quinta-feira, 23 de maio de 2013
Henrique Rosa
"O teatro protagonizado pelo nosso Estado a volta das cerimónias fúnebres do Sr. Henrique Pereira Rosa demonstra a evidência da deterioração contínua das nossas instituições da República. As ilações que se podem tirar desse absurda obra teatral são várias:
a) Um défice muito grande de sentido de Estado e de sua autoridade;
b) A convergência de vários negativos (retomando a retórica do Dr. Carlos Lopes) que se expressa na existência de diferentes focos de influência de poder que se interpõem, mas que sobrevivem juntos na base de um arranjo institucional frágil, mas construído com muita criatividade e falsidade. Isto resulta em mandos e desmandos, em decisões e contra decisões, tudo numa velocidade supersónica. Ninguém consegue culpar ou julgar ninguém porque ninguém sabe quem é o verdadeiro culpado;
c) Esta obra de arte poderá não acabar com esta encenação, de certeza, novas vítimas serão atingidas. Isto acontecerá porque é este o Estado que temos e que nos vai servindo.
O Sr. Henrique Pereira Rosa foi convidado em 2003 a desempenhar as funções de Presidente da República, num momento crítico onde era necessário resgatar a credibilidade de Estado fortemente abalado na altura. Foi empossado como primeiro magistrado da Nação na própria Assembleia Nacional Popular (que hoje lhe nega as honras de Estado!), onde jurou perante os deputados e a bandeira nacional tudo fazer para servir os interesses supremos do Estado da Guiné-Bissau, das suas instituições e das populações. Durante a sua magistratura representou o país em inúmeras ocasiões no exterior, rubricando vários acordos de desenvolvimento e participando em várias iniciativas que visavam a reconciliação nacional. Depois das eleições em 2005, regressou a sua vida normal passando a beneficiar, a partir dessa altura das regalias inerentes a um chefe de Estado.
Porém e para surpresa de muita gente, o Estado da Guiné-Bissau, mesmo depois de ter publicamente anunciado que iria organizar o funeral do ex-presidente Henrique Rosa com Honras de Estado volta para trás e diz não, ele afinal não merece tamanha honra. A Assembleia Nacional Popular tornara-se de repente algo superior, um lugar sagrado, não para presidentes interinos. Em contrapartida, o Estado propõe à família do malogrado o Ministério da Justiça para acolher o corpo. Qual a razão desta volta-face? Esta parece ser bem simples. A mesa da Assembleia Nacional Popular achou que ele não tinha os requisitos necessários para ter um funeral com Honras de Estado.
Argumento 1: O Sr. Henrique Rosa não foi um presidente eleito. Esta é boa! Dá até gozo, mas também muita pena, porque só num Estado que não é Estado como o nosso, pode uma coisa dessas acontecer. Seria bom para o esclarecimento público que essa gente nos dissesse quem é o Presidente eleito da Guiné-Bissau? Em que parte de mundo se encontra esse achado? O que tem existido de facto na Guine são apenas “Presidentes de Transição”, porque todos os que foram eleitos pelo povo já morreram ou foram tirados de poder por meios violentos.
Argumento 2: O Sr. Henrique Rosa nunca foi deputado da Nação. Esta também é fascinante. Lembro-me muito bem de a ANP (o espaço para debate de assuntos do povo por gente escolhido pelo povo) ter sido usado por alguns deputados e protagonistas do golpe de Estado de 12 de Abril de 2012 para insultar um Estado (Portugal) soberano e os seus dirigentes numa clara falta de sentido responsabilidade, de cidadania e de civilização. Para este tipo de coisas, a nossa ANP serve na perfeição, mas para receber os restos mortais de um ex-presidente ela já não serve? Mas, felizmente na Guiné ainda existe a família, a única instituição com credibilidade no meio de tanta desordem conjuntural. Essa não se fez esperar. “Muito obrigado Sr. Estado, mas o corpo do nosso marido, pai, tio, avó e amigo permanecerá onde sempre esteve (mesmo quando foi Presidente da República) na sua própria casa”. Dali só saiu para a Igreja e depois para o cemitério com Honras da Família.
Que viva o Estado da Guiné-Bissau!
Tenho dito"
"É estranho...", diz Domingos Simões Pereira
O antigo Secretário Executivo da CPLP e um dos candidatos à liderança do PAIGC, Domingos Simões Pereira, foi notificado para comparecer amanhã, Quinta-Feira, pelas 10h00, nas instalações do Tribunal Militar Regional de Bissau. Os motivos da notificação não foram revelados, entretanto, segundo a RDP-África apurou, a notificação apenas salienta que a comparência visa a "prestação de declarações nos autos de um Processo - Crime que corre os trâmites normais naquele Tribunal".
Recorde-se que, aquando do seu julgamento, o Capitão Pansau Intchamá, militar que liderou a tentativa de assalto ao regimento de para-comandos em Outubro do ano passado - e que acabou condenado a cinco anos de prisão - havia acusado alguns políticos de suposto envolvimento no caso, tendo referido, entre outros, o nome de Domingos Simões Pereira. Em declarações ao Jornalista da RDP-África, Waldir Araújo, esta tarde, Domingos Simões Pereira confirmou ter recebido a notificação e diz estranhar que a mesma tenha vindo de um Tribunal Militar Simões Pereira garantiu nunca ter conhecido o Capitão Pansau Intchama, e disse ainda que vai comparecer amanhã de consciência tranquila no referido Tribunal. RDP-África
quarta-feira, 22 de maio de 2013
Guiné-Bissau - ONU prorroga mandato
O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou hoje a prorrogação do mandato para a Guiné-Bissau até maio de 2014 e pediu mais apoio da comunidade internacional para a luta contra o tráfico de droga no país. Em termos gerais, o Conselho de Segurança aprovou todas as sugestões enviadas pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, no início do mês, de acordo com a resolução aprovada e hoje divulgada, na qual se fazem muitas referências à questão do tráfico de droga.
No documento, a que a Lusa teve acesso, o Conselho de Segurança incentiva a comunidade internacional para que aumente a cooperação com a Guiné-Bissau para que o país possa controlar o tráfego aéreo e a vigilância marítima e lutar contra o tráfico de drogas, crime organizado e pesca ilegal. Na mesma linha, exorta as autoridades da Guiné-Bissau para que aprovem e apliquem leis e mecanismos de combate eficaz ao crime transnacional, especialmente o tráfico de drogas e o branqueamento de capitais, que apoiem os esforços regionais no mesmo sentido e que demonstrem "um maior compromisso de lutar contra o tráfico de drogas". LUSA
UNIOGBIS no seu melhor
O Representante da ONU em Bissau, José Ramos Horta, levou para a UNIOGBIS a sua "assistente pessoal", uma tal de Filipa, que ainda não sabemos bem o que a dita cuja faz por lá. Entretanto, já existia o "Chief Public Information Unit", que emite os comunicados de imprensa em inglês. Por sua vez, a Isabel Nunes Correia, que é "Public Information Officer" limita-se a... traduzir, isso mesmo, traduzir na íntegra e para português os tais comunicados que envia de novos aos mesmos destinatários. Imagine-se a trabalheira. Assim vai os esforços para a consolidação da paz na Guiné-Bissau. Tachos para todos, menos para o povo. Ma Pubis Ka Burru Gora Dé...
