segunda-feira, 15 de outubro de 2012

GÂMBIA: YAHYA JAMMEH traduzido à justiça pela execução de nove pessoas


A Associação da Sociedade civil Gambiana (CSAG) depositou, sabado 13 outubro 2012 uma queixa junto ao Tribunal da CEDEAO com sede em Abuja, na Nigéria, contra o regime do presidente Yahya Jammeh. Esta acção judiciaria tem por finalidade defender e tentar proteger os direitos de 38 condenados à morte detidos neste momento na prisão Mile2 de Banjul cujas vidas estão dependentes da vontade do Presidente Yahya Jammeh. A mesma acção visa igualmente obter da CEDEAO que Yahya Jammeh responda por ter feito executer 9 prisioneiros em agosto ultimo.

No dossier depositado pelo advogado françês François Serres, seu colega maliano Mamadou Ismaila Konate e o advogado ghanês Anthony Akoto Ampaw junto dos serviços de diligência do tribunal comunitario, os autores da queixa que pretendem salvar a vida desses 38 prisioneiros, solicitam ao Tribunal da CEDEAO de pronunciar no sentido de que, "a Republica da Gambia violou a Carta Africana dos direitos do Homem e do Povos, os tratados internacionais relativos aos direitos civis e politicos, o direito costumeiro internacional, as normas basicas do direito internacional, o direito à vida, a interdição de tratamentos crueis, in-humanos ou degradantes, o principio da legalisdade dos delitos e das penas e o direito a um processo équitavel".

Conscientes de que Yahya Jammeh pode a qualquer momento cometer uma outro loucura, trata-se sobretudo para a CSAG de tantar obter do Tribunal da CEDEAO uma notificação/injunção formal segundo a qual, "a manutenção desses 38 prisioneiros nos corredores da morte de Banjul é uma violação volontaria e deliberada dos principios os mais elementares da vida humana" e de exigir a Yahya Jammeh "de pôr fim definitivamente a essas execuções programadas". Na mesma senda os queixosos constituiram-se partes civil para 9 outros presioneiros, executados em agosto ultimo na prisão Mile2 de Banjul sob as ordens de Yahya Jammeh.

Solicitam no respectivo requerimento que a Gambia seja condenada a pagar 1 milhão de dolares de indemnização às familles dos 9 executados, a CSAG faz sobretudo saber que "]essas pessoas não foram sequer autorizados a dizer adeus, muito menos ainda conhecer a data das execuções e os locais onde foram sepultados aos seus entes mais prôximos". A CSAG solicitou assim ao Tribunal da CEDEAO "de ordenar que a Republica da Gambia entregue aos familiares dos 9 detidos recentemente executados os respectivos corpos afim que elas possam lhes dispensar uma sepultura digna e lhes dedicar as ceremônias religiosas necessarias tal como se passa em circuntâncias da morte de uùm prôximo".

Terra de ninguém


- Dois supostos policias, fardados como GNR (farda preta) e mais três outras pessoas sem identificação, numa viatura sem matricula, invadiram ontem por volta da 1 da manhã a casa de um gambiano, funcionario de um chinês que exporta madeira e levaram 50 milhões de francos CFA com a acusação verbal de trafico de drogas. Ele não foi preso e nem lhe passaram qualquer recibo pela apreensão. Droga que é bom, nem sinal... O dinheiro e os policiais sumiram simplesmente.

- Passaportes disponiveis apenas para os muçulmanos que irão a Meca. Os simples mortais que esperem. Há doentes para evacuar e centenas de pessoas que querem viajar e não podem... AAS

Francofonia exige eleições "no mais curto espaço de tempo"


Os Chefes de Estado e de governo dos paises da Francofonia "apelaram", ontem em Kinshasa, à realização no "no mais curto espaço de tempo" de eleições presidencial e legislativas, "fiaveis e transparentes" na Guiné-Bissau, pais suspenso das suas instancias depois do golpe de estado de abril ultimo.

