quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
Cerco à APGB
Um falso assalto, nesta madrugada, às instalações da APGB fez soar os alarmes, isto depois de ditadura do consenso ter denunciado a gestão danosa e os saques na Administração dos Portos da Guiné-Bissau (APGB). Segundo uma fonte do ditadura do consenso e perante a incapacidade da comissão de inquérito de ter acesso aos dados informáticos da APGB, por recusa do administrador Armando Correia Dias, o próprio 'primeiro-ministro' ordenou, por despacho, e com o conhecimento da Procuradoria Geral da República, o acesso da comissão de inquérito às instalações e a entrega dos computadores. Então, nesta manhã, perante a estupefacção e a incredulidade de todos, a administração desvendou que a APGB... foi assaltada na madrugada de hoje... Curiosamente, os amigos do alheio não levaram dinheiro mas sim...computadores. Precisamente aqueles que continham todas as informações... AAS
Escândalo na exploração mineira
A descoberta nas zonas de Varela, Farim e outras localidades do pais, de importantes jazigos de Titânio e de Zircão, metais muito preciosos , utilizadas para a fabricação de peças de avião e componentes de telefones portáteis, podem trazer consequências nocivas graves para as populações e o meio ambiente que o rodeia, pois a sua exploração é extremamente perigosa.
A sua exploração é perigosa, pois ela é misturada com substancias toxicas e cancerígenas. Elas podem causar males consideraveis e representam uma verdadeira bomba ecológica para as zonas onde são exploradas, nomeadamente a zona de Varela, onde o lençol freático é extremamente baixa, sem contar com a consequente poluição do seu rico ecossistema destinada a produção orizícola, à piscicultura etc...
Com igual preocupação estão a ser confrontados as populações do Senegal, nomeadamente na localidade de Abene (Departamento de Bindjona), não longe de Ziguinchor, onde as populações ja estão em pé de guerra com os depredadores da companhia australo-chinesa da Canégi-Astron. Inclusivamente já houve confrontações na localidade de Niafourang entre habitantes locais e trabalhadores chineses deslocados no terreno que foram inclusivamente ameaçados de morte.
As populações dessas localidades Senegalesas alegam de que não podem aceitar que razões puramente mercantis, possa vir a destruir e "a desfigurar a nossa bela região e comprometer assim o futuro os nossos filhos nesta frágil região costeira", advertiu uma fonte local.
Este paralelo tem a sua razão de ser, pondo em alerta os politicos e a sociedade civil guineense, pois sabe-se que recentemente o Governo de Transição da CEDEAO para a Guiné-Bissau, sob os auspícios de um conselheiro muito próximo do atual presidente indigitado da CEDEAO na Guiné-Bissau, celebrou acordos de exploração mineira com uma sociedade chinesa participante do referido consórcio. Como contrapartida, o Governo ilegítimo e a presidência fantoche de Bissau receberam dezenas de milhões de dólares americanos dos chineses, servindo uma parte desses fundos para o GI pagar o mês de dezembro... e o PF a adquirir um belíssimo apartamento em Lisboa.
Com a cumplicidade vergonhosa das atuais autoridades, esta em curso uma verdadeira ação de assalto aos nossos recursos minerais por parte das companhias chinesas, que não fazem contas aos milhões de dólares que dispendem para terem o exclusivo da exploração das nossos cobiçados jazidos minerais.
A.T. (Técnico do MRN)
terça-feira, 25 de dezembro de 2012
PAIGC: Candidato Braima Camará reuniu-se com a Direcção da Célula do PAIGC em Portugal
Braima Camará (Bá Quecutó)), evidencia-se na corrida à Liderança do PAIGC.
O empresário Braima Camará, vulgo Bá Quecutó, Membro do Bureau Político do PAIGC e Candidato declarado à presidência desta que é, de longe a maior formação política da Guiné-Bissau, acabou de dar mais um passo para a consolidação da sua posição de liderança na corrida à substituição de Carlos gomes Júnior na Presidência do Partido de Amílcar Cabral.
