quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Para grandes males, pequenos remédios...

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Jantava sozinho na semana passada no restaurante «Oporto», e ouvi da boca de um estrangeiro, um cidadão britânico para ser mais preciso, meu amigo, um comentário à passagem de um grupo de catraios carregando coisas. Parecia em estado de choque. Revoltado. Disse: «Isto é uma vergonha para este país. Crianças carregando um peso igual ao seu próprio peso!».
Como o conheço, pedi permissão e disse-lhe tranquilamente: «Ouvi o que disse, e tem toda a razão. Mas tenho lido na vossa imprensa que em Inglaterra existem 2 milhões de crianças trabalhadoras. E isso é superior a toda a população da Guiné-Bissau.»
E muito sinceramente, penso que isso lhe pareceu ser uma insolência de um simplório e de um ignorante do Terceiro Mundo. Mas eu disse-lhe o que pensava. Disse-lhe a verdade. Cada um vai ao que é seu... AAS
PS- Há um provérbio na Serra Leoa (país que conheci, infelizmente, como um matadouro a céu aberto) que diz: "Uma pedra debaixo de água não sabe que está a chover".
Guineenses: Há que defender o País, o País corre perigo, o País está a ser ameaçado, e tudo isso é injusto. AAS

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

PAIGC e a eterna teia de interesses

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O PAIGC (quem diz PAIGC, diz todos os outros partidos políticos guineenses), depois de quase 15(!) horas de reunião, chegou a consensos e a lista foi finalmente depositada. Mas as peripécias foram muitas. Alguns exemplos:
Cancan vs Marciano Barbeiro
- Depois do ex-ministro da Educação de Cadogo ter sido relegado para segundo plano na lista, com Cancan à cabeça, estalou verniz e não foi bonito. Frases como «não aceito ser humilhado» e outros menos simpáticos, serviram para aquecer um pouco mais o salão dos libertadores/destruidores;
Tio vs sobrinho
- Depois de acesa discussão, alguém levantou-se e, literalmente, atravessou todo o salão qual libertador. Estava eufórico: acenava com as duas mãos e em cada mão...um cheque. «Sr. Presidente (Cadogo), eu não digo mais nada, aqui tem as provas». O sobrinho, também presente no salão e dono dos cheques, envergonhado, não parava de coçar a cabeça...Cadogo, quando leu os cheques, limitou-se a abanar a cabeça, resignado. Ah, só mais uma coisa: o cheque serviria para comprar consciência (e voto), a favor de Malam Bacai Sanhá. Contra Cadogo, bem entendido. Matchus!
AAS

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Humor em democracia é saudável

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O Presidente da República, 'Nino' Vieira, na televisão:

«Em bissau, às vezes, não temos luz».

Eu cá acho que o «não» está a mais. Estarão de acordo, ou não? Apitem. AAS

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Rói-te de inveja, Kim Jong-il

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Pois bem!, com que então o MPLA lá papou as eleições Legislativas angolanas com oitenta e não sei quantos por cento, não é? Os números são impressionantes. E fazem corar de vergonha o Paquistão e a Coreia do Norte. Só a ZANU-PF, no Zimbabué, é capaz de proezas ainda maiores: Nas eleições a ‘coisa’ chega aos noventa e tal por cento. E a inflação põe e dispõe. Um exemplo: três (3!!!) ovos de galinha custam uma pechincha – 100.000.000.000 - sim, leu bem. São cem biliões de dóalres. Dólares zimbabueanos, é claro.
Portanto, a medalha de ouro e a de prata olímpicas vão para o Zimbabué, enquanto que Angola fica com a de bronze. É que a exemplo dos Jogos Olímpicos, o que importa mesmo é participar... AAS

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Será em 2009, estúpidos

«Em Novembro, teremos eleições Legislativas». É o que se ouve por aí. Desenganem-se os que assim pensam. Isto é blasfemar. Quando muito - e aposto um segundo exílio... - só em Março, ou Abril de 2009. Mas isso, é evidente, fica aqui entre nós.

domingo, 31 de agosto de 2008

02:28 da manhã

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Não tenho sono. Nem ninguém em quem desancar.aas

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Vai uma aposta?

1 X 2, são as opções do costume.
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O jogo consiste em acertar, não é assim? Então a pergunta é:

Será que o embaixador de Portugal vai expulsar alguém se houver uma recepção em honra do secretário de Estado João Cravinho?

Estão abertas as apostas.

Afrotostões. A criar pobres a cada minuto.