Um presidente de transição, Manuel Serifo Nhamadjo, foi designado em maio em Bissau, na sequência de discussões e entendimentos entre os militares golpistas e a CEDEAO. O economista Rui Duarte Barros foi por sua vez escolhido para o posto de Primeiro ministro em maio, tendo como missão de organizar as eleições gerais no prazo de um ano. Numa resolução – não vinculativa – sobre as situações de saida de crise adoptada ontem, domingo, a Francofonia enumera todas as acções a seguir nesse pequeno pais africano : "consolidar duravelmente a paz e a democracia", "restaurar a justiça", "lutar contra a impunidade", "implimentação de uma reforma credivel do sector da segurança"... E, de novo, a organização insiste sobre a necessidade de "lutar resolutamente contra o trafico de droga, com o poio dos parceiros internacionais".

Pais com uma situação de instabilidade cronica, a Guiné-Bissau foi de novo sacudida por um golpe de estado militar ocorrido a 12 de abril, no intervalo das duas voltas da eleição presidencial. A segunda volta deveria opôr o ex-Primeiro ministro Carlos Gomes Junior e o ex-presidente Kumba Yala. O dirigentes depostos pelo golpe de estado recusaram-se a reconhecer as autoridades de transição. Apos o golpe de estado, a Francofonia suspendeu imediatamente da suas instâncias a Guiné-Bissau, tal como fizera a União Africana (UA). Esta decisão implica o congelamento de todos os programas da Francofonia nesse pais, "à excepção dos programmes que beneficiam directamente as populações civil e daqueles quepossam contribuir ao resrabelecimento da democracia".

Missão conjunta da ONU-CPLP-CEDEAO-UA esperada a todo o momento


Uma missão conjunta da ONU, da Comunidade dos Paises de Lingua Portuguesa (CPLP), da Comunidade Economica dos Estados da Africa Ocidental (CEDEAO) e da União Africana (UA) é esperada a todo o momento na Guiné-Bissau, indicou sexta-feira em Dakar, 12 de outubro, Joseph Mutaboba, Representante Especial do Secretario Geral das Nações Unidas na Guiné-Bissau.

Durante uma conferência de imprensa na capital senegalesa, Joseph Mutaboba, precisou que essa missão tera incumbência avaliar a situação no terreno em Bissau a fim de harmonizar, sob os auspicios das Nações Unidas, as posições dos parceiros sobre a crise politico-militar prevalecente. "Uma vez em Bissau, essa missão vai encontrar-se com as autoridades de transição, assim como com as outras diferentes partes do conflito", acrescenta esse diplomara onusino. Joseph Mutaboba aproveitou a ocasião para lançar um vibrante apelo as actuais autoridades Bissau-guineeses no sentido de se dignarem se empenhar seriamente no restabelecimento o fio do dialogo rompido apos o golpe de 12 de abril 2012.

Nessa mesma conferência lamentou a morte em janeiro 2012 do Presidente Guineense, Malam Bacai Sanha que provocou a anulação da Conferência Nacional de Reconciliação que estava prevista de 14 a 18 janeiro 2012. Falou igualmente do se à Dakar, Mutaboba do statu quo que impera na Guiné-Bissau com uma Assembleia Nacional que não fonciona depois do 12 de abril ultimo. Entretanto, disse que, é sua opinião de que a solução desta crise reside na vontade de todas as forças vivas da Nação Guineense de restabelecer e enveredar por um dialogo inclusivo no mais breve espaço de tempo.

