quarta-feira, 12 de agosto de 2009

N'ka sibi quê, n'ka sabi quê...Viva MTN!

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O avental que a MTN distribuiu pelos seus revendedores, é bonito, tem compartimentos para guardar cartões e dinheiro, mas, como não há bela sem senão...é miti iagu:

- VENDADOR autorizado... Eu, no lugar de uma respeitável senhora, fugia a sete pés dos revendendores MTN - ainda por cima os 'autorizados'. Bom, mas há quem goste... Ai, ai, ai. AAS

RAPIDINHAS: Estado-Maior das forças armadas mudou-se para S. Vicente. E eu estou excitado. AAS

Pára de ganir...

"Conta-me lá, ó G: Vão fazer a reforma como? Vão reformar quem? Alguém que entrega uma arma e...tem três enterradas no quintal? Vai ver se estou na ponte e não chateies! Esta reforma da segurança e da defesa ou lá o que é, será um FLOP! Aliás, acho mesmo que deveriam, primeiro, mandar para a reforma, os reformadores! Period." AAS

Hora tchiga...pa ba kau berde

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Depois de uma estafante campanha eleitoral, depois de afogado em tudo o que era beira-rio, depois de... eis que chega a hora do descanso do guerreiro.
MALAM BACAI SANHA parte hoje para Cabo Verde, com livre despesa. O comandante e homólogo Pedro Pires paga tudo. Descanso incluido. Happy holliday Mr. President. AAS

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Fujam todos. Das prisões e das reformas...

- Parece que pegou de estaca. Duas prisoes (Bafata e Mansoa) estao a ser reabilitadas. Os presos que definham na 1a esquadra de Bissau (traseiras da fortaleza d'Amura) serao transferidos para Mansoa.
Em Setembro, chega uma equipa de técnicos brasileiros para trabalhar no projecto de uma prisao de alta segurança nos arredores de Bissau.
Depois, entregam o projecto de arquitectura e o orçamento para a sua execuçao, cabendo ao Governo e à ONUDC, organismo das Naçoes Unidas de combate ao trafico de drogas;

- A Reforma do sector da Defesa e da Segurança anda pelas ruas da amargura. Na passada semana, Zamora Induta tomou o Verastegui de ponta, reclamando pela demora da coisa. Este ripostou, visivelmente: "Nada se pode fazer num dia".
E eu, que nao sou bombeiro..., ponho mais achas na fogueira: Sr., general, e dois aninhos parecem-lhe... um dia? AAS

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

N'bê, no ka pudi diskuda nin un bokadinhu...

... E o Governo, truca, truca, truca! La nos foram ao pacote de novo. Preços dos combustiveis voltam a subir, e baixamos as calças. Truca, truca, truca!

- Gasolina: 617 fcfa

- Gasoleo: 530 fcfa

Son pa sufri. Fazer o quê mesmo, nê? AAS

Disco pedido

- P. indignou-se...:

"Aly, tens ideia de que ha conteúdos no teu blogue, ainda que poucos, a roçar a porcaria?"

- O Aly riu-se...:

"Olá P., então não tenho? Mas a liberdade de expressão quer dizer isto mesmo: que se pode publicar não só aquilo que apreciamos mas também o que detestamos.
A única coisa que muda com a 'porcaria' que é Ditadura do Consenso é que os ofendidos ameaçam, às vezes, muito poucas até, responder com armas e não apenas com indignação e/ou tribunais.
É que na minha cultura existe o direito a publicar porcarias - ainda que poucas. E ainda bem que assim é. O teu e-mail (perdoa-me a ousadia ou a porcaria) reflecte o País que somos. O País presente e, se tivermos o azar de lá chegar, o futuro. O único consolo que me resta? O nao haver vida eterna... AAS
"

Ideias de (A)fundaçao?

O presidente eleito reuniu-se com o MAMBAS - Movimento de Apoio a Malam Bacai Sanha (fundado pouco depois do assalto ao quartel de Tite, em 1963...).
Para ja, a ideia é perpetuar o unico movimento civico, partidario, que, de derrota em derrota, acompanhou Bacai até à conquista da presidência, mas com a ajuda preciosa da Libia entre outros.