Pelo menos esta foi a convicção, quase unânime dos que estiveram reunidos com ele no dia 22 de Dezembro, no Hotel Tivoli, em Lisboa, num encontro que teve como objectivo auscultar a opinião dos Militantes do Partido, dos Jovens Quadros e dos Guineenses em geral, na diáspora, sobre a sua pessoa, tendo em conta a sua decisão de se candidatar à liderança do PAIGC, e que segundo o próprio Braima Camará, serviu para dar uma oportunidade àquela que é a verdadeira história da sua vida.
Nesse encontro que durou mais de 5 (cinco) horas com a Direcção da mais poderosa representação do PAIGC além fronteiras (a Célula de Portugal), que se notabilizou essencialmente pela sua coesão e por apresentar um elenco de luxo, composto por um leque de Quadros com inquestionável experiência política e que contou ainda com a presença de jovens Quadros Independentes (sem qualquer filiação partidária), Braima Camará fez-se acompanhar de quatro elementos integrantes do seu Projecto.
Dirigindo-se aos presentes, depois das devidas introduções feitas pelo Presidente da Célula do Partido, Sr. Iafai Sani, Braima Camará começou por fazer uma retrospectiva história do Partido, que passo a transcrever na íntegra:
“Fundado a 19 de Setembro de 1956, em Bissau, na antiga Guiné Portuguesa, hoje Guiné-Bissau, por Amílcar Cabral, Aristides Pereira, Luís Cabral, Júlio de Almeida, Fernando Fortes e Elisée Turpin, O PAIGC - Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde, um dos Partidos mais conhecidos de África, que a par do MPLA (Angola), da FRELIMO (Moçambique) e do MLSTP, (São Tomé e Príncipe), escreveu das mais belas páginas de resistência dos povos oprimidos pela Autodeterminação e Independência, encontra-se praticamente à deriva, em virtude do permanente reacender das clivagens internas de cunho racial, religioso e tribal, resultantes de divergências recalcadas e adiadas, do inconformismo e do descontentamento interno, reflectindo as consequências de questões mal resolvidas no passado e que se manifestam sobretudo por alturas da realização das suas reuniões magnas (Congressos), quando as divergências internas do Partido saltam para a ribalta da cena política guineense, arrastando na sua turbulência toda a sociedade, cuja maioria esmagadora se identifica com os ensinamentos de Amílcar Cabral e com o seu Partido.
Apesar de tudo, o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde continua a ser a maior referência política do País. Apesar da ampla aceitação nacional de que continua a gozar na sociedade guineense, o PAIGC é hoje um Partido profundamente dividido e enfraquecido que continua a definir-se como um Movimento de Libertação e que necessita urgentemente de profundas reformas, a semelhança do que aconteceu no MPLA e na FRELIMO, reformas essas que visam fazer dele um Partido de novo tipo, capaz de corresponder às expectativas do mártir povo guineense, que nele deposita toda a esperança de uma vida melhor.
Hoje, o PAIGC, em virtude de tantos atritos e desentendimentos internos, vive o momento mais dramático da sua existência e, resta saber até que ponto conseguirá, de mais este jogo de inclusões e exclusões de Militantes e Responsáveis Partidários, tão antiga como a própria história da sua existência, refazer-se da conflitualidade interna, ressentimentos e desconfianças que normalmente decorrem dos seus Congressos e afirmar-se como um Partido Moderno, recuperando o seu prestígio de outrora e o seu lugar de honra na história que ajudou a escrever.
Sendo o PAIGC um património nacional, cuja preservação e engrandecimento constitui um dever patriótico de todos os guineenses, sem excepção, um desafio que devemos enfrentar, enquanto povo e Nação que se preza, decidi aceitar o desafio de liderá-lo neste momento particularmente difícil da sua história, porque estou convicto das minhas capacidades e disponibilidades para o fazer e porque, como filho de Combatente da Liberdade da Pátria, acho que chegou a hora de saldar a minha dívida para com todos os que lutaram para a nossa Independência Nacional e para a inserção do nosso País no contexto das Nações Livres do Mundo.