Mutaboba é hoje corrosivamente criticado pelos altos oficiais das Forças Armadas que lhe acusam de imparcialidade e de tomar parte e posicionar-se a favor de Carlos Gomes Junior, no exilio. Rui Landim, analista politico, num dos seus comentarios radiofonicos, pede simplesmente que este renuncie ao seu cargo. "Joseph Mutaboba falhou na sua missão de consolidação da paz na Guiné-Bissau, com a agravante que é na sua presença que foram assassinados friamente, Nino Vieira, o general Baptista Tagmé na Wai, os deputados Baciro Dabo, Helder Proença, etc", conclui esse conhecido comentador da capital guineense.

domingo, 14 de outubro de 2012

Presidente da Mauritânia alvejado a tiro


O presidente da Mauritânia, Mohamed Abdel Aziz, ficou ferido no sábado ao ser atingido por um tiro disparado "por erro" por uma unidade militar, segundo o ministro da Comunicação, Hamdi Ould Mahjoub. Em declarações à televisão pública, citadas pela agência francesa AFP, Hamdi Ould Mahjoub esclareceu que se tratou de "um tiro por erro contra a comitiva do presidente, que voltava do interior do país" e que a unidade militar de origem do tiro não sabia que se tratava da comitiva presidencial.

Fontes policiais citadas pela agência espanhola EFE tinham inicialmente referido que o presidente tinha sido alvo de um atentado no norte do país, a 40 quilómetros da capital, Nuakchot. "O povo mauritano pode estar tranquilo, o presidente está bem, está a ser tratado no hospital nacional. Ficou ligeiramente ferido, mas saiu por si próprio da viatura quando chegou ao hospital e andava sem dificuldades", referiu o ministro.

sábado, 13 de outubro de 2012

JOÃO SOARES, JOÃO SOARES… DE NOVO!!!!


"Pelos vistos os tentáculos do nosso Embaixador nas Nações Unidas... chegou ao Japão e ao Congo. Será que também foi ele o culpado da nossa não participação nas reuniões do FMI/Banco Mundial e na Francofonia?

Estamos à espera que o governo de “transição” invente um “clone” do João Soares da Gama para o responsabilizar. Está factualmente comprovado que a equipa diplomática deste governo é incapaz de fazer face às tarefas diplomáticas que lhe foram incumbidas.

A única coisa honrosa a fazer neste momento é a apresentação de um pedido de demissão em bloco, a começar pelo falhado 'minitro dos Negócios Estrangeiros', depois pelo 'conselheiro diplomático do 'presidente' etc, etc. O presidente de “transição” está ansioso e à espera que esse pedido chegue à sua secretária. Afinal, às vezes, “DJITU TEM KU TEM


P.C"

Gabi, dos 'Irmãos Verdades', actua hoje no espaço Tropicália, Odivelas, às 22h. AAS

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Joseph Mutaboba: "ONU está para ajudar o Povo guineense"


O representante do secretário-geral da ONU na Guiné-Bissau sublinhou hoje em conferência de imprensa os avanços registados quanto à resolução da crise desencadeada com o golpe de Estado de 12 de Abril. Reagindo às críticas de que foi alvo, nomeadamente pela cúpula militar, alvo alega estar a servir o povo guineense e não alguém em particular. Joseph Mutaboba fora duramente criticado por António Indjai, chefe de Estado maior general das forças armadas guineenses, nomeadamente devido ao facto de se equacionar o regresso a Bissau das autoridades depostas.

O representante de Ban Ki Moon fez questão em lembrar que uma missão internacional deve chegar ao terreno para se inteirar da transição guineense onde o presidente interino, Raimundo Pereira, e o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, foram derrubados a 12 de Abril impedindo a realização da segunda volta das eleições presidenciais.

Golpe de Estado de 12 de abril: Queixas-crime junto do Tribunal Militar Superior, contra o CEMGFA António Indjai e outros envolvidos


Os advogados do primeiro-ministro deposto da Guiné-Bissau apresentaram hoje em Bissau uma queixa-crime contra o chefe de Estado Maior das Forças Armadas, António Injai, "e demais envolvidos no golpe de Estado de 12 de abril", disse à Lusa fonte judicial. De acordo com a fonte, a queixa dos representantes de Carlos Gomes Júnior foi entregue hoje na Promotoria de Justiça do Tribunal Militar Superior.