Parece agora que ha outros planos. "Apenas lancei a ideia de uma fundaçao", disse o PR eleito.

As suas ideias sao ordens, camarada Bacai. Apenas este conselho: nao convém delirar muito com a fundaçao. E a afundaçao em que o Pais se encontra? AAS

Ultima hora

- Funeral de Vital Incopté é hoje, às 16h. Policia Judiciaria prendeu FRANKLIN ANTONIO SILVA, suspeito da agressao que levou à morte do director geral:

- Silvestre Alves, Advogado de Faustino Imbali poe em causa acordao do Supremo Tribunal de Justiça que confirmou a prisao preventiva: "Se ha gente implicada a passear na praça, como é que o meu constituinte fica preso, onde esta o perigo de fuga? O STJ precisa de uma frande limpeza, porque poe em causa a dignidade da Justiça";

- 124.000 toneladas, é a quantidade de castanha de caju ja exportada. A maior de sempre.
AAS

O meu poema preferido

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"As mãos de outros

São as mãos de outros que cultivam a comida que comemos
Que cosem as roupas que vestimos,
Que constroem as casas que habitamos.

São as mãos de outros que nos cuidam quando estamos doentes
E que nos erguem quando caimos;
São as mãos dos outros que nos levantam do berço
E finalmente nos descem para o túmulo

James Stockinger
"

domingo, 9 de agosto de 2009

... Olha, ainda respira!

"Aly, não percebo!..."

- "Nem eu". Boa noite. AAS

Dirigente do PRS assassinado à catanada

O director geral do Ministério da Funçao Publica, Emprego e Formaçao Profissional, e militante do PRS dr. VITAL PEREIRA INCOPTÉ, foi ontem brutalmente assassinado à catanada (três golpes profundos na cabeça, e um no braço). Tudo aconteceu por volta das 21 horas, no espaço Lenox, no bairro d'Ajuda, quando o malogrado estava no interior do cybercafé.
A falta de assistência no local e a chegada, muito tempo depois, da equipa de socorro, levou à morte deste jovem quadro nacional.
A policia Judiciaria, que tomou conta da ocorrência, tem ja na sua posse alguns suspeitos, entre eles estao guardas que faziam serviço neste estabelecimento de diversao. Paz à sua alma. AAS

sábado, 8 de agosto de 2009

E esta, hein? Carago!

"Falta excitador à televisão pública

A Televisão da Guiné-Bissau (TGB) está há três meses sem emissão regular devido a uma avaria no emissor que custa 150 mil euros, verba que o director-geral da estação, Eusébio Nunes, diz não possuir.

Há três meses que a TGB, única estação de televisão na Guiné-Bissau, emite escassas horas durante a noite, limitando-se a poucas notícias do telejornal e alguma publicidade.

À Agência Lusa, Eusébio Nunes explicou que a avaria no excitador do emissor (aparelho que propaga o sinal) é só parte de um "conjunto de problemas" que afectam a TGB ao ponto de os trabalhadores da estação admitirem o seu encerramento temporário.

"A avaria (no excitador) é parte de um conjunto de problemas que já existe há muitos anos. Há equipamentos que foram descontinuados, porque estão em funcionamento há vinte anos sem manutenção e as fábricas onde foram produzidos já não existem", contou o director-geral da TGB.

Eusébio Nunes deu o exemplo do excitador do emissor agora avariado mas que não pode ser substituído porque a fábrica onde foi fabricado já não existe.

O problema, referiu ainda o director da TGB, foi mais visível na campanha eleitoral para as eleições presidenciais recentemente realizadas no país, durante a qual a televisão praticamente não emitiu.

O excitador avariado foi enviado para Portugal na esperança de ser reparado pela RTP, mas chegou-se a conclusão que era melhor comprar um emissor novo, só que os custos apresentados ao Governo, 40 mil euros, afinal não correspondem ao preço real do mercado.

"O Governo arranjou esse valor, contactou-se a fábrica, só que esta já tinha sido encerrada há cinco anos. O Governo contactou um novo fornecedor que lhe indicou que um emissor novo ronda 150 mil euros", explicou Eusébio Nunes.

