A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) afirma não avançar já com eventual suspensão da Guiné-Bissau, mantendo “rigorosamente” as posições saídas da VIII reunião extraordinária do seu Conselho de Ministros, realizada sábado último, em Lisboa.
Uma fonte do secretariado executivo da CPLP disse à Angop que o organismo lusófono “não avança com nada, mantendo apenas a sua posição, resultante do encontro de sábado”, referindo-se à VIII reunião extraordinária do Conselho de Ministros da CPLP, realizada no passado dia 14 de Abril, na capital lusa.
Reagindo à suspensão da Guiné-Bissau pela União Africana (UA), anunciada terça-feira pelo presidente do Conselho de Paz e Segurança da organização, Ramtane Lamamra, na sequência do golpe de Estado ocorrido no último dia 12, a fonte da CPLP evitou reiteradamente adiantar mais pormenores, remetendo “tudo” para a resolução da referida reunião extraordinária, que se dedicou exclusivamente à situação daquele país da costa ocidental africana.
A VIII reunião extraordinária do Conselho de Ministros da CPLP advertiu “todos os implicados na alteração da ordem constitucional na Guiné-Bissau, civis e militares, de que a persistência na ilegalidade conduzirá a que os Estados membros da CPLP proponham a aplicação de sanções individualizadas por parte das organizações internacionais e regionais pertinentes, nomeadamente a proibição de viagens, congelamento de activos e responsabilização criminal”.
Condenou ainda todas as acções de subversão ocorridas naquele país, exigindo a imediata reposição da ordem constitucional, da legalidade democrática e a conclusão do processo eleitoral, e pede aos “implicados a cessarem de imediato os actos violentos e ilegais, que são objecto de condenação por parte de toda a comunidade internacional”.
Exigiu também o estrito respeito e a preservação da integridade física de todos os titulares de cargos públicos e demais cidadãos que se encontram sob custódia dos militares sublevados, assim como a sua libertação imediata e incondicional, sublinhando que “qualquer acto de violência será considerado intolerável e acarretará graves consequências para os seus perpetradores, implicando a responsabilização dos envolvidos, no plano do direito penal internacional”.
Reafirmou apenas reconhecer o poder na Guiné-Bissau resultantes “do exercício do voto popular, da legalidade institucional e dos imperativos da Constituição”, assim como repudiou “quaisquer actos de entidades que possam vir a ser anunciadas na sequência do golpe militar”.
A CPLP concluiu em apoiar “o importante papel desempenhado pela MISSANG, no quadro do acordo celebrado, em prol da estabilização, pacificação e reforma do sector de defesa e segurança da Guiné-Bissau, reconhecido pela sociedade civil e pelas autoridades legítimas guineenses, bem como pela comunidade internacional”.
Defende “estreita articulação com os Estados da Sub-Região da África Ocidental e com os seus parceiros regionais e internacionais, nomeadamente a Organização das Nações Unidas, União Africana, CEDEAO e União Europeia, com vista ao estabelecimento de uma parceria efectiva que possa contribuir
para a pacificação e a estabilização duradoura da Guiné-Bissau”.
A reunião decidiu igualmente, no quadro das Nações Unidas, em articulação com a CEDEAO, a União Africana e a União Europeia, “tendo em conta a experiência da MISSANG no terreno, constituir uma força de interposição para a Guiné-Bissau, com mandato definido pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, visando a defesa da paz e da segurança, a garantia da ordem constitucional, a protecção das instituições, das autoridades legítimas e das populações, a conclusão do processo eleitoral e a concretização da reforma do sector de defesa e segurança”.
Reafirmou a necessidade imperiosa de materializar a reforma na defesa e segurança da Guiné-Bissau, enquanto condição para o estabelecimento da paz e estabilidade duradoura naquele país, e reiterou que “somente o pleno respeito pela ordem constitucional, pelo Estado de Direito, pelas autoridades democraticamente constituídas e pelo processo eleitoral em curso, garantirá que o povo guineense – a principal vítima da presente situação – alcance
a paz e o desenvolvimento”.
Sobre a resolução do Conselho de Ministros da CPLP, o antigo presidente português, Mário Soares, regozijou-se hoje, em Faro, localidade de Algarve, sul de Portugal, com o acordo unânime alcançado na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) a condenar o golpe militar registado na Guiné -Bissau.
Na apresentação pública do seu último livro, “Mário Soares um político assume-se”, o ex - chefe de Estado luso manifestou total concordância com as decisões tomadas pela CPLP, entre as quais propor a “aplicação de sanções individualizadas” aos militares envolvidos no golpe de Estado. PORTALANGOP
quarta-feira, 18 de abril de 2012
Guineenses em fuga - Tragedia no mar: 5 criancas estao desaparecidas
Uma canoa naufragou, ontem, as 22 horas, na travessia Caio-Geta. Quinze dos 22 passageiros a bordo foram resgatados, mas cinco criancas (entre os 2 e os 13 anos de idade) estao dadas como desaparecidas.
O problema, agora, e a falta de gasolina para os motores dos barcos disponiveis para as buscas. AAS
O problema, agora, e a falta de gasolina para os motores dos barcos disponiveis para as buscas. AAS
África Preparada para um Mais Rápido Crescimento
No entanto, a região continua vulnerável, com a seca no Sahel e subsídios aos combustíveis que consomem 1,4 por cento do PIB e beneficiam principalmente os ricos
Washington, 18 de Abril, 2012 – O crescimento económico na África Subsariana mantém-se forte e mostra-se preparado para um arranque na sequência de um crescimento de 4,9 por cento em 2011, apenas ligeiramente abaixo da média de 5 por cento anterior à crise. Excluindo a África do Sul, que representa mais de um terço do PIB da região, o crescimento no resto da região foi de 5,9 por cento, o que faz desta uma das regiões em desenvolvimento de mais rápido crescimento, segundo um novo relatório do Banco Mundial sobre a economia de África.
Mais de um terço dos países da região alcançou taxas de crescimento de pelo menos 6 por cento, situando-se outros 40 por cento entre os 4 – 6 por cento. Entre as economias em rápido crescimento em 2011 estão os países ricos em recursos, como o Gana, Moçambique e Nigéria, e também outras economias como o Ruanda e a Etiópia, que apresentaram taxas de crescimento de pelo menos 7 por cento em 2011.
“Tendo em consideração a turbulência que afectou a economia global nos últimos cinco anos, muitos poderiam pensar que as perspectivas para África seriam terríveis. Mas como demonstra este número de “Africa’s Pulse”, as economias africanas continuam a demonstrar uma resistência dinâmica e algumas das economias de mais rápido crescimento situam-se agora precisamente em África. Mantém-se a agenda de urgência nas reformas macroeconómicas, acelerando simultaneamente as reformas estruturais que criarão a qualidade de crescimento apropriada para criar emprego e elevar os rendimentos no continente, diz Obiageli ‘Oby’ Ezekwesili, Vice-Presidente do Banco Mundial para África e antiga Ministra nigeriana dos Recursos Minerais.
No entanto, o novo relatório ¯ Africa’s Pulse, o Pulsar de África, uma análise bianual das questões que moldam as perspectivas económicas de África – diz também que a crise da dívida da zona Euro políticas internas mais rigorosas em alguns dos grandes países em desenvolvimento, fizeram baixar as exportações africanas no final de 2011. Exportadores de metais e minerais (e.g. Zâmbia, Níger e Moçambique) e exportadores de algodão (e.g. Benim e Burkina Faso), foram alguns dos mais duramente atingidos nos três meses anteriores a Novembro 2011. Dado o recente reforço dos preços de outras matérias-primas em 2012, os valores de exportação, tanto para os exportadores de produtos agrícolas como para os de metais e minerais podem já ter começado a aumentar.
Turismo abranda mas o investimento privado sobe
O último “Africa’s Pulse” relata que o fraco desempenho da economia global na segunda metade de 2011 afectou o movimento de turistas. Para o total do ano, as entradas de turistas na África Subsariana subiu 6,2 por cento, acima da média global de 4,4 por cento, mas abaixo dos 9,6 por cento que tinham sido registados na região em 2010, ano em que houve o benefício de acolher o Mundial de Futebol. As entradas de turistas da Europa sofreram um declínio nos principais destinos, como as Ilhas Maurícias.
Assinalando uma evolução significativa, diz o Banco Mundial que, globalmente, os fluxos de capital para a África Subsariana cresceram 8 mil milhões de dólares em 2011, atingindo os USD 48,2 mil milhões. O investimento directo estrangeiro, que representa cerca de 77 por cento de todos os fluxos de capital para a região, contribuiu com cerca de 83 por cento deste aumento.
O mais recente investimento directo estrangeiro para a região tem sido estimulado pelo aumento, a nível global, da concorrência por recursos naturais, preços mais elevados das matérias-primas, robusto crescimento económico e uma classe média em rápida expansão. A região é cada vez mais considerada como um destino de investimentos, inclusive por parte de investidores privados.
A insegurança alimentar é ainda uma preocupação
“Africa’s Pulse” refere que a região do Sahel na África Ocidental está a enfrentar uma grave situação de escassez alimentar. Uma pluviosidade abaixo da média e com deficiente distribuição, e o número de famílias deslocadas devido a conflitos, deixaram mais de 13-15 milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade, no Níger, Mali, Burkina Faso, Chade e Mauritânia.
A chuva escassa e com distribuição desigual de 2011, resultou em colheitas fracas em 2011/2012 e menor produção de cereais em todo o Sahel, em particular na Mauritânia, Chade, Níger e Gâmbia. O total da colheita cerealífera no Sahel foi pelo menos 25 por cento inferior à campanha anterior (2010/2011), com o Chade e a Mauritânia a registarem máximos de quebra de pelo menos 50 por cento em relação ao ano anterior. É de temer que a crise alimentar possa espalhar-se ao Senegal e às zonas norte da Nigéria e Camarões.
O regresso de emigrantes do norte de África e a baixa nas remessas de trabalhadores migrantes que ficaram em países vizinhos têm agravado os efeitos da crise. O actual conflito no Mali obrigou também milhares de pessoas a fugirem dos seus lares procurando segurança no Burkina Faso e Mauritânia, criando pressão sobre os mercados alimentares e aumentando a tensão em comunidades já em si vulneráveis.
