terça-feira, 24 de março de 2009

ATENÇÃO Fotografias CHOCANTES

Photobucket

Choque. Espanto. Revolta. Assim se matam os generais na Guiné-Bissau. E os CULPADOS desta chacina? ENCONTREM-NOS!!! AAS

+ um na cadeia da tropa

Photobucket

Os golpistas sob comando de Zamora Induta, indigitado para Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas, mandou prender Pedro Infanda, advogado do acossado Almirante Bubo na Tchuto, actualmente na Gâmbia, pela conferência de imprensa de ontem...Só não há maneira de prender o António Aly Silva! E porquê? Eles sabem que eu sei que eles sabem...

GUINEENSES: NÃO TENHAM MEDO DOS MILITARES GOLPISTAS, NEM DESTES POLÍTICOS FALHADOS!!! AAS

domingo, 22 de março de 2009

Elis i kantu? Mangadel (*)

Photobucket

Bom, já são 35 (sim, trinta e cinco!!!) os partidos políticos na Guiné-Bissau. Ontem, foi legalizada a UDS - União Democrata Social.
São tantos, tantos como as alas que existem nas nossas forças armadas. Ou, se quiserem, no PAIGC... partidos! Para pouco mais de 600.000 votantes, é obra - perdão, é uma merda! Desculpem, mas às vezes tem que ser assim. AAS

(*) Quantos são? Muitos.

sábado, 21 de março de 2009

Como é, camarada?!

José Mário Vaz, ministro das Finanças, do alto do pedestal: "Se não conseguir pagar os salários com receitas internas, demito-me!".

Sr., Mário Vaz, a porta da rua é a serventia da casa... AAS

sexta-feira, 20 de março de 2009

A história, às vezes, repete-se

AQUI

Entrevista a 'Nino' Vieira

Photobucket

Entrevista: António Aly Silva

Nino Vieira acusa o actual presidente da República em exercício, Malam Bacai Sanhá, de ter sido o autor moral do golpe de Estado de Ansumane Mané.
E desconfia também da mão do ex-primeiro-ministro Saturnino da Costa. Em entrevista exclusiva a O Independente, o presidente deposto não deixa também de comentar a ausência diplomática do ministro Jaime Gama: “Como houve um vazio, retomaram-se os combates.” Nino Vieira diz-se agora de saúde e pronto para voltar à Guiné, desde que lhe dêem as garantias de um julgamento justo. Em que, aliás, não acredita.


Quando teve conhecimento do levantamento militar de 7 de Junho de 1998?

Às duas horas da manhã. Os ministros da Defesa e do Interior, Samba Lamine Mané e José Pereira, informaram-me que o brigadeiro Ansumane Mané tinha comunicado que ia haver nesse mesmo dia uma reviravolta na Guiné e que ia tomar conta da situação. Chamei o presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP), Malam Bacai Sanhá, e o primeiro-ministro Carlos Correia. Bacai Sanhá perguntou-me como era possível Ansumane Mané organizar uma acção destas. Respondi que não sabia. Ficámos na expectativa até ouvirmos os primeiros tiroteios.

Curiosamente, houve quem fosse morto e quem fosse poupado pelos revoltosos…

Os que foram mortos nem eram militares. Mas o Saturnino da Costa, que passou por ali no dia seguinte, não foi preso. Podia até ser morto. A esposa do actual presidente da República chegou dias depois mas ninguém tocou nela, nem no carro. Depois do Acordo de Abuja, o carro apareceu nas mãos de Bacai Sanhá, intacto.

Que ordens deu depois do levantamento?

Não houve ordens nenhumas, fomos surpreendidos. Samba Lamine disse-me que podíamos tentar negociar e encontrar uma solução. Mas, como continuaram a bombardear, perdemos o contacto.

E foi aí que pensou em chamar as tropas do Senegal e da Guiné-Conacry?

Pedi esse apoio cinco ou seis dias depois, ainda tentámos resistir. Só depois dos contactos que tive com o exterior – Dacar e Burkina-Faso – é que decidi pedir a intervenção, com base nos acordos de defesa que tínhamos com eles.