AW.
Impulso
A minha fortuita posição de cidadão, ainda por cima esclarecido, valeu-me ter presenciado toda a nossa tragédia enquanto País desde 1980. E que tragédia vivemos! O ambíguo contraponto entre alguma ficção que aqui tenho escrito e a realidade que assistimos no dia-a-dia constitui o cerne do blogue Ditadura do Consenso. Coincidência? Nenhuma. Parecenças? Também não. A precisão com que descrevo o presente envenenado que foi a nossa vida praticamente desde a independência, há quase 40 anos, a quase futurologia que teimo em não parar de fazer sobre o destino do nosso povo, e do nosso País; a frieza que o passado não pára de me trazer, surpreendendo-me sempre, faz de mim um típico sobrevivente. Muito mais até do que aqueles que lutaram com valentia e destreza nas matas da Guiné-Bissau. Aliás, se repararem bem, as técnicas de sobrevivência do guineense são de tal forma impressionantes que fizeram com que me mantivesse vivo durante todo esse tempo – umas vezes era eu o espancado, outras vezes um espectador impotente.
Durante o fugaz período de dez anos, os meus olhos assistiram a muita tragédia no meu País. Fotografei inúmeros cadáveres, alguns de amigos, suportando olhares de espanto e de desprezo. Ainda hoje, alguns, poucos, arriscam um ou outro comentário. Pusemos, que é como quem diz, uma pedra sobre o assunto. No entanto, algumas dessas pessoas esforçaram-se, e de que maneira, para garantir que a Guine‐Bissau, quase 40 anos depois de proclamar a sua independência, continuará a ser um dos países mais pobres do mundo. Desanco-os um dia destes...
E porque tudo o que aqui tenho escrito – e isto é muito importante – está impregnado de um espírito para além do trágico que me toca particularmente, por estar de certa forma muito próximo das coisas que os meus olhos viram, que são, para mim, o que os guineenses conseguem exprimir de mais parecido com o espírito das tragédias que temos presenciado com o credo na boca. Ah, e mesmo assim sem fazer nada. Isso é o que mais faltava! A única coisa que muda com a 'porcaria' que é Ditadura do Consenso é que os ofendidos ameaçam, às vezes, muito poucas até, responder com armas e não apenas com indignação e/ou tribunais. É que na minha cultura existe o direito a publicar porcarias - ainda que poucas. E ainda bem que assim é. E tudo isto reflecte o País que somos. O País presente e, se tivermos o azar de lá chegar, o futuro. O único consolo que me resta? O nao haver vida eterna... AAS
terça-feira, 21 de maio de 2013
VERGONHA: De fora
A República Centro Africana, a Guiné-Bissau e Madagáscar estarão ausentes da 21ª Cimeira da União Africana (UA) que se realiza de 25 a 27 de maio corrente em Addis Abeba, na Etiópia, para celebrar o 50º aniversário da organização pan-africana. Os três países foram suspensos da União Africana devido a mudanças anticonstitucionais de poder através de golpes de Estado. AAS
Desde quando? Balelas...
"Meu caro Aly Silva,
Não compreendo o nível de pouca compreensão de certas pessoas. Será que tudo o que você disse agora é ofensa ou crime? Informar que o Presidente da República de Transição, padece de cancro e está a submeter-se à quimioterapia é ofensa ou crime? A notícia correu mundo quando a Hugo Chávez Frías foi detectado o cancro, também desrespeitaram o Chávez ou o povo Venezuelano? Há centenas de exemplos de figuras nos seus países a quem a comunicação social revelou as doenças - isso é crime? Aliás, Chávez até pediu que o povo venezuelano fosse "devidamente informado" do seu estado de saúde.
Caro Aly Silva, não dês ouvidos às pessoas que mal compreendem o português. Você não fez mal nenhum, continua a fazer o teu trabalho. E aquele que disse, sobre alguém que perdeu a visão, "Nkuda i cegu dja??? Si pecadu ki na paga" - o que podemos dizer dessa pessoa?"
NOTA: Eu diria: pu-nhe-tas. AAS
Trafulhice à guineense
O PAIGC - partido que ganhou as eleições legislativas e tem 67 deputados na Assembleia e, como tal, deveria ser ele a formar Governo... deitou a toalha ao chão. Caiu na manipulação, deixou-se manipular. Assim, o partido dos 'libertadores' ficará com as pastas das Finanças, das Pescas, das Infraestruturas, da Comunicação Social, da Presidência do Conselho de Ministros e Assuntos Parlamentares (sinal de que o porta-disparate saltará...), do Ministério da Economia, da Justiça e do Ministério das Mulheres e da Solidariedade e Luta Contra a Pobreza (que será, presumo!, para fabricar ainda mais pobres.
Quanto ao PRS, a aliança moral e decisiva que teve para com actores materiais do golpe de Estado de abril de 2012, deu finalmente frutos. No frio, esfregam as mãos de contente. Pois ficarão com os ministérios dos Negócios Estrangeiros, dos Transportes, dos Recursos Naturais, Energia e Indústria; e ainda com o ministério da Agricultura, o da Educação e a pasta do Comércio.
No que diz respeito às secretarias de Estado, o PAIGC ficará com as pastas da Cooperação Internacional, Juventude Cultura e Desportos, e do Turismo e Artesanato. O PRS, com as secretarias de Estado para o Tesouro, a Energia e o Ambiente. Serão, assim, 32 os membros do Governo. O PRID ficará com um ministério, e o PND nomeará uma secretaria de Estado. A Aliança Democrática terá também o direito a nomear um secretário de Estado. AAS
segunda-feira, 20 de maio de 2013
Pan-africanistas preparam 50º aniversário da UA
No quadro da comemoração de 110º Aniversário da vida e luta de Associação dos Jovens Pan-Africanistas Revolucionários da Guiné-Bissau, (AJOPAR) e no quadro de cumprimento cabal do nosso programa traçado em comemoração a 55 anos de “Dia de Libertação Africana” (DLA), realizaremos uma cerimónia no dia 22 de Maio, (4a Feira), pelas 10h30 no Anfiteatro de INEP, (Bairro d’Ajuda 2a Fase), sob o lema:
«O Pan-Africanismo É Poder; Devemos Unir!»