“A fome no Corno de África, no ano passado e a seca no Sahel este ano, são cruéis avisos de que África, o continente que menos contribuiu para as emissões de gases com efeito de estufa, poderá ser o mais duramente penalizado pelas alterações climáticas”, refere Oby Ezekwesili, do Banco Mundial.
Os subsídios aos combustíveis beneficiam mais os ricos que os pobres
O mais recente “Africa’s Pulse” dedica uma secção especial aos subsídios a combustíveis em África, referindo que em 2010-2011 mais de metade de todos os países africanos tinha instituído algum tipo de subsídio para combustíveis, e que estes custam, por seu turno, 1,4 por cento do PIB em receitas públicas. Entre os 25 países com subsídios de combustível, o custo fiscal dos subsídios em seis países – principalmente exportadores – foi de 2 por cento, ou mais, do PIB, em 2011. O custo fiscal nos exportadores de petróleo foi de quase duas vezes e meia em relação aos níveis observados nos importadores de petróleo. Estes custos têm vindo a subir acentuadamente em alguns países, em anos recentes.
Entretanto, os subsídios aos combustíveis favorecem, esmagadoramente, as famílias mais abastadas, mostrando os inquéritos realizados em 12 países em todo o mundo que os 20 por cento de famílias de mais elevado rendimento recebem 6 vezes mais em benefícios dos subsídios do que os 20 por cento mais baixos.
Com os preços mundiais do petróleo a manterem-se elevados, alguns países africanos subiram os seus preços internos de combustíveis. Por exemplo, o Gana subiu os preços dos combustíveis 30 por cento em Janeiro 2011. Do mesmo modo, Moçambique aumentou os preços dos combustíveis em 2011 (10 por cento em Abril e 8 por cento em Julho) e a Guiné introduziu também medidas para reduzir o subsídio de combustível. A 1 de Janeiro 2012 o governo da Nigéria aboliu o subsídio de combustível sobre a gasolina. Após uma semana de protestos, uma parte do subsídio foi reposta.
"Que gente pobre proteste contra a suspensão de subsídios de combustíveis que beneficiam os ricos, mostra como são graves os problemas de governação do continente. Eles não acreditam que o governo use essa poupança em seu benefício”, diz Shanta Devarajan, Economista Chefe do Banco Mundial para África e autor de “Africa’s Pulse”.
Como refere o “ Africa’s Pulse”, retirar subsídios é um tema politicamente sensível. Abolir subsídios e aumentar preços requer uma boa gestão. Por um lado, é preciso reforçar programas de apoio social de forma a ajudar as famílias pobres e vulneráveis a sustentar o choque dos preços. Por outro lado, é preciso aumentar a sensibilização do público e apoiar as reformas de subsídios através de um debate transparente e apoiado por comprovantes e um cuidado escrutínio dos subsídios: o custo total do subsídio, a sua distribuição, quem beneficia do subsídio e quais as suas implicações na despesa pública em áreas prioritárias.
Contactos
Em Washington: Phil Hay +1 (202) 473-1796 and cell +1 (202) 409-2909, phay@worldbank.orgAby Toure +1 (202) 473-8302 Akonate@worldbank.org
Para ver a versão em inglês de “Africa’s Pulse” na sua totalidade, vá a:
http://siteresources.worldbank.org/INTAFRICA/Resources/Africas-Pulse-brochure_Vol5.pdf
www.worldbank.org/africaspulse
E para ver mais sobre o trabalho do Banco Mundial para o desenvolvimento em África por favor vá a:
http://web.worldbank.org/WBSITE/EXTERNAL/COUNTRIES/AFRICAEXT/0,,menuPK:258649~pagePK:158889~piPK:146815~theSitePK:258644,00.html
Washington, 18 de Abril, 2012 – O crescimento económico na África Subsariana mantém-se forte e mostra-se preparado para um arranque na sequência de um crescimento de 4,9 por cento em 2011, apenas ligeiramente abaixo da média de 5 por cento anterior à crise. Excluindo a África do Sul, que representa mais de um terço do PIB da região, o crescimento no resto da região foi de 5,9 por cento, o que faz desta uma das regiões em desenvolvimento de mais rápido crescimento, segundo um novo relatório do Banco Mundial sobre a economia de África.
Mais de um terço dos países da região alcançou taxas de crescimento de pelo menos 6 por cento, situando-se outros 40 por cento entre os 4 – 6 por cento. Entre as economias em rápido crescimento em 2011 estão os países ricos em recursos, como o Gana, Moçambique e Nigéria, e também outras economias como o Ruanda e a Etiópia, que apresentaram taxas de crescimento de pelo menos 7 por cento em 2011.
“Tendo em consideração a turbulência que afectou a economia global nos últimos cinco anos, muitos poderiam pensar que as perspectivas para África seriam terríveis. Mas como demonstra este número de “Africa’s Pulse”, as economias africanas continuam a demonstrar uma resistência dinâmica e algumas das economias de mais rápido crescimento situam-se agora precisamente em África. Mantém-se a agenda de urgência nas reformas macroeconómicas, acelerando simultaneamente as reformas estruturais que criarão a qualidade de crescimento apropriada para criar emprego e elevar os rendimentos no continente, diz Obiageli ‘Oby’ Ezekwesili, Vice-Presidente do Banco Mundial para África e antiga Ministra nigeriana dos Recursos Minerais.
No entanto, o novo relatório ¯ Africa’s Pulse, o Pulsar de África, uma análise bianual das questões que moldam as perspectivas económicas de África – diz também que a crise da dívida da zona Euro políticas internas mais rigorosas em alguns dos grandes países em desenvolvimento, fizeram baixar as exportações africanas no final de 2011. Exportadores de metais e minerais (e.g. Zâmbia, Níger e Moçambique) e exportadores de algodão (e.g. Benim e Burkina Faso), foram alguns dos mais duramente atingidos nos três meses anteriores a Novembro 2011. Dado o recente reforço dos preços de outras matérias-primas em 2012, os valores de exportação, tanto para os exportadores de produtos agrícolas como para os de metais e minerais podem já ter começado a aumentar.
Turismo abranda mas o investimento privado sobe
O último “Africa’s Pulse” relata que o fraco desempenho da economia global na segunda metade de 2011 afectou o movimento de turistas. Para o total do ano, as entradas de turistas na África Subsariana subiu 6,2 por cento, acima da média global de 4,4 por cento, mas abaixo dos 9,6 por cento que tinham sido registados na região em 2010, ano em que houve o benefício de acolher o Mundial de Futebol. As entradas de turistas da Europa sofreram um declínio nos principais destinos, como as Ilhas Maurícias.
Assinalando uma evolução significativa, diz o Banco Mundial que, globalmente, os fluxos de capital para a África Subsariana cresceram 8 mil milhões de dólares em 2011, atingindo os USD 48,2 mil milhões. O investimento directo estrangeiro, que representa cerca de 77 por cento de todos os fluxos de capital para a região, contribuiu com cerca de 83 por cento deste aumento.
O mais recente investimento directo estrangeiro para a região tem sido estimulado pelo aumento, a nível global, da concorrência por recursos naturais, preços mais elevados das matérias-primas, robusto crescimento económico e uma classe média em rápida expansão. A região é cada vez mais considerada como um destino de investimentos, inclusive por parte de investidores privados.
A insegurança alimentar é ainda uma preocupação
“Africa’s Pulse” refere que a região do Sahel na África Ocidental está a enfrentar uma grave situação de escassez alimentar. Uma pluviosidade abaixo da média e com deficiente distribuição, e o número de famílias deslocadas devido a conflitos, deixaram mais de 13-15 milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade, no Níger, Mali, Burkina Faso, Chade e Mauritânia.
A chuva escassa e com distribuição desigual de 2011, resultou em colheitas fracas em 2011/2012 e menor produção de cereais em todo o Sahel, em particular na Mauritânia, Chade, Níger e Gâmbia. O total da colheita cerealífera no Sahel foi pelo menos 25 por cento inferior à campanha anterior (2010/2011), com o Chade e a Mauritânia a registarem máximos de quebra de pelo menos 50 por cento em relação ao ano anterior. É de temer que a crise alimentar possa espalhar-se ao Senegal e às zonas norte da Nigéria e Camarões.
O regresso de emigrantes do norte de África e a baixa nas remessas de trabalhadores migrantes que ficaram em países vizinhos têm agravado os efeitos da crise. O actual conflito no Mali obrigou também milhares de pessoas a fugirem dos seus lares procurando segurança no Burkina Faso e Mauritânia, criando pressão sobre os mercados alimentares e aumentando a tensão em comunidades já em si vulneráveis.
“A fome no Corno de África, no ano passado e a seca no Sahel este ano, são cruéis avisos de que África, o continente que menos contribuiu para as emissões de gases com efeito de estufa, poderá ser o mais duramente penalizado pelas alterações climáticas”, refere Oby Ezekwesili, do Banco Mundial.
Os subsídios aos combustíveis beneficiam mais os ricos que os pobres
O mais recente “Africa’s Pulse” dedica uma secção especial aos subsídios a combustíveis em África, referindo que em 2010-2011 mais de metade de todos os países africanos tinha instituído algum tipo de subsídio para combustíveis, e que estes custam, por seu turno, 1,4 por cento do PIB em receitas públicas. Entre os 25 países com subsídios de combustível, o custo fiscal dos subsídios em seis países – principalmente exportadores – foi de 2 por cento, ou mais, do PIB, em 2011. O custo fiscal nos exportadores de petróleo foi de quase duas vezes e meia em relação aos níveis observados nos importadores de petróleo. Estes custos têm vindo a subir acentuadamente em alguns países, em anos recentes.
Entretanto, os subsídios aos combustíveis favorecem, esmagadoramente, as famílias mais abastadas, mostrando os inquéritos realizados em 12 países em todo o mundo que os 20 por cento de famílias de mais elevado rendimento recebem 6 vezes mais em benefícios dos subsídios do que os 20 por cento mais baixos.
Com os preços mundiais do petróleo a manterem-se elevados, alguns países africanos subiram os seus preços internos de combustíveis. Por exemplo, o Gana subiu os preços dos combustíveis 30 por cento em Janeiro 2011. Do mesmo modo, Moçambique aumentou os preços dos combustíveis em 2011 (10 por cento em Abril e 8 por cento em Julho) e a Guiné introduziu também medidas para reduzir o subsídio de combustível. A 1 de Janeiro 2012 o governo da Nigéria aboliu o subsídio de combustível sobre a gasolina. Após uma semana de protestos, uma parte do subsídio foi reposta.