Estava consciente de que a maioria dos efectivos das Forças Armadas estava do lado dos revoltosos. Por que é que não consultou a Assembleia Nacional Popular (ANP)?

Não foi só isso, porque a Junta estava a destruir a cidade e a matar civis inocentes. Como é que eu podia reunir a ANP se estive com o seu presidente até às cinco da manhã? Estava tudo em debandada, ninguém olhou para trás.

Mas depois a ANP reuniu-se…

Sim, depois do Acordo de Abuja. Foi uma assembleia debaixo de ameaças, no terreno da Junta Militar. Estava tudo cercado pelos revoltosos. E a primeira coisa que a ANP fez foi demitir o presidente.

Está a dizer então que o próprio Bacai Sanhá faz parte da conspiração?

Claro. Foi um complot. Se me demitem e não me informam, é até uma vergonha para a nossa assembleia. Quem me elegeu foi o povo. Quando os meus colegas ouviram isso, muitos perguntaram-me: “Mas foste eleito pela ANP ou pelo povo?”

Como é que explica que o brigadeiro Ansumane Mané, homem da sua confiança, se revoltasse contra si?

Faço-lhe a mesma pergunta. Se não se revoltou durante todos estes anos, porque razão o fez quando foi suspenso das suas funções de chefia militar? Não sei muito bem quem o instigou. Conviveu comigo durante 37 anos e só agora é que achou que eu era ditador?

Faz ideia de como tudo terá começado?

Foi com a queda do governo de Saturnino da Costa. Algumas pessoas não gostaram e aproveitaram-se. Quando regressei de França, já estava tudo cozinhado. E serviram depois a refeição.

Como classifica a intervenção diplomática portuguesa durante o conflito?

Logo nos primeiros tempos, os ministros dos Negócios Estrangeiros de Portugal e Angola (Jaime Gama e Venâncio de Moura) foram os primeiros a chegar, depois da Gâmbia. Reuniram comigo e com a Junta Militar e houve o primeiro encontro entre as duas partes no navio da armada portuguesa “Côrte Real”. Falou-se de tréguas mas não evoluiu e a guerra foi retomada…

Porque acha que não evoluiu?

Porque não houve continuidade. Se Jaime Gama e Venâncio de Moura tivessem continuado os contactos, a coisa até podia resolver-se. Mas como houve um vazio, retomaram-se os combates. Sabe, na linha da frente basta um tiro para recomeçar tudo. Foi o que aconteceu.

Vou insistir: o que é que falhou?

A Junta Militar não respeitou o Acordo de Abuja. A CEDEAO, que tinha de enviar um efectivo em Homens, não cumpriu, e os países que prometeram a ajuda, falharam. O único país que financiou a operação foi a França, mas num número muito inferior ao acordado. O embaixador da França disse-me até que esse orçamento só seria suportado até ao mês de Julho. Se não houvesse mais apoios, ficariam de fora. Apelei à Comissão Nacional de Eleições para que adiasse as eleições para Julho e a maioria dos partidos políticos aceitou. Mas a Junta Militar, o Francisco Fadul (actual primeiro-ministro) e o Movimento Bã-Fata, entre outros, não viram com bons olhos a minha decisão.

Chegou a ter efectivos militares superiores aos permitidos?

Não é verdade. É uma grande mentira e em nenhum dos acordos se falou de números. O batalhão da guarda presidencial devia continuar. Como é que eu podia andar em Bissau com uma guarda de seiscentos homens? Sempre andei com dois carros de escolta. Incutiram mesmo na cabeça do Ansumane Mané que ele devia ter o mesmo número de homens e até já lhe chamavam de co-presidente…

Mas aparentemente davam-se muito bem nas imagens da televisão….

Quando nos encontrámos no Togo foi tudo muito bonito. Eram continência, respeito e disse sempre que o que eu achasse estava bem…

Está a dizer que Ansumane Mané fez bluff?

