sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
ULTIMA HORA: Franca e Espanha nao 'engolem' a versao governamental de 'tentativa de alteracao da ordem constitucional'. N'bom, kussas patchari! Oposicao (15 partidos) acusaram hoje o Governo, em comunicado, de "eliminacao de adversarios politicos". Bissau esta calma tirando o facto de, agora, os militares montarem barricadas com arvores...que os proprios abatem! Este final de ano promete... AAS
Nunca vi punheta igual: afinal, era o director-geral da Radiodifusao Nacional da Guine-Bissau ou o correspondente da RDP-Africa quem entrevistou o primeiro-ministro? Da nisto, quando incompetentes pegam no microfone. Mais: como pode alguem ser director-geral de uma radio estatal...e ao mesmo tempo correspondente de outra radio - estatal - estrangeira??? Tenham vergonha: o Califa, a RDN e a RDP Africa!!! O que realmente interessava NAO foi colocado ao primeiro-ministro!!! AAS
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
Bissau, 96 horas
Sim, isso mesmo que leram. Quase quatro dias depois de uma suposta sublevacao nas casernas, Bissau ainda guarda o medo. O medo desta noite, da noite de amanha e de outra noites.
Ha avenidas que ainda sao cortadas a noite, ruas ainda mais escuras. No entanto, as declaracoes parecem unanimes, quer falemos do Governo, quer da classe castrense, quer ainda das organizacoes internacionais: "a situacao esta controlada". Mas nao, nao esta.
Se, por acaso, por mero acaso, estivesse controlada teriamos nos a liberdade de circular livremente por qualquer avenida ou rua; por entre becos e buracos desta cidade. A cidade esta como que sitiada - ainda que um pouco longe disso.
Hoje, apresentaram armas 'apreendidas'. Algumas pessoas ficaram boquiabertas. Eu, nem por isso. As armas que ainda estao por encontrar, serao o triplo, o quintuplo das encontradas. E havia RPG-7, para alem - claro! -, das famosas kalashnikov.
Nao esta controlada porque os que dizem 'controlar' a situacao, nem sabem quantas pessoas procuram muito menos o numero de armas desaparecidas (os paiois nao sao seguros, e estao entregues ao deus dara).
Nao esta controlada, porque estamos ainda longe de nos sentimos seguros (por ex quando circulamos) pois em cada rua ou esquina vive alguem 'importante', com ligacao a este ou aquele bandalho.
Nao esta controlada, sobretudo porque ha dezenas de viaturas com matricula civil a circular com gente armada, inclusive com RPG 7. Andam em taxis, numa operacao de caca ao homem; sabe-se la o que estas noites reservao a cada um de nos...
Estara controlada, isso sim, quando, aqui, impusermos a Justica. Antonio Aly Silva
Ha avenidas que ainda sao cortadas a noite, ruas ainda mais escuras. No entanto, as declaracoes parecem unanimes, quer falemos do Governo, quer da classe castrense, quer ainda das organizacoes internacionais: "a situacao esta controlada". Mas nao, nao esta.
Se, por acaso, por mero acaso, estivesse controlada teriamos nos a liberdade de circular livremente por qualquer avenida ou rua; por entre becos e buracos desta cidade. A cidade esta como que sitiada - ainda que um pouco longe disso.
Hoje, apresentaram armas 'apreendidas'. Algumas pessoas ficaram boquiabertas. Eu, nem por isso. As armas que ainda estao por encontrar, serao o triplo, o quintuplo das encontradas. E havia RPG-7, para alem - claro! -, das famosas kalashnikov.
Nao esta controlada porque os que dizem 'controlar' a situacao, nem sabem quantas pessoas procuram muito menos o numero de armas desaparecidas (os paiois nao sao seguros, e estao entregues ao deus dara).
Nao esta controlada, porque estamos ainda longe de nos sentimos seguros (por ex quando circulamos) pois em cada rua ou esquina vive alguem 'importante', com ligacao a este ou aquele bandalho.
Nao esta controlada, sobretudo porque ha dezenas de viaturas com matricula civil a circular com gente armada, inclusive com RPG 7. Andam em taxis, numa operacao de caca ao homem; sabe-se la o que estas noites reservao a cada um de nos...
