segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

PAIGC: Conferência regional de Bafatá foi chão que deu uvas


Já tínhamos afirmado que o primeiro milho é para os pardais. Depois de uma longa reunião mantida entre o Comandante Manuel Saturnino da Costa, 1º Vice-Presidente e Presidente em exercício do PAIGC e um grupo de Delegados apoiantes de Braima Camará na Conferência Regional de Bafatá, chegou-se a conclusão de que o Aladje Iaia Embaló, apoiado pelo Projecto “Por uma Liderança Democrática e Inclusiva” era e é efectivamente o Presidente da Comissão Política Regional do PAIGC na Região de Bafatá.

Esta decisão de dar como válida a Conferência Regional que elegeu o Aladje Iaia Embaló, como Presidente da Comissão Política Regional e a escolha dos 65 delegados, todos afectos ao Projecto “Por uma Liderança Democrática e Inclusiva”, foi esta tarde tomada pela Direcção Superior do PAIGC, facto que acaba por deitar por terra a falsa e propalada vitória anunciada ontem pelos apoiantes de Domingos Simões Pereira, após o simulacro de uma conferência inventada nos espaços circundantes da Sede Nacional do PAIGC, imagine-se, por debaixo de uma “mandjandja”.

Sabe-se que durante a reunião mantida entre o 1º Vice-Presidente e Presidente em Exercício do PAIGC e o grupo de delegados apoiantes de Braima Camará na Conferência Regional de Bafatá e a que assistiram os camaradas Luiz Oliveira Sanca, da Comissão Permanente do Bureau Politico, e Manuel dos Santos “Manecas”, do Bureau Político do PAIGC, o Comandante Manuel Saturnino da Costa apercebeu-se que tinha sido mal informado e que os 25 delegados que foram mandados retirar da lista de delegados por não serem militantes do PAIGC, afinal uma esmagadora maioria deles foram seus companheiros de primeira hora no Partido, facto que levou o velho Comandante a chorar e a pedir desculpas aos mesmos.

Foram cerca de 150 os Delegados que deixaram a Região de Bafatá para vir para Bissau esclarecer o assunto, o que por si só prova de que lado está a decisão maioritária. Se retirarmos os 25 delegados cooptados pelas outras candidaturas, do lado de lá ficam apenas 107 delegados, insuficientes sequer para completar o quórum necessário à realização da Conferência.

Para concluir, a Direcção Superior do Partido mandou anular as decisões extemporâneas do Conselho Nacional de Jurisdição, tomadas sem que nenhuma das partes tivesse requerido a sua intervenção. As deliberações mandadas afixar no passado dia 5 de Dezembro foram mandadas retirar do átrio da sede do Partido.
FONTE: Directoria de Campanha do candidato Braima Camará

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Todos contra a impunidade


Uma conferência organizada pela Liga Guineense de Direitos Humanos (LGDH) vai juntar em Bissau, nos dias 10, 11 e 12 de Dezembro, organizações não-governamentais guineenses e especialistas internacionais para discutir o papel da sociedade civil na luta contra a impunidade.

Durante a conferência, será apresentado o estudo sobre «40 Anos de Impunidade na Guiné-Bissau», resultado de um inquérito realizado ao longo de 2013, pela LGDH em todo o país, em parceria com a organização portuguesa Associação para a Cooperação Entre os Povos (ACEP) no âmbito de um programa apoiado pela Delegação da União Europeia.

A conferência internacional abre com a apresentação de uma peça teatral pelo grupo guineense Os Fidalgos, no dia 10 de Dezembro, no Centro Cultural Franco-Guineense, às 18h00. A abertura oficial do programa, no dia 11 de Dezembro às 09h00, terá lugar no Auditório do Hotel Coimbra. Todos os outros debates acontecerão nos dias 11 e 12 na Casa dos Direitos.

No dia 11, será apresentado o documentário “Testemunhu di aonti ku di aos”, com depoimentos de cidadãos guineenses sobre a experiência da impunidade. Os trabalhos prosseguem com vários debates em torno do mote da conferência, nomeadamente: “Violência politica e conflitualidade social”, “Corrupção e crimes económicos”, “Violência contra mulheres e crianças”, “Luta internacional contra a impunidade” e “Justiça e impunidade institucional”.

