quarta-feira, 10 de julho de 2013
Como uma sombra...
A televisão da Guiné-Bissau, que por falta de verbas, ou de boa gestão da mesma, não tem estado a comprar cassetes novas para alinhar o falido telejornal - e saiu-lhe as favas. Para poupar, usam as antigas, onde tem...arquivos antigos. Um belo dia, ao editar-cobrir uma peça ficou um espaço que tinha imagens antigas de...Carlos Gomes Jr. Nem mais. É claro que houve azia... Bem vistas as coisas, até que nem está mal, pois foi ao PAIGC quem o Povo deu o mandato. E Carlos Gomes Jr é o primeiro-ministro reconhecido por 90 por cento do mundo civilizado... AAS
Fundação Ricardo Sanha, de novo no terreno
Ricardo Sanha, patrono da Fundação com o mesmo nome, esteve recentemente na Guiné-Bissau, para, entre outros encontros de trabalho, assistir à inauguração do centro de saúde de S. Domingos. A FRS vai evacuar brevemente para Lisboa o músico Aliu Barri, que actualmente se encontra internado na Unidade de Cuidados Intensivos do hospital Simão Mendes, em Bissau. AAS
Colérico
"Já foi confirmada o surto da cólera na Guiné Bissau através do representante da UNICEF no país. O balanço é trágico: quase 20 mortos. Agora resta saber se o ministro da Saúde Agostinho Cá irá dizer que é diarreia aguda ou outra coisa, como ele fez no ano passado. Aliás, como o governo de transição está cheio de cólera não necessitam de reconhecer esta doença. Porque os seus interesses não são o de preocupar com o povo mas sim com os seus tachos... Segundo os dados, e até ao momento: 150 casos de cólera dos quais 18 óbitos.
F. G."
O estranho silêncio do Procurador Geral da República
"Meus compatriotas,
Alguêm sabe dizer-me onde está e o que anda a fazer o senhor Procurador Geral da República, DOUTOR Abudu Mané? Onde está? Alguém por acaso viu por aí o Abdu Mané? O que andara a fazer? Ó senhor DOUTOR/Procurador; o senhor foi amordaçado ou ficou espantado e paralizado perante a evidência dos factos? Saiba que o seu silêncio é estranho, intrigante, e começa a cheirar a CUMPLICIDADE.
Então, o senhor que andou nas "passeatas" e manifestações de rua em Bissau a gritar por justiça e celeridade de processos sobre os assassinatos dos últimos anos, ficou mudo? Justamente agora que lhe compete a si levar os criminosos à barra da justiça, não faz nada? Das duas, uma: ou o senhor é MUITO IMCOMPETENTE, ou CONHECE e tem MEDO dos ASSASSINOS - ou serão as duas coisas juntas?
Sabe, senhor DOUTOR, Bissau pikinino, ma i fundo...
Passado um ano no cargo de Procurador, o senhor não dá nem um pio sobre o bárbaro assassinato do Presidente Nino Vieira?! Já interrogou o Pansau Ntchama, uma vez que, numa certa entrevista, confessou ter sido ele a proteger a Isabel Vieira de ser violada pelos seus colegas no momento da execução do seu marido? E sobre a morte de Tagme na Wae? Também nada?
Dirá também que não sabe quem são os assassinos de Helder Proença e do Baciro Dabó. Nem estranha o facto de, no mesmo processo considerado de tentativa de golpe de Estado, o senhor Faustino Fudut Imbali, também implicado, não tenha sido executado como os outros? O senhor não procura autores materiais, mas sim a pessoa ou pessoas que terão mandado cometer os crimes. E essas pessoas têm que ser exactamente aquelas que o senhor quer, à viva força, incriminar/eliminar.
Mas, diga senhor DOUTOR, terá alguma ligação com os assassinos?
Ah, ia-me esquecendo do caso de Roberto Cacheu. Já ninguem fala nisso? Nem mesmo o Nando 'Dódóte' Vaz? Poxa!
