terça-feira, 26 de abril de 2016

Governo da Guiné-Bissau vai financiar-se com emissão de títulos do tesouro


O Governo da Guiné-Bissau vai emitir títulos do tesouro no valor de 12 mil milhões de francos CFA (18 milhões de euros), na próxima sexta-feira, para suprir um défice na tesouraria pública, disse esta terça-feira à Lusa o diretor-geral do Tesouro guineense, Wilson Cardoso.

De acordo com aquele responsável, a emissão, a ser feita junto da banca comercial de países da União Económica e Monetária da Africa Ocidental (UEMOA) “é um exercício normal” de gestão do tesouro público que é usado pela quinta vez pela Guiné-Bissau.

Wilson Cardoso, que é também o responsável pela contabilidade pública do país, lembrou que em 2015 o país emitiu títulos do tesouro por duas vezes, tendo obtido “bons ganhos”, frisou.

O empréstimo a ser contraído agora será reembolsável dentro de dois anos, com uma taxa de juro de cinco por cento, de acordo com as regras de funcionamento do mercado obrigacionista da UEMOA. O Ministério da Economia e Finanças guineense acredita que estará em condições de, em seis meses, pagar o empréstimo, indicou Wilson Cardoso.

O diretor-geral do Tesouro guineense notou que “de forma sazonal” as finanças públicas “são obrigadas” a recorrer aos empréstimos sobretudo em períodos de baixa em termos de coleta de receitas, entre os meses de janeiro a abril.

A situação volta a normalidade entre maio a agosto, período considerado alto na recolha de receitas por coincidir com a campanha de comercialização da castanha do caju, principal produto de exportação da Guiné-Bissau. Lusa

ANP: Comissão Permanente


ANP: Resposta ao PRS


Assembleia Nacional Popular
Gabinete de Assessoria de Imprensa do Presidente da ANP

COMUNICADO DE IMPRENSA
Resposta ao Partido da Renovação Social (PRS) e a alguns pequenos partidos políticos

Tendo sido mergulhado o país há mais de oito meses numa profunda crise política, eis que o Partido da Renovação Social (PRS) e mais alguns partidos sem expressão popular pretendem agora afogar a Guiné-Bissau com recurso a comunicados de imprensas repletos de deturpações e calúnias à opinião pública.
S
urpreendentemente o Presidente da ANP foi alvo, no último sábado, de uma sórdida campanha difamatória desencadeada pelo Partido da Renovação Social (PRS) e um grupo de pequenos partidos políticos, profissionais de conspiração, inserto na sua sanha de tentar aceder ao poder por vias não democráticas.

Ora, o Gabinete de Imprensa do Presidente da Assembleia Nacional Popular ressaltando o sentido de Estado e a qualidade do alto dignatário deste país do Presidente da ANP, assim como a responsabilidade deste para com o povo, vem por esta via desmontar e esclarecer ao povo guineense em geral e à comunidade internacional, em particular, sobre as calúnias e inverdades trazidas ao público pelos autores supracitados.

Como foi público e acompanhado por toda a população guineense, logo após o discurso de Sua Excelência Senhor Presidente da República, proferida na ANP, na sessão parlamentar, convocada extraordinariamente para o efeito, o Presidente da ANP, antes de declarar encerrada a sessão, dirigindo-se ao Chefe de Estado, agradeceu-lhe a mensagem dirigida aos Deputados e à Nação, e comprometeu-se, face à preocupação manifestada pelo Presidente da República, em ver realizado um debate sobre o Estado da Nação, após reunir os órgãos competentes da ANP com vista a concretizar o desígnio do PR;

No dia imediatamente a seguir ao discurso do Presidente, terça-feira, o Presidente da ANP procedeu à convocatória dos órgãos do parlamento, nomeadamente a Mesa, a Conferência dos Presidentes dos Grupos Parlamentares e a Comissão Permanente, e foi emitida e tornada pública uma Nota de Imprensa, pelo seu Gabinete, sobre os mesmos actos;

Ainda no mesmo dia, acto contínuo, o Presidente da ANP manteve sucessivos encontros preliminares e informais com os membros da Mesa, os Líderes das Bancadas Parlamentares, com vista à operacionalizar regimentalmente a sessão extraordinária convocada por Sua Excelência senhor Presidente da República;

Estas diligências visaram suprir as lacunas existentes tanto na nossa Constituição como no Regimento da ANP relativamente aos mecanismos a seguir para a concretização da convocatória de uma sessão extraordinária despontada pelo Presidente da Republica, aliás assim recomenda a doutrina e a jurisprudência em casos de omissões legais.

