias e a limitar ou bloquear as suas emissões".
Defende finalmente o Centro, de que, o reforço das capacidades técnicas e editorialista a favor dos jornalistas da imprensa oral e escrita, é uma necessidade urgente, a fim de poderem melhor "desenvolver as suas influências e os seus engajamentos vis-à-vis para com a população" e de, se "constituírem em redes" o conjunto de actores, a fim de, "em conjunto resistir aos factores de perturbação e as medidas de intimidação" contra eles exercidas.
Bubo foi rei em Banjul
FONTE: RTP-África
O ex-chefe de Estado da Armada da Guiné-Bissau agora detido nos Estados Unidos a aguardar o julgamento durante semanas que viveu na Gambia? As respostas são dadas pelo diário online – Freedom News Paper. Esse diário conta que o Bubo Na Tchuto, de uniforme branco vestido, chegou um dia num barco a vila piscatória de Tangi, na Gambia. Vinha acompanhado pelo amigo e guardas costas Alfuseine e Mazane e foi por ordem do Presidente da Gambia conduzido de imediato a Canilay.
De acordo com o jornal, isso aconteceu depois de um dia de mais um golpe de estado na Guine Bissau, o de 2008. Um golpe que, lê-se, o chefe de estado da Gambia sabia bem que ia acontecer graças aos seus espiões em Bissau.
Durante esse período, continua o Freedom News Paper, Bubo Na Tchuto e o Presidente Iahia Djeme ter-se-iam encontrado várias vezes em Canilay. Mais tarde, Na Tchuto foi transferido para as moradias do Presidente da União Africana em Bruffut, onde ocupava uma casa de resto junto a do irmão do chefe de estado gambiano. Foi-lhe então atribuído um zuzu, um monovolume e garantida a segurança com dois guardas militares, mas a paisana.
Realça o jornal online que precisamente durante a estadia de Bubo Na Tchuto entre 2008 e 2010, a Gambia era um ponto chave no trafico da cocaína na Africa Ocidental. Agências internacionais deram conta da presença na zona de helicópteros e pequenos aviões, mas foram aconselhados a desvalorizar já que as ordens viriam directamente da presidência do pais. Durante esse período, o aeroporto de Yondum era uma porta de entrada da droga para a Europa e o regime de Djeme, conhecido por conceder passaportes diplomáticos a vários cidadãos estrangeiros. Ao longo desses dois anos, lê-se ainda, Bubo Na Tchuto circulou livremente, e isso apesar de o governo guineense da altura ter pedido a sua prisão e sua extradição.
Em 2010, com a ajuda de Carlos Sanchez, um cidadão da Colômbia ou da Venezuela – o jornal não sabe precisar – Bubo Na Tchuto regressou a Guine Bissau numa potente lancha propriedade da empresa de Sanchez. Depois de meses escondido na sede da ONU na capital guineense, Bubo Na Tchuto participou no novo golpe de estado.
Avanca ainda o Freedom News Paper que nos círculos militares da Guine Bissau, da Gambia e dos rebeldes da Casamança, sabe-se bem que o governo Djeme garante o fornecimento de uniformes, de botas e de munições pesadas desde o tempo do (Brigadeiro) Ansumane Mane.
Le-se ainda que durante a estada de Bubo Na Tchuto na Gambia, o armamento iraniano, incluindo missas terra-ar portáteis chegaram a Gambia e que parte desse equipamento foi mesmo transferido para a Guine Bissau numa operação que, garante o Freedom News Paper, terá sido intermediada por Alfuseine Sane, o tal amigo e guarda costas de Bubo Na Tchuto.
A história contada por esse jornal online vai bem além de Bubo Na Tchuto e da Guine Bissau, tem contornos nos filmes de espionagem montados por um regime apontado como ditatorial e que nos últimos dias, lê-se ainda nesse diário online, terá sido mesmo alvo de mais uma tentativa de golpe de estado.
