quarta-feira, 2 de março de 2011

Honrar os heróis

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A Justiça chega sempre, pelo que a honra tem de ser paciente. AAS

'Nino' Vieira - 2 anos depois do assassinato: decorre neste momento, na Sé Catedral, uma missa em memória e pela alma de João Bernardo Vieira. AAS

Falta de quórum encerra sessão do parlamento

A bancada parlamentar do PRS abandonou a sessão de hoje do parlamento guineense, alegando que "'Nino' Vieira foi o primeiro presidente da ANP e foi antigo combatente tal como o general Tagme na Waie. Eram grandes figuras do país, e ainda não vimos Justiça".
Também abandonaram a plenária, pela bancada do PAIGC, Roberto Ferreira Cacheu e Francisco Conduto de Pina. O PRS deixou ainda um aviso à navegação, prometendo um segundo abandono, no próximo dia 5 de junho, por ocasião do II anviversário dos assassinatos de Helder Proença, Baciro Dabó e outros dois cidadãos guineenses.
A bancada do PAIGC foi para concertação, mas a falta de quórum (a ANP iniciou os trabalhos com 52 deputados, faltaram 46!? deputados) não permitiu a continuação dos trabalhos. AAS

ÚLTIMA HORA: Gasolineiras recusam vender gasolina e estão em guerra aberta contra o Governo. AAS

NINO e TAGMÉ/2 ANOS - ÚLTIMA HORA: PRS abandonou o parlamento sob protesto. PAIGC está em concertação... AAS

Ministros de Estado no cemitério

Octávio Lopes, e Braima Camará são dois conselheiros do Presidente da República Malam Bacai Sanha presentes no cemitério de Bissau. "Vim como amigo, como ex-conselheiro e pessoa muito próxima do Presidente 'Nino'. Sou amigo de família e alguém que teve uma relação de confiança com o 'Nino' Vieira", disse Braima Camará, que é também presidente da CCIAS - Câmara do Comércio, Industria, Agricultura e Serviços da Guiné-Bissau. AAS

Filhos do Presidente 'Nino' nas cerimónias

Rosa e Amílcar Vieira, dois dos filhos do malogrado Presidente da República, estão presentes nas cerimónias no cemitério de Bissau. O ambiente é pesado. São muitas as coroas de flores. AAS

Faz hoje dois anos que 'Nino' Vieira foi assassinado

Directo do Cemitério Municipal - Dois anos passaram desde o vil assassinato do Presidente da República, João Bernardo 'Nino' Vieira. No cemitério municipal de Bissau, aguarda-se pelo início da cerimónia de deposição de coroas de flores e a prestação da homenagem ao Chefe de Estado.

Alguns ex-ministros, deputados, pessoas anónimas. Estão todos cabisbaixos, e, sobretudo, desanimados: "Que país este onde um chefe de Estado é assassinado e nada se sabe?", questionava uma cidadã. Revolta, é o que se descortina em cada rosto. E os guineenses não se levantam para exigir a verdade.

Ontem, na deposição de coroas junto da campa de Tagmé Na Waie, Roberto Cacheu desafiou o Procurador-Geral da República, Amine Saad: "Se não tem condições (como diz), demita-se!". Mas não. Amine prefere ser empurrado e cair aos trombolhões. AAS

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Guineenses, indignem-se! Escrevam para o Ditadura do Consenso e desabafem, exijam JUSTIÇA ao PGR/PM/PR. AAS

Contra o Jomav, marchar, marchar

A confederação das associações nacionais do sector privado promovem hoje uma manifestação, com início no Bissau-Velho, tendo como destino o Ministério das Finanças.

O propósito da manifestação deve-se - segundo a confederção - com o não pagamento da dívida interna (gente houve que já recebeu quatro vezes).