"Que gente pobre proteste contra a suspensão de subsídios de combustíveis que beneficiam os ricos, mostra como são graves os problemas de governação do continente. Eles não acreditam que o governo use essa poupança em seu benefício”, diz Shanta Devarajan, Economista Chefe do Banco Mundial para África e autor de “Africa’s Pulse”.
Como refere o “ Africa’s Pulse”, retirar subsídios é um tema politicamente sensível. Abolir subsídios e aumentar preços requer uma boa gestão. Por um lado, é preciso reforçar programas de apoio social de forma a ajudar as famílias pobres e vulneráveis a sustentar o choque dos preços. Por outro lado, é preciso aumentar a sensibilização do público e apoiar as reformas de subsídios através de um debate transparente e apoiado por comprovantes e um cuidado escrutínio dos subsídios: o custo total do subsídio, a sua distribuição, quem beneficia do subsídio e quais as suas implicações na despesa pública em áreas prioritárias.
Contactos
Em Washington: Phil Hay +1 (202) 473-1796 and cell +1 (202) 409-2909, phay@worldbank.orgAby Toure +1 (202) 473-8302 Akonate@worldbank.org
Para ver a versão em inglês de “Africa’s Pulse” na sua totalidade, vá a:
http://siteresources.worldbank.org/INTAFRICA/Resources/Africas-Pulse-brochure_Vol5.pdf
www.worldbank.org/africaspulse
E para ver mais sobre o trabalho do Banco Mundial para o desenvolvimento em África por favor vá a:
http://web.worldbank.org/WBSITE/EXTERNAL/COUNTRIES/AFRICAEXT/0,,menuPK:258649~pagePK:158889~piPK:146815~theSitePK:258644,00.html
S.O.S.: CASA EMANUEL TEM 150 CRIANÇAS EM RISCO
«Conforme conversámos hoje por telefone, nós Casa Emanuel, estamos a ter alguma preocupação pois temos 150 crianças no orfanato, 450 alunos na escola a funcionar (onde muitos alunos comem a única refeição do dia), e o Hospital onde continuamos a atender todos os dias as pessoas que aqui vêm e grávidas que têm feito o acompanhamento da gravidez e agora vêm para ter os seus bebés.
Temos decidido que não sairemos daqui pois jamais poderemos sair com tantas crianças e com o Hospital a funcionar.
A nossa maior preocupação é a nível do combustível pois sem o combustível não podemos tirar água do furo e temos aparelhos no Hospital que necessitam de energia. Também estamos sem dinheiro para comprar alimentação, nomeadamente: arroz, açúcar, leite em pó, leite para bebes Guigoz nº 1, farinha, fermento, ovos, e qualquer outro alimento que possa ser doado. Também estamos com poucos produtos de limpeza e desinfecção, especialmente sabão e lixivia.
A nível do Hospital estamos sem luvas.
Aly, agradecemos toda a ajuda que possa ser dada pois só estamos fazendo este apelo porque estamos mesmo necessitados e preocupados.
Obrigado desde já.»
Temos decidido que não sairemos daqui pois jamais poderemos sair com tantas crianças e com o Hospital a funcionar.
A nossa maior preocupação é a nível do combustível pois sem o combustível não podemos tirar água do furo e temos aparelhos no Hospital que necessitam de energia. Também estamos sem dinheiro para comprar alimentação, nomeadamente: arroz, açúcar, leite em pó, leite para bebes Guigoz nº 1, farinha, fermento, ovos, e qualquer outro alimento que possa ser doado. Também estamos com poucos produtos de limpeza e desinfecção, especialmente sabão e lixivia.
A nível do Hospital estamos sem luvas.
Aly, agradecemos toda a ajuda que possa ser dada pois só estamos fazendo este apelo porque estamos mesmo necessitados e preocupados.
Obrigado desde já.»
Carta aberta ao 'Comando Militar'
Exmos. Senhores,
'Comando Militar'
Cinco dias depois do meu espancamento e prisao, cinco dias SEM os meus materiais de trabalho, confiscados dentro das instalacoes do Estado-Maior General das Forcas Armadas, cinco dias IMPEDIDO de fotografar.
Devolvam-me:
O meu computador ACER, o meu iPad, a minha maquina fotografica CANON EOS 50D, e o meu gravador OLYMPUS.
Podem ficar com o resto das minhas coisas. NAO vou descansar ate que me sejam RESTITUIDOS os meus bens, compradoc com o meu SUOR!!!
Vou a tribunal, vou bater a todas as portas. EXIJO que me sejam entregues, pois foram confiscados dentro das instalacoes da Amura.
Srs. 'Comando Militar',
Seria de singular justica se ouvissem o meu APELO.
PREFIRO VOLTAR PARA A PRISAO e estar junto das minhas coisas!!!
Antonio Aly Silva
'Comando Militar'
Cinco dias depois do meu espancamento e prisao, cinco dias SEM os meus materiais de trabalho, confiscados dentro das instalacoes do Estado-Maior General das Forcas Armadas, cinco dias IMPEDIDO de fotografar.
Devolvam-me:
O meu computador ACER, o meu iPad, a minha maquina fotografica CANON EOS 50D, e o meu gravador OLYMPUS.
Podem ficar com o resto das minhas coisas. NAO vou descansar ate que me sejam RESTITUIDOS os meus bens, compradoc com o meu SUOR!!!
Vou a tribunal, vou bater a todas as portas. EXIJO que me sejam entregues, pois foram confiscados dentro das instalacoes da Amura.
Srs. 'Comando Militar',
Seria de singular justica se ouvissem o meu APELO.
PREFIRO VOLTAR PARA A PRISAO e estar junto das minhas coisas!!!
Antonio Aly Silva
terça-feira, 17 de abril de 2012
Cinco dia depois, a igreja católica pronuncia-se...
Os bispos da Igreja Católica da Guiné-Bissau repudiaram nesta terça-feira "mais esta opção militar e todas as formas de violência escolhidas" para resolver problemas do país e pediram um "respeito sagrado" pelas leis "e pelas instituições democraticamente eleitas".
Numa mensagem lida pelo bispo auxiliar de Bissau, D.José Lampra Cá, os bispos dizem que o país está colocado perante um problema nacional de enorme gravidade e de consequências ainda imprevisíveis. "Os sinais explícitos de mal-estar vêm de longe, mas alguns desses sinais manifestaram-se mais fortemente durante o último ato eleitoral. De facto, houve ainda algum esforço para, através de um diálogo franco e honesto, se ultrapassarem as dificuldades encontradas. Infelizmente, o golpe de Estado do dia 12 veio agravar a situação", dizem os bispos.
E lembram que na história da Guiné-Bissau se tem recorrido várias vezes a golpes semelhantes e os resultados práticos estão à vista: "Não se atingem as causas profundas das crises e assiste-se ao aparecimento de novos conflitos. Com a violência das armas, desorganizam-se as estruturas básicas da sociedade e termina-se por sacrificar toda a população, que finalmente é quem mais sofre, sem poder entender bem porquê", afirmam os bispos, que aconselham os crentes a rezar e que o diálogo seja a forma de resolver os problemas.
Os bispos pedem também aos guineenses para que formem correctamente a consciência moral para evitar problemas que têm prejudicado a convivência pacífica, como "a busca desenfreada e ilegal de poder e riqueza, corrupção, impunidade perante os crimes cometidos, falta de transparência na gestão de bens públicos, espiral de violência e desleixo generalizado no exercício da profissão". Os militares lideraram na quinta-feira um golpe de Estado na Guiné-Bissau e prenderam o Presidente interino, Raimundo Pereira, e o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior.
Numa mensagem lida pelo bispo auxiliar de Bissau, D.José Lampra Cá, os bispos dizem que o país está colocado perante um problema nacional de enorme gravidade e de consequências ainda imprevisíveis. "Os sinais explícitos de mal-estar vêm de longe, mas alguns desses sinais manifestaram-se mais fortemente durante o último ato eleitoral. De facto, houve ainda algum esforço para, através de um diálogo franco e honesto, se ultrapassarem as dificuldades encontradas. Infelizmente, o golpe de Estado do dia 12 veio agravar a situação", dizem os bispos.
E lembram que na história da Guiné-Bissau se tem recorrido várias vezes a golpes semelhantes e os resultados práticos estão à vista: "Não se atingem as causas profundas das crises e assiste-se ao aparecimento de novos conflitos. Com a violência das armas, desorganizam-se as estruturas básicas da sociedade e termina-se por sacrificar toda a população, que finalmente é quem mais sofre, sem poder entender bem porquê", afirmam os bispos, que aconselham os crentes a rezar e que o diálogo seja a forma de resolver os problemas.
Os bispos pedem também aos guineenses para que formem correctamente a consciência moral para evitar problemas que têm prejudicado a convivência pacífica, como "a busca desenfreada e ilegal de poder e riqueza, corrupção, impunidade perante os crimes cometidos, falta de transparência na gestão de bens públicos, espiral de violência e desleixo generalizado no exercício da profissão". Os militares lideraram na quinta-feira um golpe de Estado na Guiné-Bissau e prenderam o Presidente interino, Raimundo Pereira, e o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior.
Corveta 'Baptista de Andrade' rasga águas em direcção à Guiné-Bissau
A corveta 'Baptista de Andrade' deixou a Madeira às 19 horas, após reabastecimento, e dirige-se com a fragata 'Vasco da Gama' para uma missão de eventual resgate de portugueses da Guiné-Bissau.
A corveta, que integra a Força de Reacção Imediata (FRI), atracou no porto do Caniçal, no concelho de Machico, às 12h10, constatou a Lusa no local. Uma hora mais tarde chegou o navio balizador 'Shultz Xavier', que saiu pelas 17h45.
«A corveta aproveitou a passagem ao largo da Madeira para reabastecer de víveres e água potável, de forma a recompletar a sua capacidade em termos logísticos, dado desconhecer-se o período de duração da missão», informou o capitão de fragata e relações públicas da Estado-Maior General das Forças Armadas, Ramos de Oliveira.
Ramos de Oliveira esclareceu que, durante o período do reabastecimento logístico da corveta, a fragata 'Vasco da Gama' que integra também a FRI »manteve-se ao largo da Madeira», explicando que «ambas vão prosseguir a missão juntas».
