quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Gâmbia e Senegal discutem Casamansa


Uma delegação de alto nivel representando a Gambia encontrou-se na passada segunda-feira com o presidente senegalês Macky Sall para discutir das perturbações actuais na região da Casamansa no sul do Senegal, segundo fontes oficiais. No domingo passado, o governo gambiano obteve a libertação de oito soldados senegaleses, capturados por uma facção do Movimento das Forças Democraticas da Casamansa (MFDC), leal a Salifo Sadjo, declararam os responsaveis gambianos. Esta libertação aconteceu alguns dias apenas de terem completado um ano de cativeiro.

Os soldados capturados foram entregues domingo por uma delegação de responsaveis do governo enviados à Casamansa pelo presidente gambiano Yahya Jammeh. O ministro dos Assuntos Presidenciais Njogou Bag, dirigiu essa delegação comprendendo altos responsaveis governamentais, o embaixador americano na Gambia e os membros da Federação internacional da Cruz-Vermelha e do Crescente-Vermelho. Esta equipa deslocou-se à Dakar para entregar os soldados as autoridades senegalesas, indicou Sr. Bag. O MDFC reivindica a independência da Casamansa desde 1980. O conflito ja fez milhares de mortos e que afecta seriamente as relaçéoes entre os dois paises vizinhos.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Reacções internas à normalização política; CEDEAO toma medidas


1 . Os militares implicados no golpe de Estado de 12 de abril e meios político-partidários com os mesmos conotados, em especial a ala do PRS obediente a Kumba Yalá, estão a reagir com atitudes interpretadas como sendo de desconfiança e/ou insegurança às tendências que se desenham no sentido da resolução da crise.

Factos ilustrativos:

- O FPP-Forum dos Partidos Políticos, entidade dominada pela referida ala do PRS (Artur Sanhá, actual presidente da Câmara Municipal de Bissau e principal activista), mas da qual fazem nominalmente parte cerca de vinte outros partidos sem qualquer expressão, contestou publicamente o compromisso, alargado ao PAIGC, com base no qual o funcionamento anormal da Assembleia Nacional Popular foi retomado.

- Os militares, em relação aos quais já se vinham notando sinais de incomodidade face ao cenário de normalização política, ordenaram medidas de prevenção e reforço das Forças Armadas – por exemplo, um plano urgente de recuperação técnica de tanques dados como inoperacionais.

A reacção de ambos os sectores (e suas ramificações na sociedade), decorre de percepções/previsões segundo as quais a evolução que se desenha conduzirá ao fim do actual “status quo”, pós-golpe de Estado; supõe-se que pretendiam prolongar no tempo, ainda que reajustado, o papel preponderante que, de facto, até agora têm exercido. A inclinação que ultimamente vinham deixando transparecer e que consistia na dissolução da Assembleia Nacional Popular (criação em seu lugar de um Conselho Nacional de Transição, vigente por dois anos e encabeçado por Kumba Yalá), também teve um efeito acelerador na mudança de linha da CEDEAO. A notória incomodidade que a ala do PRS identificada com Kumba Yalá revela face ao momento actual é especialmente devida à reabilitação política e institucional do PAIGC. A marginalização e ofuscamento a que este partido estava sujeito era vista como vantagem para implantar o PRS.

2 . A presente evolução da situação adquiriu dinâmica considerada irreversível numa reunião conjunta promovida pela União Africana, em Adis Abeba, em que pela primeira vez desde o golpe de Estado se registou um espírito de “ampla harmonia” entre todas as partes – ONU, União Europeia, CEDEAO e CPLP.

Na esteira da reunião foram postas em marcha ou estão agendadas medidas como as seguintes:

- Em marcha está já o reforço da missão militar da CEDEAO, ECOMIG, em efectivos e material (mais cerca de 500 homens, na sua maioria oriundos da Nigéria; artilharia e blindados ligeiros e pesados).

- Agendadas: missão conjunta, UA, ONU, União Europeia, CEDEAO e CPLP, de 16 a 21 de dezembro, conforme decisão tomada em Adis Abeba; tem a finalidade de acertar com as autoridades um plano de normalização político-constitucional, abrangendo aspectos como realização de eleições e lançamento imediato de um plano de reforma das FA.

