sábado, 14 de fevereiro de 2009

Alegria a Copo - Brindemos à 'Maria do Rio'

Abriu o melhor ponto de encontro de Bissau e arredores, incluindo o Chão de Papel. Chama-se 'Maria do Rio', e fica no antigo 'Bate-Papo', ali mesmo ao lado da Meteorologia.

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Pastelaria fina e variada, e boa disposição em doses industriais - dos proprietários aos empregados. Venha. Vai sentir-se em casa. AAS

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

As duas últimas nomeações de Cadogo

Finalmente! O Governo, depois de 1969 nomeações, lá se decidiu por mais duas (que canseira, hein?): as dos bispos de Bissau e Bafatá.
Mesmo contra a vontade do Vaticano, que ameaçou excomungar o primeiro-ministro, e o Governo, por sacrilégio... Na verdade, a República da Guiné...Embalo(u). Mesmo! Eis os eleitos:

- Bispo de Bissau: Inimizade Farah Mendes

- Bispo de Bafatá: Daniel Ainda Não Embalo(u) Esteves

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A cada minuto que passa, nasce um trouxa

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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

É deles que elas gostam mais...

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Decidi que hoje ia dormir assim. E assim será. Boa noite a todos.

N´disdja luta

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Paes Moreira - Balanço francamente positivo

Findou a missão (e que missão!) do embaixador de Portugal na Guiné-Bissau. Finalmente, Paes Moreira vai partir. E não deixará saudades. No dia em que se despediu do Primeiro-Ministro guineense, o embaixador deu conta daquilo que fez em Bissau nos últimos tempos, mas não explicou porque não fez mais.

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Um investigador do Ditadura do Consenso passou - literalmente - um mês na Embaixada de Portugal como agente infiltrado, ouvindo aqui e ali. E, em resumo, eis o que descobrimos sobre Paes Moreira:

- Uma estrondosa expulsão na embaixada portuguesa, no dia 10 de Junho, de uma cidadã portuguesa;

- 113 caixas de whisky e 230 de champanhe francês consumidos (está tudo enterrado num dos quintais da embaixada);

- 875 jantares (destes, 835 foram íntimos)(*);

- Consumiu-se 3 toneladas de camarão tigre;

- 69 caixas de charuto cubano Cohiba;

- 69 caixas de conhaque Napoleão;

- 76 caixas de Moscatel de Setúbal (enviadas pelo Octávio Machado)

(*) Consta que Paes Moreira tinha sempre um assunto 'quente' em mãos...

Se eu nascer novamente, quero ser embaixador da Guiné-Bissau em Portugal para fazer tudo o que Paes Moreira fez na Guiné-Bissau. Para verem o que é reciprocidade...AAS

E o efeito Jomav?

Cadogo não tem vida fácil nem no Governo nem no PAIGC, e, pelos vistos, também não tem dado ouvidos às liçoes do Ministro das Finanças, José Mário Vaz (JOMAV para nós, os mais chegados).

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Na passada 2ª feira, mais um episódio veio ensombrar o chefe do Executivo. Uma das secretárias da Primatura socorreu-se do Primeiro-Ministro para passar um cheque. Eis o diálogo que se seguiu, captado por um dos nossos vários microfones:

Secretária: Sr. Primeiro-Ministro, temos aqui um cheque de 60 milhões para pagar à empresa X. O problema é que tenho uma certa dúvida... 60 escreve-se com dois 's' ou com 'c' cedilha?

Resposta do Primeiro-Ministro, após três longos segundos de hesitação ou lá o que foi:

- Cague nisso... Passa dois de 30!!!

A isso se chama provar do próprio veneno. AAS

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

O futuro. Provavelmente...

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Princípios imutáveis

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Aquilo que os europeus desconhecem é porque não pode existir, certo? Errado!
Hoje, depois de duas reuniões - onde quase ninguém entendeu os meus pontos de vista - fui literalmente 'arrastado' pelo corredor do hotel por uma participante (e amiga) da reunião.

- Mas tu estás maluco ou quê? Qualquer dia levas um tiro, rapaz!

Reparem que ainda nem me tinha dito do que se tratava a reprimenda, mas, na verdade, eu comecei a apreciar a recriminação. Depois, disse-me em tom dramático e afável: O teu blogue, rapaz!!!