Comemoração a 55 Anos de Dia da Libertação Africana e 50 Anos de OAU.
No seguimento da agenda comemorativa do 55º Aniversario do Dia da Libertação Africana – DLA, no dia 24 de Maio (sexta-feira), a AJOPAR, realizará uma grande marcha pacífica e comício alusivo à efeméride, em Bissau.
Actividades:
Marcha Silenciosa
Tchapa de Bissau á Praça de Che Guevara
24/05/13
17H00 Início
Comício
Praça de Che Guevara, (ao lado de Baiana)
24/05/13
18H30 min.
Esperamos a vossa honrosa presença neste evento de grande significado que contará com as presenças de Diplomatas, Jovens, Estudantes e Mulheres.
Por favor, confirme a sua presença por Email: ajopar2002@yahoo.com ou pelo telefone 660-8723 ou 554-7608
Morte de HPR: Funeral com honras de Estado, afinal, não passará pela Assembleia
Um lacónico comunicado da direcção geral do Protocolo de Estado, informa que as cerimónias fúnebres do Ex- Presidente de transição, Henrique Pereira Rosa, falecido em Lisboa na semana passada vítima de doença prolongada, já não passarão pela Assembleia Nacional Popular como estava prevista. Entretanto, e segundo o mesmo comunicado, as exéquias terão lugar às 11 horas de amanhã, dia 21, no cemitério municipal de Bissau, onde será rendida a última homenagem. AAS
domingo, 19 de maio de 2013
I kudi
Ainda não foi desta que, na Guiné Bissau, se chegou a um consenso quanto à famigerada formação de um governo de 'inclusão' (termo pomposo, e vergonhoso, para se chegar ao poder à custa de um golpe de Estado). Agora, são esses mesmos partidos, sem qualquer expressão, os partidos que apoiaram os golpistas, que exigem a sua participação, digamos que... o seu quinhão para fazer gato-sapato desse estado idiota.
Ontem foram recebidos pelo golpista-mor em Bissau. E disseram a Nhamadjo não estar de acordo com o recente acordo rubricado (entre o PAIGC e o PRS). E disseram mais: querem fazer parte do governo, e também mamar, mamar... Agnelo Regala, líder da União para a Mudança, um dos que esteve presente no encontro, disse à imprensa que o importante é um "governo de inclusão competente" e capaz de gerir o processo de transição. O que faz com que Serifo baralhe e volte a dar. Djugu ka kaba inda... AAS
sábado, 18 de maio de 2013
sexta-feira, 17 de maio de 2013
MORTE DE HPR - LGDH lembra incessante luta pela edificação de um estado de Direito assente no respeito pela dignidade da pessoa humana
Mensagem de Condolência
A Liga Guineense dos Direitos Humanos tomou conhecimento através da imprensa da triste notícia de falecimento de um dos seus membros honorários de sempre e Ex-presidente da República, senhor Henrique Pereira Rosa.
Durante o tempo que partilhamos na incessante luta pela edificação de um estado de Direito assente no respeito pela dignidade da pessoa humana, aprendemos com Henrique Pereira Rosa os valores como a tolerância, a perseverança, e a solidariedade.
Neste momento de dor e de profunda tristeza, a maior homenagem que podemos render-lhe é dar seguimento ao legado por ele deixado, construindo uma sociedade assente no respeito pelos direitos humanos e a observância estrita dos princípios axiológicos do estado de direito.
A Liga Guineense dos Direitos Humanos endereça a família enlutada os seus mais sentidos pêsames, pedindo a Deus que lhe dê um eterno descanso, entre o esplendor da luz perpetua.
Feito em Bissau aos 17 dias do mês de Maio 2013
Á Direcção Nacional
RAPTO E ESPANCAMENTO DE ENSA SANHA - A DECLARAÇÃO DA UNIÃO EUROPEIA
A Delegação da União Europeia emite a seguinte declaração em acordo com os Chefes de Missão da União Europeia junto da República da Guiné-Bissau:
A Delegação da União Europeia tomou conhecimento do incidente que ocorreu na noite do dia 11 de Maio de 2013, durante a qual o cidadão Bissau-Guineense Ensa Sanha foi raptado e levado para os arredores de Bissau, onde foi barbaramente espancado por um grupo de indivíduos e abandonado.
Tais violações dos direitos humanos, inaceitáveis em qualquer Estado de direito democrático, ameaçam os esforços em curso no sentido do retorno da ordem constitucional ao país e demonstram mais uma vez a necessidade urgente de combater a impunidade.
A Delegação da União Europeia condena firmemente esses actos e insta as autoridades competentes para abrir imediatamente um inquérito sobre as circunstâncias deste incidente, no sentido de responsabilizar os autores deste crime pelas suas acções.
Bissau, 17 de Maio de 2013
Que grande negócio
Os dois principais partidos da Guiné-Bissau assinaram hoje um memorando de entendimento que compreende nomeadamente a remodelação do atual governo, mantendo o primeiro-ministro, Rui de Barros. O acordo foi assinado na sede da União Africana em Bissau e juntou o primeiro vice-presidente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGV), Manuel Saturnino da Costa, e o presidente do Partido da Renovação Social (PRS), Alberto Nambeia. No documento, os dois partidos salientam que a existência de entendimento entre os políticos da Guiné-Bissau é uma condição indispensável para que a comunidade internacional possa apoiar o período de transição, e que esse entendimento deve abranger todos os partidos, a sociedade civil, o poder tradicional e as confissões religiosas. Os dois partidos reconhecem ainda que as soluções para os problemas da Guiné-Bissau devem de ser encontradas dentro do país, e aceitam que o período de transição seja até final do ano e que as eleições se realizem nesse período.
PAIGC e PRS defendem no documento "uma remodelação do atual governo de base alargada e de inclusão, com a maior brevidade possível", nos termos de uma orgânica que já existe mas que não foi revelada aos jornalistas. Apenas foi referido que o atual primeiro-ministro continuará em funções no futuro governo. No acordo assinado os dois partidos defendem ainda que seja criado "um espaço de diálogo e concertação que perdure para lá do período de transição", e comprometem-se em respeitar a Constituição e outras leis decorrentes do golpe de Estado de 12 de abril do ano passado. PAIGC e PRS esperam que o compromisso hoje assinado possa encorajar a comunidade internacional a "desbloquear suspensões e sanções" impostas à Guiné-Bissau.