Entre os participantes internacionais inclui-se o jornalista e activista moçambicano Marcelo Mosse, fundador do Centro de Integridade Pública (CIP), e o académico e ex-senador do Ruanda, José Kagabo, que apresentarão as experiências dos respectivos países. Será também apresentado um documentário que recolhe testemunhos de experiências de combate à impunidade pela sociedade civil em países e contextos tão diversos como o Peru, o Brasil, a Croácia, o Zimbabwé, Moçambique e a Espanha.


Contactos:
6631152/5531152

Morte de Nelson Mandela - Centro Democrático envia condolências


«A Direcção Superior do C.D., Centro Democrático, vem por este meio expressar a sua dor pelo desaparecimento do nosso seio daquele que foi sem margens para dúvidas o expoente máximo de humanismo da nossa era, Nelson Mandela. O nosso voto de pesar vai para a sua família em particular e para o continente africano em geral, pois a história tem- nos provado que uma figura com esta dimensão não nasce todos os dias, e a África ficou mais pobre e órfão de alguém que nos ensinou que, desde que tenhamos uma mente aberta e disponibilidade para saber ouvir, escutar e respeitar o próximo, independentemente das nossas crenças, ideologias políticas e estatuto social, a reconciliação é sempre possível em partes desavindas.

O seu legado é algo que cada um de nós tem que saber preservar e transferir a gerações vindouras para reconstrução de um mundo melhor onde impera neste momento a desigualdade e egoísmo exacerbado do homem, pouco tolerante para com o seu próximo, sobretudo num continente que o viu nascer e partir, porque ele é simplesmente imortal.

A Direcção Superior do C.D., Centro Democrático exorta os seus militantes e simpatizantes neste momento de luto a reflectir sobre os ensinamentos que herdámos desta figura ímpar à escala planetária, e como aplicá-los dentro da nossa sociedade, quer nas cidades, quer nos campos.

A Direcção Superior do C.D. Centro Democrático.
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OPINIÃO: PAIGC, confusão ou desordem nas conferências regionais?


«Ou é efeito de um desespero agudo que está originando loucura ou então deve ser um fim de semana bem passado que leva a que alguns anunciem a vitória do candidato à Presidência do PAIGC, Domingos Simões Pereira, com 132 votos e já agora contra 0 votos de um derrotado que nem sequer existe, simplesmente porque em nenhum momento e apesar de duas tentativas nenhuma repetição da Conferência Regional de Bafatá teve lugar.

Vamos ainda mais longe, existem 161 delegados que simplesmente estavam do outro lado da rua, face a face com os delegados apoiantes de Domingos Simões Pereira, todos eles equipados de camisolas brancas estampadas com a foto de Cabral e que nunca puderam entrar sequer dentro do hall da Sede Nacional e muito menos no Salão Nobre "Amílcar Cabral" e quando num acto de desespero o indigitado Supervisor da Comissão Nacional Preparatória, Simão da Silva, que nem a lista dos Delegados à Conferência Regional possuía, tendo-a solicitado sem resultado ao cessante Presidente da Comissão Política Regional Fodé Manafá, acabaria por desistir e abandonar a Sede Nacional.

O mais grave, quando esses delegados apoiantes do candidato Domingos Simões Pereira resolveram fazer o seu piquenique, apareceu de novo o dito Supervisor, mandatado por alguém, com a missão de validar essa paranoia. É este o PAIGC que nós temos, em plena deriva.
Quando eram 18 horas e com o enorme aparato policial em dispersão, uma delegação constituída por cerca de 12 delegados, representando a fação de apoiantes de Braima Camará foram a residência de interposta pessoa, saber o como ou quem se responsabilizaria pela sua permanência em Bissau em termos de alimentação, alojamento e transporte e receberam simplesmente duas respostas: uma de que ele não tinha mandado chamar ninguém a Bissau e a outra, quem o enfrentasse despacharia à bala uns tantos...

O recurso aos tribunais afigura-se agora como uma solução e o PAIGC pode não estar em condições de participar nas próximas eleições gerais marcadas para Março, a menos que o bom senso regresse e duvidamos sinceramente que assim suceda.