INVESTIGAÇÃO DC: Desmantelada rede de traficantes de passaportes diplomáticos da Guiné-Bissau
Um cidadão cabo-verdiano, António C. N., sem profissão certa e um guineense, Fernando A. Ca, estudante universitário, foram detidos em Dakar e estão sob alçada do Ministério Público senegalês por utilização fraudulenta, falsificação de passaportes diplomáticos guineense e infracção à legislação sobre as condições de entrada e estadia no Senegal. Os dois cidadãos lusófonos, apurou o ditadura do consenso, foram detidos pela policia de investigação criminal senegalesa (DIC) há mais de uma mês.
Com a detenção desses dois indivíduos, a secção das operações da DIC pôs fim a um tráfico lucrativo, que poderá ter gerado centenas de milhões de Francos Cfa. Segundo disse ao DC fonte próxima do inquérito, «eles conseguiram introduzir no mercado mais de 300 passaportes diplomáticos guineenses, à razão de 3.000.000 Fcfa cada um». O esquema estava bem montando, o que permitiu a centenas de cidadãos ilegais se introduzirem no espaço Schengen, via Lisboa, desaparecendo depois sem deixar rasto.
«Trata-se de uma vasta rede de tráfico de passaportes diplomáticos guineenses reais, que possui ramificações nos países da sub-região, nomeadamente na Gâmbia e na Guiné-Bissau», confirma a nossa fonte. Com a detenção desses malfeitores, a polícia apreendeu materiais high-tech usados na contrafacção (preenchimento e validação dos passaportes) assim como chips telefônicos, gambianos e da Guiné-Bissau.
Constatou-se através do inquérito que os dois falsários agiam em estreita colaboração com um policia aeroportuário guineense, um certo Quecuto. Este assunto, foi tomado muito a sério pelas autoridades senegalesas, chegando ao ponto do Consulado da Guiné-Bissau ter sido alvo de uma visita dessa secção de investigação, dado que as autoridades querem descobrir a génese e as ramificações dessa rede criminosa, sobre a qual supõem existirem cumplicidades oficiais.
Este é, infelizmente, o retrato que a corrupta e criminosa diplomacia do regime golpista de Bissau vende dos guineenses: falsários, traficantes de drogas, de seres humanos, comerciantes de postos diplomáticos, encobridores de malfeitores com a capa de diplomatas, etc, etc. AAS
terça-feira, 21 de janeiro de 2014
ELEIÇÕES(?) 2014: Kuntum stau na rostu, ma bu na fala i Bandé...nô bai
DC/DR
Em França, quase toda a gente que se recenseou tem problemas com o cartão de eleitor. Escrevem «casado» imprime «solteiro», «homem» vira «mulher». «Divorciado»...não sei se dá «viúvo». Não perguntei sequer...AAS
ELEIÇÕES(?)2014: ONU não quer sequer ouvir falar em (mais um) adiamento
FONTE: RFI
A ONU não quer ouvir falar no adiamento das eleições gerais de 16 de Março. O aviso é dado por António Patriota, Presidente do Grupo Encarregue da Guiné-Bissau junto da Comissão da ONU para a Consolidação da Paz. As Nações Unidas insistem na necessidade de manter a data das eleições gerais na Guiné-Bissau a 16 de Março.
O recado foi deixado por António Patriota, Representante Permanente do Brasil nas Nações Unidas. De visita a Bissau, António Patriota reuniu-se com o ministro Delfim da Silva, que sublinhou a importância da missão. Ouvir AQUI
ELEIÇÕES(?) 2014 - Enquanto toda a comunidade internacional fala a uma só voz, defendendo que as eleições gerais devem ter lugar em março do corrente ano, dentro de portas está tudo afinado para mais um adiamento das mesmas. Depois, a desculpa será a 'época das chuvas' e por aí adiante. Assim vai a transição ad eternum no país das manhas e onde até as putas se vêem...AAS
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