A FRI, que inclui ainda um avião P-3 Orion, partiu ao início da tarde de domingo para Cabo Verde, com o objectivo de, caso seja necessário, apoiar as operações de retirada de cidadãos portugueses da Guiné-Bissau, país que foi alvo de um golpe de Estado na quinta-feira.
Neste dia, fonte oficial do Ministério da Defesa afirmou à Lusa que os militares portugueses não têm qualquer operação definida para já e que esta decisão acontece na sequência do aumento do nível de prontidão da FRI. «O objectivo desta decisão é ficarmos mais próximos da Guiné-Bissau caso venha a ser necessário proceder a uma missão de retirada de cidadãos portugueses e de pessoas de outras nacionalidades», referiu esta fonte.
A decisão de aumentar o nível de prontidão da FRI foi conhecida na sexta-feira, um dia depois do golpe de Estado de um auto denominado Comando Militar na Guiné-Bissau. A FRI tem meios dos três ramos das Forças Armadas que variam consoante o tipo de missão, pode ser deslocada em 72 horas e é comandada pelo chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas.
Na quinta-feira à noite um grupo de militares guineenses atacou a residência do primeiro-ministro e candidato presidencial, Carlos Gomes Júnior, e ocupou vários pontos estratégicos da capital da Guiné-Bissau.
Desde esse dia que se desconhece o paradeiro de Carlos Gomes Júnior e do Presidente interino, Raimundo Pereira. A acção foi justificada por um auto denominado Comando Militar, cuja composição se desconhece, como visando defender as Forças Armadas de uma alegada agressão de militares angolanos, que teria sido autorizada pelos chefes do Estado interino e do Governo.
Lusa/SOL
A corveta, que integra a Força de Reacção Imediata (FRI), atracou no porto do Caniçal, no concelho de Machico, às 12h10, constatou a Lusa no local. Uma hora mais tarde chegou o navio balizador 'Shultz Xavier', que saiu pelas 17h45.
«A corveta aproveitou a passagem ao largo da Madeira para reabastecer de víveres e água potável, de forma a recompletar a sua capacidade em termos logísticos, dado desconhecer-se o período de duração da missão», informou o capitão de fragata e relações públicas da Estado-Maior General das Forças Armadas, Ramos de Oliveira.
Ramos de Oliveira esclareceu que, durante o período do reabastecimento logístico da corveta, a fragata 'Vasco da Gama' que integra também a FRI »manteve-se ao largo da Madeira», explicando que «ambas vão prosseguir a missão juntas».
A FRI, que inclui ainda um avião P-3 Orion, partiu ao início da tarde de domingo para Cabo Verde, com o objectivo de, caso seja necessário, apoiar as operações de retirada de cidadãos portugueses da Guiné-Bissau, país que foi alvo de um golpe de Estado na quinta-feira.
Neste dia, fonte oficial do Ministério da Defesa afirmou à Lusa que os militares portugueses não têm qualquer operação definida para já e que esta decisão acontece na sequência do aumento do nível de prontidão da FRI. «O objectivo desta decisão é ficarmos mais próximos da Guiné-Bissau caso venha a ser necessário proceder a uma missão de retirada de cidadãos portugueses e de pessoas de outras nacionalidades», referiu esta fonte.
A decisão de aumentar o nível de prontidão da FRI foi conhecida na sexta-feira, um dia depois do golpe de Estado de um auto denominado Comando Militar na Guiné-Bissau. A FRI tem meios dos três ramos das Forças Armadas que variam consoante o tipo de missão, pode ser deslocada em 72 horas e é comandada pelo chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas.
Na quinta-feira à noite um grupo de militares guineenses atacou a residência do primeiro-ministro e candidato presidencial, Carlos Gomes Júnior, e ocupou vários pontos estratégicos da capital da Guiné-Bissau.
Desde esse dia que se desconhece o paradeiro de Carlos Gomes Júnior e do Presidente interino, Raimundo Pereira. A acção foi justificada por um auto denominado Comando Militar, cuja composição se desconhece, como visando defender as Forças Armadas de uma alegada agressão de militares angolanos, que teria sido autorizada pelos chefes do Estado interino e do Governo.
Lusa/SOL
Ali, houve manifestação. Obrigado
Há lenços brancos na mão, e cartazes onde se lê “basta de golpes, basta de impunidade”, ou “comunidade internacional não abandone a Guiné-Bissau”. E há também uma canção dos tempos da luta de libertação que fala de união e de “lutar pela nossa terra”. Cerca de 300 guineenses juntaram-se nesta terça-feira em Lisboa para protestar contra o golpe militar, exigir a libertação dos detidos e a entrega do poder aos civis.

Começaram por ser meia dúzia em frente ao Mosteiro dos Jerónimos, traziam uma carta para entregar na embaixada da Guiné-Bissau, um apelo pela paz que quiseram também enviar ao Estado-Maior das Forças Armadas guineense, à CPLP e à ONU. Aos poucos juntaram-se mais, chegaram os cartazes. “Aly também está aqui”, diziam, referindo-se ao jornalista António Aly Silva que foi detido na Guiné-Bissau na sexta-feira e mais tarde libertado. “Queremos paz e estabilidade, e a reposição imediata da ordem constitucional.”
Está tudo a postos para o desfile até à embaixada, no Restelo. Aladje Baldé, investigador na Faculdade de Ciências de Lisboa e um dos organizadores da manifestação, está preocupado. Tem duas irmãs e vários sobrinhos na Guiné-Bissau, sabe que uma das irmãs já fugiu para Gabu, no Norte do país, e que em Bissau começa a faltar água e energia. “Estamos aqui porque queremos democracia e para protestar contra o golpe de Estado”, diz, responsabilizando “os militares com a ajuda de alguns políticos” pelo que está a acontecer.
À manifestação juntaram-se representantes de várias associações de guineenses em Portugal, e uma das palavras de ordem foi contra a formação de um Governo de unidade proposto pelo Conselho Militar que assumiu o poder no golpe da passada quinta-feira. “O povo já saiu de casa e foi votar em alguém, por isso se alguém quer o poder que deixe as armas no quartel e vá ao julgamento do povo, a eleições”, defende Baldé.
“Guineenses já estão fartos”
Genilson Nunes, de 33 anos, é estudante de Gestão e está há 12 anos em Portugal, mas vai várias vezes por ano à Guiné-Bissau. Acabou de telefonar a uma das três irmãs, que é enfermeira na capital e que lhe falou de um grande medo, das instituições bancárias encerradas e mercados fechados. “Ninguém sabe o que acontecerá nas próximas horas”, diz. “E os guineenses já estão fartos de golpes de Estado, deste vai e vem.”
“Isto é uma grande preocupação”, diz Marieto, de 44 anos. Há 15 anos em Portugal, tem quatro filhos em Bissau, dos 11 aos 18 anos, “que já só querem fugir para qualquer parte”. Também Ernesto Seabra, de 52 anos, que é operador de máquinas da construção civil, critica a acção dos militares e pede a libertação do Presidente interino, Raimundo Pereira, e do primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior. “O que está a acontecer no meu país não agrada a ninguém na diáspora. Já sofremos bastante e por isso viemos manifestar o nosso desagrado.”
Avenida acima ouve-se “abaixo os militares”, “abaixo os golpistas” e “viva a Guiné-Bissau”. E em pouco mais de 20 minutos os manifestantes chegam à embaixada e são recebidos pelo embaixador Fali Embalo. “Esta é a prova evidente de que todos estão fartos desta situação”, diz o embaixador. “A Guiné ainda não conheceu a verdadeira paz e isso é triste. Estou no meu quarto posto [diplomático] e em todos eles houve um golpe de Estado. Já chega de sangue. PÚBLICO

Começaram por ser meia dúzia em frente ao Mosteiro dos Jerónimos, traziam uma carta para entregar na embaixada da Guiné-Bissau, um apelo pela paz que quiseram também enviar ao Estado-Maior das Forças Armadas guineense, à CPLP e à ONU. Aos poucos juntaram-se mais, chegaram os cartazes. “Aly também está aqui”, diziam, referindo-se ao jornalista António Aly Silva que foi detido na Guiné-Bissau na sexta-feira e mais tarde libertado. “Queremos paz e estabilidade, e a reposição imediata da ordem constitucional.”
Está tudo a postos para o desfile até à embaixada, no Restelo. Aladje Baldé, investigador na Faculdade de Ciências de Lisboa e um dos organizadores da manifestação, está preocupado. Tem duas irmãs e vários sobrinhos na Guiné-Bissau, sabe que uma das irmãs já fugiu para Gabu, no Norte do país, e que em Bissau começa a faltar água e energia. “Estamos aqui porque queremos democracia e para protestar contra o golpe de Estado”, diz, responsabilizando “os militares com a ajuda de alguns políticos” pelo que está a acontecer.
À manifestação juntaram-se representantes de várias associações de guineenses em Portugal, e uma das palavras de ordem foi contra a formação de um Governo de unidade proposto pelo Conselho Militar que assumiu o poder no golpe da passada quinta-feira. “O povo já saiu de casa e foi votar em alguém, por isso se alguém quer o poder que deixe as armas no quartel e vá ao julgamento do povo, a eleições”, defende Baldé.
“Guineenses já estão fartos”
Genilson Nunes, de 33 anos, é estudante de Gestão e está há 12 anos em Portugal, mas vai várias vezes por ano à Guiné-Bissau. Acabou de telefonar a uma das três irmãs, que é enfermeira na capital e que lhe falou de um grande medo, das instituições bancárias encerradas e mercados fechados. “Ninguém sabe o que acontecerá nas próximas horas”, diz. “E os guineenses já estão fartos de golpes de Estado, deste vai e vem.”
“Isto é uma grande preocupação”, diz Marieto, de 44 anos. Há 15 anos em Portugal, tem quatro filhos em Bissau, dos 11 aos 18 anos, “que já só querem fugir para qualquer parte”. Também Ernesto Seabra, de 52 anos, que é operador de máquinas da construção civil, critica a acção dos militares e pede a libertação do Presidente interino, Raimundo Pereira, e do primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior. “O que está a acontecer no meu país não agrada a ninguém na diáspora. Já sofremos bastante e por isso viemos manifestar o nosso desagrado.”