O Aly já está em Bissau, para desespero de muitos.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Até que lhes arda o cú na Praça do Império*

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É doloroso admiti-lo, mas não podemos excluir a possibilidade de que antes do primeiro semestre de 2009 a imbecilidade afecte de novo - e severamente – o nosso País. Ninguém aprende com os erros, ninguém percebe ou consegue decifrar um sinal; acumulámos erros sobre erros, as eleições a que temos assistido ultimamente são , a todos os títulos, deploráveis.
A máquina da democracia resulta da combinação da separação dos poderes, com o primado da lei e os mecanismos de representação, e todos estes mecanismos necessitam de um tempo e de um espaço que a virtualidade do real perturba e nega constantemente – e nós vamos a caminho dos 40 anos de independência...
Já não somos macacos, é certo, mas talvez ainda não sejamos completamente humanos. Pois então, que venha algo de mau, muito mau mesmo, e que se acabe de vez com esta merda.

(*) Fazer um voto destes pode não ser um apontamento de fina elegância literária, mas é por certo um exemplo da ancestral sabedoria popular e, quem sabe?, talvez o mais eficaz remédio contra a proverbial memória curta dos governos e a ausência de prevenção para outros crimes e desmandos que se seguirão. AAS

Não tens colhões, cabrão!

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Um dia, o agora ex-Chefe de Estado Maior da Armada (CEMA), dirigiu-se à minha pessoa num termo que podia sobressaltar o mais comum dos mortais. Mas não a mim. Isso é o que mais faltava. Era um fim de tarde em Bissau igual a tantas outras. Eu e mais umas pessoas fomos beber umas cervejas ao Texas Bar, junto à Marinha de Guerra Nacional. Fui «arrastado», para dizer a verdade.

Convém esclarecer desde já que desconhecia por completo que o dono do bar era o famigerado e hoje acossado «José Américo» Bubo na Tchuto. Adiante.

A conversa começou na vida militar e, logo a seguir, descambou para a política. Dizia o Bubo: «Eu não me chame Bubo Na Tchuto se ‘Nino’ Vieira não vencer as eleições presidenciais! Até dei a um dos meus filhos o nome ‘Kabi’». Retorqui: «Não sei se vai ganhar». Aquilo não caiu bem entre os muitos presentes que, ou queriam cair nas boas graças do CEMA, ou então tinham medo da criatura. Conversa vai, conversa vem, puxa daqui, enrola dali, os meus amigos lá tentaram sacar-me da enrolada, mas deu em nada. Ele quer guerra? Então, vai ter guerra!

Até que, Bubo saiu-se com esta frase e sem que ninguém estivesse à espera: «Abô, n’na matau!». Fez-se um silêncio sepulcral. Éramos uns vinte sentados nas mesas, em pleno passeio, descontraídos a beber cerveja gelada pelo gargalo da garrafa. «Aly, vai-te embora», «Aly, é melhor evitares» e coisa e tal.

Mas não sairia dali sem deixar o troco ao Bubo: «A mim, não me matas nem podes matar! Que isto fique claro: eu não lhe devo nada nem tenho medo de si». Acto contínuo, levantei-me e abandonei o local. Pois é, camaradas, é o que dá juntar-se aos porcos: come-se farelo. Mas, lá está: só come quem quer.

A partir desse dia, confesso, passei a provocar o Bubo: fazia sempre questão em estar onde ele estaria. Um dia, deu-se um feliz acaso: Passeava de carro com um amigo que era membro do governo. Na zona dos Coqueiros, uma voz grita. O carro pára. E de dentro do jipe sai o Bubo. Camisa branca, suja pelo colarinho e pela manga. Tresandava a bebida. Vinha de um cocktail oficial. O meu amigo sai do carro e eu também, pese embora me tivesse advertido que ficasse dentro do veículo. Mas não. Saí e estendi a mão direita. Ele virou a cara e continuou a falar sem me encarar e nem ao seu interlocutor...

Esse sacana nunca foi capaz de me encarar, quanto mais cumprimentar-me. Não tinha colhões! AAS

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Parece que o Brito está sozinho...

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Os "golpes de Estado não têm mais lugar em África", disse hoje o embaixador de Angola na Guiné-Bissau, António Brito Sozinho, ao condenar a intentona alegadamente perpetrada pelo ex-chefe do Estado-Maior da Armada guineense, Bubo na Tchuto. No que diz ser uma primeira análise à situação, Brito Sozinho afirmou que Angola acredita que a situação por que passa a Guiné-Bissau é um "momento transitório" mas defendeu a necessidade de "os ânimos serem resfriados".
"Os filhos da Guiné precisam entender-se. Sentarem-se à mesma mesa e dizerem o que é que não vai bem", defendeu Brito Sozinho. "Temos vindo a seguir a situação. À primeira vista, pode-se dizer que é má. Este país não precisa de indivíduos que queiram fazer golpes de Estado. Precisa de filhos da Guiné, da própria Guiné, que contribuam para o desenvolvimento do país", defendeu Brito Sozinho.
"Hoje em dia, já não se pode falar em golpe de Estado, sobretudo em África", continente que, disse, deve preocupar-se sim com o seu desenvolvimento. A Guiné-Bissau "tem potencialidades", comentou Brito Sozinho. Angola é um dos potenciais parceiros de desenvolvimento da Guiné-Bissau.
A MINHA OPINIÃO?: Já que tenho que a dar, cá vai: O Sr. Embaixador de Angola, podia, já agora, ter aproveitado a audiência com o PGR para lhe fazer uma pequena mas significativa inconfidência: O lugar para alguém que é acusado de «tentativa de golpe de Estado», não é a prisão domiciliária. Não, porra! Quando é que acordarão deste sono? O Estado da Guiné-Bissau pode ter perdeu uma vez mais a oportunidade de fazer Justiça. Os guineenses ganharam, com toda a certeza, dias e noites de incerteza. E de medo. AAS

