quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Festa rija na cidade da Praia para comemorar o Dia Municipal do Imigrante

No dia 18 de Dezembro, foi comemorado com brilhantismo o Dia Municipal de Imigrantes, data instituída pela Câmara Municipal da Praia, mediante aprovação da Assembleia Municipal, para homenagear especialmente os imigrantes do município da Praia. 18 de Dezembro não foi escolhido por acaso, mas sim, de maneira a coincidir com o Dia Internacional do Imigrante.Num programa excelentemente elaborado pela edilidade praiense, começou-se com um torneio de futebol entre as equipas das diversas comunidades de imigrantes praienses, tendo saído vencedora a equipa da Nigéria, secundada pela equipa da Guiné-Bissau.

No âmbito das comemorações, foi realizada na Biblioteca Nacional uma palestra subordinada ao tema “O PAPEL DOS IMIGRANTES NO DESENVOLVIMENTO DO PODER LOCAL”, presidida por S. Exa. o Presidente da Câmara Municipal da Praia, Dr. Ulisses Correia e Silva, com brilhante animação na abordagem do tema pelo Dr. Luís Filipe da Universidade Jean Piaget e que contou com a honrosa presença de S. Exa. o Cônsul geral da Guiné-Bissau em Cabo Verde, Dr. Cândido Barbosa.

Um jantar de gala realizado no Hotel Praia-Mar para 450 convidados dos mais diversos sectores sociais praiense e com presença de mais de 300 imigrantes de todos os países radicados na capital, sempre com o patrocínio da edilidade praiense e contou com a suprema e honrosa presença de S. Excelência o Sr. Presidente da República, Dr. Jorge Carlos Fonseca e sua gentil esposa, e que contou ainda com as presenças de altas individualidades nacionais, o corpo diplomático acreditado na Praia, Deputados e Vereadores da Câmara Municipal da Praia, dirigentes das comunidade imigrantes, para além de muitos convidados e, naturalmente, com o anfitrião responsável por esta iniciativa, o edil praiense Dr. Ulisses Correia e Silva.

A Câmara contou com a entusiástica colaboração da Associação dos Guineenses Residentes em abo Verde e da Plataforma das Comunidades Africanas na organização e confecção dos pratos típicos dos diversos países presentes, com desfile de trajes tradicionais africanos e brilhantes actuações de dois grupos musicais, cabendo o encerramento ao Super Mama Djombo da Guiné-Bissau que animou a todos os convidados, tornando o pátio do Hotel Praia-Mar um autêntico encontro das nações.

Ao contrário da noticia publicada segunda-feira no Jornal A Semana “Regabofe restrito de meia dúzia de felizardos escolhidos a dedo”, de “convites à gente fina”, etc., etc. Quem esteve no Hotel Praia-Mar e viu a moldura humana (centenas de pessoas), do mais humilde dos trabalhadores braçais ao Supremo Magistrado da Nação, jamais faria a infeliz análise do “Regabofe restrito a meia dúzia de gente fina”.

O público presente apreciou sobremaneira as homenagens à S. Exa. o Presidente da Câmara Municipal da Praia, Dr. Ulisses Correia e Silva e o Sr. António Valentim Sanca (o imigrante mais antigo da Praia), com a aposição pelo Presidente da Associação dos Guineenses, Eng. Leonel Sambé, de lindos panos confeccionados por artesãos guineenses. As Associações dos Imigrantes presentes louvaram a brilhante e feliz iniciativa da edilidade praiense, com destaque para o seu Presidente Dr. Ulisses Correia e Silva que, com esta iniciativa demonstrou grande sensibilidade no que tange aos problemas que afectam os imigrantes, bem demonstrada na breve alocução de abertura do Jantar de Gala e bem complementada pelo Supremo Magistrado da Nação, Dr. Jorge Carlos Fonseca.

Esperemos que o dia 18 de Dezembro seja extensivo a todos os Municípios de Cabo Verde, pois acreditamos que, no papel de imigrantes, temos dado e continuaremos a dar a nossa modesta contribuição para o desenvolvimento destas ilhas afortunadas, pela excelência do dirigismo dos seus sucessivos e esclarecidos timoneiros.