O embaixador dos EUA em Dacar, Lewis Lukens, comunicou também a intenção de se deslocar a Bissau (onde também está acreditado), em data coincidente com a presença da missão conjunta. Os EUA denotam preocupações anormais com a realidade do narcotráfico na Guiné-Bissau e na região. O escritório de representação dos EUA em Bissau, à frente da qual se encontra Russel Hanks, supostamente um perito em matérias como narcotráfico e terrorismo (18 anos de missões no Médio Oriente; domínio da língua árabe), é considerado centro de uma rede alargada, destinada a acompanhar o narcotráfico e suas conexões. A preocupação dos EUA está relacionada com o braço da Al Qaeda, consabidamente implantado em regiões do Norte de África geograficamente próximas da Guiné-Bissau. O finaciamento de actividades terroristas da Al Qaeda provém em geral do crime organizado – narcotráfico, exploração ilícita de recursos naturais, etc.

3 . O reforço da ECOMIG aparenta ser ditado por razões como elevar a sua capacidade militar face a “imprevistos” que as actuais circunstâncias político-militares tornaram mais prováveis, mas também equiparar a sua grandeza à de um contingente da CPLP que a ela se juntará para constituir uma força militar mais alargada.

Brasil, Angola, Ghana e Moçambique são os países que, em princípio, integrarão a nova força internacional de estabilização na Guiné-Bissau – a que também se poderão juntar destacamentos de outros países africanos. A função chave da nova força será a de acompanhar/prestar assistência ao processo de reforma das Forças Armadas.

Para alojar os efectivos de reforço da ECOMIG a CEDEAO pediu a cedência do quartel de Mansoa, onde está alojado um Batalhão descrito como leal ao CEMGFA, General António Indjai. A localidade de Mansoa apresenta especial importância geográfica, como cruzamento viário e local de uma ponte indispensável para ligar o Norte ao Sul do territóriio. Informações não inteiramente verificadas, mas consideradas suficientemente credíveis, indicam, também, que a ECOMIG, no quadro de medidas excepcionais alvitradas pelas presentes circunstâncias, selou e montou guarda aos princiupais paióis militares, incluindo o de Brá, nos arredores de Bissau.

António Indjai dispõe actualmente de uma força privativa, vulgo “guarda pretoriana”, que se estima ser constituída por cerca de 300 homens, quase todos balantas; controla também uma rede de contra-inteligência (Ten/Cor Tchipa, chefe). O seu quotidiano é sujeito a medidas de segurança como nunca pernoitar no mesmo local em dias sucessivos. O Estado, na situação de penúria em que o Tesouro se encontra, não dispõe de meios financeiros para suportar as despesas militares (que A Indjai considera prioritárias). A evidência dá azo a conjecturas segundo as quais provem do narcotráfico o grosso dos meios usados para tal fim. Os militares são os principais agentes da actividade. AM

PAIGC: Bá Quecuto na pole position


Braima Camará, vulgo “Bá Quecuto” prepara-se para anunciar a sua candidatura à presidência do PAIGC, logo a seguir à prevista reconfirmação pelo Comité Central - na sua reunião nos dias 15 e 16 de dezembro - da data antes anunciada para o congresso do partido, 16 a 20 de janeiro de 2013. As previsões, cada vez mais fundadas, de que será eleito, despertaram interesse no conhecimento da sua pessoa por parte de serviços de informações e na diplomacia de países com ligações mais estreitas à Guiné-Bissau.

Sem pressões: Joseph Mutaboba, representante do secretário-geral da ONU na Guiné-Bissau, termina mandato no final do ano. Depois, bem, depois logo se verá... E, não, Mutaboba não sairá por causa de pressões das autoridades ilegítimas, golpistas e traficantes da Guiné-Bissau! AAS

Guiné-Bissau: Paulo Portas aborda Ban Ki-Moon


O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, vai reunir-se com o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) durante a sua deslocação a Nova Iorque, (hoje e amanhã), informou o seu gabinete. Durante o encontro com Ban Ki-moon, Portas abordará as situações na Guiné-Bissau, Timor-Leste e Síria, bem como o processo de paz para o Médio Oriente.

Do programa consta ainda um almoço com os embaixadores dos países que coincidiram com Portugal no Conselho de Segurança das Nações Unidas e uma intervenção no debate sobre operações de paz das Nações Unidas, que este promove na quarta-feira, dia 12 de Dezembro. O mandato de Portugal no Conselho de Segurança, recorde-se, termina a 31 de Dezembro deste ano.