Também não tem nada a dizer sobre os crimes que aconteceram no seu tempo de Procurador. Não sabe quem raptou e matou o pobre do Otis. Também, e seguramente não sabe (ou não quer saber) quem raptou, à luz do dia e na sede do PAIGC, perante testemunhas, e espancou selvaticamente o Iancuba Injai. Da mesma maneira que não sabe quem raptou espancou o Silvestre Alves.
Sim senhor DOUTOR, o senhor tornou-se cego, surdo e mudo. E talvez até aleijadinho...
Diga também aos guineenses que não estranha o facto de, com tantas mortes no dito caso 21/22 de Outubro do ano passado, o considerado líder da intentona, porca e miseravelmente inventada, o senhor capitão Pansau Ntchama, (mais uma vez ele), não ter sofrido nem um aranhão. Na altura, o então ministro dos Negócios Estrangeiros, Faustino Imbali, perante as câmaras de televisão e apontanto para os cadáveres exibidos, disse que os mesmos falavam uma "língua estrangeira." Cadáveres que falam? Só mesmo na Guiné...
Já todos se deram conta que o procurador está mais interessado nas inventonas do que a perseguir e castigar aqueles que subverteram, pela força, a ordem constitucional e democrática. Com os golpistas de verdade o senhor vive e convive todos os dias. Aliás, você é um deles. Há outros crimes, que o senhor sabe bem, quando foi ministro das Pescas e da Economia Marítima: 300 milhões, desviados por si... Sobre a tal compra de vedetas ou barcos de fiscalização marítima - lembra-se? Voltarei...
Unsai Wek"
PENA: O embaixador dos Estados Unidos, Lewis Lukens, encontrou-se em Bissau com o presidente da Liga dos Direitos Humanos da Guiné-Bissau. Luís Vaz Martins aproveitou o momento para fazer um relato do estado dos direitos humanos no país, que na sua opinião "têm vindo a degradar-se nos últimos tempos." AAS
CCIAS apoia viúvas de combatentes
A Câmara de Comércio Indústria, Agricultura e Serviços (CCIAS) doou segunda-feira cinquenta alvarás à Associação das Viúvas dos Combatentes da Liberdade da Pátria (AVCLP) da Guiné-Bissau. Abel Incada, presidente em exercício da CCIA disse que as cinquenta associadas que beneficiaram de alvarás saem assim do sector informal para o formal. Por sua vez o financiador do Projecto, o empresário e presidente da CCIAS Braima Camará, disse que a iniciativa vai minimizar os problemas das mulheres nas suas actividades comerciais.
Camará prometeu ainda ajudar não só as mulheres mas também aos jovens que disse merecerem igualmente uma especial atenção. A presidente de AVCLP Elisabete Correia pediu as suas colegas para não guardarem os alvarás na mala mas sim trabalhar para ter um bom rendimento. A AVCLP ainda recebeu um apoio financeiro no valor de um milhão e meio de francos cfa das mãos do Director do Hotel Malaika.
terça-feira, 9 de julho de 2013
VISITA QUENTE: Embaixador dos EUA com residência em Dakar não garante para já apoios à Guiné-Bissau, mas afirmou, em solo guineense, que os EUA mantém a acusação contra o chefe de Estado Maior da Guiné-Bissau, António Indjai. "A acusação contra António Indjai é pública nos Estados Unidos" - disse. Recorde-se que o CEMGFA foi acusado pela DEA de "conspiração, tráfico de armas e droga" e mais dois crimes, que o podem condenar a prisão perpétua. AAS
Programa Alimentar Mundial prepara ajuda de emergência para o interior
O representante do Programa Alimentar Mundial (PAM) na Guiné-Bissau, Ussama Osman, anunciou, esta terça-feira, que está a ser preparada uma ajuda de emergência para zonas do país com carência alimentar, nomeadamente no interior.