A assinatura do documento foi saudad por Manuel Saturnino da Costa, que agradeceu o apoio da União Africana mas também da ONU e da comunidade regional, salientando que a responsabilidade para levar o país a sair da atual crise é de todos os guineenses. Um discurso na mesma linha teve também Alberto Nambeia, segundo o qual a procura de consensos tem de sair dos guineenses e a vitória eleitoral não é o mais importante, porque o mais importante é "a paz e a estabilidade da Guiné-Bissau". Ovídeo Pequeno, o representante da União Africana na Guiné-Bissau, que conduziu as conversações entre os dois partidos, salientou a "vontade política" das duas forças em ultrapassar obstáculos e pediu esforços para que haja um consenso alargado da classe política guineense que vá além dos dois principais partidos. Os representantes da ONU e da União Europeia no país assistiram à assinatura do memorando. LUSA
Morreu a morte
(Por La Retaguardia)
“Son esas noticias que en algún lugar sorprenden, aunque pudieran ser lógicas y esperables. Un tipo grande, solo, condenado, siempre tiene más posibilidades de morir. Pero esta muerte no es cualquiera. Es la muerte de un tipo al que hubiéramos querido inmortal para que cumpliera con todas sus penas. Para que tuviera tiempo de cargar con todas las almas que se llevó en su perversión maquiávelica. Claro que no fue solo él. Tampoco carguemos todo sobre su espalda. Pero sí fue la cabeza del plan criminal que ejecutó la peor de las tramas del Terrorismo de Estado. La secuencia secuestro-tortura-desparición es una de las más trágicas invenciones de la humanidad. Porque era humano. No era un marciano. Y representó a muchos, que hoy se harán los zonzos. Murió Videla. Murió la muerte. Murió solito. Como se merecía. Se ganó un lugar en la historia. Siempre será recordado como el ejecutor del más tenebroso plan criminal. Si suele decirse que se llevaron a los mejores, hoy podemos decir que se fue el peor.“
Conferência "A CPLP na era da globalização"
Veja o VÍDEO completo, com a intervenção do Carlos Lopes (a 1ª pergunta foi feita pelo jornalista António Aly Silva, ainda que tenha sido cortada e eu nem sei porquê...). AAS
ÚLTIMA HORA: PAIGC e PRS chegam a 'acordo' sobre a 2ª fase do processo de transição. PAIGC fica com oito ministérios e três secretarias de Estado, o PRS com seis ministérios. O PRID, 3ª força mais votada nas legislativas, fica com um ministério. José Ramos Horta, representante do secretário geral da ONU, assistiu à assinatura do acordo. Também esteve presente Ovidio Pequeno, o representante da UA e onde foi assinado o documento, está satisfeito. Rui Barros mantém-se como primeiro-ministro. AAS
NOTA: Está, assim, formalmente legitimado o golpe de Estado. O próximo não tarda... AAS
Até nunca, camarada
“Deus lhe guarde e proteja na condução do seu rebanho até ao seu destino”. Estas foram as primeiras palavras de um servo do Senhor que abnegadamente se refugia na sua eminente pessoa pedindo protecção e indulgência. Na carta que escreveu ao bispo a pedir ajuda, foi esta pequena frase, a primeira frase, que levantou no cérebro do antigo combatente suspeitas imemoriais, duvidas estranguladoras, incertezas dolorosas. “Não é por acaso que me dirijo à sua pessoa (…) no sentido de encontrar um aconchego e um conforto que possam no mínimo suavizar o meu sofrimento!”.
Depois desfilou um rosário de mágoas. Veio da luta, do mato para a cidade, e vivia perto da catedral, em Bissau. O soberbo sobrado colonial que herdara de interposta pessoa, colono, ruíra cinco anos depois. Fora de tal forma maltratada que deu de si. Olhou à volta. Nada. Nem sequer benevolência por parte dos antigos “camaradas de luta”. Apenas olhares e sorrisos cúmplices. Já mais a frio, deitou contas à vida. Com o desaparecimento da casa, o nosso homem ficou vetado a uma desgraça inesperada e irreparável, com o desaparecimento de todos os seus haveres, que ficaram soterrados sob grossas camadas de paredes de construção antiga.
“Em complemento da minha apresentação, levo ao conhecimento da sua Reverendíssima que sou aleijado (amputado) da perna esquerda por causa do rebentamento de uma mina e cego da vista do mesmo lado”. Com o desabamento do prédio, nem a canadiana que o ajudava na locomoção e o amparava, foi poupada. E uma andorinha não faz a Primavera. Não. O peso que carrega desde sempre deixara-o desta vez arrumado. Talvez para sempre. E explodiu no último parágrafo. «No tempo do saudoso camarada Cabral, o partido mandava, mas hoje o partido está cheio de burgueses e oportunistas que nem se preocupam com os militantes de base”.
E pergunta. “Somos aqueles que quando começou a luta de libertação, éramos nós e mais ninguém, que hoje em dia somos olhados de soslaio e apelidados de semi-analfabetos, que na nossa plena juventude pegamos em armas ao lado do partido”. E tem razão, mas adiante. “Um camarada utiliza o ‘Pajero’ da empresa ‘Blufo’ e usa e abusa dos cartões de abastecimento nos Armazéns do Povo; aquele outro desviou um camião cheio de gado para os recrutas de Cumeré e o que está agora ao lado do chefe tem muitas casas no estrangeiro e corrompe muitos dos nossos camaradas ministros”.
Até que podia continuar a fazer acusações, mas não. Pensou nos outros camaradas, nos muitos que se ficaram pelas doces palavras do comissário político que cursou materialismo didáctico em Havana ou em Gorky. O que o nosso amigo antigo combatente sonhava era levantar voo, tocar o céu e passar a noite com as estrelas. Depois regressar de mansinho e desfraldar a bandeira da paz. Rematou a carta. “Que Deus nosso Senhor todo poderoso ilumine e dê protecção ao seus Bispado guiando-lhe no caminho da luz para poder conduzir o seu rebanho como bom pastor que é e nós como humildes e obedientes cordeirinhos que somos”. E se eu vos disser que assisti aqui a uma luta pela liberdade? António Aly Silva
Quase
José Ramos-Horta acredita que a situação política no país se defina na próxima semana. O representante da ONU na Guiné-Bissau acrescenta que se tudo correr como previsto, haverá uma conferência de doadores em 2014 para apoiar o país. As declarações foram feitas depois de José Ramos Horta se ter reunido com o presidente da Assembleia Nacional Popular, Ibraima Sori Djaló. Neste encontro o representante da ONU na Guiné-Bissau deu conta das diligências que fez na recente viagem a Nova Iorque, e de quem recebeu informações sobre o evoluir da situação política no país. Nos últimos tempos, atendimento à situação política que se vive no país desde o golpe de Estado e da formação de um Governo de transição, a Comunidade Internacional tem estado a exigir ao país a formação de um Governo mais inclusivo, a aprovação de uma agenda de transição e a realização de eleições.