Ainda segundo a mesma fonte, a equipa de advogados de Carlos Gomes Júnior e da mulher (Floriberto de Carvalho, Ruth Monteiro, José Paulo Semedo e Itla Semedo) acusam os militares, nomeadamente, de extorsão, agressão e invasão de propriedade alheia.

A 12 de abril passado um autodenominado "Comando Militar" fez um golpe de Estado na Guiné-Bissau e prendeu o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, e o Presidente interino, Raimundo Pereira. A casa de Carlos Gomes Júnior foi saqueada, de acordo com a queixa-crime hoje apresentada. Uma parte da casa, nas traseiras, também foi destruída. O golpe aconteceu na véspera do início da segunda volta para as eleições presidenciais antecipadas (na sequência da morte por doença do Presidente eleito, Malam Bacai Sanhá), nas quais deviam participar os dois candidatos mais votados na primeira volta, Carlos Gomes Júnior e Kumba Ialá.

Carlos Gomes Júnior é o presidente do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde), o partido mais votado nas eleições legislativas de 2008, e Kumba Ialá, o líder do maior partido da oposição, o PRS (Partido da Renovação Social). Duas semanas depois de serem detidos, Carlos Gomes Júnior e Raimundo Pereira foram libertados e partiram para a Costa do Marfim e daí para Portugal, onde estão desde então. Desde maio que a Guiné-Bissau está a ser gerida por um governo de transição e por um Presidente da República de transição. Em abril do próximo ano deverão realizar-se eleições gerais, presidenciais e legislativas. LUSA

Novo espaço africano em Lisboa



HOJE, DIA 12 DE OUTUBRO, SEXTA-FEIRA, PELAS 21 HORAS, NASCE, EM ODIVELAS, ARREDORES DE LISBOA, UM NOVO ESPAÇO LUSÓFONO DENOMINADO TROPICÁLIA.
 
DA GASTRONOMIA À MÚSICA, DA PROMOÇÃO DE EVENTOS À DIVULGAÇÃO DE ARTE E CULTURA, TROPICÁLIA PRETENDE SER O ESPAÇO DE EXCELÊNCIA DO CONVÍVIO LUSÓFONO. NO DIA DA INAUGURAÇÃO, ESCOLHEMOS TAMBÉM UMA VOZ DISTINTA E RECONHECIDA, A GUINEENSE ENEIDA MARTA, QUE VAI ESTREAR UM PALCO POR ONDE PASSARÃO, CERTAMENTE, MUITOS OUTROS TALENTOS LUSÓFONOS DE RENOME. NO MESMO DIA DA INAUGURAÇÃO, O ESPAÇO ACOLHERÁ AS OBRAS DO ARTISTA PLÁSTICO JOÃO DE BARROS. 
 
NESTE SENTIDO, E VISTO SER O VOSSO MEIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL UM RECONHECIDO PROMOTOR DO CONCEITO DE EXCELÊNCIA DA LUSOFONIA, VIMOS PELA PRESENTE SOLICITAR A PROMOÇÃO DA INAUGURAÇÃO DO TROPICÁLIA, ASSIM COMO A COBERTURA "IN LOCO" DO PRIMEIRO DIA DE UM ESPAÇO QUE PROMETE PRIMAR PELA DIFERENÇA E QUALIDADE. EM NOME DO TROPICÁLIA Espaço Lusófono, AGRADECEMOS, DESDE JÁ, TODA A ATENÇÃO DISPENSADA, CONFIANTES DE QUE O NOSSO PEDIDO COLHERÁ DA VOSSA PARTE A MELHOR DAS ATENÇÕES. E QUE A TROPICÁLIA SEJA A NOSSA CASA, A CASADA LUSOFONIA.