Acusam ainda o ministro das Finanças de favorecer a CCIAS (Câmara do Comércio, Industria, Agricultura e Serviços), por querer o voto do presidente da CCIAS, Braima Camará, que é igualmente membro Bureau Político do PAIGC, para as autarquias. AAS

Entre aspas

"A vida é uma história cheia de ruído e de furor contada por um idiota e que nada significa" - Shakespeare

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Angola indica um general para seu Embaixador em Bissau

José Eduardo dos Santos parece decidido a proteger o investimento de perto de 1 bilião de dólares que Angola tem para a Guiné-Bissau - a construção do porto de águas profundas, em Buba, e a exploração da bauxite, no Boé (para além de uma linha férrea a ligar os dois investimentos): chegará brevemente a Bissau uma companhia de 600 homens (a maior parte de Engenharia Militar), o Presidente de Angola pediu agora ao Ministério guineense dos Negócios Estrangeiros, o agrément para acreditar Feliciano dos Santos como novo Embaixador da República de Angola na Guiné-Bissau.

Feliciano dos Santos é general e já ocupou o cargo de Chefe do Estado Maior da Marinha angolana. António Brito Sozinho, há quatro anos no posto, muda-se de armas e bagagens para Estocolmo, a capital sueca onde representará a diplomacia angolana. AAS

Angola Palace Quartel

O edifício do Bissau Palace Hotel, comprado por Angola - ou, se preferirem, vendido pela Arezki - tem poucos anos mas já leva muita história.

Já foi sede da Assembleia Nacional Popular, um Hotel de 5 estrelas (?!) e agora transformar-se-á num quartel - uma espécie de base militar de Angola na Guiné-Bissau. Consta que até terá celas para detenção...

O edifício, de uma arquitectura duvidosa, foi palco de uma jogada oportuna, de um jogador oportuno: Tarek Arezki.

Assim que calhou à Guiné-Bissau a realização da Cimeira da CPLP, Tarek viu ali uma oportunidade de negócio. Estava a jogar a sua cartada, um póquer de alto risco. De uma assentada, e em três páginas apenas, fez ajoelhar o Estado da Guiné-Bissau: ficava com o edifício, construiria oito suites presidenciais para albergar os chefes de Estado da CPLP (Lula da Silva, Fradique Menezes e Xanana Gusmão não compareceram)...e, depois, bingo: obrigava o Estado a pagar-lhe a dívida de vários biliões de fcfa.

O mínimo que se pode esperar, agora, é que a Arezki pague o imposto devido pela venda do Bissau Palace Hotel, ao Estado da Guiné-Bissau... AAS

O Mali está despachado. O próximo 'alvo' - a Tunísia. Para continuar a revolução...AAS

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Descubram os criminosos

A semana que hoje começou marcará o ano II dos assassinatos de Tagmé Na Waie (01-março-2009) e de João Bernardo 'Nino' Vieira (02-março-2009), Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas e Presidente da República, respectivamente.

Ditadura do Consenso junta-se à indignação. As imagens são chocantes, mas os criminosos e mandantes destas crimes bárbaros andam por aí, na mais completa impunidade. Essa é que é a verdade!

Mas a Europa - a cínica e velha Europa - só quer saber do 1º de abril, ainda que o próprio Primeiro-Ministro o tenha apelidado de «incidente». Que não foi, diga-se em abono da verdade. Mas, ainda assim, a Europa (e os EUA) quer fazer-nos crer que o 'incidente' do 1º de abril ultrapassa os crimes de sangue ocorridos a 1 e 2 de março de 2009, e 5 de junho do mesmo ano.

Também em junho milhares de guineenses voltarão a lembrar as figuras de Hélder Proença, de Baciro Dabó, e de mais dois cidadãos nacionais, caídos sob as balas de traidores e assassinos. Ditadura do Consenso antecipa a data. Porque há mortos de que vale a pena lembrar. Sempre.