Obrigado à Câmara Municipal da Praia, obrigado ao Dr. Ulisses Correia e Silva.

BEM HAJAM OS IMIGRANTES!
BEM HAJA À CÂMARA MUNICIPAL DA PRAIA!
BEM HAJA CABO VERDE!

Melhores cumprimentos,
LIONEL LONA SAMBÉ

Mais TAP!

«Desta vez ultrapassaram os limites do razoável. Tiveram o desplante de viajar de Lisboa para Bissau e volta (voo desta madrugada), sabendo de antemão que não levavam bagagens. Isto porque, aparentemente, o avião utilizado não tem capacidade para voar de Lisboa para Bissau e volta sem reabastecer e como a TAP não reabastece em Bissau, a solução foi simplesmente não transportar as bagagens para poupar combustível.

Não tenho adjectivos para classificar esta atitude da TAP, de tão baixa e reles que é. A TAP agiu de má fé, sabendo inclusive que nesta época festiva os passageiros (principalmente de Lisboa para Bissau) transportam inúmeros artigos especialmente destinados à época natalícia e respectivas famílias. Além disso, chegados ao aeroporto de Lisboa, ninguém da TAP surgiu a dar qualquer tipo de explicações (aliás como é comum nesta companhia) deixando esse papel para os operadores da Ground Force.Acontece que os passageiros não pagaram bilhete à Ground Force mas sim à TAP. Espero ansiosamente que em breve a TAP perca o monopólio de Bissau. As pessoas que tomam este tipo de decisões são...RELES e ORDINÁRIAS.
V.S.
»

TAP do Terceiro Mundo: Passageiros do voo TAP desta madrugada chegaram a Lisboa em seguranca...mas sem bagagens!!! Ou seja a TAP anda a gozar com os passageiros! Aviao nao tinha combustivel, e, assim, nao chegou sequer uma bagagem de porao para amostra... AAS

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Cabo Verde: Presidente da Bolsa de Valores detido pela Policia Judicaria. Ha suspeitas de trafico de drogas, isto de acordo com documentos apreendidos. No total, foram ja detidas 9 pessoas na operacao denominada 'Lancha Voadora'. AAS

Alto dirigente/Caso de violacao: hospital 'Simao Mendes' recusou fazer exames a menina, mas a clinica 'Artemisa' fe-lo! A UNIOGBIS sabera de tudo, mas permanece calada. Entretanto, Ditadura do Consenso continua em campo... AAS

UE: 1000 milhoes de euros para paises do grupo ACP

A Uniao Europeia acaba de aprovar um pacote de ajudas no valor de 1000 milhoes de euros, destinados aos 36 paises que fazem parte do grupo ACP - Africa, Caraibas e Pacifico.

Tres paises dos PALOP serao beneficiados: Mocambique, Sao Tome e Principe e Guine-Bissau (recebera 5,5 milhoes de euros), bem como um da CPLP - Timor Leste.

As ajudas agora aprovadas pelos eurodeputados visam intervencoes em areas criticas como a mortalidade materno/infantil. Nestes dois casos, a Guine-Bissau tem uma das taxas mais altas do mundo.

NOTA: Tudo isto parece muito bonito, mas sera tragico. Esse dinheiro servira para criar mais corruptos, pois quem 'da' nem sequer e auditado no seu proprio pais. E, assim, por cada euro doado, 60 centimos sao gastos pelos proprios 'doadores'...AAS

Viva: Guineense é Miss CEDEAO

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A 25-year-old Guinea Bissauan, Fatoumata Diaraye Diallo, Sunday emerged the winner of Miss Economic Community of West African States (ECOWAS) Peace Pageant, which took place at the Polo Club, Port Harcourt, Rivers State.

Diallo, who contested with tag number 29, won the crown as the most beautiful girl in ECOWAS, after dusting 29 other contestants from 15 countries. With two contestants from Burkina Faso, Cape Verde, Cote D’ivore, Gambia, Ghana, Guinea Bissau, Guinea Conakry, Liberia, Mali, Niger, Nigeria, Senegal Serra Leone and Togo, Dialo said she was overwhelmed that she emerged as the overall winner.