Pedro Pires e Guebuza com a Guiné-Bissau na agenda


O Presidente de Moçambique, Armando Guebuza, recebeu hoje, em audiência, o ex-presidente de Cabo Verde, Pedro Pires, que está de visita a Moçambique, como convidado da Conferência Africana da Juventude sobre Democracia e Boa-Governação. No encontro com Pedro Pires, que ainda este ano esteve no país por ocasião da cimeira da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), os dois dirigentes passaram em revista vários assuntos de interesse da comunidade e fizeram uma radiografia sobre a situação política. No final da audiência, o ex-presidente cabo-verdiano disse a imprensa que a ocasião serviu para discutir com o estadista moçambicano assuntos de interesse comum, em particular a situação na Guiné Bissau.

"É necessária uma intervenção de fórum político capaz de contribuir para solucionar a crise na Guiné Bissau que agudiza com os golpes de Estado", disse o ex-presidente. Palco de uma forte instabilidade política e plataforma para o narcotráfico, a Guiné-Bissau sofreu o seu último golpe de Estado a 12 de Abril último, quando foram depostos o Primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior e o Presidente interino, Raimundo Pereira, entre as duas voltas das eleições presidenciais. África21

LGDH diz que "cidadãos enfrentam restrição dos direitos fundamentais"


A Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) sublinhou que os cidadãos guineenses enfrentam atualmente uma restrição ilegal dos seus direitos e liberdades fundamentais. Em comunicado de imprensa no âmbito das comemorações do Dia Internacional dos Direitos Humanos, a Liga guineense referiu que, de entre outras liberdades em causa constam a da manifestação, de realização de reuniões, a liberdade de imprensa e de expressão.
«Neste contexto, o silêncio acabou por constituir o refugio dos principais actores políticos e sociais como forma de salvaguardarem a sua vida e a integridade física», lê-se no comunicado. De acordo com a LGDH, mesmo ao abrigo destas estratégias não aceites em democracia e inadmissível, várias pessoas já foram vítimas de violação dos seus direitos, apontando como exemplo os recentes casos de espancamento de Inacuba Djola Indjai, Silvestre Alves e do assassinato de Luís Ocante da Silva pelos militares. «As informações provenientes dos arquipélagos de Bijagós sustentam o assassinato de quatro pessoas em Bolama, na sequência da alegada tentativa de golpe de Estado a 21 de Outubro», refere o documento.

Por outro lado, a Liga lembrou também que o golpe de Estado de 12 de Abril representa um crescente recuo nas conquistas alcançadas nos últimos anos em termos de consolidação de Estado de direito democrático na Guiné-Bissau. «Assiste-se progressivamente a um aumento galopante do nível de violência, de pobreza extrema, de desigualdade social entre homens e mulheres, bem como do crime organizado», disse a organização. A LGDH é de opinião que a Guiné-Bissau reclama uma genuína e verdadeira reconciliação nacional, fundada nos valores da justiça tolerância, diálogo inclusivo e respeito pelos direitos humanos. A organização caracterizou o atual momento por que passa o país de «violência generalizada, sentimentos irredutíveis de ódio e vingança, o que, se assim acontecer, os guineenses jamais lograrão a paz e a estabilidade sem a justiça e reformas nos sectores de Defesa e Segurança.

A máscara do ódio


Não sei qual o sentimento que assalta os meus compatriotas ao ver ou ouvir o Antonio Artur Sanha falar. A mim, não vos escondo que, causa-me arrepios e causa-me desprezo, mas principalmente cria apreensão na minha mente. Creio que criara também apreensão em quaisquer mente sã.

Cada intervenção desse politico brutal e radical, seja na radio ou na televisão, é um caso clinico de exercicio gratuito de esquizofremia, de violência verbal e odio incubido numa mente doentia, complexa e retrogada. Esse senhor, que se pretende ser nosso dirigente, não deve ter lugar na politica guineense e nem merece ser um dirigente da sociedade, pois não tem profil nem postura para tal.

Enquanto infundadamente acusa outros dos piores crimes,  esquece que, a sua carreira politica esta manchada de corrupção, banditismo de estado e crimes de sangue, entre eles o de Florinda Batista, sua amante,mesteriosamente morta, por ter visto o que não devia..., diz-se, a filmagem sadica do brutal assassinato de Ansumane Mané às mãos dos militares balantas a mando e a soldo de Kumba Yala. Esse homem, infelizmente, um animal social, em cad sua intervenção publica, propala o odio e o extremismo tribal na sua essência mais primitiva.