Exigências que parecem estar no bom caminho, segundo Ramos Horta, os políticos, sociedade civil e militares já se entenderam quanto à data para a realização das eleições, faltam agora os dois pontos, todavia o representante da ONU na Guiné-Bissau reconhece os esforços que estão a ser feitos pelos dois principais partidos políticos, PAIGC e PRS. Recorde-se que o Presidente de transição, Serifo Nhamadjo, deverá chegar hoje ao país, pelo que Ramos-Horta acredita que até à próxima semana será anunciado um novo executivo e o roteiro de transição, para que posteriormente seja assinado "um pacto de regime para o pós eleições". RFI
quinta-feira, 16 de maio de 2013
Morte de HPR - Reacções
Sucedem-se as reacções à morte de Henrique Pereira Rosa:
- De Timor Leste, o MNE Luís Guterres enviou condolências pela "perda de um homem importante para Guiné-Bissau".
- Para Jorge Carlos Fonseca, Presidente de Cabo Verde, a Guiné-Bissau "perdeu um homem lúcido e inteligente". O comandante Pedro Pires, sublinhou que a Guiné-Bissau precisa de "mais Henriques Rosas".
- Já o PAIGC preferiu sublinha o "carácter de um homem humilde, tolerante e respeitador", que conquistou o coração dos guineenses.
- O secretário executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Murabe Murargy, lamentou a morte do ex-presidente de transição da Guiné-Bissau, Henrique Rosa. "Foi com imensa consternação que recebi a infausta notícia do falecimento de Henrique Rosa, presidente de transição da República de Guiné-Bissau entre 2003 e 2005 e reputado empresário", refere o secretário executivo da CPLP em comunicado. Para Murade Murargy, a morte de Henrique Rosa é uma "grande perda para a Guiné-Bissau e, também, para o mundo da Língua Portuguesa que assim se vê órfão de um dos defensores da democracia, do Estado de Direito e da CPLP". Recolha de AAS
Colectivo de apoio a Domingos Simões Pereira queixa-se da televisão pública
O Colectivo de Apoio à Candidatura de Domingos Simões Pereira à Presidência do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) denunciou ontem que a Televisão da Guiné-Bissau (TGB) não cumpre o seu papel no tratamento de igualdade entre as partes. O facto foi tornado público em conferência de imprensa, quando o grupo reagia à difusão da notícia sobre outro candidato à liderança do PAIGC, acto que não obedece às regras impostas pelo ministro da Presidência, Fernando Vaz, e pelo secretário de Estado da Comunicação Social do Governo de transição, Rogério Dias, sobre a não difusão de notícias relativas às candidaturas do PAIGC, na TGB ou na Rádio Difusão Nacional (RDN).
De acordo com Carlos Nelson Sano, os órgãos públicos na Guiné-Bissau, em particular a TGB, não cumprem o seu papel de facilitadores na promoção do diálogo político interno, com base na transparência e no tratamento de informação. O Colectivo disse rejeitar com veemência esta atitude, que classificou como parcial e divisionista da TGB, chamando a atenção dos responsáveis pelos órgãos nacionais de soberania com competências na promoção do diálogo interno e inclusivo, como tanto se tem falado. Jornal Digital
Morte de HPR - Reacções: "Exímio servidor e defensor da causa pública"
Foi com profunda consternação que o Núcleo de apoio à Candidatura de Braima Camará à Liderança do PAIGC, em Portugal, recebeu a triste e surpreendente notícia do desaparecimento físico do nosso estimado compatriota, Pai amigo e irmão, Presidente da República de transição da Guiné-Bissau entre 2003 e 2005, o Sr. Henrique Pereira Rosa.
Figura incontornável da vida política guineense e lusófona, lutador incansável pela sagrada causa da libertação, emancipação e bem-estar do seu povo, o Presidente Henrique Pereira Rosa deixou-nos um rico legado histórico e político e ficará para sempre na memória do seu povo como um homem de paz, um patriota humilde, defensor intransigente da igualdade e da justiça social, um humanista que nunca deixou de lutar incansavelmente pela causa em que sempre acreditava e pela qual dedicou toda a sua energia, seu intelecto e sua vida inteira.
Revelando-se um conceituado íntegro, exímio servidor e defensor da causa pública, o Presidente Henrique Pereira Rosa cultivou amizades e conquistou respeito, consideração e reconhecimento do seu povo e da Comunidade Internacional que fizeram dele uma figura de proa da vida política guineense e africana.
O desaparecimento físico do Presidente Henrique Pereira Rosa constitui uma perda irreparável para todos nós, e sobretudo, para o nosso Candidato, com quem o Presidente Henrique Rosa partilhava relações muito intrínsecas e transversais (envolvendo o Mundo do Desporto, a Política, a Câmara do Comércio e a simples convivência humana). Neste momento de muita dor e angústia que invadem e dilaceram os nossos corações, em nome do Núcleo de Apoio à Candidatura de Braima Camará à Liderança do PAIGC, em Portugal, e de toda a nossa Comunidade na diáspora, apresentamos as nossas sentidas condolências a toda a família enlutada, e rezamos para que a sua Alma descanse em Paz.
Feito em Lisboa, aos16 dias do mês de Maio de 2013.
O Coordenador do Núcleo de Apoio à Candidatura de Braima Camará à Liderança do PAIGC
Luís Duarte Pinto
Braima Camará adia encontro de Lisboa
"ADIAMENTO DO ENCONTRO DE BRAIMA CAMARÁ COM A COMUNIDADE GUINEENSE EM LISBOA
Por ocasião do desaparecimento físico do Sr. Henrique Rosa, antigo Presidente da Republica Interino da Guiné-Bissau, Presidente Honorário da Presidente da Câmara de Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços (CCIAS) da Guiné-Bissau e empresário, e por motivos de deslocação urgente a Bissau do Sr. Braima Camará (Bá Quecuto) para assistir e acompanhar as cerimónias fúnebres do malogrado, o Núcleo de Apoio à candidatura de Braima Camará na Diáspora – Europa (NACBC), vem informar os militantes, simpatizantes, comunidade guineense em geral bem como os amigos da Guiné-Bissau, que o evento/encontro previsto para o dia 18 de Maio de 2013 (Sábado), fica adiado para nova data a indicar brevemente. Pedimos as mais sinceras desculpas pelo incómodo causado e pedimos compreensão.
Neste momento de dor e consternação, o Núcleo aproveita a oportunidade para endereçar as mais sentidas condolências à família enlutada deste ilustre guineense e que deus lhe dê o merecido descanso. Glória eterna à sua alma.
Contactos da coordenação do Núcleo:
Telemóvel: 967174037 e 964278747
E-mail: nacbc.diasporaeuropa@gmail.com
Lisboa, 16 de Maio de 2013
NÚCLEO DE APOIO Á CANDIDATURA DE BRAIMA CAMARÁ (NACBC) à liderança do PAIGC na Diáspora – Europa"
Djunda-Djunda
Carlos Edmilson Vieira - "Noni", o acossado conselheiro da embaixada da Guiné-Bissau em Lisboa, regressou finalmente a Bissau, mas, apurou o Ditadura do Consenso, ainda não se deu por vencido. "Noni" passa agora os dias na presidência, a fazer corredores para regressar a Lisboa, ainda que estando no país de D. Maria sem imunidade diplomática (Portugal recusou receber as cartas credenciais, por não reconhecer o governo golpista e impostor de Bissau).