Apart from the overall winner and wearer of the crown, contestant number 28, Miss Sophia Thiam, 19 years old, a citizen of Senegal came first runner up, while a Nigerian, 20-year-old Lafeya Gariga came second
runner up.

Speaking at the occasion, Governor of Rivers State, Mr. Rotimi Amaechi, expressed delight at the turn out of representatives from different countries.


Amaechi said the contest marked the opening of the 2011, Rivers Carnival, which main opening ceremony is scheduled to take place on December 13, at the Carnival Village.

In her massage, the event production Manager, Maxine Menson, said the ECOWAS Peace Pageant was instituted for the promotion of peace and stability in the ECOWAS sub-region and to advance the youth initiative of the ECOWAS commission in Abuja, stressing that with the event of programme, youth would be empowered to better statues.

“We believe that the empowerment of our youth is of vital importance and will eventually leave a lasting mark of peace in our homes, communities and around the globe.”

Menson added that with hosting of the event three times in Rivers State, the State has tremendously experienced a great change as regards to reports of violence, commending Amaechi for his effort to bring peace and stability in the state.
“A few years ago, Rivers State was noted for its instability however, today, we see the positive changes that have taken place and continue to take palace. Thanks to the vision of Governor Amaechi, we see many investors flooding the State due to the improved conditions,” she said.


Meanwhile, one of the participants who said to have come from Ghana, Saviour Aluada, expressed dissatisfaction over the planning of the event, stressing that to achieves its purpose, the event should not be stagnant in a particular country and state but be rotated through the 15 ECOWAS countries. He said that the organisers were yet to produce the aim of organising the contest.

“Basically the whole show has not shown me a demonstration, how the ECOWAS may have created peace among each other. So far all I have seen here is not the best, ECOWAS pageant has been done here three times. It should be distributed into 15 different ECOWAS countries, giving others the opportunity.


“Again the current Miss ECOWAS has not demonstrated any activities being taken, in terms of how they empower the youths in the society, empowering women or visiting homes, like early pregnancies, marriages or even intimidations of less privilege ones,” Aluada stated.

By Muhammad Bello

Tap, tap, tap (a gente bate, bate mas eles estão-se marimbando

«Com fome neste Natal... lá se foi o bolo rei e o bacalhau que o meu irmão supostamente devia receber junto com a mala dele ... mas além dos preços altissimos ... da vergonha do horário ainda mais esta das malas e logo na época em que mais precisamos...

S. P.
»

«Sempre fui e sou um critico do serviço da TAP para Bissau. Pela minha parte já são 3 reclamações que faço, principalmente devido aos atrasos. É inadmissivel a falta de qualidade do serviço de uma companhia com o prestigio da TAP, na linha Lisboa-Bissau, sem esquecer o autentico "roubo" que são os preços praticados nesta mesma linha. No entanto, também não devemos esquecer a falta de civismo de muitos passageiros que se apresentam - principalmente em Lisboa - na hora do embarque com diversas malas de mão (quando sabem perfeitamente que apenas podem levar 1 para o interior da aeronave) e que dessa forma prejudicam todos os outros passageiros que cumprem as regras.

Além disso, o próprio aeroporto de Bissau deveria criar (decerto não é nada complicado) um serviço onde os passageiros podessem recolher as bagagens em atraso e não como se faz actualmente em que esses mesmos passageiros se têm que dirigir ao tapete para fazer a recolha da bagagem em atraso, gerando-se enormes confusões no aeroporto, as quais seriam pefeitamente evitáveis.

V.S.
»

«Está tudo dito, não deixou escapar nada mesmo principalmente os nossos patricios que levam a mala de porão como bagagem de mão ai começa a falta de respeito das hospedeiras da TAP enfim eu neste Domingo saí do aeroporto quase as 5 da manha, porque quando o meu saiu já não tinha espaço para identificar a mala pq os passageiro de ultimos voos já tinham ocupado todo espaço enfim a TAP está a p+recisar de uma boa concorência.