«Há uma situação de penúria alimentar em certas regiões e faremos uma avaliação da situação, intervindo onde for necessário, muito rapidamente», revelou Osman aos jornalistas, após uma reunião com o ministro dos Negócios Estrangeiros, na qual o PAM assegurou que irá continuar a «acompanhar os esforços do governo da Guiné-Bissau para assegurar uma segurança alimentar sustentável».
Num relatório divulgado em junho pelo PAM e pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), revelou-se que 90 por cento das comunidades guineenses só tinham alimentos para mais um mês.
Numa avaliação em sete regiões do país concluiu-se que os resultados da campanha do caju foram «desastrosos», tendo o preço médio de um quilo de caju caído de 45 cêntimos em 2012 para 17 cêntimos em 2013. No ano passado, era possível trocar um quilo de caju por um de arroz, mas este ano são precisos três quilos de caju por cada um de arroz.
Segundo Ussama Osman, o PAM está consciente da situação atual, pelo que intervenções rápidas já estão a ser ultimadas para as zonas mais afetadas. O responsável adiantou que a Guiné-Bissau tem «muito potencial, que não está a ser utilizado inteiramente, pelo que a nossa missão é acompanhar os esforços das autoridades públicas para assegurar uma segurança alimentar de toda a população».
Para a ONU, UE, UA, CPLP, CEDEAO - Guiné-Bissau deverá ser reconhecida, apenas e só, depois das próximas eleições presidenciais, marcadas para o corrente ano, e que devem ser totalmente transparentes e em consonância com as regras da democracia. As eleições deverão contar com a participação de qualquer candidato que reúna as condições exigidas por lei democráticas e da República. A simples marcação de uma data para as eleições por si só não retiram NADA à ilegalidade cometida em abril de 2012, em que um golpe de Estado - e os vários actos criminosos que se lhe seguiram, com dezenas de assassinatos - retirou a voz ao povo da Guiné-Bissau. AAS
Recordando - Um Nobel da Paz não merece o purgatório
Anda tudo num beija-mão, em Bissau, com a nomeação do timorense José Ramos Horta para o cargo de representante do secretário-geral da ONU na Guiné-Bissau, em substituição do acossado ruandês Joseph Mutaboba. Todos saúdam a escolha do Nobel da Paz, mas todos eles sabem que não há uma ponta de seriedade naquilo que pregam. Eu, e para não variar, é isto que penso:
Penso que não vão deixar o José Ramos Horta fazer nada. Para começar, já lhe tiraram as medidas. Depois, vão tentar desgastá-lo, vão levá-lo naquele eterno jogo de intrigas que se espalhou como um cancro na vida política e social Bissau-guineense. Vai ser um diz que diz, portanto. E, sobretudo, vão enganá-lo. O Ramos-Horta que não se deixe impressionar com o que ouve da parte dos políticos matreiros - são todos mentirosos e manipuladores!
Em suma, vão fazer com o Ramos Horta aquilo que fizeram com todos os anteriores representantes da ONU. Com o David Stephen ("Koumba Yalá não dá ouvidos à comunidade internacional. Diz uma coisa e faz outra"), disse, em entrevista ao jornal Lusófono; o Nana Sinkan (que se meteu em embrulhadas, cada uma mais caricata do que a outra); com o Bernardo Honwana ("os modelos adoptados pela comunidade internacional não são efectivamente aplicáveis e funcionais na Guiné-Bissau"); com o Joseph Mutaboba...enfim.
Não digo isto a rir. Digo-o com enormes doses de desânimo e de tristeza e, um dia, dar-me-ão razão. Em termos pessoais, nada a apontar ao político timorense. E, para facilitar as coisas, Ramos Horta fala a mesma língua. É triste, muito triste mesmo, ver um prémio Nobel a entrar no purgatório. AAS
Reconciliação com líderes honorários
"O tal conhecimento empírico, de que falei no texto anterior, tem a natural tendência para a superficialidade, usando frases feitas e imbuídas de alguma carga emocional, mas completamente desprovidas do tal rigor necessário ao conhecimento científico ou académico.