Talvez sim. Mas em Bissau, tornou-se difícil um encontro com ele. A primeira vez que isso aconteceu foi quando lá esteve a comissária da União Europeia, Emma Bonino, e depois com o ministro Jaime Gama e com João de Deus Pinheiro.

Não acha que a ausência das forças militares do Senegal e da Guiné-Conacry precipitaram o golpe de 7 de Maio?

Sim. Houve também grande pressão por parte da comunidade internacional e a imprensa internacional falava de tropas estrangeiras, inventaram mortes, pilhagens. Era tudo falso, até porque foi graças a essas forças que saiu muita gente pelo porto de Bissau. Confiámos mesmo que, saindo as tropas estrangeiras, o Acordo de Abuja seria integralmente respeitado. Infelizmente, eles não o respeitaram.

É acusado de ser um homem muito rico. É verdade que possui bens ou investimentos em Portugal, França e Bélgica?

Você sabe qual é o recurso da Guiné? O país não tem nada, tem que haver ajuda de algum Estado. Ora, se houver algum Estado que deu dinheiro ao Nino Vieira para fazer investimentos que não foram executados, então esse Estado é que é o responsável, porque deu milhões ao Nino e o dinheiro não foi aplicado. Não há nenhum Estado que dê dinheiro ao nosso país nessas condições. Nem é o Nino Vieira o executor na Guiné, nem em Portugal o são Jorge Sampaio e António Guterres. Ouvi até dizer por aí que tenho um apartamento da Expo Urbe – se é verdade, que o mostrem.

Mudemos de assunto. Alguma vez teve conhecimento – como refere o relatório da ANP – do tráfico de armas para Casamança?

Se ler o relatório, vai ver que não há ligação alguma. Falam de omissão, mas quem é que me acusou? Por que é que me querem acusar por tráfico de armas?

Ansumane Mané disse que o avisou, mas que você nada fez…

Isso é falso. Quando o grupo de oficiais foi apanhado a contrabandear armas, ele (Ansumane Mané) perguntou, na presença de todos os chefes dos três ramos das forças armadas: “Quem é que não vende armas?”. Se fosse verdade, eles é que teriam de responder, não eu. Mas eles não responderam, ninguém falou. Se tomei medidas contra o Ansumane Mané, que era o maior responsável, não acha que tinha de fazer o mesmo com os outros?

Foi traído dentro do seu partido, o PAIGC?

Pressenti essa traição aquando da queda do governo de Saturnino da Costa. Os partidos políticos e até mesmo a comunidade internacional contestavam esse governo. Depois, houve uma ruptura no partido – Carlos Correia teve uma boa gestão e eu queria reconduzi-lo – porque Saturnino não era capaz de assumir essas funções. Depois das eleições, fui para França fazer exames médicos. Como Saturnino era secretário permanente do partido, incutiram nele a ideia de que tinha de ser ele o primeiro-ministro. Regressei da viagem e reuni o Bureau Político para consultas, mas já era tarde…

... E Saturnino da Costa foi nomeado…

Sim. E cometia asneiras e todo o mundo sabia disso. Até no próprio PAIGC foi contestado. Os partidos da oposição também reagiram e fizeram um abaixo-assinado a pedir a salvação do país. Havia insegurança, pancadaria nas ruas…

Foi então que o aconselhou…

Primeiro, ouvi todos os partidos e, uma vez mais, todos pediram a sua demissão. Para bem do país, não podia ignorar isso. Até recebi chamadas de atenção por parte da comunidade internacional. A inflação já ia nos setenta por cento. O que seria da Guiné? Então disse-lhe: “Faz uma carta e pede a tua demissão”. Passaram-se horas e entregou-me a carta, mas quando a abri vi que tinha tudo, menos o pedido de demissão. Escreveu mesmo no último parágrafo: “Deixo ao seu critério para fazer o que entender”. Não entendia que a sua gestão era ruinosa e que estava a afundar o país. A Guiné estava a pique e nesse momento o governo dele caiu.