L.P

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Benfica de Bissau ganha ao SL Benfica por 3 a 1. AAS

Morreu Jose Manuel Mendes Pereira, antigo agente dos servicos de Informacao do Estado. De ataque cardiaco. AAS

SL BENFICA: Festa do futebol - e da lusofonia - em Bissau

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Parabéns, sr. 1º Ministro. Tenho um presente para si! AAS

LIVRO CADOGO ZAMORA

NOTA: Este livro, estava num caixote de lixo, entre amontoado de papéis, uns rasgados outros chamuscados, sacos plástico e outros despojos. Como o 1º ministro faz anos hoje, este é o meu presente. AAS

ÚLTIMA HORA: TAP convoca conferência de imprensa para as 15h e convidou 'todos os passageiros'. AAS

TAP deixa passageiros em cuecas...

Mais de duas dezenas de pessoas, passageiras da transportadora portuguesa TAP, estão a manifestar-se neste momento junto aos escritórios da companhia, para exigir uma resposta sobre o paradeiro das suas bagagens.

"Estou em Bissau há duas semanas, e ainda não tenho as minhas bagagens", queixa-se uma passageira. Outro, chegado de Timor, está na mesma situação. Não é propriamente uma novidade o eterno 'esquecimento' a que a TAP vota as bagagens dos seus passageiros com destino a Bissau.

Desta vez, e ao que parece - pois no voo desta madrugada voltou a acontecer o mesmo - a 'culpa' foi da comitiva do SL Benfica, com várias toneladas de equipamentos e toda a parafernália que normalmente acompanha uma equipa de futebol profissional.

Para já, ninguém desarma. "A TAP goza connosco, uma das mais rentáveis rotas da companhia em Africa, e com preços incomportáveis para 4 horas de viagem", desabafou um cidadão português, que está na mesma situação. "Até cuecas já tive que comprar", diz, entre sorrisos. AAS

sábado, 17 de dezembro de 2011

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

É Natal, é Natal...«Os homens e os minetes» - Ana Anes escreve, e Miguel Sousa Tavares responde...

Escrevo está crónica em plena quadra natalícia, numa altura em que os homens, coitados, na sua pequenez de vista, acham que nós queremos receber jóias, um casaquito do Cavali, um fim-de-semana numa linda pousada, um microondas para enfiarmos a cabeça lá dentro, etc, etc. Nem estão enganados os pobres. Mas o que nós queríamos mesmo era homens que soubessem fazer um minete “comme il flaut”.

Eu explico. Estas almas penadas vieram ao mundo com um gene que lhes meteu na cabeça que fazer um bom minete é um dado adquirido. Pois vai uma notícia: não é ! E o mais giro é que, perguntando aos desgraçados dos meus amigos, “Ex” e afins (o leque é grande e a probabilidade de acertar quase igual à da EuroSondagem), todos acham que fazem “o” minete. Extraordinário! Mas alguém se lembrou de às respectivas? Não. E todos continuam convencidos de que são os maiores nesta lide particular.Burros!

Ora, da mesma forma que nós grandes falsas – esperneamos, dizemos “aaahhh! sssimm hhuuuummm!! “e nos mexemos “à canal 18” para fingir um orgasmo durante o acto, o mesmo nos estão a meter a cara entre as pernas. Assumindo uma posição tipo “dra Ruth” – é o que chama, no gozo a minha editora-, arrisco dizer que 80 por cento dos homens fazem minetes como os São Bernardo lambem as vitimas perdidas na neve, Lambem, lambem… sem saber porquê e onde. E nós fazemos o nosso papel, para os pobre coitados não ficarem cheios de complexos (de vez em quando, algumas ganham coragem e dizem “querido, não te importas de fazer assim ou assado?”, mas ainda é raro).

Depois, há cerca de dez por cento que têm jeito prà coisa: um potencial elevado para um “minete colibri” – Bate as asinhas e “truca”, acerta no alvo sem grandes lambidelas ou aparato. E, finalmente, vêm os abençoados, que já foram como os anteriores mas entretanto leram livros das especialidade e fazem os “minetes de oiro”- coisa rara nos dias que correm .Mais uma vez os caracteres lixam-me a prosa não as ideias. Mas não é por isso que ficam os senhores leitores sem uma ideia para uma prenda jeitosa para o Natal, daquelas que , uma vez aprendida, é só dar.