Sim, o que tem o meu blogue? Fechou, é isso? - perguntei calmamente. Que nada! Só me queria alertar para o falatório da manhã «que, como bem sabes, é prenhe em notícias e boatos». - Mais boatos que notícias, retorqui. A minha amiga é europeia e tem um cérebro daqueles...

Depois, confessou-me com um brilhozinho nos olhos: «Não sei se aguentava ver-te morrer». Aqueles olhos demonstravam não apenas amizade, mas também orgulho, e, talvez mesmo, alguma compaixão.

Leitoras e Leitores

Eu vou morrer um dia. Mas acreditem que saberei porque morri, ao contrário de outros, que não sabem para que vivem. Sou um fanático pela liberdade de expressão (desde que esclarecida), e estou convencido de que não há caminho melhor para desenvolver o QI dos políticos do que fazer HUMOR. Negro, ou não.

São princípios que sempre nortearam a minha conduta e é curioso que, com alguma frequência, eles incomodem tanto. AAS

O sonho de qualquer traficante de drogas...

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Olá, CEDEAO! E um desses para o nosso primeiro, pá? O homem - dizem os amigos - merece, ainda para mais com tanta gente atrás dele...

Fidalgos desafinados

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Tchatcha Li Tchatcha

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Recado

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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Rádio Nacional? Mau, muito mau mesmo

A Rádio Nacional, que emite agora 23h por dia, está com sérios problemas a nivel de programação e isso é notório.
Entregaram a dois putos 4 (quatro horas!?) para fazerem um programa falido e nado-morto. Para nos infernizarem ainda mais vida. O programa, "Luar", parece feito...no escuro! Tem várias rubricas mas eu estive atento a duas: Perguntas de "Cultura Geral" e 'arrasteira' (sic).

Atente-se aos peidos:

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Pergunta (P): Alô, ouvinte? Com quem temos o prazer de falar? Seco? Ah ok, estás preparado para a pergunta? Aqui vai então: antigamente era Guiné Portuguesa, e hoje como se escreve?

Resposta (R): É Guiné Africano...não, Guiné Cabo Verde....

P: Alô, ouvinte? Afaste-se do rádio, baixa o volume, baixa o volume...alô? Qual é o plural de pão?

R: Ehhhhh...isso ultrapassa o meu conhecimento...

(APRESENTADOR: ahahahah, ouvintes na matan ku garassa, ai deus, uai oh...)

P - Mais um ouvinte na linha por sinal. Boa noite, ouvinte. Cadogo Junior é moçambicano ou guineense?...

R: (a cagar-se para o apresentador) - É guineense, claro.

P: 'Nino' Vieira é Presidente da República ou da ANP (nao confundir com Associação Novas Prisões)?

R: (chamando o apresentador de totó) - É Presidente da República.

(APRESENTADOR todo orgulhoso: "Bom, daqui a pouco vamos acabar este grande programa".)

NOTA: O programa é fraco, mau mesmo, e de muito mau gosto. É o que dá quando se entrega a rádio pública a quem nada percebe da coisa, ainda para mais quatro horas!Se fosse às barracas no Bairro D'Ajuda aposto que encontraria lá o Director-Geral, o director de Antena e não sei quem mais a comer carne de macaco... AAS

Descobrimos a toca mais secreta do País

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Anúncio de borla

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Acordo de Pescas União Europeia/Guiné-Bissau(*)

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(*) Perspectivas até 2014. AAS

Issufo Sanha, afinal, é Judeu!?

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3 em 1: Anúncio de borla + dicionário crioulo/português + pensamento em francês

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Ka bô kustuma dê! - ou seja: «Não se habituem!».

Stafurlai II

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Eh pá, alto aí! Orgulho nacionalista: a morgue do Hospital Nacional de Simão Mendes, disseram-me (ainda não experimentei...), é 7 estrelas! Que até «dá gosto morrer» para depois dizer: «Eu estive lá e vi com os meus próprios olhos de morto

Bem vistas as coisas, a 'coisa' tem mais 2 estrelas que o Palace, que, de resto e - outra vez??? -, bem vistas as coisas, devia ter 3 estrelinhas... Bom, mas justiça seja feita. Já merecíamos (eles, enfim, os mortos) alguma dignidade. Uma 'sala de espera' para uma morte que, espera-se, seja a mais longa possível!

