segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

OPINIÃO: MFDC continua a provocar dores de cabeça


"O MDFC continua a provocar dores de cabeça ao nosso país e vai seguramente continuar a causar danos. Enganam-se aqueles que porventura pensam que conflitos desta natureza, classificados de baixa intensidade (low intensity conficts), não têm futuro. É precisamente o inverso. Têm tendência a durar eternamente ou pelo menos enquanto os seus líderes tiverem forças e alguma capacidade de recrutamento. Essa capacidade de recrutamento pode, eventualmente, ocorrer e ganhar algum fôlego à medida que a repressão das forças governamentais aumenta e as populações forem ganhando consciência de que as suas reivindicações (políticas, económicas e sociais) jamais serão atendidas.

Ora, pela idade que os comandantes da frente sul de um dos ramos do MDFC (Duarte Djedju e Alfucene Djedju), que se reuniu em Farim com o Ministro da Administração Interna (MAI) aparentam ter, este conflito de baixa intensidade pode vir a durar mais 20 ou 30 anos, o que adicionado aos 32 anos que já se passaram perfará 62 anos. E isto sem contar com as reivindicações políticas que tiveram início, efetivamente, em 1947, ano da fundação do movimento.

O facto de os reencontros militares serem raros e pouco desgastantes faz com que a resistência seja muito mais duradoira do que os conflitos de alta intensidade. Mas há um outro fator que se deve adicionar a tudo o que acaba de ser dito. É a circunstância de os elementos rebeldes desposarem mulheres guineenses, o que em conflitos de género não pode de modo algum ser descurado.

Com base na experiência tida de outros conflitos, um dos elementos que muitas vezes concorre para as deserções, além da componente psicológica associada à intensidade da guerra, da demora da guerra e das dificuldades experimentadas pelo grupo armado a nível do aprovisionamento de víveres e de armamento, é precisamente o facto de os rebeldes terem a ansiedade de refazerem as suas vidas o mais rapidamente possível (por exemplo constituírem família) com o fim da guerra e se verem confrontados com o seu indefinido prolongamento.

Neste caso concreto os rebeldes de Casamansa não precisam de se preocupar tanto com o assunto de constituírem família pois podem fazê-lo cruzando a fronteira e terem uma prole que eventualmente venha a substituir os pais na sua atividade. Neste aspeto particular, seria muito interessante estudar o perfil e a história familiar dos elementos que compõe as várias fações do MDFC.

Mas regressemos imediatamente ao incidente de fronteira que levou à demissão do MAI. Estava precisamente a meio deste artigo quando fui surpreendido (positivamente) pela demissão do Ministro. Sim, porque depois de ter visto as imagens não tive dúvidas de que o Ministro em causa, que tinha começado muito bem o seu périplo com repreensões sobre o comportamento indigno de alguns dos seus subordinados e que estava (diga-se em abono da verdade) a desempenhar muito bem as suas funções, tinha levado longe demais o seu esforço e criado condições para que o Estado guineense sofresse um vexame por parte de um grupo armado que não reconhece. Por várias razões que passarei a enumerar:

1)A reunião (e toda a discussão que se gerou a propósito de se saber se o grupo armado estaria ou não do nosso lado da fronteira) ainda que informal, era absolutamente desnecessária e só veio pôr a nu a velha questão da volatilidade da nossa fronteira. E mais!

2) Veio demonstrar (se é que algumas dúvidas existem) o total desconhecimento da nossa fronteira por parte das autoridades que inclusivamente tinham a responsabilidade de zelar pela sua vigilância, segurança e controlo. Depois de várias décadas de independência o Estado guineense (como desconfiávamos) ainda não tomou verdadeiramente posse (de jure e de facto) das nossas fronteiras. Dai também o descalabro que se verificou nos acordos rubricados com o Senegal nos anos 90. O incidente de fronteira e a reunião que se lhe seguiu exige agora mais esclarecimentos. O guineense comum quer agora saber se o grupo armado do MDFC estava ou não a operar impunemente do nosso lado da fronteira. E como é que isso se faz? Criando e enviando uma missão de verificação dos dois países para a zona;

3) Naquelas condições ao constatar e ao lhe ser barrada a passagem na dúvida (como de facto relevou ter dúvidas se estava do lado guineense ou do lado senegalês, facto que me pareceu incrível) a primeira atitude a tomar seria informar imediatamente o Primeiro-ministro e a Ministra da Defesa para que, junto das autoridades senegalesas, através do Ministério de Negócios Estrangeiros, se criasse uma missão conjunta de verificação dos marcos fronteiriços numerados que existem (ou deveriam existir) e não são propriamente montes de pedras e de areia. Além do mais, a própria Presidência da República deveria ser imediatamente informada do incidente.

Depois da verificação conjunta e se se constatasse que o grupo armado estava de facto a violar a nossa fronteira a Guiné-Bissau deveria imediatamente lavrar uma nota de protesto junto do Governo senegalês a queixar-se da violação reiterada do seu território por grupos armados e como medida preventiva e dissuasora colocar um contingente militar na linha de fronteira. O MAI não deveria estar em amena cavaqueira com os rebeldes de Casamansa;

4) Como se não bastasse ainda convocou uma reunião com a direção militar dos rebeldes em Farim, o que acabou por ser um reconhecimento tácito, por parte de um membro de Governo guineense, do movimento rebelde e da força que dispunha no terreno quando afirmou, na sua alocução, que esses poderiam ter aniquilado a comitiva ou quando deixou a entender (ainda que de forma implícita) que controlavam uma área. Foi um erro grave. Muito grave, mesmo.