Artur Sanha mostrou recentemente o seu poder de intimidação e de selvajaria, pois bastou ir a uma famosa radio local para silenciar as vozes da oposição e da sociedade civil que se opõem ao regime da barbarie instalada hoje na Guiné-Bissau. Hoje por hoje, nenhuma radio ousa, seja nos noticiarios, seja nos debates semanais, relatar ou condenar as barabaridades cometidas diariamente pelos militares sob as ordens do PRS. No tom belicoso e odioso que lhe caracteriza, disse no seu monologo com o seu « entrevistador », bem ao jeito de advertir os seus adversarios e pôr um ponto final no assunto, disse em bom tom : «nôs ganhamos a guerra e temos o direito de mandar. Quando os outros mandavam calavam-se, agora que nôs mandamos, estão aqui a mandar bocas. Quem voltar a falar aqui a insultar-nos e a pôr em causa a nossa legitimidade de mandar, sentira as devidas consequências ».

Depois dessas ameaças, nem um pio. Todos se metem ao abrigo das sevicias dos esquadrões da morte que em plena actividade e pomposamente circulam impunemente por Bissau.

Porém, gostaria de perguntar a esse obtuso senhor que expele odio e ressentimentos de complexo em catadupa : a qual « guerra » e a qual « nôs » esta-se a referir ?!

A guerra de Libertação Nacional, decerto que não é, porque não a ganharam de certeza absoluta. Quiça a guerra dos golpes de estado e do assalto do poder pela força que esta em vigôr na Guiné-Bissau !!. Ao « nôs » esta implicito de que se referia aos balantas, porém a minha duvida é, se todos os balantas se revêm nesse « nôs » do Artur Sanha. Se assim fô, então amanhã fazeremos as nossas contas.

Ontem de novo, nas ondas da RDP-Africa, o odioso da sua voz se fez sentir mais uma vez e como sempre, remando a contra corrente da reconciliação e da paz social. Essa figura de agoiro, volta a lançar ameaças veladas ao pais, contestando e pondo em causa de forma intimidatoria a viabilidade do arranjos politicos encontrados no seio da ANP para a « saida da crise ».

Da constatação logica da sua atitude de frustação por ver o seu plano de assalto ao poder através do famigerado nado morto do CNT engendrado por Dahaba Na Walma cair por ter com esse arranjo parlamentar, à forçada interrogação que assalta a minha mente quando oiço ou assisto as bavardices verbais desse senhor : o quê, ou quem, é que esta por tras de Artur Sanha para se atrever a toda essa deriva verbal e ameaças que tem proferido ultimamente no pais... isto é se bem entender-mos que não muito tempo, ele fazia profil baixo e voava baixinho,...mesmo baixinho.

Posto este cenario de exercicio gratuito de violência por parte dessa espécie de exterco politico-social, a violência e os desmandos militares e politicos tão do seu agrado e habito..., seguem imparavelmente o seu caminho de impunidade, enquanto o Povo sofre e é massacrado por uma pequena elite de barbaros que pensa que o poder se impora pela violência e aniquilação fisica dos seus adversarios mais capazes e mais aptos para dirigir o pais. Sendo certo que é essa a realidade que hoje se vive na Guiné-Bissau, mas estou certo de que, chegara inevitavelmente, o dia em que darão conta de que, nem sempre sera assim e, nesse momento, ou deixarão de se vangloriar de serem diferentes e detentores do poder pela via da força e da violência, ou serão ultrapassados pelos argumentos que tornam cada guineense diferentes e servidor do seu pais, pela via da razão e da capacidade humana, tanto social como intelectual.

Bem haja Povo da Guiné-Bissau

Pedro Gomes

MALI: Primeiro-Ministro demite-se depois de ser detido


O Primeiro ministro maliano anunciou esta terça-feira de manhã à televisão nacional a sua demissão e do seu governo. Um anuncio que se seguiu poucas horas apos a sua detenção pelos ex-militares golpistas que destituiram o president Amadou Toumani Touré em março ultimo. "Eu Cheick Modibo Diarra, apresento a minha demissão e do meu governo", declarou esta terça-feira de manhã o Primeiro-ministro maliano aquando de uma breve alocução à Radio Televisão do Mali (ORTM) sem dar mais explicações sobre a sua demissão.