E agora, como não podia deixar de ser, uma perguntinha só para chatear:

Não será de mau gosto que a empresa responsável pela construção da morgue do Hospital Nacional Simão mendes se chame... SUPER NOVA(!?). Que super nova pode uma morgue trazer mesmo? Ainda se fosse «Nova Vida»... Isto, nem à morte lembrava... É claro que fico chateado, pá!

Stafurlai I

Como não consigo dormir, alguém tem de pagar. AAS

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domingo, 8 de fevereiro de 2009

As nossas desculpas aos mestres cervejeiros

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Foi por causa do burro ou da doente?

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O Ministro da Administração Territorial chorou no Leste do País. Verdade! Durante uma visita a uma povoação, Baciro Dabó foi surpreendido pela chegada de um burro (um de 4 patas) transportando uma doente. O burro, ao que conseguimos apurar, nem deu pela presença do ministro, «pois acabara de percorrer uma distância» - soube depois o membro do Executivo - «de 15 estafantes Kms».

O choro do ministro deixou meio mundo perplexo e a indagar se Baciro não estaria a chorar mais pelo sofrimento do burro do que da doente propriamente dita... Bocas nossas!

Para se acabar com a especulação, rogamos à PGR que mande abrir um inquérito para se apurar a verdade. AAS

Instantâneo

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sábado, 7 de fevereiro de 2009

Exclusivo: Mudança de símbolos nacionais

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Reunido o Conselho Embaló(u), decidiu-se:

Que

1 - A República da Guiné-Bissau passe doravante a designar-se:

1.a) - República da Guiné-Embaló(u);

2 - A Bandeira, rectangular e em forma de mesa (para que todos possam comer) mantém as três cores e a inscrição:

República da Guiné-Embaló(u).

3 - Cores:

3.a) - Vermelha
3.b) - Verde
3.c) - Amarela


Este Decreto entra imediatamente em vigor. Cumpra-se. Ou não.
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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Nao, obrigado

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CNN - É verdade que o senhor Carlos Gomes Júnior, Primeiro-Ministro da Guiné-Bissau quer convidar-te para Director-Geral da Televisão Pública? Tem alguma coisa a dizer?

António Aly Silva: Tenho. Primeiro, agradeço à CNN a oportunidade para também dizer Yes, we can. Respondendo propriamente à sua pergunta: Sr. Primeiro-Ministro, o convite, a existir, deixa-me preocupado. Mas então, e o resto dos seus familiares? Inaugurou uma morgue há dias, que com toda a certeza precisará de um gestor ou administrador...

Sonhando(*)

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Num sonho doce e manso, contigo sonhei. Sós, numa piroga, navegando, bamboleando ao ritmo da ondulação. Sós. Juntinhos, qual obra do acaso. Tão quedos e embrenhados na sã pureza dos nossos pensamentos, que os remos apenas serviam para dar direcção ao nosso pequeno veleiro frágil, frágil como nós... sós, juntinhos qual casal de pombos no seu lazer quotidiano. Enfim, sós... eu juntinho a ti, tu juntinho a mim. Só o chilrear das aves quebravam, de quando em vez, a monotonia.

A uma ilha deserta nos empurrou, descuidadamente, a correnteza e lá, mais sós ainda, sem a piroga, que uma leve brisa para longe de nós afastou. Estávamos resignados com a solidão. Tombou de repente sobre nós a noite, como que para dificultar a visibilidade dos curiosos peixinhos que emergiam da água e das multicolores aves que pairavam sobre nós, ou passavam em vôo rasteiro, lento e cadenciado.

Enfim sós. Tu junto a mim eu junto a ti e agora mais juntos ainda para melhor resistirmos à veloz brisa do leste e senti o teu bafo quente. Rocei, incrédulo, a tua macia pele e senti o teu calor, o palpitar atabalhoado do teu coração, o orfar sem cadência do teu peito...e ouvi, sem perceber, balbuciares algumas palavras, quando os teus braços, em torno do meu corpo cada vez mais me apertavam.

Acordei sobressaltado. Mera fantasia dos sonhos de criança. Não te vi. Não vi a ilha nem a piroga. Nem os peixinhos, nem as aves... Mera fantasia dos sonhos de criança.