Corre por aí que, nessa altura, não estarão no país nem o Presidente da República, nem o Primeiro-Ministro, nem o Procurador-Geral da República. E eu não gosto... António Aly Silva

Não, não e mais não

Fim de tarde no Mobby's, entre uma boa feijoada e uma caipirinha soberba, chegou-se, nem sei como, às 'nacionalidades por empréstimo'.
Defendi-me da melhor maneira que podia. Fui casado durante 9 anos com uma cidadã portuguesa. Estava separado há 4 e o divórcio está a caminho. "E não tens nacionalidade portuguesa?" - alguém perguntou.
Não - respondi. E antes que o céu desabasse, argumentei dizendo que, sendo cidadão do país mais pobre do mundo, seria como que um sacrilégio pedir a nacionalidade ao país mais pobre da Europa. Estavam a pedi-las.
É o que dá. Não são as perguntas dos jornalistas que provocam estragos, mas as respostas dos políticos... AAS

Sobre

"Os inimigos da campanha podem-se vencer uma e muitas vezes, os da nossa corte são invencíveis; Aqueles com as vitórias vão-se diminuindo, estes com elas crescem mais." Padre António Vieira (1608-1697)

sábado, 26 de fevereiro de 2011

África é bom

"Sou um estranho aqui, pensei. Mas o whisky disse não e era a hora do dia em que o whisky tinha razão. O whisky tanto pode ter razão como não ter e dissera que eu não era um estranho e eu compreendi que estava certo a esta hora da noite. Seja como for, as minhas botas voltaram para casa porque eram de pele de avestruz e lembrei-me do sítio onde tinha encontrado a pele num sapateiro de Hong Kong. Não, não tinha sido eu a encontrar a pele. Tinha sido outra pessoa e então pus-me a pensar na pessoa que tinha encontrado a pele e nesses tempos e então pensei em diversas mulheres e como seriam em África e como tinha sido feliz em conhecer mulheres maravilhosas que gostavam de África. Tinha conhecido algumas francamente horríveis que apenas tinham ido lá para terem estado lá e tinha conhecido algumas verdadeiras cabras e várias alcoólicas para quem a África não tinha passado de mais um lugar para uma cabronice mais completa ou um mais completo alcoolismo. A África possuía-as e mudava-as a todas de um modo ou outro. Se não conseguiam mudar, detestavam-na. (...) Em África uma coisa é verdade ao amanhecer e mentira pelo meio-dia e não devemos respeitá-la mais do que ao maravilhoso e perfeito lago bordejado de ervas que se vê além da planície salgada e crestada pelo sol. Atravessámos essa planície pela manhã e sabemos que tal lago não existe. Mas agora está lá e é absolutamente verdadeiro, belo e verosímil." - Ernest Hemingway, em Verdade ao Amanhecer, um romance que tem muito de diário pessoal.

Super Domingo no X-Klub

Amanhã, a partir das 14hrs, venha relembrar os velhos tempos no X-Klub, num djumbai com música ao vivo, num ambiente agradável na companhia de Tóny Ferrage e Tchinho Centeio, ao som de mornas e coladeras. Entrada grátis.

Não-prisões + UNODC

Inauguradas há seis meses, até hoje as prisões de Mansoa e Bafatá estão às moscas. Portugal formou e equipou - da cabeça aos pés - os guardas prisionais e dois directoes. A UNODC - equipa de combate à droga da ONU, prometeu equipar as duas prisões...mas até hoje. Acho que na UNODC alguém anda a snifar cocaína...

INTERPOL tem sede mas...está na rua!

Inaugurada em dezembro de 2010, a nova sede da INTERPOl permanece fechada. Todas as obras e os equipamentos foram doados pelos EUA. Portanto, caros bandidos, façam o favor: não às cadeias. AAS

Exclusivo: Estado da Guiné-Bissau deve mais de 8 biliões de Fcfa à Guiné Telecom...