Está a dizer que o próprio Saturnino foi um dos mentores do golpe de Estado…

Eu não digo isso, mas para passar um dia depois do golpe e ninguém lhe fazer nada…

Em relação a Portugal e ao seu governo, independentemente do asilo político…

Sempre tive boas relações com Portugal. Com Cavaco Silva, com o primeiro-ministro António Guterres e com o próprio Mário Soares. Talvez por isso acharam que seria injusto não me dar o asilo. No próprio dia 7 de Maio, falei com Guterres e com o presidente Sampaio ao telefone. Com Mário Soares também.

Vai regressar à Guiné-Bissau?

Para isso, deixei uma declaração. Desde que se criem todas essas condições. Caso contrário será um risco. Mas estou pronto. O povo da Guiné está no meu coração, desde os dezanove anos que me bato por aquele povo e vou continuar a bater-me pela sua dignidade. Usufruo da amizade de muita gente.

Acha que já existem essas condições?

Ainda não me disseram nada. Diga-me uma coisa: como é que se julga alguém sem primeiro ser ouvido? Sou acusado de quê? A ANP pediu-me que fosse ouvido, mas não foram eles quem me elegeram. Até aceitei ir à segunda volta com os resultados que tive. Nenhum presidente em África aceitaria isso.

Exige garantias para voltar, mas não as deu ao ex-presidente Luís Cabral…

Não recusei dar segurança a Luís Cabral. Não lhe podia garantir isso. E a reacção dos familiares que perderam os seus entes queridos durante o seu mandato? Se houvesse qualquer coisa as pessoas diriam: “O Nino chamou Luís Cabral para o matar”. Não podia responsabilizar-me.

Especula-se muito sobre o seu estado de saúde. Quer clarificar isso de uma vez por todas?

No ano passado fui operado. Mas talvez porque sou presidente, uma grande personalidade no meu país, é que as pessoas se preocupam. Foi uma operação normal e estou recuperado.

França está a tentar que a União Europeia corte as ajudas à Guiné-Bissau, alegando que o Acordo de Abuja foi violado e que o actual governo é ilegal. Quer comentar?

A verdade é que o Acordo de Abuja foi violado. Aliás, toda a comunidade internacional condenou essa violação e os ministros dos Negócios Estrangeiros do G-8 também condenaram o meu derrube pela força das armas. Sabe, a África também tem que respeitar a democracia. Apoio incondicionalmente a França.

Não teme que, com o seu regresso, também possa ser responsabilizado pelas mortes de, entre outros, Paulo Correia e Viriato Pã?

Não temo nada! Eles foram julgados e tiveram acesso a advogados de defesa. O Tribunal Militar condenou-os e foram sentenciados à morte. O Conselho de Estado reuniu-se e aplicou a pena capital a seis elementos e comutou outras seis. Isso é da responsabilidade do Nino Vieira? Antes da independência, quantos é que não foram julgados, condenados e fuzilados? Quantos é que o próprio Paulo Correia não fuzilou? O que é que aconteceu aos quatro ex-comandos portugueses que o presidente (Ramalho) Eanes pediu a Luís Cabral? Foram simplesmente fuzilados, sem qualquer julgamento.

Entrevista publicada no semanário português «O Independente», em 1999.

Queres Angola? Toma!

Photobucket
AAS

Força!

"Meu Caro Aly,

Tenho acompanhado de forma diária as novidades que nos tens trazido dessa Terra que tanto me diz. É com tristeza que ouço as novas de uma Pátria que tem vindo a ser delapidada e enxovalhada por gente sem formação e de dúbio trapio. É com tristeza que também noto o olhar complacente de quem me questiona sobre as minhas origens. É com dor e mágoa que visiono as imagens que alguns meios de comunicação nos transmitem sobre a vida e as dificuldades dos guineenses.
Contudo, apesar de tudo, alegro-me e rejubilo com o facto de saber que há gente, como tu, que se não vergam. Mulheres e homens que se não vendem nem se prostituem. Cidadãos plenos que pretendem o melhor para a sua terra e para os seus cidadãos.
Se não tiveres medo, se te entregares a essa causa, se fores tu mesmo, continua e não temas! Preservera e luta pelo bem e pela equidade.