Olhando par ao título deste texto, torna-se óbvio que pretendo falar da tão badalada e gasta (pela superficialidade com que é referida) reconciliação nacional mas, queria primeiro esclarecer alguns pontos sobre o conhecimento empírico e científico referido no meu último texto. Para me fazer entender melhor, vou dar um exemplo com que contactei diretamente na minha passagem pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e vou usar o nome próprio, porque sinto-me na legitimidade de o fazer…
Julgo que qualquer estudante que passou pela FMUP nos anos 70 a 90 conheceu o Sr. Júlio do teatro anatómico. Era o exemplo perfeito do domínio do conhecimento empírico. Era o homem que dissecava e ajudava a alguns estudantes a dissecarem os cadáveres, expondo as estruturas anatómicas para as aulas práticas, estudo de preparação dos exames e exames propriamente dita. Portanto, de certeza que pouquíssimos alunos de Medicina, hoje médicos de várias áreas, conheciam melhor que o Sr. Júlio, as estruturas anatómicas e as suas relações quer no plano descritivo como topográfico. Mas, o que o Sr. Júlio não sabia e que os alunos de Medicina sabiam, ou tinham o dever de saber, era a constituição desses ossos, músculos, nervos e vasos sanguíneos, as suas funções e interações, para além de outros conhecimentos aportados noutras cadeiras.
O Sr. Júlio tinha o conhecimento empírico das estruturas anatómicas, como conhece de forma empírica, todos os caminhos que vão dar à sua casa, sem se preocupar com as particularidades da construção de tudo o que o rodeia. Mas, nós estávamos aí para aprender o conhecimento científico… O Sr. Júlio, não teve a sorte de um dia ser chamado para ajudar a retirar um órgão no transplante de um doente que viesse a falecer dias depois, mas teve o azar de ter tido um Regente da cadeira de Anatomia que lhe proibia sequer de esclarecer umas dúvidas aos alunos, ao que ele, dissimuladamente se furtava por vezes… Com jeitinho, de acordo com algumas “mentes iluminadas” da nossa sociedade guineense, até seria legítimo que o Sr. Júlio lecionasse Anatomia na Faculdade de Medicina da Guiné-Bissau, para não dizer ser Ministro ou Secretário de Estado da Saúde!
Mas passemos e com algum rigor, a tão badalada reconciliação entre os guineenses.
A reconciliação nacional não é a mesma coisa que o restabelecimento de relações entre pessoas desavindas ou casais separados! Antes de mais, não se pode falar de reconciliação nacional, sem antes libertar o país e o povo das garras dos opressores. Esse propósito é conseguido não só com organização de eleições consideradas livres e justas, mas também com uma verdadeira reforma no sector da defesa, segurança e essencialmente no aparelho judicial, garantindo a submissão do poder militar ao poder político e a proteção judicial dos culpados e das vítimas...
A verdadeira reconciliação nacional, seja ela em que país for, precisa de ir ao âmago da questão, tentando encontrar a verdadeira razão da desunião, identificar os culpados e as vítimas, conhecer os danos causados, as respetivas penas previstas na legislação do país e, até onde as vítimas são capazes de prescindir definitivamente dos seus direitos e compensações, face aos crimes ou outras ilegalidades cometidas contra elas.
Ora, uma verdadeira reconciliação entre os guineenses necessita de um aparelho judicial forte, um estado com algum poderio ou estabilidade económica e ainda o apoio e uma verdadeira colaboração e empenho dos líderes religiosos ou tribais do nosso país.
Nessa ótica, a reconciliação guineense teria de passar por um longo caminho, o que obviamente pesaria muito no erário público de um país em que a pobreza é uma realidade inegável …
Atrevo-me a afirmar, de forma empírica, que a reconciliação guineense deveria começar entre irmãos que um dia pegaram nas armas para travarem uma luta armada, contra um inimigo comum mas que depois, no seio da própria organização, se traíram, torturaram-se e mataram-se, conforme interesses pessoais, rácicos ou étnicos. Sabemos que alguns dos verdadeiros “n’bai luta” já não estão entre nós. Isso coloca a questão de julgamentos e perdões a título póstumo e a necessidade de, aqueles que ainda estão vivos revelarem a verdade e só a verdade, do que se passou durante a luta armada… Nessa sequência, é óbvio que tornaria necessário e desejável uma verdadeira reforma nas FARP’s, estrutura militarizada derivada da luta armada.