B.M.
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domingo, 8 de dezembro de 2013

É assim


«É jornalista, e é com a palavra que, todos os dias, nas páginas virtuais do blog “Ditadura do Consenso”, procura combater a situação real prevalecente na Guiné-Bissau, um país que, no momento em que completa 40 anos de independência, ainda passa a vida “na intriga e na matança”. Chama-se António Aly Silva, e é conhecido em todo o mundo como um dos principais opositores ao regime militar, vigente naquele país lusófono na sequência do Golpe de Estado de 12 de Abril de 2012. Contundente na palavra e convicto dos próprios princípios e ideias, lança, nesta entrevista exclusiva a “O País”, um olhar de mágoa, tristeza e revolta, sobre a actualidade guineense, um país geograficamente distante mas muito próximo, em cultura, afectividade e afinidades históricas, do povo angolano. António Aly Silva, cujo blog conta já mais de 9 milhões de visitas, identifica, denuncia e acusa, sem papas na língua, os que considera serem os culpados pela situação do seu país que, avisa com tristeza, “vai voltar a sangrar”. O PAÍS/ANGOLA

Invictus


Dentro da noite que me rodeia
Negra como um poço de lado a lado
Agradeço aos deuses que existem
Pela minha alma indomável

Sob as garras cruéis das circunstâncias
Eu não tremo e nem me desespero
Sob os duros golpes do acaso
Minha cabeça sangra, mas continua erguida

Mais além deste lugar de lágrimas e ira,
Jazem os horrores da sombra.
Mas a ameaça dos anos,
Me encontra e me encontrará, sem medo.

Não importa quão estreito o portão
Quão repleta de castigo a sentença,
Eu sou o senhor do meu destino
Eu sou o capitão da minha alma.


William Henley

OPINIÃO: Kumba Yalá verga a comunidade internacional


"Não há outra maneira de ver ou de entender a questão.

Kumba disse, em conferência de imprensa, em 12 de Abril de 2012 (uma ou duas horas antes do golpe de estado), que não haveria nem segunda, nem terceira ou quarta volta das eleições presidenciais (desse ano). Disse que nem haveria campanha eleitoral e que, quem se atrevesse a fazer campanha teria pela frente a "máquina" do PRS que, para o efeito, já estava posicionada.

Depois dessas palavras toda a gente sabe o que se passou a seguir.

Kumba sabe desde 2008 (depois da maioria qualificada conquistada pelo PAIGC, sob liderança de CADOGO Júnior), que Carlos Gomes Júnior se tornou na sua barreira intransponível para o regresso ao poder. Engendrou desde então uma estratégia que consistia, numa primeira fase, em lançar todo o tipo de suspeições sobre o CADOGO Júnior relacionando-o com todos os assassinatos e outros crimes que tenham surgido ou a surgir. Numa segunda fase, se necessário, elimina-lo fisicamente ou, pura e simplesmente afasta-lo do país.

Todos os guineenses sabem que CADOGO Júnior nunca perdeu nas urnas. Aliás, nunca perdeu qualquer tipo de eleição. Porque precisará ele então de recorrer a outras vias para aceder ao poder?

Kumba, ele sim, é um perdedor nato (só ganhou uma vez, na confusão dos confusos e turbulentos momentos do 7 de Junho). Perdeu em 1994, perdeu em 2005, perdeu em 2009 e perdeu na primeira volta em 2012. Percebendo que uma segunda volta com CADOGO Júnior seria uma tremenda humilhação e o seu DESAPARECIMENTO DEFINITIVO da cena política posicionou a sua "máquina" e interrompeu as presidencais desse ano.

Agora, Kumba usa de novo a sua "máquina" (com a qual muita gente do PRS não se identifica) para impedir o regresso daquele que é, politicamente falando, o seu"carrasco", Carlos Gomes Júnior. Para isso alia-se com todos os dilinquentes que, assim, encontram também oportunidade de chegar ao poder e usa-lo como cobertura para as suas façanhas.

Qual é o papel da Comunidade Internacional em tudo isso? Ela tem responsabilidades a partir do momento em que faz o diagnóstico político e social e constata que:

- há medo generalizado no país
- há perseguição política
-ha espancamentos e assassinatos políticos
- há interferência dos militares e da polícia na vida política
- não há liberdade de manifestação
- não há liberdade de imprensa
- não há respeito pelos direitos humanos etc, etc, etc, e mesmo assim quer forçar eleições.