Carlos Gomes Jr.: "CEDEAO agiu desastrosamente"


Guinea Bissau's coup complacency

By Syma Tariq/Africa Report

The deposed prime minister and leading presidential candidate, now living in exile, complains that West African leaders have sought too much compromise with rogue elements of the military. Deposed prime minister Carlos Gomes Júnior believes that the country "faces gloomy prospects" if the current government – formed after a military coup ousted the ruling Partido Africano da [I]Independência da Guiné e Cabo Verde[/I] (PAIGC) in April – stays in power. "The government I was leading had very high scores in performance and good governance, which was recognised by the Guinean people. That is the reason the army wanted us out," Gomes Jr says from Lisbon, where he and advisers are now living in exile.

In a country rife with political instability, military coups and a thriving drug trade since its 1974 independence from Portugal, the politician believes that only a United Nations-led intervention will restore stability. The aid-dependent country is now headed by a military command whose leadership has been mediated by the Economic Community of West African States (ECOWAS). "ECOWAS has acted disastrously," Gomes Jr continues, adding that Nigeria – which has just announced training for troops to go into Guinea-Bissau – Côte d'Ivoire, Senegal and Burkino Faso have eroded the principle held by ECOWAS and the African Union of zero tolerance for coups.

"Guinea-Bissau is not a self-sufficient country. It depends on the international community to guarantee that the basic needs of its population are met. The majority of the coup government have no governmental experience, legitimacy or credibility to convince international partners that it can continue with cooperation agreements." The Comunidade dos Países de Língua Portuguesa's tough stance – seeking a stabilisation force and completion of the interrupted presidential election – has encouraged Gomes Jr. and the PAIGC to refuse compromise and has left ECOWAS as the broker. "Angola has always been a strong ally of Guinea-Bissau and will continue to betoitspeople," Gomes Jr says.

But an ECOWAS force has now replaced the Lusophone nation's military support mission in Guinea-Bissau. A recent concession has resulted in the interim government, led by Manuel Serifo Nhamadjo, agreeing to an ECOWAS deadline of April 2013 for new elections – a year after Gomes Jr was seized by the army. "On 12 April we were arrested and held by soldiers, in an abusive way, for 14 days," Gomes Jr says of the events that occurred after he won the first round of the elections.

"ECOWAS made the necessary arrangements with the military officers involved in the coup, got us freed and taken dir- ectly to Abidjan, where we were not informed of the terms and status of our stay. That is when we decided to come to Portugal – where we have more freedom to fight against those who seized power in Guinea-Bissau." In early September, Gomes Jr was at the 67th United Nations General Assembly, where he hoped to solidify his legitimacy. In spite of the uncertain future, he doubts the likelihood of "total state collapse" and believes free and fair elections can be held: "I have faith in the international community, personified by the UN, because of what has been its coherence since the beginning:

Guiné-Bissau de fora na cimeira da Francofonia


O 'governo de transição' da Guiné-Bissau disse hoje estar a desenvolver diligências para participar na cimeira da Francofonia, no fim-de-semana, na República Democrática do Congo (RDCongo), mas até agora não obteve qualquer resposta da organização. De acordo com uma fonte do 'governo de transição', tudo indica que a Guiné-Bissau não estará na cimeira de Kinshasa já que o país está suspenso da Francofonia, na sequência do golpe de Estado de 12 de abril.

As autoridades de transição tentaram, através do 'Ministério dos Negócios Estrangeiros' guineense, conseguir a representação do país na cimeira, mas "todos os contactos tidos até aqui com a organização da cimeira foram infrutíferos", assinalou a mesma fonte. O 'Governo' pretendia que o 'Presidente de transição', Serifo Nhamadjo, pudesse estar presente na cimeira que decorre, entre sábado e domingo em Kinshasa, para fazer um pedido de apoio aos países da Organização Internacional da Francofonia (OIF). A Guiné-Bissau tem um 'governo' e um 'Presidente de transição' saídos de um golpe de Estado perpetrado por militares em Abril passado, mas as novas autoridades praticamente não têm o reconhecimento internacional, salvo de algumas organizações sub-regionais africanas.

Problemas, problemas...