... Se levarmos em conta que 1 euro são 655 Fcfa...portanto seis vezes um...aliás, seiscentos e cincoenta e cinco vezes...bom, é só...é só fazer as contas!... António Guterres

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O dia da Justiça chegará

"Olá, Aly
Um fundo negro - eu compreendo-te.
Obrigado pelo teu empenho, e pela paz que consegues fazer chegar aos nossos corações.
Ansiosamente esperamos a cada amanhecer uma voz que proclame Justiça. E estou confiante de que esse dia chegará!.

Um beijo,

S.V.G"

M/R: Chegará, sim! Já faltou mais...outro beijo, AAS

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Assassinatos políticos de 2009: Estará o Presidente da República... envergonhado?

O Presidente da República, Malam Bacai Sanhã, prometeu publicamente - aos guineenses e à comunidade internacional - no salão da Presidência da República, perante os olhos e os ouvidos dos familiares e amigos das vítimas, “tudo fazer para que se descubram os mandantes e os executantes dos assassinatos políticos” que a Guiné-Bissau conheceu em 2009. Com murros na mesa e tudo.

Contudo, uma coisa é o PR prometer "reconstruir" o mercado central; outra, bem diferente - e mais sensível - é o PR prometer a esses familiares e aos amigos, que os assassinatos iam ser cabalmente esclarecidos... e estamos no ano II DC (depois dos crimes).

O CEMGFA, Tagmé Na Waie; o Presidente da República em funções, João Bernardo ‘Nino’ Vieira; o Deputado da Nação, Hélder Proença, e o candidato presidencial Baciro Dabó, tiveram mortes diferentes. O ex-CEMGFA foi morto à bomba(?) no dia 1 de março de 2009, ‘Nino’ Vieira seria assassinado horas depois, a 2 de março, na sua residência, tendo sido antes torturado, atingido com vários tiros, e, depois, esquartejado; Hélder Proença (mais dois cidadãos nacionais), foi atingido a tiros no baço, e Baciro Dabó foi morto à queima roupa, no seu quarto de dormir - todos no mesmo dia 5 do mês de junho de 2009.

Estamos em 2011, e nada. Ditadura do Consenso publicou os autos de testemunhas do Samba Djaló, do Monha Aie e do Almame Sanó (todos da Segurança do Estado). Nada. Ninguém mexeu uma palha. Adiante.

Pouco depois deste discurso inflamado de Bacai Sanhã, o Procurador-Geral da República, Amine Saad, pediu uma audiência ao Presidente da República. Estávamos em finais de 2010. Assistiram à referida audiência todos os procuradores-gerais adjuntos, o PGR, o vice-PGR e o Secretário-Geral do Ministério Público.

Amine Saad falou, falou, falou e queixou-se de todas as vezes que falou. Malam Bacai Sanhã ouviu, ouviu, ouviu e desabafou: “Estou perplexo com o que ouvi do senhor PGR, sobre a ausência de meios” (para prosseguir com as investigações) dos referidos assassinatos. E depois, o Presidente deu o coice: “Colocaram-me mal, estou envergonhado. Prometi aos guineenses e à comunidade internacional que tudo ia ser esclarecido”.

O Procurador-Geral da República desculpou-se então, dizendo ao Presidente que “o Governo priorizou o pagamento de salários, em detrimento de outros assuntos”, mas garantiu também que, “apesar de tudo (não será 'de nada?'), estamos a fazer os esforços possíveis”. O Procurador sossegou depois Bacai Sanhã com um “o Presidente não ficará envergonhado”. Nada aconteceu, até aos dias de hoje. Mas devia acontecer. Vergonha.