Estara controlada, isso sim, quando, aqui, impusermos a Justica. Antonio Aly Silva
«Estou espantado...» - General António Indjai, Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas
«Até aqui eu não estava preocupado. Mas vendo estas armas que eles tinham escondidas, agora fiquei preocupado porque, se eles tivessem conseguido o que eles estavam a planear, este país hoje em dia estava a ferro e fogo»
TELEFOTO: RTP-ÁFRICA
Banco Mundial (Região África), reage atravês do seu vice-presidente, Obiageli K. Ezekwesili
O Banco Mundial partilha a grave preocupação, já exprimida por outros amigos da Guiné-Bissau, sobre a situação actual do pais. O relatório “sobre o Desenvolvimento Mundial 2011 “, intitulado Conflitos, Segurança e Desenvolvimento - e também a própria experiência da Guiné-Bissau durante décadas - mostra como a insegurança interrompe o desenvolvimento e retém os países em ciclos de violência, que tem consequências devastadoras para os cidadões, inclusive a juventude, as mulheres e as crianças.
Apelamos a todos os lideres para que eles resolvam suas diferenças em paz e que renovem seus esforços para a construção de instituições de governança fortes e credíveis, que dêem prioridade ao direito fundamental dos cidadões a terem oportunidades económicas, por exemplo, através de melhores serviços de educação e saúde, e postos de trabalho, diz Obiageli Ezekwesili, Vice-Presidente do Banco Mundial para África.
A crise actual põe em risco muitas coisas. Nos dois últimos anos, o país teve um crescimento económico significante; obteve perdão de dívidas; e adoptou uma estratégia que poderia tirar da pobreza milhares de pessoas durante a próxima década.
O Banco Mundial continua fortemente envolvido em suportar o desenvolvimento económico da Guiné-Bissau, e portanto encoraja todos os líderes e cidadões a respeitar a constituição e a lei. Estamos ansiosos por ver uma solução rápida aos distúrbios actuais para que a nação possa continuar a trabalhar para um futuro com paz, estabilidade e prosperidade.
Comunicado em inglês
Statement of the World Bank Vice-President for the Africa Region, Obiageli K. Ezekwesili, on the latest developments in Guinea-Bissau. The World Bank shares the grave concern, already expressed by other friends of Guinea Bissau, about the current situation in the country. The 2011 World Development Report on Conflict, Security and Development—and indeed Guinea Bissau's own experience over decades—shows how insecurity disrupts development and traps countries in cycles of violence, with devastating consequences for generations of citizens, including young people, women and children.
“We call on all leaders to peacefully resolve their differences, and to renew their effort to build strong and credible institutions of governance that put first the fundamental need of citizens for improved economic opportunity, for example, through better education and health services, and jobs.” said Obiageli Ezekwesili, World Bank Vice President for Africa.
The current crisis puts a lot at stake. Over the last two years, the country began an economic turnaround, received international debt relief, and adopted a strategy that could lift thousands out of poverty over the next decade.
The World Bank remains strongly committed to supporting the economic development of Guinea Bissau, and therefore encourages all leaders and citizens to respect the constitution and the rule of law. We look forward to a speedy resolution of the unrest so that the nation can continue working toward an inclusive, peaceful, stable and prosperous future.
Apelamos a todos os lideres para que eles resolvam suas diferenças em paz e que renovem seus esforços para a construção de instituições de governança fortes e credíveis, que dêem prioridade ao direito fundamental dos cidadões a terem oportunidades económicas, por exemplo, através de melhores serviços de educação e saúde, e postos de trabalho, diz Obiageli Ezekwesili, Vice-Presidente do Banco Mundial para África.
A crise actual põe em risco muitas coisas. Nos dois últimos anos, o país teve um crescimento económico significante; obteve perdão de dívidas; e adoptou uma estratégia que poderia tirar da pobreza milhares de pessoas durante a próxima década.
O Banco Mundial continua fortemente envolvido em suportar o desenvolvimento económico da Guiné-Bissau, e portanto encoraja todos os líderes e cidadões a respeitar a constituição e a lei. Estamos ansiosos por ver uma solução rápida aos distúrbios actuais para que a nação possa continuar a trabalhar para um futuro com paz, estabilidade e prosperidade.
Comunicado em inglês
Statement of the World Bank Vice-President for the Africa Region, Obiageli K. Ezekwesili, on the latest developments in Guinea-Bissau. The World Bank shares the grave concern, already expressed by other friends of Guinea Bissau, about the current situation in the country. The 2011 World Development Report on Conflict, Security and Development—and indeed Guinea Bissau's own experience over decades—shows how insecurity disrupts development and traps countries in cycles of violence, with devastating consequences for generations of citizens, including young people, women and children.