Ar grave e crispado, Cheick Modibo Diarra, vestindo um fato de cerimonia e gravata sobrios, simplesmente agradeceu aos seus colaboradores e desejou à "nova equipa" que lhe sucederá sucessos na sua missão num pais onde o norte do territorio esta totalmente ocupado pelos islamistas armados ligados a Al-Qaïda. A sua intervenção aconteceu apenas algumas horas apos a sua detenção no seu domicilio de Bamako por uma vintena de militares sob as ordens do capitão Amadou Haya Sanogo, antigo chefe dos golpistas. Esta informação é confirmada de fontes seguras.

Estava prevista a partida de Cheick Modibo Diarra a partir de segunda-feira passada a fim de se submeter a um contrôlo médico em França, de acordo com o seu circulo mais proximo. "Ele preparava-se para partir para o aeroporto quando soube que as suas bagagens tinham sido desembarcadas do avião que devia leva-lo à França" regressando assim ao seu domicilio onde foi posteriormente detido pelos militares. Cheick Modibo Diarra tem-se pronunciado sucessivamente a favor de uma intervenção rapida de uma força militar internacional no norte do Mali.

Esta detenção suscita muitas interrogações quanto ao futuro do Mali, que atravessa ha mais de um ano uma crise sem precedentes que conduziu a divisão do pais e uma intervenção militar armada estrangeira esta em estudo tendo como objectivo escorraçar os islamistas armados ligados a Al-Qaïda que ocupam a parte norte do territorio, a qual é contestado vigorosamente em particular pelo capitão Sanogo.

Aquando da sua arrestação os militares "deitaram literalmente a porta da residência do Primeiro Ministro abaixo levando-o brutalmente", acrescenta, sob cobertura do anonimato, um membro proximo das relações do primeiro-ministro que assistiu à sua detenção.

Fonte: L'EXPRESS.fr

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Apoie esta causa pelo Povo da Guiné-Bissau


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Frustração dos cidadãos e desobediência em meio à desordem


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Guiné-Bissau: o relatório de Ban Ki-Moon na íntegra


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LGDH - Dia Internacional dos Direitos Humanos


MEMBRO DE:

 FIDH – Federação Internacional dos Direitos Humanos
 UIDH – União Internacional dos Direitos Humanos
 FODHC-PALOP – Fórum das ONGs dos Direitos Humanos e da Criança dos PALOP
 Fundador do Movimento da Sociedade Civil
 PLACON – Plataforma de Concertação das ONGs
MEMBRO OBSERVADOR JUNTO DE:
 CADHP – Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos

Comunicado à Imprensa

O mundo celebra hoje, 10 de Dezembro, o dia Internacional dos Direitos Humanos sob o lema “A minha Voz Conta” alertando a consciência da humanidade sobre a necessidade de inclusão e da promoção de uma participação ativa de todos os cidadãos na vida pública, independentemente, do sexo, da religião da tribo da condição física e mental e da idade. Foi precisamente, nesta data que a Assembleia Geral das Nações Unidas adotou em 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, um documento que conferiu à humanidade uma convergência e visão comum sobre os valores da dignidade e ideais da paz e desenvolvimento.

Com a aprovação desta carta magna dos direitos humanos, a humanidade virou a página deixando por de trás, rastos, de destruição, de ódio, de espírito de vingança enfim, de enorme tristeza e atrocidades. Estas más memórias deram lugar a esperança, a tolerância, a solidariedade e ao respeito escrupuloso pelos direitos humanos, enquanto fundamentos dos estados modernos e a fatores imprescindíveis para a consolidação da paz.

Por conseguinte, a problemática da promoção e respeito pelos direitos humanos nos dias de hoje, representa um condicionalismo forte para o acesso às ajudas públicas e às parcerias estratégicas no concerto das nações. Aliás, o alcance do progresso e do desenvolvimento, dependem necessariamente, do respeito pelos direitos humanos consagrados nos instrumentos jurídicos nacionais e internacionais.
 
Contudo, estas comemorações acontecem num momento peculiar da história recente da Guiné-Bissau, marcada pela profunda crise politica, decorrente da alteração da ordem constitucional, no dia 12 de Abril 2012.