A reunião de Farim ainda veio agravar a situação, ofuscando completamente aquilo que estava a ser o desempenho positivo e a atitude discursiva do MAI que antecedeu o incidente. Depois disto e de tudo o que pude subtrair do noticiário da televisão da Guiné-Bissau, não tive dúvidas nenhumas de que o MAI tinha caído numa verdadeira armadilha e que alguém tiraria as devidas consequências, na minha opinião, de um ato irrefletido e talvez até inconsciente, mas que acabou por ridicularizar os governantes que se deslocaram à região. Tão irrefletido e inconsciente que, caso os rebeldes quisessem ganhar notoriedade a nível interno (do Senegal) e internacional, poderiam ter raptado o MAI e o seu staff, o que colocaria a Guiné-Bissau em maus lençóis. Ainda assim, a atitude deixou mossa que deve colocar o Estado guineense e o próximo titular do cargo de sobreaviso.

Algo de positivo ficou, porém, deste indesejável incidente na fronteira e da também indesejável e subsequente reunião de Farim: a vontade expressa pelos rebeldes em negociarem sobre a mediação do nosso país que não deve ser descurada. Todavia, os rebeldes se tiverem mesmo vontade em negociar devem comunicar as suas intenções ao Governo legítimo do Senegal. Subsidiariamente é preciso saber (até porque a existir paz em Casamansa é necessário que essa paz seja de facto definitiva) com quem negociar. Por outras palavras, negociar com qual das fações de um grupo decomposto em três ou quatro alas?

Criadas essas condições internas (no Senegal) para o advento dessas negociações é claro que a Guiné-Bissau deve predispor-se (e não seria a primeira vez) a oferecer o seu território e a participar na mediação por ser uma das partes interessadas na resolução de um conflito que ameaça eternizar-se. Deve fazê-lo de uma forma séria e responsável. Mas não transformar a mediação numa aventura em solitário do nosso país. Deve engajar também a Gâmbia (outra interessada!), aCEDEAO (pois o conflito impede a livre circulação de pessoas e bens), com todos os prejuízos que isso acarreta à integração regional, e a própria CPLP de que a Guiné-Bissau é Estado membro.

A resolução do conflito em Casamansa interessa, portanto, aos países vizinhos limítrofes (Guiné-Bissau e Gâmbia), às organizações regionais e sub-regionais e à CPLP. Por isso, todos eles (individualmente ou em conjunto) deveriam redobrar os seus esforços no sentido de criarem condições para a pacificação definitiva da região.

Enquanto isso não acontece, a Guiné-Bissau deve:

vigiar as suas fronteiras e tomar posse efetiva delas;

Reativar urgentemente as Brigadas Geodésicas e geo-hidrográficas que existiam no tempo colonial;

criar uma missão de verificação conjunta das fronteiras com o Senegal e com a Guiné-Conakry;

estudar as convenções que Portugal fez com a França e que estabeleceram as fronteiras atuais;

conhecer as retificações efetuadas, bem como os diferentes relatórios das missões geo-hidrográficas.

Julião Soares Sousa"

DESPEDIMENTOS NA APGB: Hoje de manhã, os trabalhadores 'prenderam' o encarregado do cais, com a finalidade de bloquear o Porto, mas não tiveram sucesso. A administração tinha já advertido o MAI, que estava preparado à espera, com polícias à paisana. No total, 215 pessoas foram dispensadas. AAS

ÚLTIMA HORA/DESPEDIMENTOS NA APGB: Mais de 150 pessoas (contratadas a pressão pelos golpistas de transição) foram despedidas pelo novo director-geral Mário Musante da Silva. Há poucos minutos atrás, os trabalhadores tentaram bloquear o porto de Bissau mas foram dispersados pela polícia. AAS

domingo, 30 de novembro de 2014

Nuno Nabian lançou partido político




O ex-candidato à presidência da Guiné-Bissau Nuno Nabian lançou hoje um novo partido, a Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), que diz destinar-se a "provocar mudanças de que o povo precisa" no país.

Nabian apresentou publicamente o seu partido em Gabu, a 200 quilómetros a leste de Bissau, mas avisou os militantes e simpatizantes para se prepararem para intimidações e perseguições de que poderão vir a ser alvo, sobretudo nos locais de trabalho.

"Toda a luta política tem um risco e o partido não foi fundado contra ninguém, mas sim para provocar mudanças de que o povo precisa", declarou o candidato derrotado na segunda volta das presidenciais guineenses por José Mário Vaz, o atual chefe de Estado. Lusa

QUEBRA NA PRODUÇÃO: A produção de arroz na Guiné-Bissau deverá registar uma queda de 36% na campanha agrícola 2014-15, disse neste domingo à agência Lusa fonte da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação. Lusa

VULCÃO DO FOGO:


Por: José Sousa Dias
Delegado da Agência Lusa em Cabo Verde
Expresso – Especial

Medo e confiança à sombra do vulcão do Fogo

Sentada na encosta da localidade de Portela, Maria Teixeira está muito mais velha do que os seus 42 anos. A lava do vulcão do Fogo, que ferve há vários dias na ilha cabo-verdiana a que lhe dá nome, está a dezenas de metros de Maria Teixeira, agasalhada e com pele enrugada pelo frio e nevoeiro que se sente na zona, a 2.300 metros de altitude. "Aqui não houve ninguém que não perdesse nada. Não sei o que vou fazer da minha vida”, diz, resignada, ao lado de um monte de bens, retirados da sua casa, no centro de uma Portela, ameaçada pelas chamas.

A casa, à semelhança de muitas outras, foi esvaziada de tudo, desde janelas, colchões, eletrodomésticos, mesas ou portas. Agora, os pertences de uma vida estão amontoados num monte sobre o solo à espera que os serviços de proteção civil de Cabo Verde os venham retirar. “A minha casa está vazia. Vivia da agricultura e agora vou perder tudo”, desabafa a mãe de quatro filhos que já foram transferidos para casa de familiares.

Desde a semana passada que o vulcão nervoso tem assustado a população e a lava já destruiu dezena e meia de casas. Na quinta, o cenário agravou-se com novas erupções de magma, criando novas bocas do vulcão. De visita à ilha, o primeiro-ministro, José Maria Neves, admitiu a falta de recursos para lidar com a situação. "Neste momento estamos numa situação de catástrofe”, disse o governante, que se mostrou particularmente preocupado com a situação dos mais frágeis. "Há muitas crianças. Temos de lhes reforçar a dieta alimentar”, exemplificou.