“We call on all leaders to peacefully resolve their differences, and to renew their effort to build strong and credible institutions of governance that put first the fundamental need of citizens for improved economic opportunity, for example, through better education and health services, and jobs.” said Obiageli Ezekwesili, World Bank Vice President for Africa.
The current crisis puts a lot at stake. Over the last two years, the country began an economic turnaround, received international debt relief, and adopted a strategy that could lift thousands out of poverty over the next decade.
The World Bank remains strongly committed to supporting the economic development of Guinea Bissau, and therefore encourages all leaders and citizens to respect the constitution and the rule of law. We look forward to a speedy resolution of the unrest so that the nation can continue working toward an inclusive, peaceful, stable and prosperous future.
Oposição democrática não acredita na versão 'tentativa' e acusa Angola de ingerência
Os 15 partidos da oposição na Guiné-Bissau acusaram a missão angolana presente no país de ingerência nos assuntos internos. A oposição estranha a ocorrência de um golpe dias depois do regresso do primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior de uma visita a Angola e sobretudo a forma como foi dada protecção ao chefe do governo, na madrugada de segunda para terça-feira.
No decurso de um alegado golpe, uma coluna de soldados angolanos levou o primeiro-ministro para a embaixada de Angola. A missão militar angolana tem duas centenas de soldados em Bissau, no âmbito de um acordo da CPLP que visa treinar as forças de segurança guineenses.
Falando numa conferência de imprensa em Bissau, em nome dos diferentes partidos, os partidos da oposição democrática consideraram de "ilegal" a presença da força angolana: "Dois dias após o regresso do primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, de uma visita relâmpago ao Presidente José Eduardo dos Santos, dá-se de novo a encenação de um golpe de Estado", disseram.
Segundo as autoridades guineenses, na segunda-feira ocorreu uma tentativa de "subversão" militar, com um tiroteio junto a um paiol. Seguiu-se uma vaga de prisões, incluindo de altas patentes militares e deputados do PAIGC, sendo incerto o número de detidos. Na resistência às prisões, ficou gravemente ferido um polícia, que foi evacuado para Dakar vindo a falecer no passado dia 27.
Entre os detidos estão o chefe da marinha, Bubo Na Tchuto, e o número dois do exército, Cletche Na Ghana, além de um dos militares mais poderosos do país, o general Watna na Laie. São todos balantas. A estancar a rebelião esteve em foco chefe do estado-maior, general António Indjai. DN/AAS
No decurso de um alegado golpe, uma coluna de soldados angolanos levou o primeiro-ministro para a embaixada de Angola. A missão militar angolana tem duas centenas de soldados em Bissau, no âmbito de um acordo da CPLP que visa treinar as forças de segurança guineenses.
Falando numa conferência de imprensa em Bissau, em nome dos diferentes partidos, os partidos da oposição democrática consideraram de "ilegal" a presença da força angolana: "Dois dias após o regresso do primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, de uma visita relâmpago ao Presidente José Eduardo dos Santos, dá-se de novo a encenação de um golpe de Estado", disseram.
Segundo as autoridades guineenses, na segunda-feira ocorreu uma tentativa de "subversão" militar, com um tiroteio junto a um paiol. Seguiu-se uma vaga de prisões, incluindo de altas patentes militares e deputados do PAIGC, sendo incerto o número de detidos. Na resistência às prisões, ficou gravemente ferido um polícia, que foi evacuado para Dakar vindo a falecer no passado dia 27.
Entre os detidos estão o chefe da marinha, Bubo Na Tchuto, e o número dois do exército, Cletche Na Ghana, além de um dos militares mais poderosos do país, o general Watna na Laie. São todos balantas. A estancar a rebelião esteve em foco chefe do estado-maior, general António Indjai. DN/AAS
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
ULTIMA HORA: Jose Camnate, Bispo de Bissau, foi avisado ontem, por telefone, da vontade de Iaia Dabo em entregar-se as autoridades. Liga Direitos Humanos fala em "assassinato" e pede abertura de inquerito e expulsao de agentes que participaram na operacao frente ao ministerio do Interior. PGR diz que sera aberto um inquerito para se apurar sobre o levantamento militar do dia 26. AAS
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