O Governo está agora em contacto com uma empresa espanhola e Eusébio Nunes espera que dentro de uma semana a "situação fique resolvida".

Até lá a televisão vai funcionando com uma câmara, uma unidade de montagem e uma máquina na "régie".

"Em todas as áreas há problemas: na central técnica, na régie de áudio e de vídeo, só temos uma unidade de edição com uma ilha de montagem... Torna-se difícil fazer televisão", afirmou o director da TGB.

"O telejornal é feito com uma máquina. Se não alinharmos as notícias numa única cassete, o apresentador tem que ler lento para que o técnico possa trocar de cassetes", contou.

Os estúdios da televisão não puderam ser visitados pela Lusa, "porque não há electricidade e a sala está escura".

O comité dos trabalhadores já colocou a hipótese de a estação ser encerrada até que haja condições de funcionamento. O director-geral da TGB concorda com a ideia, mas julga que o Governo nem quer ouvir falar desse cenário, devido a um imperativo constitucional.

"A constituição diz que o país deve ter uma televisão, uma rádio, uma agência de notícias e um jornal do Estado", declarou o director-geral da TGB, que tem esperança nos contactos que as autoridades de Bissau têm feito junto do Governo de Angola para resolver o problema.

Lusa/Mussá Baldé
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Ainda sobre a… «1ªasneira»!

"Não se tratando propriamente de uma resposta mas de corresponder a uma solicitação, farei ‘perceber a implicância’ AO CIDADÃO DE MELHOR MEMÓRIA E FUTURO! Afinal, ainda está por contar a história do PAIGC? - Entre a Guiné-Bissau e Cabo Verde afinal, … QUEM DEVE A QUEM?! Fazendo apelo à sua brilhante memória, lembro-lhe de que nos primórdios da colonização a Guiné-Bissau foi invadida por administradores e cipaios, ao serviço da metrópole.

Mas há mais! As tímidas tentativas de uma meia-dúzia dos de ‘boa memória’ que pensavam puder tomar de assalto o país no pôs-independência, e que tiveram que se virar para relatos ‘macaronaises e/ou europeus de terceira’. Sinceramente, aconselhá-lo-ia a olhar para os «gestos» de Cabo-Verde, não na prespectiva de ‘dívidas’ mas como uma forma de RECONHECIMENTO (tardio). Pois…meu caro, se fossemos a falar de dívidas e ingratidões, poderíamos acordar os mortos e o Pedro Pires voltaria ao silêncio.

A luta pela libertação contra o colonialismo português, seus administradores e cipaios decorreu em território nacional e foi conquistada por guineenses que nas FRENTES DE BATALHA deixaram para a história de Àfrica mensagens de dignidade que novas as gerações políticas guineenses não mais deixarão ‘renegociar’. A Guiné-Bissau é um Estado e deve comportar-se como tal!

Talvez espíritos saudosistas ou de algum complexo luso-macaronaise o tivesse levado a exteriorizar o que lhe vai na alma... «achando uma boa atitude do Malam Bacai Sanha, já que não se pode ser ingrato!?» - mas, acredite que esse raciocínio é apenas para CONSUMO INTERNO DAS ILHAS. Consulte a rota da digressão ‘apressada’ de Malam Bacai: Senegal, Gâmbia, Angola e depois Cabo-Verde. É imperioso irradicar do figurino ético-deontológico dos Estados esse tipo de gestos que já NÃO fazem parte da ciência política do séc.XXI. Pense nisso e passe bem!

MP
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Alimária (excertos)

Por: Ricardo Godinho Gomes

Nota do autor

O contexto à volta do qual se desenrola a trama d`Alimária é actual, inspirado nas estórias do dia-a-dia que acabam fazendo a História dos sujeitos- e dos povos que estes formam.
A trama inspira-se num universo africano, num qualquer país da África lusófona, a partir da segunda metade do século XX. Um narrador, a «Kykia », inicia-nos na estória. Pouco ou nada fala, sendo o olho que a todos observa. Dele, que se considera o vigia da natureza humana e dos seus mais profundos recantos, virá o cimento moral da peça. É ele quem nos introduz na trama e é ele quem, dela, nos faz sair sem jamais pretender nela participar ou se imiscuir. «Um vigia apenas observa, nunca adjectiva»; ele conduz-nos à «paradimensão»- ao subterrâneo- da natureza humana: introduz--nos na dimensão animal do Homem!