Mas Maria Teixeira espera pelo fim deste calvário. “Quero poder voltar um dia e espero que o vulcão acabe rapidamente”. A Portela está hoje fantasmagórica, apenas os esqueletos das casas e a quase totalidade dos seus habitantes já saiu para outros sítios mais seguros da ilha.

Por todo o arquipélago há uma onda de solidariedade. A lava que descia em direção à Portela parece ter mudado de direção, o que acalmou muitos dos desalojados mas obriga as autoridades a alterarem permanente os planos de atuação. Agora, a zona central da ilha cobre-se de um manto de magma que escorre pelas encostas a um ritmo lento mas imparável e com rumo imprevisível.

As autoridades apenas podem retirar as pessoas e os bens que estiverem no caminho da lava. "Vamos ter de monitorizar cientificamente o vulcão para estabelecer cenários numa base diária”, afirmou o primeiro-ministro. Hélio Semedo, do Serviço Nacional de Proteção Civil (SNPC) de Cabo Verde, confirma que as várias bocas do vulcão ficaram unidas numa única cratera, aumentando a quantidade de lava que escorre do monte.

As câmaras cabo-verdianas juntaram-se na recolha de donativos. Também a sociedade civil se juntou à causa e até a seleção de futebol vai avançar com uma campanha de angariação de fundos. De Portugal já partiu a fragata Álvares Cabral - com “medicamentos, equipamentos para a proteção civil e meios de comunicação”, segundo o primeiro-ministro cabo-verdiano -, mas também os alunos cabo-verdianos nas universidades portuguesas já se juntaram para recolher apoios, a que se juntam iniciativas de operadores turísticos e de organizações vocacionadas para o espaço lusófono.

A maior parte da ajuda está a ser coordenada por um grupo autodenominado "Amigos do Fogo", que constituiu uma comissão de trabalho, abriu contas bancárias e contactou a diáspora. João Miguel Alves, um dos elementos da comissão, diz que o primeiro sinal de apoio vem da Holanda, um dos países onde existem mais emigrantes cabo-verdianos, estando prevista a chegada de um contentor já no início da próxima semana.

Em Chã das Caldeiras, a maior cooperativa vinícola da ilha esteve em risco de ser destruída. David Gomes Monteiro, diretor da instituição, mostra-se agora mais confiante porque a lava está a seguir por outros caminhos. “O susto passou. Depois dos primeiros três dias, estávamos muito aflitos, mas hoje a coisa acalmou”, diz. As autoridades também abriram uma nova estrada e agora a cooperativa até pondera repor o equipamento industrial que havia retirado do local, como medida de segurança. “Vamos manter aqui parte da produção de 2013 e toda a produção de 2014. Já regressou tudo à normalidade e pensamos manter para já as coisas”, explica.

Por isso, há quem esteja otimista e queira já regressar antes de outros terem partido da Portela. É o caso de Manu Teixeira, 24 anos, que insiste em manter-se na terra onde vive há 18 anos e porque acredita que já conhece o vulcão. “A lava já está a parar e agora queremos continuar na nossa casa. Já não a vamos abandonar e vamos ficar aqui”, afirma, enquanto carrega os seus bens, que estavam em São Filipe, principal cidade da ilha do Fogo. “Se acontecer outra vez apanhamos novamente as nossas coisas e colocamo-las aqui”, diz. Mas agora, “não tenho medo e não vai acontecer mais erupções”, diz o jovem confiante, sob a sombra do monte do vulcão. “Já sabemos o que é isto”.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

EXCLUSIVO DC/POR QUE CAIU O BOTCHE CANDÉ?

ESMAGADO PELO PILAR 111

A história que conduziu ao pedido de demissão do ministro da Administração Interna da Guiné-Bissau, Botche Candé, podia ter um título: "esmagado pelo pilar 111".

Há pouco tempo, o Presidente da República, José Mário Vaz, foi alertado pela presença sistemática, na zona de fronteira - pilar 111, de rebeldes do MFDC. Enquanto comandante-chefe das forças armadas, JOMAV convocou o CEMGFA Biague Na Ntam e passou-lhe a informação. Este mandou averiguar, mas nada se apurou (ou talvez se tenha apurado e preparava-se uma operação idêntica à levada a cabo pelo ex-CEMGFA Tagme na Waie).

Até que Botche Candé se insurgiu, insistindo que sim, que "havia rebeldes nessa área" e que podia prová-lo. Primeiro erro: não é a todos os sítios que se vai e se leva a imprensa atrás. Botché foi de facto, levou um batalhão de jornalistas e, pasme-se, deu de caras e viu-se até rodeado de um grupo de indisciplinados rebeldes armados com AK 47 e RPG-7!

Segundo erro: Então, por que razão, sendo rebeldes e encontrando-se no nosso território, o ministro da Administração Interna, não deu/mandou dar ordem de prisão ao grupo que trava uma luta armada contra um regime legal e com a qual a Guiné-Bissau tem fronteiras e relações diplomáticas? Mistério.

Ou seja, houve outro erro, o terceiro, o chamado pecado capital: uma fonte garantiu ao DC "existir a sensação" de que a operação em que Botche Cande se envolveu "foi mal preparada e fez mais estragos para a imagem do país do que os beneficios pretendidos." Ou seja, diplomaticamente, foi como que um tiro no próprio pé.

JOMAV 'desrespeitado'

Quem não gostou mesmo nada do modus facendi do agora ex-ministro Botche Cande foi o Presidente da República José Mário Vaz. "Embora tenha compreendido a motivação, sentiu se um pouco desrespeitado enquanto Comandante em Chefe das Forcas Armadas", disse a fonte do DC. Jomav não gostou e foi aos arames. "Ou Botche, ou nada mais importará", terá dito um presidente furioso - e com razão.