Depois dessa reconciliação no seio do PAIGC e das FARP e a reforma no seio desta, seria preciso que os autores dos vários golpes de estado se reconciliassem com as suas vítimas, com a confrontação judicial das várias famílias ou a título póstumo.
Ainda há outra dimensão de injustiças, violações de direitos individuais e crimes cometidos, secundários aos abusos do poder no aparelho do estado, derivados dos golpes de estado, que teriam de ser tipificados e classificados na moldura penal guineense, para que fosse possível o seu perdão ou o seu julgamento e ainda o devido registo na história do país.
Só depois dessa reconciliação entre atores militares e políticos, seria possível avançar com uma reconciliação, que de certeza exigiria menor esforço e menor gasto de recursos, que é a reconciliação do poder estatal com a sociedade civil e a reconciliação entre cidadãos e etnias desavindos.
Assistimos menções repetidas de amnistias e reconciliações com alguma ligeireza, típica do conhecimento empírico, apontando datas ou acontecimentos a partir do qual se deveria reconciliar ou amnistiar os guineenses! Os guineenses já se aperceberam que uma amnistia ou reconciliação a partir de uma determinada data ou acontecimento, seria apenas uma tentativa de ilibação de alguns criminosos pelos crimes cometidos no período que mais lhes interessa e não um uma verdadeira reconciliação do país com o seu passado, como promessa de um futuro risonho…
Até para apelar a reconciliação entre os guineenses é preciso algum rigor! Como gosto de pesquisar sobre “temas já conhecidos por todos” e aportar sempre algo mais ao meu parco conhecimento, julgo ser diferente daqueles que, ao andarem um dia de canoa num rio, julgam dominar a navegação marítima, podendo até aventurar-se na navegação oceânica!
Para terminar, tenho assistido a manifestação de estados de ânimos entre os guineenses, sobre atitudes e posicionamentos do Sr. José Ramos Horta, como se de um agente político guineense se tratasse! Peço a todos os guineenses, alguma moderação no julgamento precoce desse homem. Temos de pensar que a função do Sr. José Ramos Horta não é resolver todos os problemas da Guiné-Bissau, mas é apenas um homem mandatado pela ONU para determinadas funções na Guiné-Bissau, como poderia ser noutro qualquer ponto do planeta. Deixemos o homem fazer o seu trabalho, para depois podermos julga-lo no fim do seu mandato na Guiné-Bissau… Não podemos cair na tentação de ser igual aos golpistas, que interpretaram o posicionamento do Sr. Joseph Mutaboba a favor da legalidade constitucional e contra o crime organizado, como uma atitude de interferência na política nacional, declarando-o como “persona non grata”… Também, não são as imagens de ocasiões captadas com intuito de renovar imagens pessoais já gastas, que podemos interpretar automaticamente que José Ramos Horta é amigo da Guiné-Bissau e dos guineenses. Não é essa a função do Sr. José Ramos Horta e não vamos força-lo a sê-lo, só pela imperiosa necessidade que alguns têm de libertar o povo guineense da opressão em que se encontra ou apenas por imperiosa necessidade de autopromoção de outros.
A Guiné-Bissau tem de encontrar os seus verdadeiros libertadores entre os guineenses, assim como Timor Leste encontrou no Sr. José Ramos Horta, Xanana Gusmão, D. Ximenes Belo e outros os seus verdadeiros líderes. Precisamos de referências nacionais e temos de construí-lo entre nós. Não é com líderes honorários que encontraremos rumo para o país…
Jorge Herbert"
segunda-feira, 8 de julho de 2013
Os suspeitos do costume
As principais organizações internacionais parceiras da Guiné-Bissau reafirmaram hoje o empenho na ajuda ao país e na realização de eleições, que permitam que autoridades legítimas façam "as reformas profundas que a Guiné-Bissau necessita".