Ana Anes
»

...E Miguel Sousa Tavares responde:

«Minha Cara,

Tenho, sinceramente, muita pena de si… Em primeiro lugar, tive a pena de constatar que só se sentiu realizada, ou minimamente realizada, em 20% dos minetes que lhe fizeram. Concordo consigo quando diz que os homens devem perguntar às respectivas se estão contentes com o seu desempenho. Nesse caso, porque é que assume claramente que finge os seus orgasmos? Das duas uma, ou a menina nunca foi “comida” como devia, ou então, coitadinha, não tem mesmo jeitinho nenhum para o sexo.

Nós, homens, também lhe podemos fazer, por exemplo uma estatistica de quantas mulheres são ou não boas na cama. Ou quantas fazem ou não, bons broches. O que nunca lhe vamos poder fazer é fingir um orgasmo. Isto, claro, se conseguir que atinjamos um. Acredite que há muitos homens que perguntam às parceiras se estão contentes com o seu desempenho. E acredite também que a maior parte dos homens não teve que ler um manual para fazer bons minetes. Apenas teve que os fazer, uma e outra e outra vez. Só com treino se consegue melhorar a performance minha cara.

Em segundo lugar, informo-a que, caso ainda nao tenha percebido, o que você está a fazer é, muito simplesmente, a aumentar o número de homens que pratica mau sexo. Você e as mulheres como você. Ora repare: se você finge um orgasmo de cada vez que está com um homem, em primeiro lugar, está a fazer com que o homem acredite que realmente percebe do assunto (Sim, há homens que não percebem). Em segundo lugar, está a fazer com que este mesmo homem, não se esforçe o suficiente para agradar a parceira na relação seguinte. Penso que estamos ambos de acordo, quando digo que uma situação destas não é agradável, nem tão pouco desejável , certo?

O meu conselho, se o quiser aceitar, é: Faça mais sexo!!! A sério, penso que você precisa. Mas faça mais sexo sem fingir orgasmos. Vai ver que a sua vida sexual melhorará exponencialmente, e excusa de se vir queixar para as revistas. É óbvio que nem todos os homens lhe vão dar um orgasmo, ambos sabemos isso. Mas vão tentar, isso, eu garanto…

E já agora. Informo-a também que não é assim tão raro uma mulher pedir ao “querido” para fazer assim ou assado. Não julgue todas as mulheres por si, “Dra. Ruth”.

Um Cordial abraço,
Miguel Sousa Tavares
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3 – “Testemunho” de Filinto Barros: Maio/88, os lixos industriais

O chamado processo dos lixos industriais na Guiné-Bissau, que tem levantado uma certa polémica nos meios intelectuais internos e externos, nasceu do seguinte modo:

Recebi em audiência a sra. Adamo, natural do Benim, que era portadora dum projecto em termos gerais, com realce para a transformação de resíduos industriais oriundos da Europa e sua utilização como adubos e material de construção.

A proposta pareceu-me estranha, tecnicamente difícil de se realizar (...) desde cedo pressenti que a oferta era algo complexa (...) por experiência e por princípio desconfio de todas as ofertas e sobretudo quando envolvem somas elevadas. Estamos num mundo onde não se oferece nada sem ganhar muito!

De seguida a madame Adamo surgiu acompanhada dum italiano e duma suíça ou francesa. A audiência foi pedida atravês do protocolo da Presidência (...) não gostei do italiano. Puro comerciante, não tinha qualquer conhecimento técnico do produto que estava a vender. As informações que prestava eram superficiais, fruto de dados que lhe foram formnecidos no sentido de nos impressionar. Compreendi que estava a tratar com intermediários, agiotas, cujo único motor era o dinheiro. Estúpidos como sempre, estavam convencidos que os africanos eram todos iguais, portanto bastava umas promessas e pronto! Bom, havia a soma que um país como a Guiné-Bissau não podia deixar passar sem qualquer reacção.

(...) Nunca duvidei que se tratava de material tóxico. A Europa dos privados, a Europa do real, nunca oferece nada sem contrapartida (...) Tivémos várias ofertas e decidi reter duas que me pareceram mais aproveitáveis, não só no preço como nas condições a acordar. Devo dizer que o nível do preço retido era a melhor oferta na altura.