Aspectos da actual situação político-militar na Guiné-Bissau referidos num relatório de Intelligence – que em substância alerta para a eventualidade de poderem virem a dar azo a convulsões internas, apesar do “elemento dissuasor” representado pela presença militar da CEDEAO:

a) Está a alastrar um clima de divisões e desconfianças internas nas Forças Armadas, designadamente entre os oficiais; o CEMGFA, General António Indjai não conseguiu fazer aprovar internamente um plano de promoções, que previa anunciar em 24 de Setembro; as condições de alojamento e alimentação nos quartéis continuam a deteriorar-se; referenciadas atitudes “saudosistas” dos militares em relação à situação anterior ao golpe de Estado;

b) O episódio da viagem a Nova Iorque do Presidente interino, Serifo Namadjo, empolou o mal estar que do antecedente vem sendo registado entre os militares, o Presidente e o Governo, em geral; os militares, aparentemente animados por Kumba Ialá, que tem ascendência sobre eles, atribuem ao Governo e ao próprio Presidente responsabilidades pelo “embaraço” que constituiu para o actual regime o facto de S Namadjo ter sido impedido de discursar na AG ONU;

c) O relacionamento entre o comando da força da CEDEAO e os militares, em particular o CEMG, aparenta ser precário; são deficientes as condições em que a força da CEDEAO está aquartelada, Cumeré, e os seus comandantes responsabilizam por isso as FA e o Governo; registadas iniciativas no sentido de levar o Governo a assegurar verbas destinadas a remediar as carências. Na conduta da força da CEDEAO são notados fenómenos de saturação – atribuídos à indefinição em que a situação no país se mantém (as expectativas iniciais sugeriam um período curto). Por exemplo, as suas patrulhas são agora menos regulares e o número de soldados empregados em cada acção passou de cerca de 15 para 4/5.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Guiné-Bissau: CPLP volta a falar na "reposição da legalidade"


O Secretário-Executivo da CPLP, o moçambicano Murade Murargy, volta a afirmar que a posição da CPLP é de que "é necessário que a legalidade seja reposta na Guiné-Bissau", reforçando a ideia de que deve haver um "governo inclusivo, com a participação do PAIGC". Com a firmeza que se lhe reconhece desde que assumiu as funções, substituindo o guineense Domingos Simões Pereira, Murargy volta a bater na mesma tecla: quer que as forças da CEDEAO "sejam transformadas em forças internacionais", e que se criem as condições para eleições livres e justas na Guiné-Bissau. AAS

Até onde e... até quando?


"Caro amigo Aly,

Antes de mais o meu fraterno e reconhecido abraço, querendo reconfortar-te, reconhecendo o trabalho corajoso e sem paralelo que tens feito em prol da democracia e dos anseios de liberdade do Povo da Guiné-Bissau. Estou certo, Aly, que este meu encorajamento, embora não seja nada de especial, da minha parte será decerto uma prova de amizade, de amizade e de solidariedade. Posto isto, muito me agradecia caso assim entenderes util, esta minha modesta contribuição a voz da revolta do nosso Povo, a qual tens sido o maior porta-voz com o teu site.

Fraternalmente,
Oguis


Aonde vamos parar...

Depois da fracassada e vergonhosa missão do "governo de transição" tendente a querer forçar a sua participação na AG das NU, aproveitando uma entrevista concedida à New York Times, o todo-poderoso General, dono e senhor de Bissau, não conseguiu esconder a sua ira e desagrado pelo falhanço da missão do seu Presidente. Assim, perante a pergunta da jornalista Jessica Hatcher da NYT, disparou em todas as direcções, tendo como alvos preferidos, o Primeiro Ministro deposto da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Jr (o que não é de espantar neste caso) e contra a Organização das Nações Unidas (ONU), particularmente contra a pessoa do Representante Especial do Secretário Geral das Nações Unidas, Joseph Mutaboba e do Sr. Yuri Fedotov, Chefe do Escritorio das NU contra as Drogas e o Crime Organizado.