A política, como espelho das interacções que regem o tecido social, um dos expoentes desse tecido e da vida cultural dos povos, mostra-nos perfeitamente o caminho percorrido por estes e o caminho que ainda falta percorrer. A peça Alimária, escrita por Ricardo Godinho Gomes em 2000 e encenada por Miguel Hurst em 2001, analisa e problematiza o tipo de relação que liga os sujeitos e que acaba cimentar a idiossincrasia dos povos.

Os homens, na terra onde reinam as «alimárias» , por mais competentes que sejam têm que falar a linguagem animal para obter o direito à palavra e à existência. Têm de virar bichos! Caso contrário, são ou esquecidos-calados, amordaçados, silenciados…- ou eliminados.

É esse mundo do não dito, dificilmente explicável mas facilmente perceptível; de imagens que falam somente a meia dúzia de iniciados; da dramatização da vida e da tradição em algo que até hoje tem destruído os bons e preservado os menos bons dentre os homens; de toda essa outra dimensão da vida que deveria ser de apenas de alguns homens mas que tende a impor-se a todos os homens, numa África que luta para se manter ao passo do resto do mundo; é esse mundo das «alimárias» que motivou o autor a escrever a peça que é dedicada a todos os que tiveram os seus princípios e a eles se mantiveram fieis.


Excertos da peça:

Ami qui kikya!

Sou eu o vigia, a coruja que tudo vê e nada faz. Não me cabe a mim o papel do Jambakos, o adivinho que vê o futuro e afasta o mal... o curandeiro que se procura em caso de doença. Procuro na noite o amanhecer. Procuro... só para saber, saber que nasce sem falta o dia de amanhã. Como nasce? Ahm? Isso já não é comigo. Nunca foi, nem o há-de ser!

Apenas canto as estórias no meu grito; estórias de vozes que lamuriam na noite, da cantiga que nasce do amanhecer certo... para morrer num qualquer anoitecer incerto.
E quem em meu canto ouvir uma voz… Então escutou falar a ancestral língua das alimárias; os outros? Ah! Esses passearão as suas vidas pelos dia... que espero, claros de esperança.

Disse-me, à nascença, um velho vigia: «Carregam todos os Homens de Deus, dentro de si um animal... UMA BESTA!!!» Há os que o sabem e os que não o sabem e por isso, entre eles, uns vivem de noite e outros de dia… esquivando-se por entre as suas próprias sombras. Mas dentre todos eles, há sempre um que vive entre uns e outros, de dia e de noite.

Esse, tal como Aquiles… e muitos outros príncipes antigos, foi confiado ao centauro Quirão, para que este o alimentasse e o mantivesse sob a sua disciplina. Esse, por ter tido por preceptor um ser metade animal e metade homem há-de, sempre que houver necessidade, saber usar uma e outra natureza.".
Era, era?
Era certo...

Coitada de Tchoca...

Ela está ali, junto a Santchu, para trabalhar. Dar o seu melhor! Tchoca só pede uma oportunidade para o mostrar, ideias é o que ela julga ter por demais. Quer agir, pô-las em prática. Tchoca não o faz por mera ambição, é mesmo vontade de servir bem os seus.

Bem lá no fundo, Santchu admira o esforço da sua subordinada. Mas ele sabe que as verdades de sua terra ultrapassam as boas vontades de Tchoca, vão um pouco mais além das universidades dos brancos que ela frequentara; vão mais fundo na Alma das gentes. Ele sabe o que a sua directora de gabinete desconhece ainda: a sua terra não é fácil!

Santchu sabe que, com as suas gentes, é infinitamente mais importante aquilo que não se diz... e tão ilusório o que abertamente se diz. Tchoca um dia o há-de saber, Santchu sabe-o e isso o faz sorrir.
(C)RGG