A seguir ao grupo da madame Adamo, veio o grupo do ‘palestiniano’. Trata-se dum libanês introduzido pelo embaixador da OLP. Como sempre é da Presidência que vinham os pedidos de audiência. A perspectiva neste caso era interessante no início, acreditando nas palavras do embaixador, que falava de mais de USD 100/tonelada. Entretanto a oferta do libanês não passava dos USD30/ton e além disso era um intermediário da madame Adamo!

O arquitecto Pierre Goudjabi, aproveitando da circunstância de ser ‘primo’ do Presidente, surgiu como elemento de ligação dum intermediário, sra. Leila, igualmente libanesa. Oferta baixíssima, uma autêntica brincadeira – foi logo rejeitada! Lembro-me da conversa do arquitecto que se mostrou admirado que marxistas estivessem a reivindicar tanto dinheiro! Isso passou-se na presença do ‘Nino’, no seu gabinete. Estupidez! Isso espelha o conceito quje em Dakar tinham de nós, os chamados marxistas de Cabral! O mesmo Guodjabi não desarma e surge desta vez acompanhado dum advogado francês radicado em Dakar. Muito paleio, oferta baixa – não deu para discutir.

Cabevi, Carlos Bernardo Vieira, Muridu, aproveitando igualmente da sua proximidade do Presidente, aparece como elemento de ligação dum grupo português com ligações nos EUA. Dei início às discussões com este grupo. Devo dizer que o grupo tentou secundarizar o Cabevi, substituindo-o pelo coronel (Alfredo) Moura, dos Armazéns do Povo. Assinámos um documento de compromisso com este grupo.

Foram estes os documentos que surgiram na imprensa portuguesa. Houve fuga dos documentos do Ministério e estou convencido que foi através do Adelino Handem, director-geral dos Recursos Hídricos. Basta dizer que a imprensa portuguesa tinha em seu poder os dois documentos assinados com as duas empresas (suíço/italiana e portuguesa/EUA).

(...) É este o conteúdo dos famosos acordos que o nosso amigo Handem colocou nas mãos dos jornalistas e dos esquerdistas de França. Penso que foi uma má atitude da sua parte e tive oportunidade de lhe dizer isso numa reunião e ele não recusou a acusação. Digo que pouco sério da sua parte, dado que desde o início ele foi envolvido como técnico dos recursos hídricos para supervisionar aqueles que iriam acompanhar os técnicos do laboratório VERITAS.

(...) Sabia que de técnico o Adelino Handem tinha muito pouco mas era ele o director-geral e não devíamos contorná-lo. Estupidamente, dominado pelo meio pedantista que frequentava, acabou por fornecer cópias dos contratos ao exterior. O secretismo da operação não era grande e não lhe foi difícil ter acesso pela simples razão de lhe ter sido facultado uma cópia do documento.

Podia tê-lo denunciado ao regime mas preferi não o fazer porque sabia que a reacção dos outros seria como sempre violenta. Preferi não dizer nada aos meus colegas do Partido.

(...) O Presidente ‘Nino’, é bom afirmá-lo, procedeu duma forma brilhante, pelo menos em termos formais. Remeteu todos os grupos que lhe surgiam trazidos por gente próxima dele e jamais interferiu nos nossos trabalhos. Pelo contrário, mostrou-se sempre apreensivo com as consequências da toxidade. É certo que o ‘Nino’ é muito inteligente e sabendo dos perigos, sobretudo do impacto político bastante negativo, era capaz de estar a fingir, procurando um bode expiatório. Ele não só tinha capacidade para estas manobras como igualmente estava rodeado de gente capaz de lhe aconselhar caminhos que lhe dariam salvaguarda.

(...) Fomos o único país que tratou do assunto duma forma clara e com todas as precauções científicas que se impunham. Em Addis Abeba, os políticos da OUA, tomados pela histeria da comunic ação social europeia, votaram resoluções contrárias ao processamento dos resíduos industriais no Continente (...) Eu estava aí para isso, mas inexplicavelmente não me permitiram assistir à sessão, ou sequer sair do hotel.