Em que parte do mundo já se viu fazerem-se eleições DEMOCRÁTICAS num clima desses? Se querem entregar o ouro ao bandido entreguem-no mas, por favor, tenham dó, não usem o pobre povo guineense para legitimar tamanha vergonha.

Voltarei,

Unsai Wek"

COCAÍNA: Quatro guineenses condenados em Espanha


Tráfico em larga escala. LEIA

sábado, 7 de dezembro de 2013

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

A ONU...outra vez!


Novas da ONU sobre a Guiné-Bissau

Tudo bom corte


"Caríssimo Aly,

Antes de mais as minhas felicitações pelo teu incansável e corajoso trabalho que tens feito em prol da defesa da verdade e da reposição da democracia no nosso martirizado pais.

Vi a tua noticia sobre a apreensão de drogas levada a cabo pelos nossos valorosos agentes da PJ. A estes, aproveito louvar a postura e a coragem que têm demostrado apesar das perseguições, ameaças e dos vários constrangimentos e sabotagem que os seus esforços têm conhecido por parte de figuras militares e civis do atual regime de regime que, sabe-se, estão inquestionavelmente ligados ao narcotráfico.

O que acontece porém, é que, enquanto os agentes se esforçam para apanhar os traficantes, pessoas bem colocadas no regime,  neste caso concreto, um altíssimo e influente membro do governo de transição, homem de primeira linha da trincheira de defesa da causa golpista, neste momento, é o maior "armazenador" de cocaína do pais. O novo barão de Bissau, é dono de um espolio bem guarnecido de coca, cuja uma parte, foi herdada dos seus cúmplices colombianos que debandaram Bissau face ao aperto da DEA e, a outra parte foi-lhe confiada pelos seus parteners da alta hierarquia militar para colocação no mercado através de compradores vindos do exterior.

Recentemente, o referido barão e governante, conhecido pelos seus bons gostos e requintes burgueses, entrou em contacto com pessoas ligadas  com o mercado de negócios da droga afim de negociarem o "dutu" que tem armazenado em Bissau. Alguns dos contactados, são guineenses instalados na europa e bem conhecidos pelas suas ligações a esse mundo obscuro. Em troca, o ministro speaker, pede em troca, camiões e alguns carros de luxo e de alta gama de que ele tanto gosta. Apesar do interesse, manifestado pelos contactados, o negocio esta ainda num impasse, pois o ministro papiadur esta a pedir mais camiões e carros em contrapartida do produto stockado em Bissau a qual daria cobertura para saida de Bissau, não se responsabilizando pelos mesmos além fronteiras. Dado a quantidade, sugeriu a saida por via maritima... a mais Segura segundo as suas garantias.

Por saber dessa manobra, aqui vai o meu alerta para, os valorosos agentes da PJ, à Interpol, assim como para as autoridades portuguesas de combate ao trafico de estupefacientes, para estarem alertas na suas fronteiras sobre alguns movimentos de pessoas, que eles bem conhecem, ligados a esses negócios, tanto os do lado de ca, como os do lado de la. E preciso estar vigilante, pois do lado de ca esta um minsitro kulkadur di dutu (vendedor de droga) avido de fazer rapidamente bons negócios e fechar a loja em grande antes do fim da transição.

Caso não acreditem naquilo que aqui denuncio, aguardem e vejam se porventura, caso o negocio siga bom rumo, o ministro dutero não aparecera brevemente em Bissau a exibir frotas de camiões, tratores-remoques e carros top de gama. Estou certo que se levar avante o seu obscuro negocio, assim será, pois o homem é de tal forma "exibido" que não coibira de se expor e ostentar os seus novos sinais de riqueza. Os militares prefirirão guardar os seus haveres nas suas pomposas pontas longe dos olhares mais indiscretos.

Aguardemos para ver.

N. Plínio"

DROGA: Polícia Judiciária 'caça' traficantes


pj dorgas

Golpistas longe da vista...


«Entre hoje e amanhã realiza-se em Paris, no Elysée, uma Cimeira França-África sobre a Paz e a Segurança.

Para o efeito, toda a nata dos dirigentes africanos foram convidados a tomar parte nesse conclave de actualidade marcante dado aos vários conflitos que têm assolado o nosso continente, em particular a África Ocidental, onde a Guiné-Bissau se encontra "infelizmente" encastrado.