Na sequência disso, deixo aqui uma certeza: Se eu for o preferido dos Delegados ao Congresso, farei questão de convidar todos os guineenses, sem excepção, a participar no nosso Projecto, desde que tenham capacidade e vontade de ajudar no desenvolvimento do País e estejam dispostos a contribuir para engrandecer o Partido de Amílcar Cabral e do nosso povo”.
Com esta exposição, Braima Camará deixou transparecer um profundo conhecimento das causas que estão na origem das contradições internas que dilaceram o PAIGC e sobretudo da imprescindibilidade de se proceder a reformas de fundo com vista a adequá-lo às expectativas do povo guineense, apelando a participação e contribuição de todos, independentemente de serem ou não Militantes do Partido.
O que maior impressão causou nos presentes, foi sem dúvida a disponibilidade revelada por Braima camará de falar da sua vida, como ele próprio o definiu, “sem reservas nem tabus” de forma a esclarecer todas as questões que possam ser relevantes para a avaliação da compatibilidade da sua pessoa para um cargo de tão alta responsabilidade nacional.
Com esta exposição “de tirar o chapéu” Braima Camará maravilhou a audiência com surpreendente humildade, frontalidade, determinação, coragem e sobretudo profunda tolerância e capacidade de ouvir e acatar as propostas, ao ponto de, no fim do encontro, os Quadros presentes o encorajarem a avançar e se disponibilizarem para ajudar na elaboração do seu projecto, caso venha a ser necessário, considerando que chegou a hora da juventude assumir as suas responsabilidades históricas, para que os mais velhos possam finalmente descansar.
Para a maioria esmagadora dos presentes, Braima Camará reúne requisitos muito importantes, como por exemplo a humildade, a tolerância, a facilidade de diálogo, a procura de consensos e de equilíbrio social, o respeito pelo próximo, que fazem dele o homem do momento. E esperam que essas qualidades o ajudem a encontrar uma linguagem comum com os diferentes grupos de interesses instalados, para possibilitar as profundas reformas de que o País necessita.
Para terminar, respondendo ao apelo de quase todos os intervenientes, declarou-se aberto ao diálogo com todos os outros Candidatos, para evitar futuras divisões no Partido, que neste momento precisa de congregar todos os seus Militantes a volta de um Projecto Inclusivo, Realista (do ponto de vista da sua implementação), Abrangente (do ponto de vista estratégico) e Ambicioso (tanto no que se refere as reformas no Partido, como no Estado).
Boa Sorte, Braima Camará e que Deus te Abençoe!
Tataflu
"Não consigo perceber até agora a razão da condescência do Governo português em relação ao porta-disparates do governo golpista de Bissau. Esse energúmeno faz e desfaz, faltando ao respeito as pessoas de bem, quando estes têm argumentos e dados sobre a sua vida de criminoso e caloteiro reincidente, que o deixariam mudo por todo o tempo. Não consigo compreender como um bandido de colarinho branco e conhecido "pédé" se da ao luxo de se fazer de figurão mandão, quando basta uma simples centelha para lhe pôr as calças a arder.
O Fisco e as autoridades judiciarias portuguesas já deviam pôr o Nando Vaz há muito no seu respetivo lugar reativando todo o seu arsenal de queixa sobre, fugas ao fisco, calotes, extorsões e branqueamento de dinheiro que tem pendente nos tribunais portugueses. E tempo de fazer calar esse rouxinol pervertido, pois cada vez que fala para dizer m..., vem-me ca uma náusea.
Por favor calem-me esse "cuequeiro" marginal.