A promessa foi deixada por El Ghassim Wane, diretor do gabinete para a Paz e Segurança da União Africana (UA), que chefia uma delegação de cinco organizações internacionais que hoje iniciaram uma visita conjunta à Guiné-Bissau, a segunda após o golpe de Estado de 12 de abril do ano passado. A missão junta a UA, a ONU, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e a União Europeia, e tal como em dezembro passado, quando da primeira visita, destina-se a avaliar a situação do país e as possibilidades de apoio.
Perguntar não ofende
"Alguém já se perguntou o que verdadeiramente fazem os chineses que têm uma farmácia ao lado da PNEUCAR, na Granja e andam de AUDI Q7?"
Leitora identificada
Pois...devem vender cocaína em cápsulas?
Ramos Horta, a grande desilusão (II)
Volto em contacto com os compatriotas guineenses e da língua portuguesa, através deste artigo de opinião, que designo de OPINIÃO 2, esperando que os colaboradores do Sr. Ramos Horta em Bissau o acompanhem para melhor o aconselharem em como ajudar um povo subjugado por uma tirania militar, sem ninguém que se interesse por ele, no plano internacional. Esta segunda reflexão serve para lembrar ao Sr. Ramos Horta o que quase todos os representantes do SG da ONU que lhe antecederam, incluindo o mal-amado pelo brutal regime militar de Bissau, Joseph Mutaboba, escreveram sobre quem está na base da grave e crónica instabilidade política da Guiné-Bissau – os militares guineenses, cujas chefias se envolveram profundamente no tráfico de drogas e de armas, transformando, infelizmente, o nosso território numa placa giratória do narcotráfico.
PRINCIPAL FACTOR FRAGILIZANTE DAS INSTITUIÇÕES DO ESTADO NA GUINÉ-BISSAU - (O PODER MILITAR)
É sabido por toda a gente na Guiné-Bissau, mas também da dita comunidade internacional da participação ativa de algumas chefias militares guineenses no tráfico de droga e de armas, sendo esse facto um dos fatores principais da fragilização das instituições do Estado, nomeadamente daquelas que têm como missão fundamental combater a criminalidade, em geral, e o tráfico de drogas e crime organizado, em particular.
Até a eclosão do conflito armado de 1998, os militares da Guiné-Bissau obedeciam o poder civil eleito e a instituição militar funcionava com base na disciplina e respeito pelas hierarquias. Esse conflito armado de 1998, culminou com o golpe de Estado militar que derrubou o então Presidente Nino Vieira, tendo havido, a partir dali, uma viragem total na relação entre o poder civil e os militares com a supremacia destes em relação aquele.
O poder civil passou sob tutela dos militares, em que o Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas passou a ser, na prática, o líder do país no lugar do Chefe de Estado eleito. Significa dizer que a partir de 1999, os militares nunca mais deixaram de ser os detentores, de facto, do poder na Guiné-Bissau. Sabendo disso, os narcotraficantes da América latina depressa rumaram à Guiné-Bissau, onde estabeleceram relações com aqueles que sabiam ter o poder real no país, que são os militares.
Na verdade, formalmente a Guiné-Bissau tinha um Presidente da República, um Parlamento, um Governo, um Sistema de Justiça, mas que nenhum destes órgãos de soberania tinha poder sobre os militares, pois estes, em clara violação da Constituição da República, não observavam o princípio da subordinação das Forças Armadas ao Poder civil eleito. Como é bom de ver, a partir daí a Guiné-Bissau ficou muito mais vulnerável a penetração das organizações criminosas e das redes do tráfico de drogas e de armas.
E é a partir desse novo quadro na relação entre o poder político civil eleito e algumas chefias militares já altamente comprometidas com os narcotraficantes que o país sofreu uma invasão destes agentes de crime internacional, transformando a Guiné-Bissau num local privilegiado para o trânsito da droga para a Europa e, agora, também para os Estados Unidos da América.