Este 'djunda-djunda' motivou até uma reunião do Conselho Directivo do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Na reunião, ficou claro que o MNE não quer que "Noni" regresse a Lisboa. Nem por nada! E as razões são mais que muitas: "Noni" não tem autorização de residência em Portugal e saiu de Bissau sem visto de entrada (o passaporte diplomático de "Noni", de resto, está há meses no consulado português em Bissau...). Trocado por peanuts: por ter residência em Paris, França, o "Noni" podia ficar 90 dias num outro país Schengen, no caso Portugal. Ou seja, o "Noni" corria o risco de ser detido em Lisboa - o que seria uma vergonha para a nossa já esfarrapada diplomacia. AAS
Morte de HPR - Reacções: Golpistas falam de "perda irreparável"
O governo golpista e ilegítimo da Guiné-Bissau, afirmou que a morte de Henrique Rosa “representa uma perda irreparável para a República” sobretudo no momento actual em que “é imperioso para a classe política a obtenção de largos consensos” no país. “Reconhecendo os altos serviços prestados à República, deliberou que as cerimónias fúnebres de Henrique Pereira Rosa terão honras de Estado e aproveita ainda a ocasião para endereçar à família enlutada as suas mais sentidas condolências”, diz o comunicado.
Morte de HPR - Reacções: CD fala em "triste acontecimento"
"A Direção Superior do Partido Centro Democrático (CD) na pessoa do seu Presidente, vem por este meio enderereçar, em primeiro lugar, votos de pesar às famílias enlutadas, de Sua Exelencia Senhor Henrique Pereira Rosa, falecido em Porutgal durante tratamento de saude.
Em segundo lugar, manifestar total solidariedade a nação guineense por mais este triste acontecimento. Consciente da árdua tarefa que temos pela frente de reconstruir o nosso país, sentimo-nos cada vez reduzidos quando no nosso seio desaparece um de nós. Solidarizamos com o povo da Guiné-Bissau neste momento dificil que o nosso país está a atraversar.
A Direção Superior do Partido C.D. (Centro Democrático).
Presidente:
Empossa Ié (Paulino)"
PAIGC - Braima Camará reúne comunidade em Lisboa
O Núcleo de Apoio à candidatura de Braima Camará na Diáspora – Europa (NACBC) à Presidência do PAIGC no próximo congresso do Partido, convoca todos os militantes, simpatizantes, comunidade guineense em geral bem como os amigos da Guiné-Bissau, para um encontro de auscultação, informações e esclarecimentos com o candidato Braima Camará (Bá Quecuto), líder do Projecto “Por uma Liderança Democrática e Inclusiva”, a ter lugar no dia 18 de Maio de 2013 (Sábado), pelas 14h00, na Escola Intercultural das Profissões e do Desporto, sita na Rua Henrique Paiva Couceiro, nº 10 – Venda Nova (ao pé da estação de comboios de Reboleira).
O evento contará com a actuação dos músicos guineenses Sambala Kanouté, Maio Copé, Sadjo Djoló, Mário Babrem, Zeras Buncas, entre outros.
Viva a Guiné-Bissau!
Viva o nosso Povo!
Viva o PAIGC!
NESTE PROJECTO HÁ ESPAÇO PARA TODOS, PORQUE É INCLUSIVO!
Contactos da coordenação do Núcleo:
Telemóvel: 967174037 e 964278747
E-mail: nacbc.diasporaeuropa@gmail.com
Lisboa, 15 de Maio de 2013
NÚCLEO DE APOIO À CANDIDATURA DE BRAIMA CAMARÁ (NACBC) à liderança do PAIGC na Diáspora – Europa
quarta-feira, 15 de maio de 2013
Morte de HPR - Reacções: Partido PND fala em "grande perda"
"Caros Compatriotas,
Infelizmente, o nosso país acordou hoje, dia 15 de Maio, profundamente abalado pela triste notícia da morte de Henrique Pereira Rosa, ex-Presidente de Transição da República da Guiné-Bissau entre 2003 e 2005. A morte do Sr. Henrique Pereira Rosa representa uma grande perda para o nosso país, sobretudo num momento em que tanto carecemos de valores que moldam a moralidade pública, a dignidade humana, a tolerância e o respeito pelo próximo.
A sua passagem pela mais alta magistratura da Nação Guineense, foi marcada por esforços imensuráveis em direcção ao diálogo franco e aberto com o todo cidadão nacional e com as demais instituições da República. O seu caracter de homem humilde, tolerante e respeitador conquistou o coração dos guineenses. O Sr. Henrique Rosa representou com muita dignidade o nosso país fora e dentro e serviu de mensageiro incansável da paz e da reconciliação nacional.
O PND acredita que, é em momentos destes, mais do que nunca, que devemos buscar as energias colectivas para superar a tristeza e a dor que a triste realidade nos coloca. Permitam-nos através desta, transmitir à família enlutada, e em especial a sua esposa, aos filhos, sobrinhos e netos, as nossas mais profundas condolências.
O Sr. Henrique Pereira Rosa foi um Homem de Estado, um cidadão humilde, um chefe de família exemplar e respeitador, por isso merece todo o nosso carinho, reconhecimento e admiração.
Que a sua alma descanse em Paz
O Partido da Nova Democracia
Iaia Djaló
Presidente"
Gastar para morrer
A Guiné-Bissau gasta mais do triplo do que Cabo Verde com a Saúde, mas a esperança média de vida regista uma diferença superior a 20 anos a favor dos cabo-verdianos, segundo um relatório da OMS. De acordo com os dados hoje divulgados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no seu relatório 'Estatísticas Mundiais de Saúde 2013', a Guiné-Bissau gasta 7% do seu Produto Interno Bruto em despesas de saúde, ao passo que Cabo Verde apenas precisa de 2,3% para conseguir chegar a uma esperança média de vida à nascença de 72 anos, ou seja, 22 anos a mais.
O relatório com 172 páginas apresenta dados sobre variados aspetos da saúde, desde os gastos por habitante até à incidência de várias doenças nos cidadãos, passando pelo número de médicos por habitante e por uma análise do cumprimento dos Objetivos do Milénio, um conjunto de metas a serem atingidas até 2015. LUSA
O que é que lhe deu? O que é que lhe deram?...