Um abraço largo e fraterno.

T.V.
"

Meu caro, depois do que escreveste, para quê argumentar? Bem haja e um abraço. AAS

+ Bombas

"...Há mais bombas por rebentar", disse Zamora Induta. Ditadura do Consenso investigou, e acrescenta: De facto, foram trazidas 7 (sete) bombas.

O comandante do avião que as transportou e depois ficou sem combustivel, ja em Bissau, acabou por confessar tudo. E foi um banco comercial que financiou o combustível para o seu regresso. Mais informações, brevemente.

- Domingo, a equipa do FBI que veio ajudar nas investigações sobre a morte do PR 'Nino' Vieira, regressa à base. E chega outra, da Interpol. AAS

quinta-feira, 19 de março de 2009

Contributos

"Olá!

O meu nome é C.S.M.A., sou guineense e estou em Bissau há sensivelmente um ano e três meses. Regressei à Guiné-Bissau ao fim de 24 anos a viver em Portugal, com uma forte vontade de dar o meu contributo, por mais pequeno que seja, a este nosso desastroso País. Começo por dizer que li a entrevista que V. concedeu ao Diário Bissau, onde tive a oportunidade de poder apreciar e reconhecer-lhe de imediato um forte carácter de objectividade, liderança e positividade. Fico contente por saber que existem ainda pessoas que querem trabalhar para o bem colectivo. Estou interessada na criação desse movimento cívico, pois acredito que podemos andar sem muletas e que a união faz a força.

C.S.M.A.
"

NOTA: Bem-vinda. Todos somos poucos. AAS

Bombas!

Zamora Induta, indigitado - e mal - pelo Governo, para a chefia do Estado-Maior General das Forças Armadas, não tem tido vida fácil. Da Gâmbia (ou aonde quer que esteja), o Contra-Almirante Bubo na Tchuto fez saber, pela voz do seu advogado que "o cargo lhe pertence por direito" (não será antes por herança?).

Photobucket

Hoje, Zamora sobressaltou os guineenses e todos os que residem no País, com uma frase no mínimo...bombástica: "A bomba que matou o Tagmé na Wae veio do estrangeiro, e não era só uma. Há mais bombas por rebentar...".

Na entrevista que concedi ao Diário Bissau, e publicada na edição de ontem, alertava para os terríveis amanhãs. Assim: "Isto acabou mesmo, ou ainda nem sequer começou?". Mas, cá para nós que ninguém nos lê...a quem cabia mesmo anunciar aquilo que o 'líder' militar tornou público? Onde está o ministro do Interior? Este Governo, ou está refém dos militares, ou está super-desnorteado.

NOTA: Claro que há mais bombas, e, certamente, vão rebentar mais petardos por aí. Acho justo, até. É uma questão de tempo, e de fim-de-semana. E, já agora, de mais ou menos oportunidade. Uma por uma! Vai ser uma festa! Mas há mesmo mais bombas? Se há, é porque sabem onde elas estão. Get it! E de onde elas vieram, haverá mais com certeza. Há mais do que uma, duas, três ou mesmo 20 bombas? Estavam à espera do quê mesmo? O único problema com estas bombas é sabermos da existência das mesmas apenas depois de explodirem. E lamentamos de seguida: "É uma bomba!". Era uma bomba, ou seja, uma ex-bomba pois o efeito explosão rebentou até com a engenhoca. Queriam bombas, nao é mesmo? Aguentem-se, pois então. Tomem lá bombas.AAS

“Assassinatos de ‘Nino’ Vieira e Tagmé Na Wae ultrapassam de longe o de Amílcar Cabral"

O jornalista António Aly Silva, acompanhou de perto e em directo, através do seu blogue www.ditaduradoconsenso.blogspot.com, a fatídica madrugada do dia 2 de Março. Tudo começou com o assalto à residência do Chefe de Estado, ‘Nino’ Vieira, e tudo acabou com o seu assassinato. Porém, Aly deixa uma dúvida: “Será que acabou mesmo, ou ainda nem sequer começou?