Repare-se que, mesmo os civis envolvidos nesse negócio da droga na Guiné-Bissau, fazem-no sempre com a proteção de algum chefe militar com o qual dividem depois os rendimentos dai resultantes. São eles que autorizam a aterragem de aeronaves em pistas no interior do país, mas também no aeroporto internacional de Bissau, sem que nem a polícia judiciária, nem o Ministério Público possam abrir inquéritos criminais contra tais militares envolvidos no tráfico.
Houve, aliás, vários casos de apreensões de droga e a prisão de militares envolvidos por parte da polícia judiciária, mas que as Chefias militares, de imediato, ordenaram a libertação imediata dos suspeitos, o que é do conhecimento de toda a comunidade internacional, pela via da ONUDC.
Ora, a conclusão que podemos tirar desse envolvimento forte de algumas chefias militares no tráfico de drogas na Guiné-Bissau, é ter enfraquecido, de forma muito acentuada, as instituições do Estado guineense de combate ao narcotráfico e ao crime organizado. Isto porque, nem a policia judiciária nem o Ministério Público e nem mesmo os juízes criminais têm a ousadia de, no âmbito de inquérito ou de investigação, convocar um militar, por mais simples que seja, para ser ouvido. Por isso, pode-se afirmar, com toda a firmeza, que a transformação do território da Guiné-Bissau num local de depósito e trânsito de drogas é da responsabilidade direta de algumas chefias militares, incluindo o próprio CEMGFA, António Indjai, sobre quem, aliás, pende um mandado de captura internacional por tráfico de drogas e armas e conspiração para liquidar norte-americanos em parceria com as FARC, de acordo com uma acusação formal do sistema de justiça americano.
Por outro lado, se a impunidade passou a ser regra na Guiné-Bissau é pelo facto de os militares dominarem todas as estruturas do Estado, incluindo as estruturas politicas (Presidente da República, Parlamento e Governo). E é, aliás, por isso que todos os assassinatos políticos executados no nosso país até a presente data não foram esclarecidos e nem algum dia serão concluídos, enquanto o quadro atual da supremacia do poder militar sobre o poder civil se mantiver – ou seja, enquanto as atuais chefias militares continuarem a dominar o poder politico. Esta é uma realidade que o Sr. Ramos Horta finge ignorar, alinhando com as posições colonizadoras da Nigéria sobre a Guiné-Bissau, que apoia cegamente os militares golpistas e narcotraficantes.
E podem crer que o narcotráfico e a impunidade continuarão a fazer parte da vida dos guineenses, na Guiné-Bissau, a não ser que haja uma intervenção externa, que modifique o quadro atual e garanta que as instituições estatais, incluindo as políticas, mas também o poder judicial, poderão, de forma livre, perseguir quem quer que seja, que tenha cometido crimes no seu território. Quero com isso dizer que, a manter-se o quadro atual de uma supremacia dos militares sobre o poder politico eleito, jamais o sistema de justiça poderá atuar para responsabilizar os criminosos envolvidos no narcotráfico e crime organizado na Guiné-Bissau.
Aliás, o próprio Ramos Horta, numa das suas declarações feitas em Bissau poucos dias após a sua chegada à capital guineense, tinha dito ser urgente serem organizados os processos crimes contra aqueles que planearam e executaram o golpe de Estado de 12 de Abril. Será que Ramos Horta se reuniu com o PGR, também ele golpista, pedindo-lhe informações sobre os processos instaurados contra os golpistas? Pediu-lhe informações sobre os crimes cometidos contra os jovens felupes naquela famigerada inventona de 12 de Outubro de 2012? Quis o Ramos Horta informar-se junto do PGR golpista sobre se instaurou inquéritos contra os militares que sequestraram e espancaram os Drs. Iancuba Indjai e Silvestre Alves?