Tratando-se de um crime de natureza pública, oficiosamente o Ministério Público tinha de ordenar a abertura de um inquérito (trocado por peanuts: o Ministério Público é o advogado do Estado). E caso o não faça, o próprio Procurador-Geral da República, Amine Saad, está a cometer o crime de não promoção. E, chegando a este ponto, três saídas restam a Amine Saad: ou apresenta o relatório final, ou demite-se, ou é exonerado pelo Presidente da República. António Aly Silva

EXCLUSIVO: Gatunagem via Correios

O Ministério Público tomou de ponta os Correios da Guiné-Bissau. De uma assentada, foram ouvidos o director-geral, Sr. Burgo, e a directora financeira, Inácia Pontes. Descobriu-se um rombo de cerca de 9 milhões de fcfa - sub-facturação e pagamentos de subsídios não justificados, são os crimes de que são suspeitos. Contudo, o MP desconfia que o montante poderá ser bem superior.

Para já, ao director-geral, foi imposta a medida de coacção para se apresentar diariamente junto do Ministério Público; a directora financeira, por sua vez, aguarda novas ordens. Poderá ser, ou não, indiciada. O processo está na fase de acusação (que servirá de sustento à matéria de acusação em curso). AAS

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

UNIOGBIS - O país está-se borrifando, assim é que é

Quão doente tem de estar uma sociedade para que se gaste tanto tempo a esmiuçar uma entidade que devia ser responsável – falo da UNIOGBIS; e quão doente tenho eu de estar para começar mesmo esta crónica com a palavra “quão”? A resposta a estas duas questões só pode ser: muito. Evidentemente.

No fundo, no fundo (gosto, gosto), é também por causa da UNIOGBIS que Ditadura do Consenso brilha. Sem aquela noção de pecado (que caracteria o ser humano), de transgressão (que o persegue), de malandrice perversa (que o consome), a UNIOGBIS teria muito menos graça. Por isso – e peço desde já as minhas mais sinceras desculpas por dizê-lo assim, tão cruamente, mas a verdade é esta: a UNIOGBIS dá-me tesão. Não vale a pena escamotear a realidade que isso é para os hipócritas.

A UNIOGBIS faz mesmo muito mais pela minha sexualidade em cada um dos seus escândalos do que todas as mulheres que virei a ter na longa vida que ainda me resta, farão!

Joseph Mutaboba, há uns meses, mandou interposta pessoa para falar comigo. O telefone toca e eu atendo: “Tenho ordens do Mutaboba para jantar contigo”. Duas bicas, na ‘senegalesa’. A preocupação primeira do Representante (en passant) do secretário-Geral da ONU na Guiné-Bissau era: porquê a UNIOGBIS? Para mim, era óbvio, a pergunta tinha intenção provocatória. E no que me diz respeito, foi uma gafe – e o que as gafes têm de bom é que não perecem com o tempo. Perduram.

Mutaboba também queria, pasmem-se, que eu lhe dissesse os nomes das minhas fontes dentro das Nações Unidas. Isto mesmo que leram! E eu disse ao interlocutor “que tal... tu?”. Eu?! – disparou. Claro que ele nunca foi minha fonte. Mas nessa noite pagou-me o jantar. Mutaboba queria também que eu desse umas tréguas, e, sobretudo, que falasse das 'coisas boas' que a UNIOGBIS tem feito.

De uma outra vez, fui convidado para jantar num restaurante. Quando chego, reparo na composição da sala. Duas mesas estavam ocupadas. Numa, estavam oito pessoas: Reconheci apenas duas: o Joseph Mutaboba, e o Cônsul do Reino de Espanha, señor Pablo. Noutra, o amigo que me esperava para o repasto.

Mal entro na sala, e sou visto, começa a agitação. Alguém engasgou-se, outro tossiu; aqueloutro sussurrou qualquer coisa no ouvido de uma senhora. E o meu amigo, consciente do que estaria para acontecer, deixou os seus pertences na cadeira em frente a Joseph Mutaboba. Agarro nos dois telemóveis, na chave do carro, e sento-me a olhar para a mesa dois oito. A verdade é que uns minutos depois, conferenciam entre eles e...decidem ingloriamente abandonar o restaurante!