O Procurador-Geral da Republica da Guiné-Bissau, Abdú Mané, considerou hoje que a democracia está em perigo no país com o espancamento sistemático de cidadãos por agentes ligados aos serviços do Estado. Em declarações aos jornalistas à margem de uma visita do novo presidente do Supremo Tribunal de Justiça ao Ministério Publico, o Procurador guineense reagiu ao espancamento no último fim de semana de Ensa Sanha, recentemente nomeado embaixador dos Direitos Humanos.
"Lamentamos porque estamos a viver uma espécie de deterioração cíclica sobre a liberdade e a vida. Nós não podemos aceitar o espancamento na nossa sociedade. A nossa bandeira desde o início (de funções) foi o combate à impunidade. Tem que se investigar, havendo indícios de cometimento de crime, vamos avançar, contra seja quem for", disse o Procurador Abdú Mané. LUSA
RAPTO em BISSAU - Gato por lebre...
A prisão do contra-almirante Bubo Na Tchuto, pela Drug Enforcement Agency, DEA, deixou tudo e todos em alerta máximo em Bissau. Nem as sombras estão descansadas... Ninguém fala, come ou dorme descansado. Os alvos são, claro, os de pele mais clara - os 'brancos' a viver na sufocante e poeirenta cidade, tomada de assalto por um grupo de arruaceiros. Para os golpistas e o seu séquito de oportunistas, os agentes têm a pele mais clara...
E foi isso que aconteceu a Francisco* um funcionário da União Europeia, chegado a Bissau há não muito tempo e ainda a residir num hotel da cidade. Francisco* acordou de madrugada e foi fazer o seu jogging. Já na Av. Amílcar Cabral, suando e matutando, Francisco estava longe de pensar que uma centena de metros mais à frente, o seu exercício seria abruptamente interrompido. A isto chama-se ver a vida a andar para trás. O ar ainda estava respirável, não amanhecera completamente, mas de repente, na penumbra, Francisco foi abordado com algum aparato, por homens à paisana: "Entra para o carro!, entra!, entra!". E foi levado.
Francisco foi tomado por um agente da DEA, o organismo norte-americano de combate ao tráfico de drogas que tirou o sono aos barões guineenses. É branco. E bastará - terão pensado os seus raptores. Passado um tempo, Francisco regressa ao hotel acompanhado desses mesmos homens à paisana. Queriam ir ao quarto dele, para confirmar tudo. A nacionalidade, e, sobretudo, confirmar para quem disse estar a trabalhar. Ele mostrou a foto da família, os salamaleques do costume, etc, etc. E depois lá deixaram o homem na santa paz do senhor... Ser branco em Bissau, por estas alturas, está pela hora da morte!!! AAS
*Nome fictício
terça-feira, 14 de maio de 2013
CARLOS LOPES - "Enquanto não se resolver o problema dos militares, podem fazer-se todas as eleições do mundo que não servem para nada."
O conflito na Guiné-Bissau não se resolverá com "um desenvolvimento", seja a realização de eleições, seja uma qualquer detenção, exigindo a "reinvenção do modelo econômico e social", defende o economista guineense Carlos Lopes. Em declarações à Lusa, em Lisboa, onde esteve para participar numa conferência, o secretário executivo da Comissão Econômica para África das Nações Unidas afirmou que, "quando se analisa um país com as complexidades da Guiné-Bissau, não se deve pensar que um episódio, por mais significativo que seja, vai resolver" os problemas. Carlos Lopes referia-se à detenção do antigo chefe da Marinha da Guiné-Bissau Bubo Na Tchuto, no início de Abril, pelos Estados Unidos, quando se encontrava em águas internacionais, perto de Cabo Verde. Bubo Na Tchuto era procurado por alegado envolvimento no tráfico internacional de droga, sobretudo cocaína oriunda da América do Sul, e foi detido no quadro de uma operação contra o narcotráfico no Golfo da Guiné.
No âmbito do mesmo processo, os Estados Unidos acusaram o actual chefe do Estado Maior das Forças Armadas, António Indjai, por envolvimento no tráfico de droga e de armas. Questionado por alguém na assistência (o jornalista e seu conterrâneo, António Aly Silva) na conferência que proferiu na segunda-feira à noite, na sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Carlos Lopes destacou que a Guiné-Bissau vive numa "globalização às avessas". O país "já está na globalização, mas pelas razões erradas, pela droga", nomeou.
"Muitas vezes se pensa que, por causa de um desenvolvimento, se encontrou a solução. Por exemplo, vamos fazer eleições e pensa-se que as eleições resolvem o problema. Isto é muito mais complexo do que fazer eleições", distinguiu Carlos Lopes. "Expressão de vontades é uma coisa muito comum na Guiné-Bissau. É preciso é expressão de factos, a concretização de algumas destas ideias, que parecem ter consenso, mas que depois acabam por não acontecer", lamentou o especialista. "É preciso uma espécie de reinvenção do modelo econômico e social da Guiné-Bissau", propõe, concretizando: "Enquanto não se resolver o problema dos militares, podem fazer-se todas as eleições do mundo que não servem para nada."
Realçando que a Guiné-Bissau "tem até conseguido, com uma certa criatividade, que muitos dos seus agentes políticos manipulem a comunidade internacional, e confundam a comunidade internacional", Carlos Lopes constatou: "Em 30 anos, já não sei quem é quem, há muito ziguezague, mudam de opinião constantemente." Realçando que, "na diplomacia internacional, o que conta, mais do que tudo, é a construção da confiança", o especialista recorda que a postura dos políticos guineenses conduziu ao "ponto de haver formas de tensão entre vários organismos intervenientes em ediação de conflitos que normalmente não existem".
O economista referia-se, concretamente, às divergências - que entretanto parecem ter diminuído - entre Nações Unidas, União Africana, Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e CPLP na condução do processo de transição guineense após o golpe de Estado militar de 12 de Abril de 2012. "A posição comum é recente e exige maturação", alertou, sublinhando que "não há memória de uma descoordenação tão grande" entre organismos internacionais face "a um conflito de dimensão relativamente pequena". Simultaneamente, importa que os políticos guineenses não se esqueçam que "a solução tem que vir de dentro", sustentou o economista. LUSA
Paris acolhe Dia da Língua Portuguesa
DIA DA LÍNGUA PORTUGUESA
“Jornada do Cinema Lusófono”
15 de maio de 2013
Local: Maison de l’UNESCO, Salle I, 125 avenue de Suffren, 75015. Métro: Ségur (L10) ou Cambronne (L6).
14h00 às 17h45 – Matinée (exibição de documentários e animação)
18h00 às 18h30 – Abertura solene
18h30 às 21h45 – Soirée (Exibição de filmes lusófonos)
GRADE DE FILMES:
14h00 – 17h45
Matinée - Documentários DOCTV-CPLP
14h00 – 14h52
Timor-Leste: “Uma Lulik – Casa Sagrada”, de Victor de Souz.