O caldo entornar-se-ia na reunião de hoje do Conselho Superior de Defesa. Logo a seguir à reunião houve uma concertação restrita, quase rápida, entre o Presidente da República, o Presidente da ANP e o Governo. O destino de Botche ficou traçado: demita-se o minsitro. Botche Candé pede a demissão a contragosto.

Agora os guineenses podem questionar-se: mas pode o PR exonerar um ministro sem aval do primeiro-ministro? Poder, pode, mas geralmente procura o consenso com o chefe do Governo. Até porque para nomear o subsituto, tem que haver consenso entre os dois: um propõe e outro nomeia. AAS

Jurista Domenico Sanca, secretário de Estado da Ordem Pública, é agora ministro da Administração Interna, com a exoneração de Botche Candé. AAS

ÚLTIMA HORA: Botche Candé terá, a seu pedido, sido exonerado. AAS


Ministro da Administração Interna será substituído por um dos secretários de Estado; da Segurança e Ordem Pública, Domenico Sanca, ou por Abu Camara, do Ordenamento do Território.

OPINIÃO: Na Guiné-Bissau a vida é um teatro


"Caro Aly,

Seguidor assíduo do teu blog, deu-me a constatar a troca de galhardetes, entre ti e um outro Vaz. Desta vez, Carlos de seu nome. Parece praga dessa gente mesquinha e ruim, pois uma primeira vez foi um Vaz, o Nando, que partiu discreta e impunemente, sem prestar contas após um lote de trafulhices, gatunices e roubalheiras sob a égide de um Estado Ladrão.

Hoje vem de novo um outro Vaz, o Carlos, atazanar-nos a vida armando-se em jornalista de pacotilha, num reino de parvinhos que brincam ao Estado. É mesmo para dizer, na Guiné-Bissau, a vida é mesmo um teatro. Mas pergunto: não será demais da tua parte dar e dispensar muita importância a tanta insignificância de pessoa que não passam de um teatro de vida ambulante? Aliás, o único papel em que este fulano atípico se sente realmente confortável, exprimindo-se na sua plena infantilidade, é o palco da teatralidade.

Tal é o seu estado fictício de vida, que vai ao ponto de exibir um cartão emitido pela CNE, querendo com ele arrogar-se ao título e estatuto de jornalista profissional. Que absurdidade de pensamento, que pobre e desrespeitada homenagem presta esse fulano à nobre e respeitada profissão de jornalista!

Sei que em resposta aos seus impropérios desvairados, bem podias apelidá-lo, de pedófilo, tarado sexual (bafadur), usuário de droga dura, esquizofrénico etc, etc, sendo certo que todos esses adjectivos lhe fariam devida honra de personalidade e assentar-lhe-iam, como uma luva, mas não vale a pena, pois a evidência comportamental e os factos conhecidos do sujeito em questão diz tudo da sua perversa personalidade.

Por isso, deves permanecer noutros patamares, não lhe dando azo para se elevar ao teu nível. Baixa as cortinas do teatro e apague as luzes, ponha fim à recriação, pabia "si kusa murri, kusa ku natal". Quanto ao seu empregador, o primeiro-ministro Domingos Simões Pereira, é bom que saiba tirar ilações de comportamentos pouco profissionais dos seus colaboradores, pois muitas vezes, querendo agradar gregos e troianos na sua cata de "amplos consensos", pode bem ter que lidar-se com pedras incómodas no seu sapato governativo em declínio de popularidade e crença. Foi uma vez um VAZ...

Abraços Aly, na certeza de que estaremos juntos para o que der e vier, para mais diversão, caso o recado não tenha sido bem assimilado.

Quebo 66
"

NOTA: Ouviu bem, senhor doutor e prémio Nobel da Fantochada, Carlos Vaz? AAS

Cuba linda


A Embaixada da República da Guiné-Bissau, em Cuba, já dispõe de um sítio na internet:

LINK

NOTA: A página web está activa, mas ainda em construção. AAS

ERUPÇÃO DO VULCÃO DO FOGO: "É uma catástrofe", diz PM José Maria Neves


O primeiro-ministro de Cabo Verde considerou que a ilha do Fogo já vive uma situação de catástrofe, na sequência das sucessivas erupções vulcânicas que ocorrem desde domingo na conhecida precisamente por "ilha do vulcão".

Falando aos jornalistas após uma reunião com responsáveis municipais, forças de segurança e proteção civil em São Filipe, "capital" foguense, José Maria Neves indicou que o vulcão do Fogo, que "acordou" após 19 anos de "adormecimento", continua "imprevisível", tantos são os altos e baixos das atividades sísmicas e magmáticas. Lusa

Discriminação da mulher: Estamos no 67º lugar


A Guiné-Bissau ocupa o 67.º lugar do Índice de Género e Instituições Sociais divulgado ontem pela OCDE, que nota a falta de legislação que ponha em prática os compromissos nacionais e internacionais de combate à discriminação das mulheres.

O documento, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE), expõe a prevalência de discriminação em instituições sociais e promove a importância de normas sociais convencionais na defesa da igualdade de género. Lusa

Reforço do controlo das contas públicas


A União Europeia vai investir 555 mil euros na Guiné-Bissau, ao longo dos próximos anos, para reforçar o controlo das contas públicas, num projeto executado pelas Nações Unidas, anunciou na quinta-feira a UE em comunicado.

O país vai beneficiar de ações de capacitação profissional no setor público para que o Tribunal de Contas possa pronunciar-se "sobre a Conta Geral do Estado e levar a cabo auditorias financeiras e de desempenho noutros domínios relevantes". Lusa

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Era uma Vaz...


"Caro amigo Aly,

Estou a acompanhar as vossas trocas de conversas com o sr. Vaz, e vejo que tens muita razão, também com humildade... Essa fechou o ano, irmão.

Um Abraço do teu irmão de Angola.

Albano J."