Avenida acima ouve-se “abaixo os militares”, “abaixo os golpistas” e “viva a Guiné-Bissau”. E em pouco mais de 20 minutos os manifestantes chegam à embaixada e são recebidos pelo embaixador Fali Embalo. “Esta é a prova evidente de que todos estão fartos desta situação”, diz o embaixador. “A Guiné ainda não conheceu a verdadeira paz e isso é triste. Estou no meu quarto posto [diplomático] e em todos eles houve um golpe de Estado. Já chega de sangue. PÚBLICO
Guiné-Bissau: «Bureau político» do PAIGC condena golpe e acusa líder da oposição de envolvimento
O «bureau político» do PAIGC, maior partido da Guiné-Bissau, condenou hoje «veementemente» o golpe de Estado de dia 12 e acusou o presidente do PRS, segundo maior partido, e «militantes armados» de «envolvimento direto e assumido».
Num comunicado sobre uma reunião realizada na segunda-feira, mas só hoje divulgado, o PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) exige também a divulgação pública de um acordo secreto que os militares alegam existir entre a Guiné-Bissau e Angola e que terá motivado o golpe.
O «bureau político» acusa também os candidatos às eleições presidenciais de março passado Serifo Nhamadjo, Henrique Rosa, Afonso Té e Serifo Baldé (que com Kumba Ialá, líder do PRS, contestaram os resultados eleitorais) de «incitação e execução» do golpe de Estado.
Diário Digital / Lusa
Num comunicado sobre uma reunião realizada na segunda-feira, mas só hoje divulgado, o PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) exige também a divulgação pública de um acordo secreto que os militares alegam existir entre a Guiné-Bissau e Angola e que terá motivado o golpe.
O «bureau político» acusa também os candidatos às eleições presidenciais de março passado Serifo Nhamadjo, Henrique Rosa, Afonso Té e Serifo Baldé (que com Kumba Ialá, líder do PRS, contestaram os resultados eleitorais) de «incitação e execução» do golpe de Estado.
Diário Digital / Lusa
Embaixador em Lisboa «emocionado» com a manifestação de guineenses e amigos da Guiné-Bissau
O embaixador da Guiné-Bissau em Portugal, Fali Embaló, mostrou-se hoje «emocionado» com a manifestação organizada pela comunidade guineense que desfilou dos Jerónimos até à Embaixada, em Belém, Lisboa, num apelo à paz no seu país.
Mais de 300 guineenses manifestaram-se hoje em Lisboa contra o golpe de Estado no seu país e realizaram uma marcha pacífica com gritos de apelo à retoma da paz.
«Fiquei emocionado e vou transmitir a quem de direito a vossa manifestação», afirmou Fali Embaló, que recebeu, das mãos dos representantes do grupo de manifestantes, uma carta de apelo à paz na Guiné-Bissau.
Nessa carta, segundo disse o porta-voz Aladje Baldé, constam três pontos fundamentais exigidos pela comunidade guineense: libertação das personalidades presas no golpe de estado de 12 de Abril, devolução do poder a quem o povo confiou e pedido de apoio à comunidade internacional.
Perante o apelo, Fali Embaló prometeu transmitir a mensagem e disse partilhar da revolta dos seus compatriotas. «A Guiné-Bissau não conhece a verdadeira paz até hoje e isso é triste, muito triste», lamentou. «Como embaixador e cidadão estou também muito revoltado. Chega de sangue», concluiu.
A Guiné-Bissau está controlada desde quinta-feira por um Comando Militar, que desencadeou um golpe de Estado na véspera da campanha eleitoral para a segunda volta das eleições presidenciais, disputadas pelo primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, e Kumba Ialá, que no entanto se recusa a participar na votação.
Desde quinta-feira que é desconhecido o paradeiro de Carlos Gomes Júnior e do Presidente interino, Raimundo Pereira.
Um Conselho Nacional de Transição foi criado no domingo pelos partidos de oposição, numa reunião em que o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC, no poder), não participou.
O golpe de Estado na Guiné-Bissau mereceu ampla condenação internacional, incluindo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) que, após uma reunião de ministros no sábado em Lisboa, decidiu propor uma força de interposição com aval da ONU e sanções individualizadas contra os golpistas.
Lusa/SOL
Mais de 300 guineenses manifestaram-se hoje em Lisboa contra o golpe de Estado no seu país e realizaram uma marcha pacífica com gritos de apelo à retoma da paz.
«Fiquei emocionado e vou transmitir a quem de direito a vossa manifestação», afirmou Fali Embaló, que recebeu, das mãos dos representantes do grupo de manifestantes, uma carta de apelo à paz na Guiné-Bissau.
Nessa carta, segundo disse o porta-voz Aladje Baldé, constam três pontos fundamentais exigidos pela comunidade guineense: libertação das personalidades presas no golpe de estado de 12 de Abril, devolução do poder a quem o povo confiou e pedido de apoio à comunidade internacional.
Perante o apelo, Fali Embaló prometeu transmitir a mensagem e disse partilhar da revolta dos seus compatriotas. «A Guiné-Bissau não conhece a verdadeira paz até hoje e isso é triste, muito triste», lamentou. «Como embaixador e cidadão estou também muito revoltado. Chega de sangue», concluiu.
A Guiné-Bissau está controlada desde quinta-feira por um Comando Militar, que desencadeou um golpe de Estado na véspera da campanha eleitoral para a segunda volta das eleições presidenciais, disputadas pelo primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, e Kumba Ialá, que no entanto se recusa a participar na votação.
Desde quinta-feira que é desconhecido o paradeiro de Carlos Gomes Júnior e do Presidente interino, Raimundo Pereira.
Um Conselho Nacional de Transição foi criado no domingo pelos partidos de oposição, numa reunião em que o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC, no poder), não participou.
O golpe de Estado na Guiné-Bissau mereceu ampla condenação internacional, incluindo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) que, após uma reunião de ministros no sábado em Lisboa, decidiu propor uma força de interposição com aval da ONU e sanções individualizadas contra os golpistas.
Lusa/SOL
S.O.S. DC/HOSPITAL SIMÃO MENDES: IMAGENS DE ENTREGA DE ALIMENTOS, MEDICAMENTOS E COMBUSTÍVEL

Mike Nancassa, em representação do irmão, Verissimo Nancassa (Tchitchi): 7 mil litros de gasóleo

HOTEL ANCAR e APARTHOTEL SOLMAR: 30 caixas de água mineral, entregues pelo director-geral, Jaime Carvalho e Alcione B. Ferro, aqui acompanhados por Johannes, administrador do HNSM

COGEGUI, aqui representado pelo director-geral, Ali Zaidan: 30 sacos de arroz, açúcar e óleo alimentar

Pedro 'Nené?, da Logosfarma: 1000 euuros em medicamentos vários
ÚLTIMA HORA: Carlos Gomes Jr., volta a estar sob custódia militar
A delegação da CEDEAO, que integra dois ministros dos Negócios Estrangeiros de países da sub-região, insistiram na 'tolerância zero' no que toca aos golpes de Estado nesta zona de África. O Mali foi a prova de fogo. Na reunião-maratona com o 'Comando Militar' e o primeiro-ministro e candidato presidencial, Carlos Gomes Jr., detido desde o passado dia 12, a delegação deixou claro que quer a 'libertação imediata e incondicional' de Carlos Gomes Jr., e do Presidente da República interino, Raimundo Pereira, e de todos os detidos, e exigiu a 'reposição da ordem constitucional', de acordo com uma fonte do Ditadura do Consenso.
A primeira ronda de encontros terminou há poucos minutos, tendo a delegação recebido o PAIGC, não no hotel Azalai - onde recebeu outros partidos e os candidatos às eleições presidenciais antecipadas de 18 de março passado -, mas na sua representação permanente em Bissau. 'A CEDEAO quis, com isto, deixar a sua posição bem vincada', referiu a mesma fonte presente na reunião.
Contudo, depois da reunião, Carlos Gomes Jr., voltou a ser conduzido pelos militares de volta para um aquartelamento da capital, Bissau. É que, segundo a nossa fonte, a delegação da CEDEAO 'tem um roteiro para cumprir', faltando alguns encontros nomeadamente com a sociedade civil e 'outras partes que a delegação entender conveniente, e necessária, ouvir'. AAS
roteiro
A primeira ronda de encontros terminou há poucos minutos, tendo a delegação recebido o PAIGC, não no hotel Azalai - onde recebeu outros partidos e os candidatos às eleições presidenciais antecipadas de 18 de março passado -, mas na sua representação permanente em Bissau. 'A CEDEAO quis, com isto, deixar a sua posição bem vincada', referiu a mesma fonte presente na reunião.
Contudo, depois da reunião, Carlos Gomes Jr., voltou a ser conduzido pelos militares de volta para um aquartelamento da capital, Bissau. É que, segundo a nossa fonte, a delegação da CEDEAO 'tem um roteiro para cumprir', faltando alguns encontros nomeadamente com a sociedade civil e 'outras partes que a delegação entender conveniente, e necessária, ouvir'. AAS
roteiro
segunda-feira, 16 de abril de 2012
ÚLTIMA HORA: Comando Militar apela à calma
O Estado Maior General das Forças Armadas (EMGFA) da Guiné-Bissau divulgou nesta segunda-feira um comunicado a apelar à calma da população, porque "a situação está sob o total controlo" do Comando Militar.
O comunicado surge na sequência de o Comando ter tomado conhecimento "da situação de pânico dominante neste momento, no seio da sociedade civil guineense, decorrente, como é natural, do levantamento militar" de quinta-feira passada.
Além de apelar à população para se manter serena e calma nas suas residências, o comando diz que a formação do Governo de transição, "que vai permitir a retoma do normal funcionamento das instituições públicas, é uma questão apenas de tempo".
"Quanto à possibilidade da Guiné-Bissau sofrer algum ataque militar externo a questão não passa da interpretação errada das notícias veiculadas pelos órgãos estrangeiros de comunicação social ou rumores levantados, com o propósito de confundir a opinião pública, por pessoas sobejamente conhecidas da nossa sociedade", diz também o comunicado.
São rumores de pessoas, acrescenta, "que se conformaram com a vida de corrupção, impunidade e assassinatos políticos", e "desprovidas de sentido patriótico, não habituadas a honestidade e ao clima da verdadeira democracia se pretende para breve instalar no país".
