segunda-feira, 3 de novembro de 2014
NEGÓCIOS: Guiné-Bissau convida Portugal a investir no país
O primeiro-ministro da Guiné-Bissau destacou hoje as oportunidades de investimento existentes no país nas áreas da construção, energia e planificação, considerando que “os operadores económicos portugueses estão bem posicionados para serem parceiros estratégicos” dos guineenses.
PRIMEIRO-MINISTRO DOMINGOS SIMÕES PEREIRA QUER INVESTIMENTO PORTUGUÊS NA GUINÉ-BISSAU
“A Guiné está num momento especial, acreditamos que é um virar de página e estamos a divulgar a nossa visão estratégica para o horizonte [20]20-[20]25. Acreditamos que os operadores económicos portugueses estão bem posicionados para serem os nossos parceiros estratégicos”, afirmou Domingos Simões Pereira, à margem de um encontro empresarial sobre ‘Investimento na Guiné Bissau’, que hoje decorreu no Porto.
A chefiar o Governo guineense há apenas alguns meses, na sequência da vitória do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) nas eleições legislativas de abril, Domingos Simões Pereira defendeu ser “chegado o momento de dar uma oportunidade ao país”.
“Depois do longo ciclo de estabilidade que o país enfrentou, é chegado o momento de virar a página e apresentar uma Guiné-Bissau diferente e os nossos parceiros portugueses podem ser uma estrutura de apoio a essa viragem”, sustentou frente a uma plateia de algumas dezenas de empresários portugueses. Para o chefe do Governo guineense, o primeiro dos “muitos desafios” que se colocam ao seu executivo é, “desde logo, o grave problema de imagem” do país, ainda afetada por “rótulos como estar dominado pelo narcotráfico, por vários conflitos e por golpes de Estado”.
“Mas existe uma Guiné-Bissau diferente, tranquila e com um ambiente de negócios apetecível, e é essa que queremos construir”, sustentou, considerando ser “possível, nos próximos anos, atingir um crescimento perto dos 10%”, dinamizado pelas “prioridades estratégicas” nas áreas da governação (incluindo várias reformas internas para “reforçar as instituições democráticas do país, desde a política fiscal, à justiça e à segurança), infra-estruturação, industrialização e desenvolvimento urbano".
“E, nesses domínios, pensamos que vamos encontrar em Portugal gente preparada e disponível para trabalhar connosco”, afirmou Domingos Simões Pereira, confiante de que o país “pode deixar de ser dependente dentro de um curto espaço de tempo”. Questionado sobre os setores onde mais oportunidades de investimento existem na Guiné-Bissau, o governante destacou ser necessária “muita construção, muita energia e muita planificação”, apontando ainda como promissores os setores do turismo, pesca e agricultura.
“Está em curso a modernização da rede elétrica do país, para brevemente resolver o problema da falta de energia elétrica”, salientou, referindo ainda as “boas condições” existentes na Guiné-Bissau para o cultivo do arroz e as “potencialidades” na área da produção de água mineral e da hotelaria. “Mas acreditamos que são setores estruturastes da economia e da sociedade, pelo que não será difícil mobilizar [em Portugal] parcerias que possam alavancar grandes projetos”, disse. LUSA