Photobucket

Em entrevista concedida ao Diário Bissau, António Aly Silva afirma que os recentes acontecimentos ocorridos no país e que culminaram nos assassinatos do Presidente da República ‘Nino’ Vieira e do Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas Tagmé Na Wae, ultrapassam de longe o assassinato de Amílcar Cabral. “Amílcar Cabral foi assassinado numa circunstância de guerra mas agora nós não estamos em guerra”. Diz igualmente que deve ser criada uma Comissão Internacional de Inquérito para se apurar as responsabilidades destes dois assassinatos. Aly Silva afirma que “cada dia que passa, descortina-se um pouco mais sobre estes cobardes assassinatos”. E contesta a nomeação do Chefe do Estado- Maior General das Forças Armadas, Zamora Induta.

DB - Que leitura faz dos últimos acontecimentos no nosso país?

AAS - Bom, a minha leitura talvez seja a pergunta que qualquer guineense, neste contexto, faria: E agora? E depois? A bestialidade que nos atingiu nos primeiros dias do mês de Março ultrapassam até o assassinato de Amílcar Cabral porque Cabral foi morto nas circunstâncias que sabemos: da Guerra. Mas nós agora não estamos em guerra. Portanto o Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas e o Presidente da República não deviam ser mortos da maneira como foram, e agora é preciso procurar a verdade, que passa, necessariamente, por constituir uma Comissão Internacional de Inquérito para que não restem dúvidas.

DB - Tem dúvidas sobre quem são os autores dos dois assassinatos?

AAS - Não, não tenho dúvidas mas também não tenho certezas. Mas estamos a ver a todos dias que passam os resultados de quem poderão ser - não digo autores materiais - mas ao menos morais. Vimos agora, por exemplo, a descarada nomeação do Chefe do Estado Maior das Forças Armadas e do seu adjunto, quando não podia ser assim. O adjunto do falecido Tagme Na Wae devia assumir interinamente as funções do CEMGFA e, só depois, com um Presidente da República eleito, poder-se-ia falar na nomeação de um novo. Mas não aconteceu assim, e Carlos Gomes Júnior, Primeiro-Ministro, saberá explicar-nos, e à Assembleia Nacional Popular (ANP), como é que fez isto e o próprio Presidente da Republica Interino, Raimundo Pereira, que é Jurista, defenderá, a meu ver, a Constituição. Tem por obrigação fazê-lo. Não lhe perdoaremos uma falha que seja neste momento crítico da vida do nosso descontrolado país.

DB - O que tem a dizer sobre as recentes nomeações do Presidente da República Interino e do Presidente da ANP?

AAS - Bom, aqui temos duas coisas. Eu, na minha maneira de ver, Carlos Gomes Júnior está a forçar um golpe no parlamento, porque não se pode fazer do Vice-Presidente da Assembleia Nacional seu Presidente. Este devia, a meu ver, ser eleito. Ele não pode assumir automaticamente o posto. Por outro lado, o Presidente da República Interino, na nossa Constituição - que nós pisamos todos os dias - está vedado de promulgar alguns diplomas, entre eles a nomeação e a exoneração do Governo e do CEMGFA, entre outros. Isto significa que a apresentação do Programa do Governo e o Orçamento Geral de Estado é contraproducente na medida em que esses instrumentos, após a sua eventual aprovação, não terão nenhuma autoridade jurídica e o Presidente Interino sabe-o bem. Ou seja, o seu fim útil será nulo em relação a esta legislação. Você promulga um Decreto hoje, o Presidente que será eleito daqui a dois, três meses ou cinco anos, pode dizer «não, não promulguei isto e aquilo». São erros desnecessários. O Carlos Gomes Júnior e o seu Governo estão a fazer este jogo para ter na mão e manipular o período de transição e assegurar a vitória do seu candidato nas próximas eleições presidenciais, onde talvez ele mesmo seja um dos candidatos. Coloca-se neste ponto a questão de equidade na preparação e realização de eleições presidenciais. É imperativo a rápida demissão do actual Governo, a constituição de uma Comissão Internacional de Inquérito sob a égide da CEDEAO ou da União Africana, e só depois destas iniciativas é que nós podemos falar de um Pacto de Estabilidade ou de atribuições especiais para o Presidente Interino, cujas decisões nesse quadro deverão ser submetidas à rectificação de um Conselho de Estado alargado. E idóneo.