António Aly Silva
(*) Texto escrito em 1996

Anúncio de borla

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A Polícia Judiciária adverte: Aqui, nem pó! AAS

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

O passageiro adiado(*)

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Dafá Malamba é guineense, pintor da construção civil e não consegue levar para casa no fim do mês mais de oitenta contitos. Temos aqui um problema, pensou ele. Talvez emigrar, pensou ele outra vez. E, pensando, pediu o visto de abalada turística para Londres, onde vive um tio e uma caterva de primos.

Mas o tempo passava, a embaixada de sua Majestade não havia meio de se desengomar com o carimbo e Dafá desesperava. A ideia foi de «um grande amigo» cujo nome pede licença para não revelar. Afinal, se ele não ia roubar, mas procurar trabalho, se não ia viver na rua, mas em casa de familiares, que mal tinha se levasse o bilhete de identidade de um artista português? Mal nenhum, ora.

Da avaliação do risco à decisão de embarque foi um ai. E numa segunda-feira, pela frescura da manhã, aí está o nosso Dafá no Aeroporto da Portela. Na mão, o bilhete e o B.I. que o "transformava" de Dafá Malamba em José Petróleo da Silva... Parecia canja.

O agente do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) foi retirá-lo à fila dos viajantes-cidadãos da UE e perguntou-lhe se era português. Olha a pergunta, doutor. Portuguesíssimo e com muita honra.

O problema foi a falta de memória. José Petróleo de ocasião disse ter nascido em junho e não em julho como rezava o documento identificativo. Nem se recordava bem em que localidade nascera. "Foi a minha mãe que me tratou da papelada", garantiu. E sabe-se como há mães madrastas...

Aquela malta do SEF não brinca em serviço. Então o senhor tem aqui uma foto de bigode? Cortei-o, sr. doutor. E estava muito mais gordo quando tirou o B.I.... Tem razão, doutor, agora tenho comido menos, dificuldades da vida... Dificuldades que logo aumentariam com a detenção de Dafá, José durante tão breves e palpitantes minutos. No exterior do aeroporto, a família acenava ao avião no preciso momento em que o seu chefe seguia para os calabouços da PSP.

Dafé comparece em tribunal acusado de uso indevido de identificação alheia ou coisa que o valha. Em juízo, o guineense confessa o acto de que é acusado e o seu comportamento convence o meritíssimo de que não tem a exacta noção da gravidade do delito. O inspector do SEF confirma que Dafá, depois de apanhado, foi correcto e colaborou. O Ministério Público cumpre o seu papel com moderação e o oficioso advogado de defesa mete a voz para dentro ao pedir justiça.

O juíz não estava num dia de raiva. Lá fora, o sol ajudava e Dafá foi condenado em 20dias de multa a 600 escudos por dia, uma contrariedade de 12 contecos a juntar à interrogação do que fazer ao inútil bilhete de avião. "Agora veja lá, lute pela obtenção do visto e não se meta em mais trabalhos..." - aconselhou o juíz, em tom cordial. Por amor de Deus, excelência. Palavra de José, perdão... Palavra de Dafá.

António Aly Silva
(*) - Texto escrito em 1997, em homenagem aos nossos imigrantes.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Nunca serei uma vítima

O artigo «Um não lugar», deu lugar a uma catadupa de mensagens de e-mail, e eu tive a oportunidade de ler várias opiniões. E não respondo a nenhuma em especial.

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Eis o que penso.

Nota-se que há cada vez mais gente a suspirar de saudade do tempo em que havia autoridade neste País. Eram tempos duros, diga-se. E sinistros. Mas havia autoridade, via-se. O mal, por assim dizer, estava circunscrito e claro.

Eu, hoje, continuo a preferir o lixo avulso que qualquer democracia representa ao silêncio imposto pelas ditaduras. As minhas qualidades - ter o hábito de dizer o que penso e de fazer o que digo, talvez não sejam as mais requeridas.

Lembro-me perfeitamente de, em certas ocasiões de crise política (perdi-lhes a conta) em que eu teimava em dar a cara e em bater-me pelos meus ideias e pelas minhas convicções, algumas pessoas diziam-me num tom quase paternal «vai, faz-te de vítima, queixa-te, pode ser que consigas 'vender' qualquer coisa».

Lá está. Não entendiam as minhas razões. As minhas razões sempre estiveram na linha da frente das minhas lutas. O tempo da verdade chega sempre, pelo que a honra tem que ser paciente. Nunca serei uma vítima. E é isso que, afinal de contas, o País não me perdoa. AAS