Esta sublevação militar provocou um grande recuo nas conquistas alcançadas nos últimos anos, em termos da consolidação do estado de direito e democrático. Porquanto, assiste-se progressivamente um aumento galopante de violência, da situação de pobreza extrema, da desigualdade social entre os homens e mulheres e do crime organizado.

Os cidadãos enfrentam, na sequência do mesmo acontecimento, uma restrição ilegal dos seus direitos e liberdades fundamentais, nomeadamente as liberdades de manifestação, da reunião, de imprensa, da expressão, entre outras.

Neste contexto, o silêncio acabou por constituir o refúgio dos principais atores políticos e sociais, como forma de salvaguardar a vida e integridade física. Mesmo ao abrigo destas estratégias democraticamente, inadmissíveis, vários cidadãos foram vítimas arbitrariamente, de violações graves dos seus direitos e liberdades fundamentais, tais como, os casos de espancamentos brutais de dois líderes de oposição, nomeadamente Iancuba Djola N’Djai e Silvestre Alves, tortura e execução sumaria de um cidadão de nome Luís Ocante da Silva.

Ainda, no mesmo diapasão, as informações provenientes dos arquipélagos de Bijagós, sustentam com plena propriedade, a tese de assassinatos de 4 cidadãos em Bolama, na sequência do assalto ao Aquartelamento Militar de Para-Comando a 21 de Outubro do corrente ano.

Em face do exposto, o clima político-militar e a situação no país reclama de uma vez por todas, uma genuína e verdadeira reconciliação nacional, fundada nos valores da justiça, tolerância, diálogo inclusivo e respeito pelos direitos humanos.

Porém, o atual status quo, caracterizado pela violência generalizada, sentimentos irredutíveis de ódio e vingança, associada a impunidade, evidencia que os guineenses jamais, lograrão a paz e estabilidade, sem a Justiça e as reformas profundas do estado, em particular no sector da defesa e segurança.

Por conseguinte, seria um atentado aos desideratos do estado de direito e ao processo da consolidação da paz, não fazer referencia mais uma vez, a ausência de progressos em relação as investigações dos crimes de índole politico que ocorreram nos últimos anos, mormente, os assassinatos do Presidente Nino Vieira, do General Batista Tagme Na Way, dos Deputados Hélder Proença, Baciro Dabó e recentemente do Majores Samba Djaló, Iaia Dabo e finalmente do desaparecimento do Deputado Roberto Ferreira Cacheu.

Conquanto, a LGDH aproveita esta ocasião para exigir das autoridades judiciais um rápido esclarecimento cabal e transparente dos acontecimentos trágicos acima referidos, como forma de erradicar a impunidade no país, e criar bases solidas rumo à consolidação da paz e a reconciliação nacional.

Para concluir, a luz do lema do presente ano “A Minha Voz Conta”, a sociedade guineense deve abraçar doravante os ideais dos direitos humanos como critérios e bases de uma convivência pacífica solidaria em que todos os cidadãos, homens, mulheres, pessoas com deficiência, crianças, idosos emigrantes, possam desfrutar de igualdades de oportunidades em todas as esferas da vida.
 
Feito em Bissau aos 10 dias do mês de Dezembro 2012
 
A Direção Nacional
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domingo, 9 de dezembro de 2012

Orango: a ilha dos hipopótamos especiais


A ilha de Orango, na Guiné-Bissau, tem hipopótamos únicos no mundo e que "salvam" vidas. Por causa deles, a ilha tem uma lancha rápida para levar doentes e escolas e centros de saúde arranjados e a funcionar. Os hipopótamos de Orango vivem em água doce e água salgada. Especialistas dizem que há outros locais no mundo onde estes animais vivem nos dois habitats mas que é só em Orango, no arquipélago dos Bijagós, que há hipopótamos exclusivamente de água salgada.

Os hipopótamos vivem e circulam por várias ilhas, mas é em Orango que se junta a maior comunidade, ainda que não se saiba ao certo quantos. Mas sabe-se que Orango tem um hotel onde os lucros revertem para melhorias na ilha, com o envolvimento e aplauso da comunidade. Belmiro Lopes é guia em Orango e diz que no ano passado contaram-se cerca de 200 hipopótamos. Os hipopótamos "todo o dia ficam aqui na água doce e à noite vão para a água salgada porque aqui na água doce há um bicho que se mete na pele. Na água salgada ficam lá uma ou duas horas, o bicho morre e eles vão comer, depois voltam para a água doce", conta à Lusa, a escassos metros de algumas dezenas de hipopótamos, meio escondidos numa lagoa de água doce.