DB - Sendo assim, acha que a Constituição está a ser reposta?

AAS - Não e não. A Constituição é sempre posta em causa no nosso país, mas só depois de o mal estar feito. Nós fazemos a nossa Constituição mas rasgámo-la de seguida. O que é que a Constituição nos interessa, agora que se matou o Presidente da República e Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas? Há pisar a Constituição pior do que isto? Claro que não há. É preciso que apuremos quem são os culpados destas duas mortes, mas também há que saber como morreram Ansumane Mané, Veríssimo Seabra, Domingos Barros entre outros. São oficiais superiores que já morreram há algum tempo e até hoje houve já não sei quantas Comissões de Inquérito sem que nos tenha sido apresentado qualquer resultado. Estamos no mesmo caminho, mas não pode ser. Temos que deixar de ser ‘parvinhos’.

DB - Se um dia for governante o que faria para que a Guiné-Bissau entre no rumo certo?

AAS- Olhe, eu não sei se vou um dia mandar neste país. A começar pelos complexos - mas isso é outra história. Mas, se um dia mandar neste país - a minha ambição não é tanto política mas sim humanista – as coisas mudarão. A Guiné-Bissau não precisa de golpistas mas de gente que trabalhe muito, e saiba trabalhar bem. Tenho lutado há vários anos e de todas as maneiras, mas sem armas. Não é que eu não saiba disparar uma arma, até porque também fui militar neste país. Mas a arma que prefiro é a caneta. Contudo, convém ter a espada à mão não vá a caneta falhar. E é bom lembrar que nós estamos na Guiné-Bissau. Eu, se mandasse, faria com toda a certeza alguma coisa de útil. Por exemplo? Não roubar o Estado já seria bem bom. Conheço pessoas que passaram pelo Estado e hoje têm grandes casas e tudo isso. Como o conseguiram? Não sei como o conseguiram, mas de certeza que não foi trabalhando... Eu não tenho essa visão de mandar. Quando se manda a pensar na sua pessoa, acaba-se sempre de uma maneira trágica e isso aconteceu neste país estes anos todos. Eu acho que nós devíamos, primeiro, respeitar-nos, para que os estrangeiros nos respeitem a seguir.

DB - O estrangeiro não nos respeita, é isso?