Continua

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Sr. Joseph Mutaboba: o senhor é parvo, ou faz-se de parvo??

«A Comunicação Social não só não ajuda na resolução dos problemas na Guiné-Bissau, como também tende a agudizá-los».». - JOSEPH MUTABOBA, representante residente do Secretário-Geral das Nações Unidas na Guiné-Bissau

M/R: Senhor Joseph Mutaboba,

Quem agudiza os problemas na Guiné-Bissau são a ONU, o FMI, o Banco Mundial. Tudo, claro, com a benção de 99% do total de todos os governantes guineenses. Contudo, uma coisa, lhe garanto, sr. Mutaboba: Hão-de pagá-las. Um dia...
António Aly Silva

2 - «Testemunho» de Filinto Barros: Como a DICOL passou das mãos do Estado para as do actual primeiro-ministro Carlos Gomes Jr.? Assim:

FILINTO-CADOGO

A Dicol, o Carlos Gomes Jr., e,... Angola

Esta empresa era puramente comercial e não fazia parte do parque industrial, mas sim da tutela energética. (...) Empresa mista com capitais públicos guineenses e portugueses, a Dicol detinha o monopólio do comércio dos combustíveis líquidos no país. Em princípio não devia falar desta empresa, dado que tinha todas as condições de viabilidade, por actuar monopolisticamente numa área comercial e com garantia do Banco Central em termos de fornecimento de divisas.

Infelizmente a realidade era outra! A unidade era mesmo deficitária, com dívidas bastante elevadas. Quando deixei o Ministério, o país devia a Angola cerca de 17 milhões de dólares por não pagamento dos cumbustíveis fornecidos e a Dicol tinha uma dívida de cerca de 20 milhões de dólares ao banco! Por outro lado, a mesma Dicol detinha um crédito de elevado montante sobre terceiros na praça, acontecendo no entanto que uma boa parte desse crédito era de cobrança duvidosa e mais, não cobrava juros aos devedores, quando por sua vez e via a banca depositar juros sobre os seus débitos!

Com uma estrutura financeira do género e aliado à inflacção deslizante, o preço do combustível era alterado de três em três meses. Todos os anos, a empresa fazia provisões orçamentais sobre a liquidação das dívidas o que estava na origem da pressão sobre os preços, mas não me lembro da Dicol ter honrado os seus compromissos. Isto fez com que houvesse fricção entre a tutela e a direcção da empresa, sobre a justificação da necessidade dos aumentos dos preços periódicos, facto que influenciava negativamente a evolução da taxa de inflação interna.

Acontece que a direcção da empresa tinha muitos ‘apoios’, pelo que se tornou difícil exigir uma gestão racional. Tanto o sector da banca como o das Finanças, davam ‘apoios’ exagerados à empresa! Ainda me lembro duma operação incrível, em que foi transferido para a responsabilidade do Tesouro Público, uma dívida de cerca de 12 milhões de dólares que a Dicol tinha com o Banco Central, permitindo assim ‘limpar’ a situação da empresa e torná-la elegível para um novo endividamento!!!

Tudo isto contra a minha posição de ministro da tutela (...) Isto só tinha explicação na gestão danosa da empresa com o conluio da parte portuguesa, que tinha um administrador a nível financeiro a trabalhar na empresa e cujos relatórios anuais do Conselho de Administração eram sempre de elogios. O culminar da gestão danosa veio com a abertura do sector do combustível ao sector privado, sob pressão do Banco Mundial.

(...) Imediatamente surgiu uma empresa privada - NOTA: a empresa chama-se PETROMAR, cujo dono é o actual primeiro-ministro, Carlos Gomes Jr. - com capitais mistos formados pela parte portuguesa, sócia na Dicol, e pelo director cessante da Dicol!!!

Como explicar que o gestor duma empresa pública abandone a empresa para ir operar no mesmo domínio, através duma sua empresa? Sobretudo quando a Dicol detinha à partida todas as condições de concorrer e obter esse novo mercado offshore, devido aos depósitos em terra e ao porto de acostagem, acabado de construir sem obedecer as regras de transparência pela empresa Soares da Costa, que, para cúmulo, acabou ficando a dever cerca de 1milhão e meio de dólares à empresa!!