Pierre Campredon, conselheiro técnico da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), explica à Lusa que os hipopótamos da Guiné-Bissau (hippopotamus amphibius, nome científico) não são diferentes em termos de espécie (hipopótamo comum) mas sim em termos ecológicos. A espécie (comum) está na lista vermelha do IUCN. "Não fizemos a análise do património genético mas pensamos que é uma evolução. Porque os Bijagós, há milhares de anos, era uma zona de delta de dois rios, o arquipélago era uma zona de água doce e pouco a pouco foi-se tornando marítima, dando tempo aos hipopótamos para se adaptarem", explica à Lusa. Hoje, os hipopótamos dos Bijagós precisam de água doce para beber, mas muitos deles vivem permanentemente na água salgada, o que os faz únicos no mundo. 

"Há dias estávamos na ilha de Unhocomozinho e vimos chegar um (vindo do mar). As pessoas fizeram-no fugir e ele foi visto depois na ilha de Unhocomo", conta Pierre Campredon. O especialista confirma que a maior parte dos hipopótamos dos Bijagós está em Orango, classificada como Parque Nacional, e diz que já existiram noutras ilhas, como em Formosa, Caravela ou Bubaque, admitindo que em Orango não cheguem aos 200 referidos por Belmiro Lopes. Segundo Aissa Regala, coordenadora do Seguimento das Espécies e dos Habitats, do Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas (IBAP) da Guiné-Bissau, em Janeiro será iniciada em Orango uma nova contagem de hipopótamos.

A espécie vive também em rios e lagoas do continente, lembra, acrescentando que na zona de Cacheu (norte) vão ser vedados campos de arroz por causa dos animais. Em Orango a protecção das bolanhas (campos de arroz) com cercas elétricas para evitar a intrusão dos hipopótamos foi um sucesso e a produção "quase duplicou", de acordo com Pierre Campredon. Se é certo, como lembra Belmiro Lopes, que o hipopótamo é um "animal emblemático", que surge nas pinturas e nas danças dos Bijagós, se é certo que no ano passado quase mil pessoas visitaram a ilha para ver os animais, é certo também que esses mesmos animais destruíam os campos de arroz, provocando a ira das populações.

Publicidade enganosa


O 'Ministro da Presidência do Conselho de Ministro, Assuntos Parlamentares e Porta-voz do Governo de Transição' da República da Guiné-Bissau, Fernando Vaz, anunciou nos órgãos de comunicação social que, o Primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior havia sido acusado pelas mortes de Hélder Proença e Baciro Dabó, e de que havia sido pedida a sua comparência em Bissau para, no dia 10 de Dezembro de 2012, prestar declarações.

Em 30 de Novembro de 2012, O Primeiro-ministro recebeu cópia de uma queixa, pelo crime de denúncia caluniosa, solicitando-se a sua comparência em Bissau, para, no dia 10 de Dezembro, ser ouvido por entidade judiciária.

O DIAP e a Polícia de Segurança Pública portuguesa, tiveram acesso integral, à queixa-crime instaurada contra o PM.

O Primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, afinal, não é acusado da morte de ninguém. É sim acusado de:

1 - Ter enviado ao então Procurador-Geral da República registos magnéticos e outros documentos que lhe foram entregues pelas chefias militares, que diziam ter interceptado um golpe de Estado;

2- De, por ofício de 2011, ter solicitado ao Ministério Público esclarecimentos sobre o despacho de arquivamento no processo de averiguações da tentativa de golpe de Estado.

Para se ser fiel ao que realmente existe, em termos de processo, contra o Primeiro-ministro legítimo da Guiné Bissau, anexa-se cópia integral da queixa que foi enviada às autoridades portuguesas que se encarregaram de efetivar a notificação solicitada.

Mais se informa, que tudo quanto diz respeito a este processo, será levado ao conhecido do público. Estejam atentos.

Chegou o momento de todos saberem o que efectivamente aconteceu e as pessoas envolvidas nos lamentáveis acontecimentos de 4 e 5 de Junho de 2009.

Assinatura: um cidadão atento"