Quis o Sr. Ramos Horta indagar ao PGR golpista sobre o processo contra os militares que executaram o Presidente Nino Vieira, por ser do conhecimento público que, através da comunicação social, houve já uma confissão do “famoso” Pansau N`Tchama sobre a sua participação no crime e tendo-o feito a ordem de quem comandava o “famoso” batalhão de Mansoa, que a época era CEMGFA, António Indjai? Sr. Ramos Horta pediu informações ao PGR golpista informações sobre se há processo-crime organizado contra General Indjai pelo sequestro do PM, Carlos Gomes Júnior e Zamora Induta, crimes cometidos em 01 de Abril de 2010, além de crime de ameaças de morte proferidas publicamente contra o Chefe do Governo de então?
Ora, com o silêncio do Sr. Ramos Horta, sobre estes assuntos que, quer as Nações Unidas, quer a União Africana quer a União Europeia exigiram a responsabilização criminal dos militares que participaram nestes crimes hediondos, só podemos concluir que certamente terá levado um puxão de orelhas do todo-poderoso General Indjai. Por isso, sobre estes assuntos de crimes dos militares, o Sr. Ramos Horta calou-se de uma vez por todas. Simplesmente, lamentável.
Com todo o respeito e consideração que podemos ter para o Sr. Ramos Horta, se é para defender e proteger os militares guineenses altamente envolvidos em todo o tipo de crimes (homicídios, narcotráfico, trafico de armas, violações dos direitos humanos, torturas, tratamento desumano e degradante a cidadãos guineenses, desvios de fundos públicos, etc), o melhor que pode fazer é renunciar o seu mandato. Porque para apoiar os militares golpistas, basta-nos a criminosa Nigéria/CEDEAO.
Por isso, aos representantes das organizações internacionais representativas da comunidade internacional (ONU, União Africana, União Europeia, CPLP) posso reafirmar, hoje, que um dos maiores desafios para o Estado guineense diz respeito a credibilidade dos sistemas democrático e da justiça bem como da melhoria do seu funcionamento, pois a situação atual continua marcada pelo estigma da impunidade e corrupção.
E sendo propriamente a Justiça um valor supremo nas sociedades civilizadas, nenhum Estado pode a ela renunciar. Por outro lado, a sua solidez está intrinsecamente ligada com a qualidade da democracia praticada no território do Estado, com o reconhecimento do primado da lei em detrimento da força, com o respeito das liberdades, direitos, e garantias dos cidadãos e correspondente responsabilização pelos seus atos de tal modo que nenhum grupo de cidadãos possa beneficiar do privilégio da impunidade. Infelizmente, para o povo da Guiné-Bissau, a realidade confirma esse privilégio da impunidade a favor dos militares, com muita pena nossa.
Pedimos a comunidade internacional para que abra os olhos sobre a situação prevalecente na Guiné-Bissau, onde, apesar da constituição daquilo que convieram chamar “Governo de Inclusão”, de inclusão nada tem. Continua a ser um governo golpista, entretanto, sem nenhum poder porque continua totalmente submetido aos militares golpistas, particularmente ao “General” António Indjai, com mandato de captura internacional por tráfico de drogas e de armas e conspiração contra os EUA. Tenho dito.
Silvério Mendes"
domingo, 7 de julho de 2013
DROGA: Capturado "Pablo Escobar" da 'Ndrangheta
Com - claro! - a GUINÉ-BISSAU na sua rota...
NOTA: E ainda ontem ouvia, entre a estupefacção e o rídiculo, o pomposo discurso do 'primeiro-ministro' Rui Barros na Assembleia Nacional Popular. Parecia até um irrefreável fanático. Meus caros, não adianta tapar o sol com a peneira!!! A Guiné-Bissau está vergada e metida até ao tutano, e ao mais alto nível, no tráfico de cocaína para matar ocidentais. Ninguém deve confiar neste governo (que já usou, segundo acusações da DEA, "dinheiro proveniente do tráfico de drogas para pagar salários aos funcionários públicos.") A Europa não deve dar um tostão que seja para financiar compras de casas, carros e sustento para comadres de golpistas promíscuos. AAS
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