Ângela Sequeira"
GOE não entra
Elementos do Grupo de Operações Especiais (GOE) da PSP terão sido impedidos de entrar na Guiné-Bissau, por não terem vistos, de acordo com a rádio «Renascença». Perante este cenário, que resultou do facto de o Governo português não reconhecer o executivo de transição guineense, segundo a emissora, os elementos destacados naquele país africano não puderam regressar a Portugal para passar o Natal.
Esta «situação está a causar mal-estar diplomático entre as autoridades de Lisboa e Bissau», explica a rádio, que cita o porta-voz do Governo de transição da Guiné- Bissau, Fernando Vaz: «se o executivo português não concede visto ao encarregado de negócios guineense, então o Governo de transição também não passa vistos para os elementos do GOE, que fazem a segurança da embaixada portuguesa». «O Governo português deve deixar de fazer política virtual e fazer uma política real. É urgente que o Governo português comece a fazer uma política realista, que entenda que, na realidade, quem governa a Guiné é o Governo que está aqui instalado, o Governo de transição, e que estabeleça, com esse Governo, as relações que sempre teve», acrescentou Fernando Vaz.
Son manda boka
"Bom dia Irmão,
Ainda há pessoas que não sabem o verdadeiro significade de Natal, pessoas demoníacas que fezem da violencia a solucão dos seus problemas. Dia 24 de Dezembro em Cuntum Madina o infeliz de um dos António de Bissau (António Sedja Man), estava na casa da sua namorada onde costuma revelar alguns segredos dos golpitas e disse em tom muito alto que ele será o Presidente da CNE e não o Rui Nene que foi posto ali pela ANP "fora de prazo". Ainda foi mais longe e disse:
NÓS NÃO FIZEMOS O GOLPE PARA NAS PROXIMAS ELEIÇÕES PERDERMOS A FAVOR DO P.A.I.G.C, A TODO O CUSTO SEREI PRESIDENTE DA CNE. E disse mais Bissau, que era de uma etnia agora e que seria de uma outra até quando não sei, disse ele.
O disparate não terminou ali. Quando foi questionado pela namorada de que Rui Nene foi votado na assembleia, ele voltou a dizer: SORI DJALO SABE PORQUE FIZEMOS O GOLPE SE HOJE ESTA ALI? ELE SABE E ELE FOI UM DOS QUE PARTICIPOU A 100% NAS MANIFESTAÇÕES QUE CULMINOU COM O GOPLE DE 12 DE ABRIL.
Caros irmãos e bons filhos da Guiné. Para mim não me surpreende a atitude de Antonio Seja Man porque ele foi primeiro a ser contactado pelo Daba na Walna (Porta-patarata dos golpistas) para participar no golpe de 12 de Abril sob condicão de ser nomeado Ministro da Justiça mais não foi o caso porque Serinho Nhamadjo foi influente para a nomeacão de Mamadu Saido para tal cargo.
Os velhos ditados dizem: "TUDO O QUE INICIA ESTA MAIS PROXIMO DO FIM",
"NO DIA EM QUE O MACACO DISSER QUE QUER MILHO ASSADO SIGNIFICA ESTA PEDIR A SUA MORTE".
Viva a Democracia
Serifo Djalo"
Isto é um assalto
"Caro Aly,
E inconcebível o que esta a acontecer na APGB especialmente num momento de crise onde nos EUA o governo tomou medidas contra os bónus e chorudos salarios dos executivos nao só das empresas publicas, mas também privadas e dos bancos, na Europa até as pensões dos idosos não escaparam as medidas de austeridade que inclui cortes nos salarios, pensões, etc...
Como é possível os mais ricos e desenvolvidos a fazerem contenção e nós estamos a dar o luxo de aumentar salarios numa empresa do Estado?
Aquilo não é um simples aumento, é um roubo, um crime e um atentado contra as regras financeiras.