AAS - É isso mesmo, mas alguns estrangeiros. Há estrangeiros que passam por este país e nem deixam marcas, como um gato. Outros são tudo, menos isso. Tudo o que é estrangeiro vem para esta país fazer o que lhe der na real gana. Às vezes até é protegido, o que é perigoso e pode resultar em mais disparates e acontecimentos terríveis. Veja o exemplo de algum corpo diplomático – têm atitudes que deixam a desejar. Podem ser até um simples funcionário de uma Representação Diplomá-tica mas fazem o que querem neste país e isso repugna-me. Ou somos um Estado crescido, ou atiremos a toalha ao chão. Hoje, devíamos apostar nas relações Sul/Sul, e na base da reciprocidade. Eu não precisaria do dinheiro de outros países para governar a Guiné-Bissau. Nunca! Apostaria mais nessa cooperação Sul/Sul, com os meus amigos aqui da Região e, digo-lhe com franqueza, teríamos melhores resultados e não seríamos tão humilhados. Esta cooperação, da maneira que está, não me interessa para nada! Mas interessa a certas pessoas porque de um dia para o outro, açambarcam os carros, os móveis, tudo.
Temos que criar um Movimento Cívico e estou disposto a encabeçá-lo. Há que meter muita gente na ordem - é o que falta neste país. A lei, ninguém a respeita e vivemos numa quase anarquia, numa bestialidade e qualquer dia Bissau será um matadouro a céu aberto... Mas não vamos deixar que nos continuem a matar todos os dias. Eu, enquanto cidadão deste país, estou disposto a encabeçar um Movimento Cívico sério e forte e se for preciso parar a Guiné-Bissau um mês, dois meses, paramo-la um ano! Este país tem que tomar um rumo, e já. Não podemos permitir que sejam os militares a mandar, porque aqui ninguém vota na tropa. Nós votamos nos políticos para que a tropa os obedeçam. Se os políticos não conseguem aguentar os militares, bom isso é outro assunto que pode ser resolvido, por ex., com a demissão do Governo. Pergunto, a propósito: quem é que criou o Comité de Gestão da Crise nas Forças Armadas? Foram os próprios militares ou foram os políticos? Não é possível, e é perigoso, porque abre um precedente. Ou temos umas forças armadas republicanas, que devem respeito ao poder político, ou não precisamos das forças armadas assim como estão. As forças armadas deram-nos a independência? Claro, mas não têm o direito de nos destruir a seguir.

DB- Já está a pensar na criação do referido Movimento Cívico?

AAS - Sim, estou a pensar na criação do tal Movimento Cívico e estou a falar com várias pessoas e nesta entrevista fica já o convite a quem quiser aderir. Podem contactar-me para o e-mail: aaly.silva@gmail.com. Acreditem que a Guiné-Bissau pode andar sem precisar de muletas da Comunidade Internacional. Para abrir um buraco é preciso financiamento, para tapá-lo, também? Isso é o que mais faltava!

Por: Ângelo da Costa

"You can learn me"

"Olá,

Queria ter-te escrito uma carta de "amor" - vês, odeio expor-me?. Não o faço há uns anos, desde o Y, mas a situação era outra, estávamos apaixonados um pelo outro, havia reciprocidade. Mas não faz mal. Porque todas as cartas de amor sao ridículas...

Em vez disso, alguma coisa em ti, no que disseste um dia sobre ires para longe sem família lembrou-me uma das cenas do "Constant Gardener", em que eles se conheceram como nós e nunca mais se separaram. E quando se conheceram ele ia ser destacado para África - não sei se viste ou se te lembras. E ela, Tessa, simplesmente entrou no escritório dele e disse: "leva-me". E a cena, que tirei da net, tem este diálogo absolutamente fabuloso e terno, em que para ela é tudo tão simples e óbvio que quando ele diz "mas mal te conheço" ela responde "You can Learn me".

Se noutra vida, as circunstâncias fossem outras eu teria feito como Tessa. Ia contigo para qualquer lado. E dizia-te "You can learn me".

E acho que não havia carta de amor mais bonita que eu pudesse escrever em vez deste diálogo e esta cena deles que amo. Porque se não fosse hipoteticamente, eu diria mesmo que tu és um profissional excepcional, que me encho de orgulho cada vez que descubro um trabalho teu, que te vejo e que iria contigo para qualquer lado. Porque somos muito diferentes, mas muito compatíveis. E se tu não me vês tão bem quanto eu te vejo, diria "you can learn me" cada vez que tivesses dúvidas.

A.
"

terça-feira, 17 de março de 2009

É hoje, é hoje

Entrevista de Antonio Aly Silva, hoje, no Diario Bissau. Sera desta? N'ka fia, son sin odja...AAS

domingo, 15 de março de 2009

Já chegamos à América

Ditadura do Consenso foi citado em todo o mundo por causa do extraordinário acontecimento de 2 do corrente. No «The New York Times», por exemplo.

From Global Voices Online, a site that collects, edits and translates blogs from around the world:

Photobucket