Como explicar a posicao da socia portuguesa? Dir-me-ao que se tratou duma operacao para contornar a recusa do governo em privatizar o sector! Mas a parte portuguesa era publica (PETROGAL) e nao privada!! A "febre" de privatizar por privatizar do Banco Mundial era so para a Guine-Bissau e nao para Portugal!!!


Continua

Ban Ki-Moon vem em fevereiro ou março

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, deve visitar a Guiné-Bissau entre fevereiro ou março, o que será "um sinal evidente do compromisso" da ONU para com o país, revelou o seu representante em Bissau, Joseph Mutaboba.

Em conferência de imprensa de balanço da ação das Nações Unidas na Guiné-Bissau e das suas iniciativas junto dos parceiros do país, o representante do secretário-geral em Bissau, Joseph Mutaboba, afirmou que a vinda de Ban Ki-moon se enquadrará nos esforços da ONU para apoiar o governo e o povo guineense nos esforços da estabilização do país.

Referindo-se aos "planos vitais" a serem levados a cabo pela Guiné-Bissau no futuro, Joseph Mutaboba apontou a conferência da reconciliação nacional, a reforma do setor da Defesa e Segurança, a revisão constitucional, entre outros. LUSA

1 - «Testemunho» de Filinto Barros: Pós 14 de Novembro

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PREFÁCIO

Vou tentar aproveitar a entrevista... "Testemunho" é uma colectânea de 4 textos, onde dou a conhecer a maneira e a percepção que tive dos acontecimentos em que fui interveniente. Como todas as obras do género, elas são polémicas, por inconclusivas.
Portanto aguardo de todos contribuições altivas por mais polémicas que possam ser. Isto só ajudará o nosso país e cidadãos a ficarem mais esclarecidos.


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Pós 14 de novembro

Por mais volta que queiramos dar, Luis Cabral é um caboverdeano de origem e não devia ocupar o cargo de Presidente (da Guiné-Bissau). O nacionalismo guineense saiu muito confundido com este figurino! Era patente para todos que ninguém lutou para substituir o português pelo caboverdiano

(...) Num outro figurino, um figurino federalista Luis Cabral teria toda a legitimidade de exercer esse cargo. Mas havendo dois Estados separados, o lugar dele na Guiné-Bissau não podia ser o de Presidente! Não vale a pena perder tempo para encontrar documentos que atestam o local de nascimento! Aqui não se trata do jus solo, mas do jus sangue

(...) Se há um responsável pelo golpe (de 14 de novembro), Luis Cabral deve ser apontado, pelo ambiente de intrigas que implantou, tentando inverter as hierarquias saídas da luta

(...) O primeiro sinal veio do III Congresso, onde a Direcção Superior surgiu com oito elementos em vez dos quatro. Nada haveria de assinalar não fosse o facto que dos quatro anteriores, dois continuaram a estar destacado dos demais: secretário-geral e secretário-geral adjunto. Os outros dois, Chico Mendes e 'Nino' Vieira, foram na prática diluídos nos restantes seis! Uma forma inteligente de despromover alguém, fazendo subir os seus inferiores hierárquicos até aqui!

(...) Questionado, a Direcção, pela boca do Luis Cabral, explicou que isso se devia ao facto do Pedro Pires estar a exercer o cargo de primeiro-ministro em Cabo Verde! Ninguém se convenceu com esta explicação extemporânea, tendo ficado claro para todos nós que o alvo era o 'Nino' Vieira. Aristides Pereira estava presente e nada fez para contrariar as 'manobras' do seu adjunto. Pedro Pires, igualmente nada fez para recusar uma medida que na prática iria aumentar o seu prestígio em nada. Esta acção foi muito má e a meu ver esteve na origem da crispação do 'Nino' e dos seus próximos. Ora, 'Nino' detinha na prática todo o comando das forças armadas, não só junto das bases como no seio dos oficiais superiores e intermédios, mesmo que estupidamente estes últimos tenham sido afastados após o 'golpe'.

Continua