Na manhã desta segunda-feira muitos guineenses de Bissau deixaram a capital, a caminho do interior, com medo da instabilidade que se vive decorrente do golpe de Estado de quinta-feira.
O comunicado surge na sequência de o Comando ter tomado conhecimento "da situação de pânico dominante neste momento, no seio da sociedade civil guineense, decorrente, como é natural, do levantamento militar" de quinta-feira passada.
Além de apelar à população para se manter serena e calma nas suas residências, o comando diz que a formação do Governo de transição, "que vai permitir a retoma do normal funcionamento das instituições públicas, é uma questão apenas de tempo".
"Quanto à possibilidade da Guiné-Bissau sofrer algum ataque militar externo a questão não passa da interpretação errada das notícias veiculadas pelos órgãos estrangeiros de comunicação social ou rumores levantados, com o propósito de confundir a opinião pública, por pessoas sobejamente conhecidas da nossa sociedade", diz também o comunicado.
São rumores de pessoas, acrescenta, "que se conformaram com a vida de corrupção, impunidade e assassinatos políticos", e "desprovidas de sentido patriótico, não habituadas a honestidade e ao clima da verdadeira democracia se pretende para breve instalar no país".
Na manhã desta segunda-feira muitos guineenses de Bissau deixaram a capital, a caminho do interior, com medo da instabilidade que se vive decorrente do golpe de Estado de quinta-feira.
LGDH - COMUNICADO Nr. 2
Comunicado à Imprensa
No quadro da sua missão de promoção e defesa intransigente dos direitos humanos, a Direcçao Nacional da Liga Guineense dos Direitos Humanos criou um gabinete de crise com o objectivo de monitorizar as violações dos direitos em curso no país decorrente da alteração da ordem constitucional, protagonizada pelo Estado-Maior General das Forças Armadas. Conquanto, o referido Gabinete tem recebido de forma sistemática denuncia de cidadãos comuns que dão conta das violações dos direitos humanos que tem ocorrido, na sequencia do golpe de estado do passado 12 de Abril de 2012.
A liberdade de imprensa, da reunião e de manifestação constituem alicerces e manifestações intrínsecas à democracia, ou seja, traduzem no controlo efectivo do poder por parte de quem o outorga aos governantes, em homenagem aos ideais da estabilidade governativa e dos princípios do estado de direito.
Na sequência dos acontecimentos do Golpe de Estado, o Estado-Maior tem adoptado medidas e consubstanciam na restrição ilegais dos direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos, tais como:
A. Encerramento compulsivo e ilegal de todos os órgãos de comunicação social, excepto a radio Nacional;
B. Actos de intimidação que traduziram na repressão brutal e consequente agressão dos jovens e mulheres numa manifestação pacífica que resultou em dois feridos entre as quais um em estado gravem;
C. Interdição sistemática das manifestações pacíficas contra o golpe do estado, à margem das leis, em vigor na Guiné-Bissau;
D. Pilhagens e vandalismos nas residências dos membros do governo e outras figuras politicas;
E. Espancamento dos cidadãos inocentes nomeadamente, Jornalista António Aly Silva a cantora Dulce Neves, Mário Mussante Director Geral da APGB e Octávio Morais este último residente em são Domingos, conduzido para parte incerta;
Face a estes factos, a Direcçao Nacional da Liga delibera os seguintes:
1. Condenar veementemente as violações recorrentes dos direitos humanos protagonizadas pelas Forças Armadas;
2. Exigir do Estado-Maior General das Forças Armadas, a adopção de medidas conducentes à abertura imediata de todos os órgãos de comunicação social,
3. Exortar ao Estado-maior General para abster-se de comportamentos e medidas que visam impedir aos cidadãos de exercerem os direitos e liberdades fundamentais, nomeadamente, liberdade de reunião, manifestação e de livre expressão das suas opiniões;
4. Exigir do estado-maior a devolução de todos os bens privados injustamente subtraídos aos cidadãos;
5. Exortar a responsabilização disciplinar e criminal de todos os implicados em actos de pilhagens e de espancamentos dos cidadãos;
6. Apelar mais uma vez a comunidade internacional sobre a premente necessidade de adoptar medidas adequadas com vista a uma rápida resolução da crise instalada com consequências gravosas para o quotidiano das populações;
7. Solidarizar-se com a paralisação laboral decretada pelas duas centrais sindicais, UNTG e CGSI-GB, exortando-as a manterem firmes nas suas posições, em prol da estabilidade e respeito pela ordem democrática e constitucional.
Feito em Bissau aos 16 dias do mês de abril 2012
A Direcçao Nacional
No quadro da sua missão de promoção e defesa intransigente dos direitos humanos, a Direcçao Nacional da Liga Guineense dos Direitos Humanos criou um gabinete de crise com o objectivo de monitorizar as violações dos direitos em curso no país decorrente da alteração da ordem constitucional, protagonizada pelo Estado-Maior General das Forças Armadas. Conquanto, o referido Gabinete tem recebido de forma sistemática denuncia de cidadãos comuns que dão conta das violações dos direitos humanos que tem ocorrido, na sequencia do golpe de estado do passado 12 de Abril de 2012.
A liberdade de imprensa, da reunião e de manifestação constituem alicerces e manifestações intrínsecas à democracia, ou seja, traduzem no controlo efectivo do poder por parte de quem o outorga aos governantes, em homenagem aos ideais da estabilidade governativa e dos princípios do estado de direito.
Na sequência dos acontecimentos do Golpe de Estado, o Estado-Maior tem adoptado medidas e consubstanciam na restrição ilegais dos direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos, tais como:
A. Encerramento compulsivo e ilegal de todos os órgãos de comunicação social, excepto a radio Nacional;
B. Actos de intimidação que traduziram na repressão brutal e consequente agressão dos jovens e mulheres numa manifestação pacífica que resultou em dois feridos entre as quais um em estado gravem;
C. Interdição sistemática das manifestações pacíficas contra o golpe do estado, à margem das leis, em vigor na Guiné-Bissau;
D. Pilhagens e vandalismos nas residências dos membros do governo e outras figuras politicas;
E. Espancamento dos cidadãos inocentes nomeadamente, Jornalista António Aly Silva a cantora Dulce Neves, Mário Mussante Director Geral da APGB e Octávio Morais este último residente em são Domingos, conduzido para parte incerta;
Face a estes factos, a Direcçao Nacional da Liga delibera os seguintes:
1. Condenar veementemente as violações recorrentes dos direitos humanos protagonizadas pelas Forças Armadas;
2. Exigir do Estado-Maior General das Forças Armadas, a adopção de medidas conducentes à abertura imediata de todos os órgãos de comunicação social,
3. Exortar ao Estado-maior General para abster-se de comportamentos e medidas que visam impedir aos cidadãos de exercerem os direitos e liberdades fundamentais, nomeadamente, liberdade de reunião, manifestação e de livre expressão das suas opiniões;
4. Exigir do estado-maior a devolução de todos os bens privados injustamente subtraídos aos cidadãos;
5. Exortar a responsabilização disciplinar e criminal de todos os implicados em actos de pilhagens e de espancamentos dos cidadãos;
6. Apelar mais uma vez a comunidade internacional sobre a premente necessidade de adoptar medidas adequadas com vista a uma rápida resolução da crise instalada com consequências gravosas para o quotidiano das populações;
7. Solidarizar-se com a paralisação laboral decretada pelas duas centrais sindicais, UNTG e CGSI-GB, exortando-as a manterem firmes nas suas posições, em prol da estabilidade e respeito pela ordem democrática e constitucional.
Feito em Bissau aos 16 dias do mês de abril 2012
A Direcçao Nacional
S.O.S. HOSPITAL SIMÃO MENDES - ORGULHO DITADURA DO CONSENSO
«Bom dia Aly,
Estamos a evidenciar a chegada de dois medicos com material para o hospital. Entao preciso de contacto, endereco, etc. Eles irao atraves de uma organizacao humanitaria para Bissau. Um deles e cirurgiao e levarao material e medicamentos. Precisamos de nome de medicamentos que precisam, etc etc. Eu tenho ai em Bissau luvas e sobre-camas (nao sei o termo em portugues) mas e tipo um plastico que se poes em cima dos lencois para os doentes deitarem ou usados na sala de emergencia. Posso mandar entregar isso no hospital simao mendes com um primo meu que esta ai em bissua. Deus te proteja e Abencoe.
E. S.»
Estamos a evidenciar a chegada de dois medicos com material para o hospital. Entao preciso de contacto, endereco, etc. Eles irao atraves de uma organizacao humanitaria para Bissau. Um deles e cirurgiao e levarao material e medicamentos. Precisamos de nome de medicamentos que precisam, etc etc. Eu tenho ai em Bissau luvas e sobre-camas (nao sei o termo em portugues) mas e tipo um plastico que se poes em cima dos lencois para os doentes deitarem ou usados na sala de emergencia. Posso mandar entregar isso no hospital simao mendes com um primo meu que esta ai em bissua. Deus te proteja e Abencoe.
E. S.»
S.O.S. HOSPITAL SIMÃO MENDES:
POR FAVOR PRECISAMOS MAIS APOIOS....QUEM ESTIVER PERTO DO RAOUL FOLLERAOU PODE CONTACTAR A ADMINISTRADORA 6649208....OU A NOSSA ADMINISTRAÇÃO.....POR FAVOR AJUDEM-NOS....