Sinopse: a construção de uma casa sagrada marcando a retomada da cultura antiga de um povo antes dominado.
14h55 – 15h47
São Tomé e Príncipe: “Tchiloli - Identidade de Um Povo”, de Felisberto Blanco.
Sinopse: uma peça de teatro do séc XVI que, ao longo de séculos, se transforma passando a simbolizar a história do pais.
15h50 – 16h42
Guiné-Bissau: “Rio da Verdade”, de Domingos Sanca.
Sinopse: o processo de desertificação que ameaça o parque nacional de Cachéu e os desafios da população local.
16h45 – 17h37
Cabo Verde: “Eugênio Tavares – Coração Crioulo”, de Júlio Silvão.
Sinopse: a história do grande poeta Eugênio Tavares e sua relevância para a idente nacional cabo-verdiana.
17h40 – 17h45
Brasil: “Iansan”, de Carlos Eduardo Nogueira.
Sinopse: o mito da orixá afro-brasileira Iansã/Oyá, transposto em linguagem contemporânea em animação ao estilo mangá.
18h00 – 18h30
Cerimônia de abertura
18h30 – 21h40
Soirée - Mostra de Filmes de Língua Portuguesa
18h30 – 19h00
Moçambique: “Um olhar sobre Moçambique”, produzido e realizado pelo Instituto Nacional de Cinemas de Moçambique.
Sinopse: Documentário que integra reportagens sobre várias situações de natureza económica, social e turística do pais. Percorre as províncias de Moçambique do Sul ao Norte.
19h00 – 20h30
Angola: “O herói”, de Zézé Gambôa.
Sinopse: A História de Angola, devastada por uma guerra que durou mais de 30 anos, que tenta se reconstituir com os pedaços que ficaram. Narrada a partir de uma imagem de fotografia: um mutilado de guerra a dormir, ao lado de sua prótese, numa rua de Luanda.
20h30 – 20h40
Brasil: “Fogo-Pagou”, de Ramon Batista.
Sinopse: Um cemitério abandonado no sertão nordestino, suas histórias contadas pelos moradores da redondeza.
20h40 – 21h40
Portugal: “Singularidades de uma Rapariga Loura”, de Manoel de Oliveira.
Sinopse: Filme inspirado num conto de Eça de Queirós, publicado em Contos (1902). Numa viagem de comboio para o Algarve, Macário conta a uma desconhecida as atribulações da sua vida amorosa, ao ter-se apaixonado pela rapariga loira que vive na casa do outro lado da rua onde Macário trabalha.
GUINÉ-BISSAU: Escândalos na ONU
Abdul Karim Dumbuya, guineense de origem serraleoanesa, é funcionário das Nações Unidas, em Bissau. E desde que ali chegou esteve sempre envolvido em polémicas. A começar pelo processo de candidatura, a nacionalidade, as regras de recrutamento da UNIOGBIS etc...
Contudo, de uns meses para cá, o fulano andava meio diferente... falava mal com os colegas, não respeitava ninguém, nem os superiores. No mês passado o rapaz andou por aí diligenciar, com os meios da UN (carro), uma maneira de levar o filho que ele teve com uma moça nacional, mas da qual ele se separou. Um dia, de madrugada, chegou a casa da moça (ali no cimo da rua de Angola), a dizer que ia levar o filho para passear e passar o fim de semana...de madrugada! Resultado: foram parar à polícia. A moça desconfiou do modo que ele lá apareceu, em grande estilo e na viatura das NU e para mais àquela hora da manhã.
Afinal, tinha viagem marcada via terrestre até à Gâmbia, para depois fugir com o filho para a sua terra natal. A polícia trocou-lhe as voltas e lá conseguiu impedir Abdul de viajar. Uma fonte da ONU diz que o pessoal "desconfia que ele anda na droga (usuário)". Abdul armou uma confusão tal na fronteira, que teve que ser preso do lado guineense. Apenas porque a fronteira estava fechada e não o deixavam passar. "Ele estava fora de si, e dizia que tinha de atravessar por ser funcionário das Nações Unidas", conta a nossa fonte.
O pessoal da segurança da ONU foi buscá-lo a Ingoré, mas no dia seguinte Abdul seguiu novamente para a Gâmbia. Uma vez em Banuul, foi preso por "bad driving and speeding" (por velocidade e má condução) - isto segundo as autoridades gambianas, que informaram o pessoal da ONU da Gâmbia. A ONU, em Bissau, despachou o seu chefe da unidade de Investigação para a Gâmbia para resolver o assunto.
Abdul foi finalmente solto, mas antes que abandonasse a esquadra...agride o polícia que o prendera e é preso novamente. Foi necessária a intervenção do Security Adviser da UN na Gâmbia para conseguir a sua libertação. Dali, foi evacuado para Dakar para ser visto por um psicólogo. Agora, está de baixa médica, e, segundo amesma fonte, "pode até ser despedido".
Mas há um outro caso envolvendo as Nações Unidas. Um funcionário da área da segurança, Candinho Cá, que trabalha no edifico do PNUD, ameaçou de morte a própria vizinha, há coisa de 2 semanas. Ditadura do Consenso apurou que vizinha fez queixa dele à polícia, que chegou mesmo a prendê-lo por alguns dias. Foi solto após verificações - e pressão - do chefe de segurança das Nações Unidas. AAS
Guiné-Bissau: Breves
Foi imposta pelos militares a permanência de Rui Barros no cargo de PM, Guiné-Bissau, desta feita à frente do futuro governo de base alargada, com a participação do PAIGC. Referenciadas também acções de persuasão dos militares, na neutralização de obstruções que o PRS e pequenos partidos com eles coligados vinham fazendo à constituição do novo governo (investidura prevista para depois de uma repentina, mas esperada viagem à Alemanha de Serifo Nhamadjo, por razões de saúde).
Ensa Sanhá e Russel Hanks
Ensa Sanhá, com bons conhecimentos da língua inglesa, que Russel Hanks (o homem que era presença assídua em Bissau e que contribuiu para a prisão de Bubo Na Tchuto) contratou como seu intérprete e que por essa razão aparecia amiúde na companhia deste, foi alvo de violenta agressão nas imediações do Hotel Alif, em Bissau, sendo depois abandonado em estado inconsciente numa pedreira. Foi evacuado de urgência para Dakar. Conjectura-se que os agressores foram militares.
Guiné-Bissau: 200 mil ilegais
Alfredo Umaro, director do Serviço de Estrangeiros da Direcção-geral de Migração e Fronteiras da Guiné-Bissau, revelou que existem mais de 200 mil cidadãos estrangeiros em situação ilegal no país. A declaração foi feita durante um debate radiofónico, no âmbito das celebrações do dia da Guarda Nacional. AAS
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