ACTUALIZAÇÃO DE PROFISSÃO: A propósito, eu agora sou astronauta junto da estação espacial europeia. Respeitinho...AAS

TEATRALIZANDO: Escreve-me um 'conselheiro' do primeiro-ministro. Assim:




O Carlos Vaz levou a conversa para a baixeza e para o insulto. Compro. Um 'conselheiro' de um primeiro-ministro, a insultar alguém? Se os colaboradores de Domingos Simões Pereira não querem ser criticados - neste caso DESMENTIDO - então a porta da rua recomenda-se. O infeliz do Carlos Vaz provou, aqui, ser uma pessoa incompetente, que andou a surfar na maionese enquanto director do Instituto Nacional de Cinema: não fez nada de relevante, não produziu um único documento digno de registo. Nada. Zero. Niente. Rien du tout!

O Carlos Vaz sempre foi um fura vidas. Conhecemo-nos bem em Bissau. Eu, TOXICODEPENDENTE? Com que provas? Bom, terá a sua oportunidade de explicar isso em tribunal... O Carlos Vaz, e eu não queria entrar por aí (será que não queria mesmo?...), para além de obtuso (provou-o no email que aqui reproduzo) tem muito má reputação: a de pedófilo - a mais abjecta de todas.

Leiam o email do 'jornalista', contem os erros, os insultos e a difamação e depois digam-me se isto é próprio de um jornalista. De facto, o primeiro-ministro da Guiné-Bissau está muito bem servido de assessores e conselheiros. Quanto aos alunos de jornalismo do 'docente universitário' DR. Carlos Vaz, nem quero ver! Assim se vê, por alguns dos nossos docentes, a razão de a Guiné-Bissau estar neste poço sem fundo.

Um professor universitário - de JORNALISMO, com este português de merda? Ah, não!!! António Aly Silva


O ladrão do meio está a caminho...




O Governo de Timor-Leste anunciou que propôs a nomeação de José Ramos-Horta como enviado especial da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) para a Guiné-Bissau e Guiné Equatorial.

TEATRANDO




Carlos Vaz, 'conselheiro', entre tantos outros títulos que se espera sejam póstumos, veio agora meter a pata na poça e revelar que não percebeu nada. Eu disse, digo e repito: o Carlos Vaz não é, nem nunca foi jornalista. O Carlos Vaz nem jornaleiro é. Ai, agora, o cartão que orgulhosamente envia aos 'caros colegas', passado pela suspeita CNE, é que vem PROVAR que o homem é jornalista? Poupem-me a atalhos.

Pois bem, eu mesmo estive nessas eleições (aliás, à minha maneira, acabei com duas conferências de imprensa num único dia: a do malogrado Desejado Lima da Costa, na sede da CNE e a do então primeiro-ministro Artur Sanha, na primatura, frente à sede da UDIB).

Credenciei-me, para trabalhar, com o meu cartão de imprensa português Nr. 5219, para pendurar ao pescoço essa coisa pirosa que chamam de credencial. Assim, desafio o (doutor?) Carlos Vaz a:

1 - APRESENTAR o seu cartão de imprensa, aquele com que se credenciou nas eleições de 2005;
2 - Calar-se para sempre, ou,

Preparar-se para um grande djamu ku djambadon... Disse. AAS


DSP/Visita a Cabo Verde


O Ministério das Relações Exteriores (MIREX) informa que uma Delegação Governamental da Guiné Bissau, Chefiada por S.E. Senhor Primeiro-Ministro, Domingos Simões Pereira, estará de visita a Cabo Verde a partir do dia 1 de dezembro.

O programa da visita prevê um encontro empresarial com empresários Cabo-verdianos e Guineenses, pelo que, em colaboração com o MIREX a CCISS convida os associados e a classe empresarial a participar no Encontro com a delegação governamental da Guiné Bissau, que se realizará na próxima segunda-feira, 01 de Dezembro, na Sala de Conferências da Câmara de Comércio de Sotavento, com início às 15:00H.

O Sr. Primeiro-Ministro, Domingos Simões Pereira, visitará Cabo Verde, acompanhado dos principais Membros do Governo e Representantes da Câmara de Comércio, Industria, Agricultura e Serviços da Guiné Bissau.

Aos interessados solicitamos a confirmação de presença até às 12h00 do dia 1 de Dezembro.

Para tanto disponibilizamos o seguinte Formulário para a inscrição das empresas interessadas e respectivos representantes.

Câmara de Comércio Industria e Serviços de Sotavento

Av. OUA, 39 – C.P. 105 – ASA, Cidade da Praia, Cabo Verde

Tel. 00238 261 5352 - Fax. 00238 261 7235
email: info@cciss.cv; www.cciss.cv

OPINIÃO DO EDITOR: Si kussa murri, kussa ku matal


Do homem do teatro:

A propósito do simpático editorial difamatória do Sr. Ali Silva no blog: Ditadura do Consenso contra a minha pessoa, em anexo, seguem alguns documentos prova de trabalho, para a vossa consulta, nos quais se pode constatar, que iniciei a minha carreira na informação desde 1983, em TV Cabo-verdiana. Igualmente, ao longo deste percurso tive ligado várias vezes a produção cinematográfica, fui consultor de comunicação de vários projectos e nestes últimos anos tenho sido docente universitário para érea de comunicação e jornalismo.

Modestamente e humildemente, queiram aceitar os meus melhores cumprimentos e respeitos

Carlos Vaz
/Coordenador do Gabinete de Comunicação e Informação, junto ao Primeiro-Ministro/


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Nkontra ku nha ermons ku Aka na kosta
Ma cinema populaçon na Biorna
Pubis na koi koi
Ahhhhh é na koi koi
Kê, sim murri gossi
Nha alma ka na durmi

Do JORNALISTA:

Ó Carlos Vaz, deixa-te lá de coisas. Para já, começas mal: alguém que se diz humilde NÃO toma como seu algo que não lhe pertence - esse é o princípio de ser-se humilde. Mas há mais. Lá por, no cartão da CNE ou noutro qualquer, terem escrito jornalista não faz de ti jornalista. Ponto. E o teu português...ui!

