Alin li. No Mali, um País que é um quase-continente, depois de mais de 1000 quilómetros de estrada. Saímos de Bissau, fomos até Gabú. Dali, seguimos para Pirada. Depois, Tambacounda e Kayes. O Toyota portou-se uma vez mais à altura - I Love cars from the USA. Period!
Algumas considerações sobre o Mali, nomeadamente e por enquanto, Bamako - a grande urbe. Dormimos ontem em Kayes, uma cidade com alguma coisa para ver mas que ficará para uma próxima viagem. Hoje fizémos os 680 km que separa Kayes da capital, Bamako. A estrada, um mimo. Os agentes de fronteira e da alfândega foram extremamente simpáticos - Gâmbia, rói-te de inveja. O povo, trabalhador e até certo ponto disciplinado. Entretanto, fomos 'aliviados' em 20.000 fcfa por um polícia. Foi um roubo. Coisa curiosa: vimos mais de 5 vacas mortas, todas à beira da estrada. Curioso, e de certa maneira irónico, foi ver como um outrora majestoso cavalo castanho, perdeu a vida...à beira de um rio. De sede não foi, com toda a certeza...
Bamako tem três senhoras pontes suspensas sobre o Rio Niger (uma por inaugurar, contudo já concluída). Aqui não há a nossa eterna cantata do luz bim, luz bai...luz tem!!! Antes do jantar, fui comprar cd's: The Best Of Soul, Freedom Road (Bob Marley), The Essential - George Benson e Francis Cabrel com Des Roses & Des Ortis.
Depois, jantámos no Savana. Frescos que nem uma alface, aliás nem parece que acabarámos de fazer quase setecentos quilómetros a conduzir. Um restaurante agradável e com boa comida, e mesmo ao nosso lado estava o presidente de um partido político, que, garantiram-nos, é dos mais proeminentes do Mali. Nova geração, portanto. O Mali - que de acordo com estudos efectuados, caminha para uma quase-tragédia, com cerca de 98% do seu território a sofrer de uma espécie de 'síndroma de desertificação' - está a crescer a olhos vistos. Durante a viagem Kayes/Bamako, cruzámos com mais de uma centena de camiões TIR carregados com todo o tipo de mercadoria, na direcção do Senegal e vice-versa.
Saímos de Kayes às 9.30 da manhã e chegámos a Bamako pontualmente - como no poema de Lorca - a las cinco em punto de la tarde. depois de algumas paragens obrigatórias.
Hoje, dormimos em Bamako e amanhã rumamos a Segou (240km) para o "Festival sur le Niger". Ficaremos 3 noites, e depois, lá apanharemos a estrada novamente: Djene (140 km), para visitar a Grande Mesquita que é Património Mundial da Humanidade. Oh, lá, lá.
A companhia para esta viagem não podia ser melhor; melhor, não podia querer outra, de resto. Contas feitas para esta aventura extraordinária: Bissau/Bamako/Bissau: mais de 3.000 quilómetros de estrada. AAS