Que futuro para este passado?

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A Guiné-Bissau deve acabar com as suas Forças Armadas. Now! AAS

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Pergunta inconveniente

Fala-se tanto hoje da China, por causa dos Jogos Olímpicos de Pequim: Que a China é a maior falsificadora a nível mundial (a mais desavergonhada até) - isso já sabíamos de cor e salteado; que na China os Direitos Humanos são espezinhados (como em qualquer outro país, diga-se de passagem), e coisa e tal.
Agora, foram os próprios chineses, os organizadores da sumptuosa abertura dos JO, quem deitou mais achas na fogueira: afinal, quem viu pela televisão a dita abertura dos jogos...viu tudo aquilo que os que estavam no estádio (ninho de pássaro) não viram. FALSIFICADO!
Mais. Agora, melhor ontem, os chineses voltaram a defraudar: afinal, a voz da bonita menina que (en)cantou na cerimónia...não era a voz da dita! FALSIFICADO. Que remédio? A China é mesmo reincidente.
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Agora, a pergunta inconveniente: Será que o Estádio Olímpico de Pequim existe mesmo (para aqueles, como eu, que olham para a televisao) ou tudo não passa de... caca de pássaro? AAS

ditaduradoconsenso.blogspot.com

Actualizem-se: custa 'nix'... e da SIC!

sábado, 9 de agosto de 2008

Novo governo guineense empossado hoje

O primeiro-ministro guineense, Carlos Correia, apresentou a lista completa dos membros do seu executivo composto por 21 ministérios e sete secretarias de Estado.
O novo executivo é composto, maioritariamente, por figuras leais ou próximas do Presidente 'Nino' Vieira e homens do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). Vários nomes do anterior Governo mantiveram as suas pastas, como são os casos de Maria da Conceição Nobre Cabral, que permanece na pasta dos Negócios Estrangeiros, Carmelita Pires que preserva o cargo de ministra da Justiça, Issuf Sanha nas Finanças, Marciano Barbeiro, na Defesa e Soares Sambu, Recursos Naturais e Ambiente.
A novidade é a entrada de Cipriano Cassamá, antigo líder parlamentar do PAIGC, para o cargo de ministro da Administração Interna, organismo que se encarrega das questões eleitorais e que tem merecido muita polémica no país.
Algumas figuras ligadas às outras forças políticas também foram chamadas para o governo que, em princípio, terá a duração de pouco mais de três meses e com a tarefa de preparar e realizar as eleições legislativas previstas para o dia 16 de Novembro.
O Partido da Renovação Social (PRS) de Mohammed (Koumba) Ialá contribui para o actual executivo com cinco elementos, o Partido Unido Social Democrata (PUSD) com um, o mesmo do Partido Republicano para Independência e Desenvolvimento (PRID) e da coligação Aliança Popular Unida (APU).
Do PRS entraram para o governo Dionísio Cabi (ministro das Obras Públicas), Sola N'Quilin Na Bitchita (ministro do Desenvolvimento Rural), Fernando Gomes (ministro da Solidariedade Social e Luta contra a Pobreza), Carlos Costa (Reforma Administrativa) e Tibna Sambé Na Wana (secretário Estado do Ambiente).
Fernando Gomes, fundador e antigo presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, actual líder da coligação Aliança Popular Unida (APU) também vai integrar o executivo ocupando a pasta da Função Pública e Trabalho. AAS c/LUSA

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Bubo protagoniza tentativa de golpe de Estado

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O Estado-Maior General das Forças Armadas (EMGFA) da Guiné-Bissau, informou que o ex-Chefe do Estado-Maior da Armada, almirante José Américo Bubo Na Tchuto, protagonizou uma tentativa de golpe de Estado na passada terça-feira e foi destituído do cargo. Em conferência de imprensa, o coronel Arsénio Balde, porta-voz do EMGFA explicou que o almirante Bubo Na Tchuto tentou, na noite de segunda para terça-feira, levar a cabo uma operação militar "que pode ser caracterizada como uma tentativa de golpe de Estado". Eu já avisara, na própria 3ª feira...AAS FOTOGRAFIA: (C) AAS