Só mesmo na Guiné-Bissau, nesse atoleiro à beira lodo plantado, que alguém diz 'sou isto e aquilo', e, pasme-se, passa mesmo a ser aquilo que quiser. Só no nosso País é que ser ministro é tomado como um título. Carlos Vaz: a propósito, o meu apelido é ALY e não Ali...

É a chamada integridade da merda, e graças a ela temos a perfeita noção do estado do nosso País e, em certa medida, do resto do mundo. Deviam devolver o Carlos Vaz à procedência: ao Instituto Nacional de Cinema. Precisamos de filmes, é a verdade, mas também não temos um cinema para amostra. E o Carlos Vaz, um 'jornalista dos tempos modernos', estava mesmo à mão...paxenxa.

Também com humildade, AAS

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Domínio de topo da Guiné-Bissau já está online


Já está online o domínio de topo da Guiné Bissau. O DNS.pt ajudou a preparar a chegada do .gw, que identifica as páginas de Internet locais.

No apoio ao lançamento do ccTLD da Guiné Bissau, o DNS.pt assegurou o desenho e a estrutura do site de suporte ao serviço, no âmbito de uma parceria assinada com a Autoridade Reguladora Nacional - Tecnologias de Informação e Comunicação da Guiné-Bissau.

No âmbito do mesmo acordo, a entidade responsável pela gestão do domínio nacional de topo em Portugal preparou ainda a regulamento aplicável ao TLD nacional da Guiné Bissau e deu apoio na definição de parâmetros para a gestão diária do domínio, explica uma nota divulgada hoje pelo DNS.pt. Assegurou igualmente o apoio técnico de alojamento do servidor de nomes de .gw

Em 2012, ainda o registry de .pt era a FCCN, já tinha sido assinado um primeiro protocolo com a ARN para a prestação de apoio técnico à gestão do .gw, que nessa altura já estava em perspetiva. O processo acabou por avançar apenas agora, depois da delegação em julho pela IANA das competências necessárias na ARN.

Há entretanto três empresas portuguesas que já garantiram o estatuto de registar para .gw, que são a Amen, Ptisp e Domínios. O DNS.pt já presta apoio ao mesmo nível a outros países africanos de língua oficial portuguesa, como Angola e Cabo Verde.

DENÚNCIA


"Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural

Decreto Nº12/04/2014
Todos os Reformados tem Direito um Viatura dupla cabine

Ministério da Agricultura (rabata, rabata, asumbu lele)

Todos os Ministros que passaram levaram consigo uma viatura desde Maria Evarista levou 1 (Prado) Cinzento, Barros Bacar Bandjai levou (Toyota Hilux) Branca, Malam Mané levou (Prado) cor de lama, Nicolau dos Santos levou (Toyota Hilux) Azul e alguns aposentados (reformados) levaram um dupla-cabine e os técnicos que vão para o terreno vão nos transportes públicos, e essas viaturas estão parqueadas nas casas desses senhores/senhoras.

PRESAR é uma Empresa privada de Kaussou Dion Bera, não é um projeto do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural? Perguntam este Senhor proprietário desta empresa e do mistério dos 4 (Carros) 3 Toyota Dupla-cabine e 1 Toyota Prado de cor azul que estavam sob custódia da Guarda-Nacional - onde está esta viatura? A circular com consultores do BAD mas que é propriedade do Kaussou. Ouvi a dizer que já o comprou. Duvido… há há há, se canua ca ncadja no tchiga.

Próxima edição se este assunto não for resolvido: vou ser mais duro, Autocarro de cor castanho que estava no Ministério não funciona. Saiu do Ministério depois de 2 dias começou a trabalhar. Agricultura tem pessoas intocáveis. Apelamos a quem de direito a tomar medidas contra estas pessoas corruptos, o Gabinete de Luta contra a Corrupção, entidade competente, acreditamos em vocês. Já chega, por favor. (Se ramo quebra suguta na tchon qui na caba ampus).

Não há lugar para a concertação é por isso optamos por este meio.

Assinado:

Engº Casseque"

Afectos com Letras


No âmbito da XIV Missão Solidária, a AFECTOS COM LETRAS ONGD envia hoje para a Guiné-Bissau, por via marítima, um contentor contendo cerca de 8 toneladas de medicamentos, essencialmente antibióticos, destinados aos doentes mais carenciados das unidades de saúde daquele País.

Este donativo, com um valor de 121 000 euros, surge da parceria entre a AFECTOS COM LETRAS ONGD e os Laboratórios Basi, SA, com sede em Mortágua. Estes medicamentos irão suprir, nos próximos 12 meses, as necessidades dos doentes sem recursos dos Hospitais da Região de Bissau, designadamente do Hospital Nacional Simão Mendes e do Hospital Militar) e ainda do Hospital da Ilha de Bolama, do Hospital de Cumura assim como dos Hospitais de Bula e Ingoré e dos Centros de Saúde de Varela e da Ilha de Pecixe.

Recorde-se que a AFECTOS COM LETRAS ONGD assinou muito recentemente um Memorando de Entendimento com o Ministério da Saúde Guineense e a ONG AIDA, a nossa parceira no terreno responsável pela distribuição dos medicamentos doados, no sentido de garantir a gratuitidade e transparência na gestão da distribuição e entrega destes medicamentos a quem realmente mais necessita.

O sector da saúde na Guiné-Bissau padece de grandes carências e os medicamentos, essencialmente os antibióticos, muitas vezes rareiam ou atingem preços inacessíveis para uma grande parte da população que se abstém de tomar a medicação prescrita por falta de recursos financeiros. Esta nossa doação visa colmatar as necessidades mais evidentes e contribuir para a melhoria das condições básicas de vida e da dignidade humana dos guineenses.

O contentor chega à Guiné-Bissau na época Natalícia e será aberto e entregue por elementos da AFECTOS COM LETRAS ONGD que se deslocam ao País nessa altura para o efeito.

Pombal, 26 de novembro de 2014.