A entrevista do General, foi um chorrilho de insultos e de má-educação contra as Nações Unidas, organização que acusa de «promover e instigar problemas na Guiné-Bissau», aconselhando-o a se ocupar da Síria e do Mali porque na Guiné-Bissau "ninguém é molestado e não se matam pessoas". Enfim, assim se vive na Guiné-Bissau, na santa paz dos anjos. Quanto ao pobre do Joseph Mutaboba, foi simplesmente apelidado de "bandido, mentiroso, cunhado(!?) e cúmplice" de Carlos Gomes Jr. Ao Sr. Yuri Fedotov, Chefe do Escritório das ONU sobre Drogas e Crime Organizado, foi apelidado de "manipulador, aldrabão e de ser um ladrão" sendo que este o está a perseguir porque não quis se submeter ao CGJr.

Esses palavrões grosseiros endereçados contra os representantes de uma organização da envergadura mundial como são as Nações Unidas, seriam adjectivos normais, ordinários, nada surpreendentes e até meigos, os quais passariam despercebidos numa República das Bananas, num cartel de traficantes, num bando de milicianos armados. Esses adjectivos seriam encarados sem quaisquer problemas ou anormalidade. Enfim seria uma normalidade num Estado sem orgãos de soberania, sem leis, sem autoridade, sem respeito pela Ordem Internacional e primariamente sem hierarquia.

Acontece porém, que esses insultos foram proferidos por pessoas ligadas a um país chamado GUINÉ-BISSAU, um país dito independente, um país com uma bandeira, com um suposto «Parlamento», um suposto «Presidente» e um suposto «Governo» que, curiosamente, é, também, suposto ser membro de pleno direito dessa organização mundial.

Aos impropérios do General... nem se ouviu o zunzir de uma mosca, nem uma ínfima reacção de condenação ou desaprovação contra esse discurso violento e desrespeitador para com as Nações Unidas (creio que nem mesmo um simples abanar de cabeça de desaprovação ousaram fazer, não venha o General descobrir e dar um zás a essa cabeçona teimosa e desobediente).

Tudo ficou caladinho num silêncio sepulcral. Nem um mugido, nem um tussido se ouviu das ditas «Autoridades de Transição»..., KAPISKO, NADA... quer do dito «Parlamento», quer do dito «Presidente», quer do dito «Governo». Principalmente esperava-se do Sr. «Presidente», que pomposamente se apregoa de homem da legalidade, da justiça, da moderação e da paz um reacção de ombridade e de homem de Estado. Esperava-se, uma pequena reacção de desaprovação que seja, um mero sinal de condenação ou, ao menos, de chamada de atenção pedagogica à contenção e à ponderação de certas atitudes desvairadas. Mas, NADA, nem um pio. O "Presi" fez-se de MÚMIA...

Porém, analisando bem o estado actual da desordem e anarquia que grassa na Guiné-Bissau e, principalmente, quem de facto exerce o verdadeiro poder nesse país, percebe-se perfeitamente que, infelizmente, esses simples OBJECTOS E DEJECTOS DE DECORAÇÃO do poder militar, não podiam reagir de outra forma. Isto porque, por um lado, nenhum deles ousaria indispôr o senhor absoluto e, por outro lado, simplesmente, porque não existem, nem como entidade, nem como pessoas que se prezem de principios. São simples fantasmas, fantoches e marrionetas à mercê de alguém que se julga acima de toda a impunidade.

Porém, a ver vamos... Quiça, o silêncio de quem devia ao menos falar em contenção, esteja à espera da vinda dos DRONES AMERICANOS que negociou em NY, para sobrevoar os céus da Guiné-Bissau, para limpar esse país do narcotráfico e do crime organizado. Estes sim, embora negociados às escondidas contra o apoio na assembleia-geral das NU são, a todos os títulos bem-vindos, pois além de silenciosos, são eficazes e costumam ser mortíferos.

O Senhor de Bissau que se cuide.

Oguis Mendes
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