ALERTA....O HOSPITAL RAOUL FOLLERAU (DOENTES COM TUBERCULOSE), PEDIU APOIO AO Hospital Nacional Simão Mendes, para géneros alimentícios para as refeições dos doentes. Neste momento o nosso Hospital tem garantidas refeições para os doentes até quarta-feira, embora tenhamos recebido 30 sacos de arroz oferta duma empresa que respondeu ao apelo do "Blog ditaduradoconsenso"....se tivermos mais apoios vamos apoiar...quem quiser apoiar o raoul Folleraou podem contactar-nos: Administrador Johannes Mooij-6849609, ou a Enfermeira Chefe Ema: 5723768...por favor temos mais um Hospital a pedir ajuda.....ou com a sua administradora Drª Dúlia 6649208
ALERTA....O HOSPITAL RAOUL FOLLERAU (DOENTES COM TUBERCULOSE), PEDIU APOIO AO Hospital Nacional Simão Mendes, para géneros alimentícios para as refeições dos doentes. Neste momento o nosso Hospital tem garantidas refeições para os doentes até quarta-feira, embora tenhamos recebido 30 sacos de arroz oferta duma empresa que respondeu ao apelo do "Blog ditaduradoconsenso"....se tivermos mais apoios vamos apoiar...quem quiser apoiar o raoul Folleraou podem contactar-nos: Administrador Johannes Mooij-6849609, ou a Enfermeira Chefe Ema: 5723768...por favor temos mais um Hospital a pedir ajuda.....ou com a sua administradora Drª Dúlia 6649208
S.O.S. HOSPITAL SIMÃO MENDES: ADMINISTRADOR Johannes Mooij - Não há dinheiro e a comida só deve chegar até quarta-feira. As constantes falhas de electricidade estão também a estragar os alimentos armazenados no frio. Portanto, qualquer ajuda deve ser comida não perecível. VAMOS AJUDAR OS NOSSOS IRMÃOS QUE SOFREM. AAS
COMUNICADO DA UNIÃO PARA A MUDANÇA
A Comissão Permanente da União para a Mudança (UM), reunida a 14 e 15 de
Abril de 2012, para transmissão e análise das informações prestadas pelo
autodenominado Comando Militar sobre o golpe de Estado ocorrido no dia 12
de Abril de 2012, na Guiné-Bissau e a consequente detenção do Presidente da
República Interino e do Primeiro Ministro;
Reafirmando o princípio de que nem os golpes de Estado, nem a tomada do
poder pela força se coadunam com os princípios e valores do Estado de Direito Democrático que a União para a Mudança sempre defendeu, enquanto
alternativa democrática;
Ciente no entanto, que os recentes acontecimentos ocorridos no país, se devem em grande medida à arrogância, à prepotência, à teimosia e ao deficit de diálogo, aliado à tendência para a confrontação e ausência de contenção verbal no exercício do poder do Estado por alguns dos seus mais altos representantes, apesar de todos os alertas lançados pela UM;
Lamentando a falta de bom senso e de sentido de Estado e a forma inábil como
foi tratado o dossier da MISSANG pelo executivo, à revelia das autoridades
castrenses, o que agravou os níveis de desconfiança entre estas instituições e comprometeu grandemente o processo de reforma dos sectores da Defesa e Segurança;
Convicta que enquanto não for instaurado um sistema eleitoral, que garanta a
verdade democrática nos pleitos eleitorais, a dúvida persistirá e situações do género voltarão inevitavelmente a ocorrer no país;
Reputando urgente a realização ainda este ano, de um novo processo eleitoral
que permita repor a ordem constitucional na sua plenitude;
Reconhecendo a necessidade de evitar uma “diabolização” da instituição
castrense guineense e de prosseguir com os esforços com vista à reforma nos
sensíveis sectores da Defesa e Segurança;
A Comissão Permanente da União para a Mudança (UM) decide:
1. Reafirmar a posição sempre assumida de condenar e não pactuar com
qualquer acção inconstitucional, seja de ordem política ou militar, visando
a interrupção, a alteração ou a tomada de um poder legitimamente
constituído e pondo em causa a afirmação do Estado de Direito
Democrático.
2. Constatar com alívio, o facto de nos recentes incidentes, contrariamente a outros ocorridos no país, não se ter registado perdas de vidas humanas;
3. Apelar ao Comando Militar para que garanta a integridade física de todos
os detidos no decurso ou na sequência do levantamento militar e que
sejam o mais urgentemente possível criadas as condições para a sua
libertação;
4. Responsabilizar o PAIGC e o seu governo pela falta de sentido de Estado
na gestão do dossier da MISSANG e pela forma arrogante, prepotente e
desastrada como conduziram os últimos acontecimentos no país;
5. Manifestar a abertura da União para a Mudança em contribuir, através do
diálogo, para a busca de uma solução para uma transição com vista ao
pleno restabelecimento da ordem constitucional, declarando no entanto
desde já, a sua indisponibilidade em participar em qualquer órgão que
dirigirá a transição;
6. Propor a criação de uma Comissão Eventual, envolvendo todas as
formações políticas, com vista à análise do actual sistema eleitoral, em
particular, à pronta revisão da Lei Eleitoral, sobretudo no que se refere à
componente de reclamações de eventuais irregularidades;
7. Exigir a total recomposição da Comissão Nacional e das Comissões
Regionais de Eleições, cuja acção tem merecido enorme contestação nos
sucessivos pleitos eleitorais, por forma a garantir eleições
verdadeiramente democráticas, livres, justas e transparentes;
8. Propor que as próximas eleições presidenciais e legislativas, se realizem
em simultâneo, no próximo mês de Novembro de 2012 e que sejam
precedidas de um recenseamento biométrico de raiz, na presença de todas
as forças políticas nacionais e de representantes da comunidade
internacional;
9. Alertar a comunidade internacional, em particular as Nações Unidas, a
União Africana, a CEDEAO e a CPLP, para a necessidade da sua atenção,
intervenção e condenação não acontecerem só quando se verificam golpes
de Estado, mas também, quando os actos de governação, os abusos de
poder, a corrupção e a violação da Constituição da República e dos
direitos dos cidadãos e colocam em risco a democracia;
10. Alertar que o recurso às sanções internacionais, irão em primeira
instância afectar a população guineense, já de si muito carente, podendo
provocar em desespero de causa, o agravamento da tendenção para o
recurso ao narcotráfico;
11. Apelar à comunidade internacional, em particular, as Nações Unidas, a
União Africana, a CEDEAO e a CPLP, a manterem o diálogo com as
Forças Armadas guineenses, com vista à prossecução do processo de
reforma nos sectores da Defesa e Segurança, única forma de garantir a
estabilidade e a afirmação do Estado de Direito Democrático na Guiné-
Bissau.
Feito em Bissau, aos 15 de Abril de 2012
A Comissão Permanente da UM
Abril de 2012, para transmissão e análise das informações prestadas pelo
autodenominado Comando Militar sobre o golpe de Estado ocorrido no dia 12
de Abril de 2012, na Guiné-Bissau e a consequente detenção do Presidente da
República Interino e do Primeiro Ministro;
Reafirmando o princípio de que nem os golpes de Estado, nem a tomada do
poder pela força se coadunam com os princípios e valores do Estado de Direito Democrático que a União para a Mudança sempre defendeu, enquanto
alternativa democrática;
Ciente no entanto, que os recentes acontecimentos ocorridos no país, se devem em grande medida à arrogância, à prepotência, à teimosia e ao deficit de diálogo, aliado à tendência para a confrontação e ausência de contenção verbal no exercício do poder do Estado por alguns dos seus mais altos representantes, apesar de todos os alertas lançados pela UM;
Lamentando a falta de bom senso e de sentido de Estado e a forma inábil como
foi tratado o dossier da MISSANG pelo executivo, à revelia das autoridades
castrenses, o que agravou os níveis de desconfiança entre estas instituições e comprometeu grandemente o processo de reforma dos sectores da Defesa e Segurança;
Convicta que enquanto não for instaurado um sistema eleitoral, que garanta a
verdade democrática nos pleitos eleitorais, a dúvida persistirá e situações do género voltarão inevitavelmente a ocorrer no país;
Reputando urgente a realização ainda este ano, de um novo processo eleitoral
que permita repor a ordem constitucional na sua plenitude;
Reconhecendo a necessidade de evitar uma “diabolização” da instituição
castrense guineense e de prosseguir com os esforços com vista à reforma nos
sensíveis sectores da Defesa e Segurança;
A Comissão Permanente da União para a Mudança (UM) decide:
1. Reafirmar a posição sempre assumida de condenar e não pactuar com
qualquer acção inconstitucional, seja de ordem política ou militar, visando
a interrupção, a alteração ou a tomada de um poder legitimamente
constituído e pondo em causa a afirmação do Estado de Direito
Democrático.
2. Constatar com alívio, o facto de nos recentes incidentes, contrariamente a outros ocorridos no país, não se ter registado perdas de vidas humanas;
3. Apelar ao Comando Militar para que garanta a integridade física de todos
os detidos no decurso ou na sequência do levantamento militar e que
sejam o mais urgentemente possível criadas as condições para a sua
libertação;
4. Responsabilizar o PAIGC e o seu governo pela falta de sentido de Estado
na gestão do dossier da MISSANG e pela forma arrogante, prepotente e
desastrada como conduziram os últimos acontecimentos no país;
5. Manifestar a abertura da União para a Mudança em contribuir, através do
diálogo, para a busca de uma solução para uma transição com vista ao
pleno restabelecimento da ordem constitucional, declarando no entanto
desde já, a sua indisponibilidade em participar em qualquer órgão que
dirigirá a transição;
6. Propor a criação de uma Comissão Eventual, envolvendo todas as
formações políticas, com vista à análise do actual sistema eleitoral, em
particular, à pronta revisão da Lei Eleitoral, sobretudo no que se refere à
componente de reclamações de eventuais irregularidades;
7. Exigir a total recomposição da Comissão Nacional e das Comissões
Regionais de Eleições, cuja acção tem merecido enorme contestação nos
sucessivos pleitos eleitorais, por forma a garantir eleições
verdadeiramente democráticas, livres, justas e transparentes;
8. Propor que as próximas eleições presidenciais e legislativas, se realizem
em simultâneo, no próximo mês de Novembro de 2012 e que sejam
precedidas de um recenseamento biométrico de raiz, na presença de todas
as forças políticas nacionais e de representantes da comunidade
internacional;
9. Alertar a comunidade internacional, em particular as Nações Unidas, a
União Africana, a CEDEAO e a CPLP, para a necessidade da sua atenção,
intervenção e condenação não acontecerem só quando se verificam golpes
de Estado, mas também, quando os actos de governação, os abusos de
poder, a corrupção e a violação da Constituição da República e dos
direitos dos cidadãos e colocam em risco a democracia;
10. Alertar que o recurso às sanções internacionais, irão em primeira
instância afectar a população guineense, já de si muito carente, podendo
provocar em desespero de causa, o agravamento da tendenção para o
recurso ao narcotráfico;
11. Apelar à comunidade internacional, em particular, as Nações Unidas, a
União Africana, a CEDEAO e a CPLP, a manterem o diálogo com as
Forças Armadas guineenses, com vista à prossecução do processo de
reforma nos sectores da Defesa e Segurança, única forma de garantir a
estabilidade e a afirmação do Estado de Direito Democrático na Guiné-
Bissau.