Para mais informações: Joana Benzinho - (+351) 91 87 86 792

CONFIRMADO: Rebeldes de Casamança com base no território da Guiné-Bissau


O porta-voz do Ministério da Administração Interna (MAI) da Guiné-Bissau confirmou hoje que foram encontrados acampados em território guineense rebeldes que lutam pela independência de Casamança (região do sul do Senegal) armados com metralhadoras e lança-granadas.

"Tratando-se de uma força estrangeira no território nacional, é de facto preocupante e não podemos permitir que isso continue", referiu Samuel Fernandes, tenente-coronel da Guarda Nacional e porta-voz do ministério. Samuel Fernandes adiantou que o Presidente guineense já foi hoje informado do sucedido pelo ministro da Administração Interna, Botche Candé, e que vai ser criada uma comissão de alto nível para lidar com o assunto.

Os rebeldes foram encontrados por uma comitiva governamental liderada por Botche Candé que durante o fim-de-semana esteve em visita oficial a uma região no norte da Guiné-Bissau, perto de Farim, junto à fronteira com o Senegal. Na altura, o governante foi informado que haveria "movimentações estranhas" na zona, situação que a comitiva de que fazia parte resolveu averiguar, explicou Samuel Fernandes, que também integrava a equipa.

"Constatou-se que estavam elementos das forças do Movimento das Forças Democráticas de Casamança (MFDC) dentro do território nacional. Isto é muito grave", considerou o porta-voz do MAI, adiantando que se tratava de "um grupo armado com metralhadoras e lança-granadas". Apesar de não ter havido nenhuma ameaça à segurança da comitiva, "é uma situação delicada que pode comprometer a segurança nacional", disse Samuel Fernandes.

"Conversámos com eles" e "confessaram que estavam em território nacional. Têm a base do outro lado [da fronteira, em Casamança], mas estão numa zona de matas cerradas" e onde foram enterradas minas antipessoais, condições que fazem com que os agentes de segurança guineenses não avancem, dando-lhes espaço, segundo referiram.

Da comitiva que se deparou com os rebeldes faziam ainda parte o secretário de estado da Ordem Pública, o governador da região de Oio, o comissário nacional da Polícia de Ordem Pública e o comandante para o país da Guarda Nacional.

As ações do Movimento das Forças Democráticas de Casamança são cada vez mais raras, mas, oficialmente, os rebeldes ainda não depuseram as armas e estão divididos em diversas alas políticas e militares. O movimento luta desde 1982 pela secessão de uma província que já fez parte de Portugal, integrada no território da então Guiné Portuguesa, e que é agora parte do sul do Senegal. Lusa

Erupção do vulcão da ilha do Fogo



A enorme coluna de fumo e de cinzas da erupção do vulcão da ilha do Fogo. A vista é da varanda minha casa, na ilha de Santiago, a cerca de 50 km de distância. Foto AAS/DC/2014

terça-feira, 25 de novembro de 2014

LGDH/ Nota de Condolências

Liga Guineense dos Direitos Humanos

NOTA DE CONDOLÊNCIAS

Foi com profunda consternação que a Liga Guineense dos Direitos Humanos tomou conhecimento da morte de Nicolácia Maria Gomes, membro do Conselho Nacional e Presidente desta organização na região de Gabu.

A malograda que no dia 25 de Novembro de 2014, deixou por força do destino, o mundo dos vivos, foi uma figura de destaque na luta pelos direitos humanos, em especial na região de Gabu.

Nicolacia Maria Gomes sempre foi uma activista incansável e corajosa, tendo dedicado toda a sua vida enquanto voluntária, pela defesa dos valores estruturantes do Estado de Direito.

Em virtude das suas qualidades profissionais e determinação na defesa dos direitos humanos, a LGDH gotaria de recohecer publicamente que sofreu uma perda irreparável com o desaparecimento físico da Senhora Nicolacia Maria Gomes que em muito contribuiu para a promoção e protecção dos direitos humanos no país.

Neste momento de dor e de angústia, a LGDH apresenta as suas mais sentidas condolências à familia enlutada e a todos os activistas dos direitos humanos.

Que a sua alma descance em paz e na Gloria para sempre.

Pela Paz, Justiça e Direitos Humanos

Feito em Bissau aos 25 de Novembro de 2014
A Direcção Nacional
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segunda-feira, 24 de novembro de 2014

OPINIÃO DO EDITOR: Só uma coisinha...


Quando o Carlos Vaz me trata por "caro colega", nos email's que envia a vários órgãos de comunicação - e blogues, refere-se a:

1. Termos andado juntos na escola (não corresponde à verdade);
2. Termos feito a recruta juntos (isso certamente não aconteceu);

Das duas, nada.

Carlos Vaz, 'sente-se' agora um jornalista de mão cheia e até me trata por tu. Parece, pois, e com o pomposo título de Conselheiro/Coordenador do Gabinete de Comunicação e Informação, junto ao Primeiro-Ministro, não me admira nada. Carlos Vaz não manda apenas informação. Manda um jornal de parede. Letras garrafais, frases que acabam com reticências, enfim tudo coisas tipo manchetes do Daily Mirror, do Sun, etc. TÍtulos escritos a vermelho - onde já se viu uma coisa destas num gabinete de comunicação de um Primeiro-Ministro? Teatralidade à parte, estamos a falar de coisas sérias...:




Mas o Carlos Vaz não é jornalista, nem coordena 'jornalistas' num gabinete que mal existe.

O Carlos Vaz, todos sabemos isso, é um actor - um grande actor de teatro, diga-se de passagem - e até já se aventurou no cinema. Isto lembra-me um fulano pantomineiro de quem não tenho saudade: de comercial numa revista em Lisboa (vendia publicidade), passou rapidamente de besta a bestial: passou a ser 'jornalista' assim que chegou a Bissau. Até se arvorava em 'consultor'... Lá está, aos papéis, encafuado num partido político sem norte, enganando este e aquele - a propósito, até ficou com o dinheiro de uma casa que acolhe crianças desfavorecidas... AAS

GIC-GB: Discurso do Primeiro-Ministro Domingos Simões Pereira


Excelência, Senhor Embaixador Gary QUINLAN, Representante Permanenete da Australia, Presidente do Conselho de Segurança;

Excelência Senhor Secretário Geral das Nações Unidas;

Excelências Senhores Representantes de Estados Membros do Conselho de Segurança;

Excelência Senhor Presidente da Comissão da Consolidação da Paz;

Minhas Senhoras e meus Senhores,

Excelencias

Agradeço a honra que me é concedida de, enquanto convidado, marcar presenca e tomar a palavra neste importante Órgão das Nações Unidas.