Outra verdade, é que a Guiné-Bissau não tem estado à altura dos acontecimentos. Pela simples razão que, muitos atropelos e violações de conduta (a UNIOGBIS tem um codigó de conduta próprio), a única coisa que parece evidente no caso da UNIOGBIS é que tudo vai enterrar no lodo.

Juntaremos, assim, à nossa prateleira de fracassos mais uns crimes sem castigo iguais a tantos outros que por lá ganham pó e são comidos por ratazanas reluzentes. Um rol de vítimas e sem culpados, a fazer lembrar casos célebres de corrompidos sem corruptores. Há que tirar ilações sobre a importância efectiva da UNIOGBIS, na Guiné-Bissau. O que faz e para onde vai. O que houver a proteger só estará cabalmente protegido quando se apurarem responsabilidades a todos os níveis.

Ser da UNIOGBIS não é crime; crime é não ter vergonha disso! AAS

Tribunal de Contas já tem Presidente + Marrocos

Um decreto presidencial nomeou, ontem, o magistrado Alberto Djedjo, como Presidente do Tribunal de Contas.

Djedjo, recorde-se, foi quem comandou a inquirição de testemunhas no caso do assassinato de Hélder Proença e Baciro Dabó - e que Ditadura do Consenso publicou em exclusivo.

Quem sabe se, com a saída de Alberto Djedjo, o famoso relatório que o PGR Amine Saad, prometeu divulgar há muiiiiiito tempooooo conheça a luz do dia...

O PGR, nomeado pelo Presidente da República, está a deixar impacientes os familiares das vítimas, e, soube o DC, a própria Presidência da República. Aliás, o PR Bacai Sanhá já manifestou a sua preocupação a Amine Saad em relação a estes assunto.

Outro decreto Presidencial nomeou Aboubacar Li como embaixador em Marrocos. AAS

Furacão Muita...bomba!

Depois dos posts sobre os apalpanços a mulheres pelos seguranças ruandeses do Mutaboba, e do acidente seguido de fuga do 3º na hierarquia da UNIOGBIS, o representante do Secretário-Geral da ONU na Guiné-Bissau mostrou os dentes.

Ausente do país, Joseph Mutaboba, avisou que ia "tratar" dos seus seguranças, e desabafou que era ele que "queriam atingir"... Pois.

Sobre o escândalo do acidente (recorde-se que esse sujeito atropelou, em completo estado de embriaguês - duas pessoas, em Timor, tendo depois sido expulso, e enviado, claro, para a Guiné-Bissau), está em investigação dentro da própria UNIOGBIS. Talvez o demitam e o enviem para a Líbia...

Está claro que Muitaboba não tem mãos na UNIOGBIS, por causa da indisciplina dos seus subordinados. Aliás, a UNIOGBIS, apurou o Ditadura do Consenso, tem já dez ruandeses contratados - uma secretária/assistente, um responsável pelos assuntos políticos (o nosso conhecido Samuel Gahiji), um responsável pela planificação (de escândalos?!), os cinco seguranças, e, off-course, o boss in charge, Joseph Mutaboba.

Pergunta-se, então, qual é a representação proporcional do Ruanda no objectivo da missão? Em 165 países reconhecidos pelas Nações Unidas, quantos estarão representados? Poucos. Escolhidos a dedo.

Os cidadãos portugueses, principalmente os da UNIOGBIS, são olhados com desconfiança. São tidos como "informadores" ou "agentes secretos". Ao serviço de quem? Tretas!

Como esclarecimento, digo já aqui que nenhum cidadão de língua portuguesa dentro da UNIOGBIS (nacional ou estrangeiro) me dá as informações para o blog. Eu tenho as minhas fontes, e elas, felizmente, estão bem informadas. AAS

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

ÚLTIMA HORA: Angolanos avançam com OPA sobre a Guiné-Bissau...