Feito em Bissau, aos 15 de Abril de 2012
A Comissão Permanente da UM
domingo, 15 de abril de 2012
UNTG & CGSI-GB APELAM À GREVE GERAL
COMUNICADO CONJUNTO
A União Nacional dos Trabalhadores da Guiné-Bissau, e a Confederação Geral dos Sindicatos Independentes, ambas Centrais Sindicais, foram surpreendidas com mais uma sublevação militar e consequente alteração da ordem constitucional, cujas consequências do ponto de vista político, económico, social e laboral são incalculáveis.
A democracia reserva a cada sensibilidade social, incluindo aos sindicatos enquanto representantes da classe trabalhadora, o dever de velar pela promoção de um ambiente politico susceptível de assegurar um panorama económico e financeiro adequado às aspirações da sociedade e dos trabalhadores em particular.
Por conseguinte, o status quo provocado pelo golpe de estado anunciado no pretérito dia 12 de Abril do ano em curso, mergulhou o país numa crise sem precedentes com consequências que comprometem substancialmente a vida dos trabalhadores e das suas famílias, ou seja, coloca a Guiné-Bissau perante um descalabro social, ao qual a classe trabalhadora não pode ficar indiferente.
Perante estes factos e em pleno exercício dos direitos cívicos e laborais, a UNTG e a CGSI, deliberam em conjunto o seguinte:
1. Condenar com veemência a alteração da ordem constitucional e democrática;
2. Exortar a todos os trabalhadores em geral a manterem-se nas suas respectivas residências ate a restituição da normalidade constitucional;
3. Apelar a mobilização em massa de toda a classe trabalhadora, observando apenas o respeito aos serviços mínimos obrigatórios nos sectores essenciais, saúde, portos e aeroportos;
4. As duas centrais sindicais advertem que esta paralisação laboral prosseguir-se-á se não houver a reposição da ordem constitucional democrática.
Feito em Bissau aos 15 dias do mês de Abril 2012
Estêvão Gomes Có Filomeno Cabral
______________________ _____ _________ ________
Secretário geral da UNTG Secretário Geral CGSI - GB
A União Nacional dos Trabalhadores da Guiné-Bissau, e a Confederação Geral dos Sindicatos Independentes, ambas Centrais Sindicais, foram surpreendidas com mais uma sublevação militar e consequente alteração da ordem constitucional, cujas consequências do ponto de vista político, económico, social e laboral são incalculáveis.
A democracia reserva a cada sensibilidade social, incluindo aos sindicatos enquanto representantes da classe trabalhadora, o dever de velar pela promoção de um ambiente politico susceptível de assegurar um panorama económico e financeiro adequado às aspirações da sociedade e dos trabalhadores em particular.
Por conseguinte, o status quo provocado pelo golpe de estado anunciado no pretérito dia 12 de Abril do ano em curso, mergulhou o país numa crise sem precedentes com consequências que comprometem substancialmente a vida dos trabalhadores e das suas famílias, ou seja, coloca a Guiné-Bissau perante um descalabro social, ao qual a classe trabalhadora não pode ficar indiferente.
Perante estes factos e em pleno exercício dos direitos cívicos e laborais, a UNTG e a CGSI, deliberam em conjunto o seguinte:
1. Condenar com veemência a alteração da ordem constitucional e democrática;
2. Exortar a todos os trabalhadores em geral a manterem-se nas suas respectivas residências ate a restituição da normalidade constitucional;
3. Apelar a mobilização em massa de toda a classe trabalhadora, observando apenas o respeito aos serviços mínimos obrigatórios nos sectores essenciais, saúde, portos e aeroportos;
4. As duas centrais sindicais advertem que esta paralisação laboral prosseguir-se-á se não houver a reposição da ordem constitucional democrática.
Feito em Bissau aos 15 dias do mês de Abril 2012
Estêvão Gomes Có Filomeno Cabral
______________________ _____ _________ ________
Secretário geral da UNTG Secretário Geral CGSI - GB
Força militar portuguesa a caminho da Guiné-Bissau
A Força de Reacção Imediata (FRI) das Forças Armadas portuguesas, composta por uma fragata, uma corveta e um avião P-3 Orion, partiu hoje ao início da tarde para a Guiné-Bissau, adiantaram fontes militares.
Fonte oficial do Ministério da Defesa afirmou que os militares portugueses não têm qualquer operação definida para já e que esta decisão acontece na sequência do aumento do nível de prontidão da FRI. “O objectivo desta decisão é ficarmos mais próximos da Guiné-Bissau caso venha a ser necessário proceder a uma missão de evacuação de cidadãos portugueses e de pessoas de outras nacionalidades”, referiu esta fonte.
Na Guiné-Bissau vivem cerca de 3500 portugueses e na sexta-feira foi debatida numa reunião entre o ministro da Defesa Aguiar Branco e as chefias militares das forças armadas, a actuação das forças militares para garantir a sua segurança. "Não há nenhum projecto de intervenção militar previsto", garantiu o Ministério da Defesa em comunicado.
Caso venha a ser necessário, adiantou o Ministério da Defesa, poderá ser efectuada "uma operação de evacuação de cidadãos portugueses e de países amigos". A FRI integra meios dos três ramos das forças armadas que variam consoante o tipo de missão e é comandada pelo chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas.
Força Aérea vai recolher informação na Guiné
A situação politica e militar na Guiné-Bissau obriga a cuidados. A instabilidade continua a ser nota dominante, pelo que uma força de reação imediata das Forças Armadas Portuguesas vai partir ainda este domingo para Cabo Verde.
Um avião da Força Aérea Portuguesa, P3-Orion, irá descolar da Base Aérea de Beja tendo como principal missão a recolha de informações fidedignas quanto à atual situação que se vive na Guiné-Bissau. De resto, ao que foi possível apurar, trata-se de uma operação normal neste tipo de conflitos.
O P3-Orion é uma aeronave com tecnologia que lhe permite agir como um avião espião capaz de detetar vários tipos de ameaças. De resto, nesta primeira fase, está colocado de parte qualquer tipo de recolha de pessoas ou de ajuda humanitária. Trata-se, apenas, de uma medida de precaução caso seja necessário avançar com outro tipo de missões. Assim, se o conflito se agravar, as Forças Armadas Portugesas ganharão algum tempo, dado se encontrarem no local e poderem agir com prontidão.
Além desta aeronave P3-Orion, A BOLA sabe que seguirá também para Cabo Verde um avião complementar, que terá como missão a sustentabilidade deste primeiro, no que respeita a apoio logistíco. PUBLICO/LUSA
Fonte oficial do Ministério da Defesa afirmou que os militares portugueses não têm qualquer operação definida para já e que esta decisão acontece na sequência do aumento do nível de prontidão da FRI. “O objectivo desta decisão é ficarmos mais próximos da Guiné-Bissau caso venha a ser necessário proceder a uma missão de evacuação de cidadãos portugueses e de pessoas de outras nacionalidades”, referiu esta fonte.
Na Guiné-Bissau vivem cerca de 3500 portugueses e na sexta-feira foi debatida numa reunião entre o ministro da Defesa Aguiar Branco e as chefias militares das forças armadas, a actuação das forças militares para garantir a sua segurança. "Não há nenhum projecto de intervenção militar previsto", garantiu o Ministério da Defesa em comunicado.
Caso venha a ser necessário, adiantou o Ministério da Defesa, poderá ser efectuada "uma operação de evacuação de cidadãos portugueses e de países amigos". A FRI integra meios dos três ramos das forças armadas que variam consoante o tipo de missão e é comandada pelo chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas.
Força Aérea vai recolher informação na Guiné
A situação politica e militar na Guiné-Bissau obriga a cuidados. A instabilidade continua a ser nota dominante, pelo que uma força de reação imediata das Forças Armadas Portuguesas vai partir ainda este domingo para Cabo Verde.
Um avião da Força Aérea Portuguesa, P3-Orion, irá descolar da Base Aérea de Beja tendo como principal missão a recolha de informações fidedignas quanto à atual situação que se vive na Guiné-Bissau. De resto, ao que foi possível apurar, trata-se de uma operação normal neste tipo de conflitos.
O P3-Orion é uma aeronave com tecnologia que lhe permite agir como um avião espião capaz de detetar vários tipos de ameaças. De resto, nesta primeira fase, está colocado de parte qualquer tipo de recolha de pessoas ou de ajuda humanitária. Trata-se, apenas, de uma medida de precaução caso seja necessário avançar com outro tipo de missões. Assim, se o conflito se agravar, as Forças Armadas Portugesas ganharão algum tempo, dado se encontrarem no local e poderem agir com prontidão.
Além desta aeronave P3-Orion, A BOLA sabe que seguirá também para Cabo Verde um avião complementar, que terá como missão a sustentabilidade deste primeiro, no que respeita a apoio logistíco. PUBLICO/LUSA
S.O.S - apoio
Apelo do DC ja tem resposta:
Empresa COGEGUI:
Entrega amanha no hospital 'Simao Mendes', 30 sacos de arroz, acucar e oleo alimentar
AAS
Empresa COGEGUI:
Entrega amanha no hospital 'Simao Mendes', 30 sacos de arroz, acucar e oleo alimentar
AAS
S.O.S Hospital 'Simao Mendes'
Ditadura do Consenso junta-se aos demais compatriotas guineenses, na recolha de bens nao pereciveis tais como arroz, salsicha, oleo, atum em lata, sardinha em lata, lixivia, agua mineral entre outros bens.
Telefone ou envie um email
(+245) 6683113
Email: aaly.silva@gmail.com
Faco a recolha em qualquer ponto da cidade de Bissau, ou quem puder que os entregue na minha casa ou contacte o Albano Barai (+245) 6601558 ou Ady (+245) 6663386
Um abraco de solidariedade em tempo de incerteza
Antonio Aly Silva
Telefone ou envie um email
(+245) 6683113
Email: aaly.silva@gmail.com
Faco a recolha em qualquer ponto da cidade de Bissau, ou quem puder que os entregue na minha casa ou contacte o Albano Barai (+245) 6601558 ou Ady (+245) 6663386
Um abraco de solidariedade em tempo de incerteza
Antonio Aly Silva
sábado, 14 de abril de 2012
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