A Guiné-Bissau e um país que, na arena internacional, está a emergir de um ambiente de relacionamento com a Comunidade Internacional marcado por múltiplas condicionalidades e sanções. Esta presença e participação nos trabalhos deste órgão nuclear para a Preservação de Paz e da Segurança Internacionais, mais que o simbolismo, se reveste de importancia capital para o meu pais e para todo o povo guineense.

A Guine-Bissau volta a este palco de diálogo e concertação política se apresentando como um país em renovação, com novas autoridades políticas, novos compromissos e a esperança na construção de um Estado e uma sociedade cada vez mais mobilizados para a prossecução dos grandes desígnios nacionais.

Este regresso assinala ainda o cumprimento de mais uma etapa na restauração dos quadros de diálogo e cooperação com o exterior e de afirmação progressiva da Guiné-Bissau como parceiro estável e credível no sistema de segurança regional e global.

Finalmente, a minha presença neste fórum é tambem uma oportunidade singular para, em nome de S. Excia o Sr. Presidente da Republica Jose Mario Vaz, de todos os actores politicos nacionais e da sociedade em geral, agradecer ao Conselho de Segurança e a todo o sistema das Nacoes Unidas, o abnegado esforço que t^em consentido, há mais de uma década, no apoio ao processo de estabilização do nosso país.

Apesar da persistente instabilidade política, a ONU manteve sempre a Guiné-Bissau na sua agenda, procurando as melhores vias para a promoção do diálogo político e fortalecimento institucional do Estado de Direito.

Excelencias, minhas Senhoras e meus Senhores

Gostaria de trazer à vossa consideração os aspectos que, no entendimento do Governo, devem moldar o novo quadro de diálogo e cooperação com os parceiros internacionais, e de forma particular com as Nações Unidas:

A Guiné-Bissau está a viver um novo ciclo político, cheio de esperança e expectativa, que sustentam o sonho dos guineenses na reconstrução de um Estado à altura das exigências internas e externas da boa governação e do desenvolvimento.

O entendimento entre as principais formações políticas nacionais, sobretudo entre o PAIGC e o PRS, os dois partidos maioritários no Parlamento, constitui o pilar da governação inclusiva e o suporte das reformas e ajustamentos das instituições basilares do Estado e do ordenamento jurídico–constitucional, fundamentais para a consolidação da estabilidade e o reforço das premissas do desenvolvimento.

A legitimação da governação, a estabilidade social e a reconstrução económica são elementos incontornáveis para a estabilidade política e governativa no nosso país. Para chegar a esses resultados, a Guiné-Bissau necessita no imediato, de ajuda externa robusta por forma a alterar as condicionantes de um Estado frágil, com escassos recursos e uma instabilidade social persistente, com cicatrizes ainda vivas nos sectores sociais básicos como a Educação e a Saúde, dentre outros.

Apesar dos passos significativos, para alguns ate corajosos, que o país já deu no quadro das reformas, o Governo assume com realismo que ainda existem importantes riscos e fragilidades que devem merecer atenção e respostas adequadas.

Aplaudimos a importante missao de manutencao da seguranca das instituicoes e dos titulares dos cargos de soberania, que tem sido desempenhada de forma superior e exemplar pela ECOMIB. Manifestamos por isso a vontade inequivoca das autoridades guineenses em ver prosseguir o seu mandato, apresentando a este Conselho de Seguranca e a todos os parceiros internacionais, a solicitacao para o correspondente apoio financeiro.

A fase em que os processos de estabilização e reconstrução do Estado e da economia se encontram requer a continuidade da Guiné-Bissau na agenda das Nações Unidas e um firme e contínuo acompanhamento, apoio político e assistência das Nações Unidas.

Por esse facto, assumimos para o imediato, a continuidade da UNIOGBIS e o apoio das Nações Unidas, alicerçado na colaboração estratégica entre o Conselho de Segurança e a Comissão da Consolidação da Paz. Esta preocupacao foi alias manifestada a missao de avaliacao das nacoes Unidas na sua recente visita ao nosso pais.

Igualmente, a Guiné-Bissau precisa do apoio das Nações Unidas para a Organização da Conferência de Doadores, agendada para Fevereiro de 2015, em Bruxelas.

A realização com sucesso da Mesa Redonda de parceiros de desenvolvimento constituiria uma conquista estruturante para a acção e dinâmicas governativas de médio prazo.

Senhoras e Senhores

A nova Guiné-Bissau, em construção, pretende estabelecer com as Nações Unidas uma parceria estratégica renovada focada no sucesso como plataforma da sua sustentabilidade. Este novo quadro ira beneficiar do completo e inequivoco envolvimento dasautoridades políticas, dos compromissos políticos estabelecidos, bem como o empenho de toda a sociedade civil.

Sa’udo ainda de forma efusiva, a reactivação do Grupo Internacional de Contacto para a Guiné-Bissau, criado sobre a égide das Nações Unidas em 2006, e que ainda hoje registou a sua primeira reunião, após dois anos de interregno. Para n’os, esse espaco constitui um quadro interativo de primordial importancia para agilizar o diálogo com os parceiros internacionais e apoiar o Governo nos esforços de mobilização da assistência internacional.

Por isso, faco registar os nossos profundos agradecimentos pela presenca e participação de Representantes dos Estados Membros do Conselho de Segurança nesse fórum.

Termino, reiterando o nosso agradecimento às Nações Unidas, aos seus órgãos e às suas agências, pela atenção e assistência que têm fornecido à Guiné-Bissau.


Muito obrigado