Devem ser demitidos e chamados a justiça, porque mesmo que fosse empresa privada não podem estar a efectuar despesas com caracter pessoal que não tem nada a ver com a actividade da empresa, num pais de lei o fisco cai-lhes logo em cima, quanto mais uma empresa publica, dinheiro do contribuinte, receitas do estado, para pagar mordomias, etc a pessoas que em principio representam um órgão consultivo que devia se reunir só trimestralmente, o que significa pagar milhões mensalmente para alguns que só reúnem ou trabalham 4 vezes por ano, para que servem as senhas de presença?
Mas o culpado é quem os colocou lá porque todo o mundo sabe quem é ACD e todo o mundo sabe que o DG é sobrinho de António Indjai e não tem perfil (só o ... é que ficou impressionado com o currículo dele) nenhum de estarem lá, o DG assaltou o lugar durante o golpe sem nomeação, sem nada, mas que foi depois consumada depois do assalto ao poder e pelo despacho do Conselho de Ministros devido à pressão dos militares.
Fico por aqui, um grande abraço."
segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
CORRUPÇÃO: + denúncias
"Caro Aly Silva
Antes de mais, desejo e á sua família um Feliz Natal e que o próximo ano seja de esperanças num futuro melhor.
Ontem, tive informações acções relacionados com os golpistas "Governo de Transição da Guiné-Bissau" cá em Portugal que terei que continuar a investigar. No entanto, quis partilhar consigo este cenário.
Há cerca de duas semanas que soube da chegada a Portugal do braço-direito do presidente Serifo Nhamadjo, um indivíduo de apelido "D.". Ontem, numa reunião tida com um conterrâneo guineense, informou-me que o "D." acabou de comprar a pronto pagamento um apartamento de luxo na Póvoa de Santo Adrião e que estaria a acertar os últimos detalhes relacionados com o referido apartamento.
Pelas indicações recebidas, estes golpistas ligados ao 'presidente transição' Serifo Nhamadjo, estão a desencadear algumas operações financeiras e estão munidos de muito dinheiro, que terão trazido da China. Existem indicadores que apontam para a venda e estabelecimento de acordos obscuros revertendo os lucros para os golpistas.
Tentemos ao máximo investigar esta bandidagem porque presumo que um dos imóveis poderá ser adquirido a mando do próprio 'presidente' Serifo Nhamadjo. Aliás, há muitos familiares seus a residirem na Póvoa e esta será uma zona de eleição para a aquisição de imóveis.
Deixo-lhe esta informação e na medida que vou conseguindo mais pistas fornecer-lhe-ei de forma a termos mais informações para podermos denunciá-los publicamente. Acredito que juntos poderemos desmascarar este bando criminoso golpista que se apoderou da Guiné-Bissau.
Mantenhas"
Espancamentos: Comunicado da Liga Guineense dos Direitos do Homem
COMUNICADO À IMPRENSA
A Liga Guineense dos Direitos Humanos regista com enorme apreensão os actos de violência reiterada que têm sido perpetrados pelos indivíduos afectos às Forças de Defesa e Segurança, em particular após aos incidentes de 21 de Outubro de 2012.
Por motivos injustificáveis num estado de direito e democrático, o cidadão Edmundo Mendes, ex-Procurador Geral da Republica, anunciou publicamente a perseguição e agressão física de que foi vitima no dia 22 de Dezembro de 2012, supostamente pelos elementos das Forças de Defesa e Segurança.
Igualmente, no mesmo dia um cidadão José Carlos Macedo Monteiro, antigo Administrador de Sector de Gabú, foi espancado e se encontra neste momento hospitalizado nos serviços de cuidados intensivos do Hospital Nacional Simão Mendes devido aos ferimentos graves que lhe foram infligidos pelos agressores.
Estes actos tristes e hediondos, além de serem inadmissíveis a todos os níveis, evidencia o perigo que as Forças de Defesa e Segurança representam para os cidadãos e para a subsistência do próprio estado de direito e democrático.