Para tornar o encontro sério e responsável, os estados africanos considerados mal comportados, ou seja os estados fora-da-lei não foram naturalmente convidados. Assim, para não fugir à regra o estado-golpista da Guiné-Bissau, tal como o Madagascar e a Republica Centro Africana, não foram convidados, embora este ultimo, eventualmente possa vir a ser representado pelo seu PM devido a actualidade e os acontecimentos emergentes da sua politica interna.

No caso concreto da Guiné-Bissau, o nosso pais, não foi pura e simplesmente convidado, embora os emissários golpistas se tenham feito descaradamente ao convite. O pais, sendo dirigido por golpistas e contrabandistas, foi pura e simplesmente ignorado. Niet de convites.

Mais uma desconsideração para com o pais, o que confirma o principio de isolamento e desprezo internacional a que a Guiné-Bissau esta actualmente confinada devido aos recorrentes desvarios de golpes de estado e matanças cruéis.

Alias, o estatuto da Guiné-Bissau, enquanto pais em crise, é banalizado até mesmo ao nível dos nossos Chefes de Estado e autoridades regionais, nomeadamente a nível cimeiro da CEDEAO. Essa evidência, foi por mim hoje constatada, quando seguia na RFI a entrevista do Presidente Costa marfinense Alassana Ouattara sobre os problemas e os desafios que se debaterão na cimeira de Paris sobre Paz e Segurança. Com amargura constatei que, durante os cerca de 10 minutos que decorreu a entrevista, em algum momento o nome da Guiné-Bissau foi mencionada a que titulo que seja,... como se esse pais vivesse na paz dos anjos e, como se a organização que hoje preside esse ilustríssimo Senhor não fizesse parte do problema que hoje emerge esse pais. O Mali, pais francófono, logicamente, foi referenciado regularmente, formulando e apontando soluções para a saída da crise que esse pais ainda enfrenta. Sobre a Guiné-Bissau NADA, nem uma simples palavra, nem de apreço nem de desfavor. Fomos positivamente ignorados.

Perante essa constatação, que de passagem em nada me surpreende, só vem reforçar a minha convicção de que, a crise guineense efectivamente não faz parte de uma agenda séria e rigorosa da CEDEAO enquanto polo de interesses manipulados pela France-Afrique.

E, é nesse pressuposto, que julgo de cimeira importância, que a CPLP e UA pensem em reenquadrar politica e estrategicamente o problema da crise guineense, retirando-o da esfera de gestão da CEDEAO passando-o para patamares mais elevados, ou da UA ou das NU, porquanto, a não ser assim, o problema guineense continuara ab eternum e com a tendência para se agravar para níveis de conflito com consequências imprevisíveis a curto prazo.

Para já, fica desde já o mau sinal que tem sido a pouca seriedade e profissionalismo com que tem sido encarado o processo do recenseamento no pais que esta está a ser conduzido pelo governo de fachada de Bissau. O recenseamento em curso parece uma parodia de amadores onde o mais elementar desse acto não esta sendo minimamente realizado. Tudo parece propositado e com sinais de sabotagem a nível do próprio Estado, isto, se se atender ao facto de que, a Guiné-Bissau tem quadros com experiência comprovada e o quanto baste para lidar com esse processo de forma imaculada e sem necessidade de "iluminados" timor-orientados.

Contudo, é bom que se saiba que, a ser mal gerido o processo de recenseamento, este repercutirá infalivelmente sobre o bom termo das eleições o que poderá trazer consequências imprevisíveis para o pais, nomeadamente produzir-se umas eleições em bases falseados e partidariamente instrumentalizados, afim de se encobrir mais um golpe de estado, mas desta vez, encapotado de "processo eleitoral", que visara mais do que outro fim, a manutenção do status quo engendrado pelo regime emergente dessa transição envenenada que a CEDEAO impôs ao Povo guineense.

Paradoxalmente, perante tudo isto, não se ouve nenhum queixume da classe politica guineense. Esta tudo calmo, como se nada se passasse. Nem mesmo os partidos mais tarimbados da praça se pronunciam sobre esse descalabro pré-eleições, havendo entre outros, o mais sonante que prefere autoflagelar-se rumo a sua implosão eminente.

"Abram os olhos camaradas"..., cantou em tempos o agora golpista Justino Delgado.

Ambrôsio Kanfom
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