... Para mudarem o regime para cá. Isto, se 'a síndroma da Tunísia' - convocada para ter lugar «de Cabinda ao Cunene» - der para o torto no próximo dia 7 de março... Vou mas é dormir! AAS

P.S. - A propósito: alugo-me para sonhar... AAS

A estrada mais perigosa do mundo (as da Líbia incluídas)

Ontem, fim de tarde. Café Império. Um Conselheiro do Presidente da República que acompanhou Malam Bacai Sanhá na Presidência Aberta no Sul do país, desabafava sobre a viagem que acabara de fazer. Cansativa - foi a primeira impressão que me veio à cabeça. Será de resto a melhor tirada que ouvi... antes do coronel Khadaffi deixar o poder.

Mas o Conselheiro quase já chorava no colo do companheiro de mesa. Sofrera na pele o desgaste que aquela estrada impõe - e submete - aos incautos e gentes de gabinete. Afinal, referia-se à penosa estrada de S. João (a que vai dar à esquecida e paupérrima cidade de Bolama, a primeira capital, e onde, por azar ou coisas dos deuses, nasce um fruto chamado... Miséria. Como é que pode!): O conselheiro, sobre o seu maior pesadelo: "Nessa estrada, mesmo a andar a pé dão-se acidentes!", disse por entre um salto. E repetiu duas vezes. Queria deixar claro que não mais voltaria a Bolama, passando por essa estrada de S. João. Pelo menos por terra. Ele próprio acabara de sentir um solavanco, ainda que sentado num café, na poeirenta e desolada cidade de Bissau.

Os que o ouviram, deram gargalhadas, e um Deputado sentado na mesa ao lado, riu-se a bandeiras despregadas. Os cinco funcionários da Embaixada da Líbia, sentados mesmo ao lado, pareciam estar numa convenção, e nem reagiram às gargalhadas. Falavam baixo, estavam pálidos, beberricavam chás e sorviam cafés. Estavam, numa palavra, desolados! Tinham cara de enterro - o exílio não é pátria que convém...

Foi sobretudo giro ouvir um conselheiro falar assim, tão descontraídamente, e ligeiramente descaído para trás na cadeira. Ele mesmo, depois de contar isso, assobiou baixinho e levou o indicador aos lábios, movendo-o enquanto assobiava.

Aquela actuação do conselheiro merece uma medalha de ouro! Mas agora só cá para nós: não terá sido obra da Arezki? Sr. PGR, um inquéritozinho se fizer o obséquio... AAS

Adeus, Palace Hotel

Está confirmado: o Palace Hotel muda de mãos a partir de 1 de março. Ontem, houve uma reunião com todos os trabalhadores do hotel, na presença da Inspecção-Geral do Trabalho.

Ditadura do Consenso apurou que foi o próprio director do hotel, Eduardo, quem comunicou O fecho do hotel.

A venda do Palace Hotel (todo o recheio incluído) foi negociado em Luanda entre o proprietário, Tarek Arezki, e as autoridades angolanas. O custo deve ter rondado os 7 milhões de dólares norte-americano.

O destino da centena de trabalhodores do hotel não foi negociado, mas é quase certo que os angolanos precisarão de quem lhes cuide da roupa, dos quartos, do jardim, dos geradores e afins. Para já, começarão as obras de remodelação e ampliação com a construção de novos aposesntos, tudo para acolher da melhor maneira os 600 homens e mulheres destacados para Bissau. AAS

Ditadura do Consenso convoca o Povo guineense

... A exemplo da Tunísia, Egipto, Iémen, Líbia, os guineenses devem sair à rua. Vamos todos parar o País a partir do próximo dia 1 de Março, e exigir verdade e mais direitos!

Antecipemos a manifestação progressista marcada para Angola, para o próximo dia 7 de março, e mostremos ao mundo que vivemos numa ditadura camuflada, cheia de mentiras e pejada de bandidos! António Aly Silva