Em face do exposto, a Direcção Nacional da LGDH delibera o seguinte:
1- Condenar sem reservas os actos de agressão física e espancamento do Ex-Procurador Geral da Republica e do Antigo Administrador de Gabu, Edmundo Mendes e José Carlos Macedo Monteiro, respectivamente;
2- Manifestar a sua profunda estranheza pelo silêncio das autoridades de transição face às violações sistemáticas dos direitos humanos nos últimos tempos;
3- Lamentar a manifesta incapacidade de ECOMIB para evitar as violações dos direitos humanos durante o período de transição;
4- Responsabilizar a CEDEAO e as Autoridades de Transição pelo abismo para qual estão a mergulhar o país, numa autêntica afronta aos valores da Paz, da Democracia e do Estado de Direito;
5- Expressar a sua solidariedade para com os cidadãos vítimas de violência gratuita e selectiva;
6- Exigir a abertura urgente de um competente processo criminal com vista a tradução a justiça dos autores destes actos repugnantes;
7- Exortar a comunidade internacional no sentido de accionar mecanismos adequados conducentes a uma solução duradoura que ponha termo as cíclicas crises políticas que redundam em violações sistemáticas dos direitos humanos.
Feito em Bissau aos 24 dias do mês de Dezembro de 2012
A Direcção Nacional
GOLPISTAS, APOIANTES E SIMPATIZANTES
Habitualmente um golpe de estado consiste na tomada do poder estatal pela via da força, sendo ele na sua maioria sustentada pela força militar... Habitualmente os argumentos para a legitimação de um golpe de estado consistem sempre no derrube de governos ou presidentes corruptos ou violentos, tentando dessa forma angariar a aceitação popular... Os golpistas vestem quase sempre a capa de heróis que conseguiram eliminar o mal e defensores ou portadores do bem para a sociedade.
Um golpe de estado é um acto que só consegue triunfar e manter seus propósitos, quando é aceite pela população na sua maioria, ou quando reúne forças ou capacidade violenta, o suficiente para intimidar e dominar a maioria da população descontente. Ora, sendo um ato violento (quando realizado sob intimidação armada) e portanto imoral, parece colher apoio popular nas sociedades não suficientemente alfabetizadas ou quando conseguem formas de disponibilizar recursos para o bem-estar social da população, em pouco tempo do domínio pela via da força. Também sabe-se que os governos golpistas tendem quase sempre a enveredar pelo trilho ditatorial, através do uso da força, não só como forma de intimidação da população descontente, mas como forma de fazerem valer os seus interesses e também ocultarem as suas incompetências.
A análise da evolução de várias sociedades que experimentaram golpes de estado, demonstra-nos também que os poderes militares, ou civis legitimados por militares, mesmo aqueles inicialmente apoiados pela maioria da população, acabam sempre por se desgastarem temporalmente, com consequente perda da popularidade, enveredando sempre para o trilho da ditadura violenta… Também não é menos verdade afirmar que os povos que viveram golpes de estado repetidos que conduziram a poderes ditatoriais opressores, responsáveis pelo agravamento da situação socioeconómica desses povos, tendem a desenvolver maior desprezo a esse tipo de poder e aos seus representantes.
Sendo um acto violento e portanto imoral, não é difícil perceber os reais motivos que levam alguma faixa da população com formação académica, moral e até cívica a apoiar esses actos violentos, uma vez que grande parte dessa manifestação de apoio assenta em três grandes motivações:
1. o possível ganho que esse acto violento pode aportar, sob várias formas;
2. a recuperação de algum estatuto ou bem que o governo anterior inibia de conseguir ou,
3. alguma desestruturação psicológica resultante de vivências sociais ou familiares, que levam alguns a assumirem a violência como um meio legitimo para se atingir um fim e até livrar o país e o seu povo de um mal maior!
Conforme dito anteriormente, os poderes impostos pela via da força tendem a desgastar-se ao longo do tempo, uns mais depressa que outros, conforme o grau da força que têm necessidade de usar para se perpetuarem no poder e a capacidade que tiverem para mobilizar recursos e meios e de colocá-los ao serviço da população. Esse último factor é o mais difícil de efectuar pelos ditadores golpistas, uma vez que a insegurança que os persegue durante o uso do poder, com o medo constante da perda rápida desse mesmo poder, leva-lhes a sentirem a necessidade de rapidamente desviarem os recursos naturais e financeiros do país para o garante do seu futuro e da sua família.
Ora, desgastando-se progressivamente, os ditadores golpistas tendem a perder progressivamente os apoios inicialmente conseguidos, engrossando cada vez mais o número dos contestatários. A mais difícil mudança de posição vem daqueles fervorosos adeptos que antes fizeram a questão de, logo nos primeiros momentos, manifestarem publicamente ou institucionalmente os seus apoios à essa subversão da ordem estatal ou constitucional. Esses acabam por ser vítimas das suas manifestações públicas ou institucional de imoralidade, sentindo-se posteriormente na obrigação, ou de se inibirem de manifestar publicamente os seus novos posicionamentos, a partir do momento em que a perda da popularidade desse poder violento torna-se evidente, ou então sentem-se obrigados a colocarem-se publicamente do lado da moralidade, da civilidade e do respeito pelas leis, regras e normas, correndo alguns riscos… Esse último gesto pode até ser visto como um acto de coragem, mas nem sempre é bem acolhido por aqueles que desde o início se manifestaram e até colocaram as suas vidas e o bem-estar em risco, em nome de valores sociais inalienáveis.
Como guineense, queria desde já manifestar a minha solidariedade para com todos os meus compatriotas que alguma vez foram vítimas, de forma directa ou indirecta, de poderes impostos pela força das armas, durante essas quase quatro décadas da nossa existência como país.
A história tratará de premiar uns e de julgar outros. O caminho deve ser sempre da condenação de forma incondicional de qualquer subversão violenta ou ilegal da ordem constitucional.
Jorge Herbert
domingo, 23 de dezembro de 2012
Espancado ex-Administrador de Gabú
Bastou a delegação da União Africana deixar Bissau, para que fossem retomadas as atrocidades. José Carlos, ex-Administrador da Região de Gabú, foi hoje violentamente espancado por militares, e está neste momento na unidade de cuidados intensivos do hospital nacional Simão Mendes, em Bissau. Ditadura do Consenso apurou ainda que Rui Nené também estará sob enorme pressão e até terá sido ameaçado de morte. Tudo indica que a pressão, que terá partido do PRS e dos militares, tem como finalidade fazer Rui Nené demitir-se do cargo de presidente da CNE, que acumula com o de vice-presidente do Supremo Tribunal de Justiça.
Já o ex-Procurador Geral da República, Edmundo Mendes, foi mesmo agredido fisicamente no sábado à noite, na cidade de Cacheu, por militares e elementos da Guarda Nacional Guineense, segundo acusações do próprio em conferência de imprensa, hoje, na sua residência em Bissau. AAS
Militares agridem antigo PGR Edmundo Mendes
O antigo Procurador-Geral da República da Guiné-Bissau Edmundo Mendes disse este domingo ter sido agredido fisicamente no sábado a noite, na cidade de Cacheu, por militares e elementos da Guarda Nacional Guineense.
Em conferência de imprensa na sua residência, Edmundo Mendes, que exerceu o cargo de Procurador-Geral guineense entre agosto de 2011 e agosto de 2012, afirmou que tem sido "alvo de perseguições" desde que deixou o cargo de Procurador. "Quando deixei o cargo de (Procurador) prometi a mim mesmo não falar publicamente e não tenho estado a falar, mas desde o dia a seguir em que fui exonerado tenho sido alvo de perseguições permanentes e cada vez com mais intensidade", notou Edmundo Mendes. LUSA
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