Para conhecimento de pessoas de boa-fé e que não têm domínio das nossas leis, relativas a esta matéria, informa-se, à semelhança do que se fez com relação ao Presidente da República, nas correspondências trocadas, aquando da marcação da sessão em pauta, que a sessão destinada à Mensagem do Presidente da República aos Deputados e à Nação, conforme prevê o art.º 68º, al. c), da Constituição da República, reveste-se de um acto especial, com caracter cerimonial, por isso incompatível com qualquer tipo de acto subsequente enquadrado nos trabalhos da plenária, salvo nos casos em que ocorra no decurso duma sessão ordinária ou extraordinária convocada por iniciativa da ANP;

Das diligências preliminares acima referidas resultaram a convocação da Mesa, Conferência dos Lideres Parlamentares e da própria Comissão Permanente, para os dias 25 e 26 de Abril, segunda e terça-feira, respectivamente, tendo sido, para o efeito, distribuídas as cópias do discurso de Sua Excelência Senhor PR aos Deputados membros dos referidos órgãos para efeitos de apreciação e tomada de posição nas respectivas reuniões;
O Presidente da ANP não se limitou só a isso, tendo tomado em consideração as preocupações constantes da mensagem da Sua Excelência Senhor Presidente da Republica, reuniu o seu Gabinete e solicitou a apresentação de diferentes cenários de soluções susceptíveis de solucionar a presente crise e servir de base de trabalho para eventual acordo político entre os partidos com assento parlamentar de forma a garantir uma governação estável até ao fim da presente legislatura;

Na quarta-feira, 21 de Abril, já na posse das propostas apresentada pelo seu Gabinete, reuniu informalmente com o 2º Vice-Presidente da ANP, Alberto Nambeia, na sua qualidade do Presidente do Partido da Renovação Social (PRS), o Deputado Certório Biote, Líder da bancada do Partido da Renovação Social (PRS), Deputado Califa Seide, Líder da bancada do PAIGC, e alguns membros da Mesa, partilhando com eles as propostas de solução que tinha em mãos e obter deles a sua opinião, assim como auscultar as suas opiniões relativamente à sua intenção de servir de promotor de diálogo entre os partidos políticos com assento parlamentar e por fim testemunhou-lhes que iria apresentar as referidas propostas ao Presidente da República,

Com esta iniciativa o Presidente da Assembleia Nacional Popular quer assumir a postura de facilitado de diálogo entre os partidos políticos com vista a obtenção de um acordo de incidência parlamentar e a formação de um Governo Inclusivo, facto este que motivou a sua deslocação, a seu pedido, à Presidência da Republica no dia 22 de Abril, passada sexta-feira, com vista a partilhar e obter da parte de Sua Excelência senhor PR o seu contributo para a melhoria das mesmas propostas;

Durante a audiência, o Presidente da Assembleia Nacional Popular aproveitou a ocasião para justificar a demora na realização da sessão extraordinária com a necessidade de observância das normas regimentais e a obtenção de consenso em relação aos moldes em que irá decorrer a sessão e sobre que matérias específicas deverão incidir o debate, uma vez que neste conceito não se inclui o debate sobre o estado da nação;
Depois do que se acabou de expender o Gabinete de Imprensa do Presidente da Assembleia Nacional Popular convida a cada cidadão guineense, a comunidade nacional e internacional, a retirar as suas próprias ilações sobre a atuação do Presidente da ANP, mormente o desrespeito ou desconsideração da pretensão do PR em ver realizado o debate sobre o Estado da Nação;

Da nossa parte, os sucessivos comunicados de imprensa, inflamados, ignorantes e oportunistas, claramente demonstrativos de quem tem uma avidez e gula pelo poder que não consegue conquistar pela via das urnas, bem como as declarações incendiárias e criminosas do porta-voz do Partido da Renovação Social (PRS), revelam de forma clara o desespero que apoderou os seus autores ascender ao poder, mesmo que por vias não ortodoxas. Eles querem, com estas acções sórdidas e antidemocráticas, sufocar o já martirizado povo guineense com mentiras e falsidades previamente concebidas e criminosamente executadas;

Face a estes factos, lamenta-se que o cumprimento dos preceitos regimentais não coadunar com a agenda preconizada pelos partidos subscritores destes panfletos, quando estes deveriam sim dedicar as suas energias e inteligências ao serviço da estabilidade e bem-estar do povo guineense, procurando soluções que respeitem os superiores interesses do nosso povo;

É bom exaltar que no Estado de Direito Democrático o que ordena são as leis emanadas dos legítimos representantes do povo e estas determinam que na actuação de órgãos de Estado impera o princípio da legalidade e não o princípio do vandalismo;

Foi ainda trazida à margem dos assuntos da ANP factos atentatórios à dignidade e ao bom nome do Presidente da Assembleia Nacional Popular, mormente, atribuindo-lhe a responsabilidade pela morte do Presidente Nino Vieira, porquanto, segundo o comunicado do Partido da Renovação Social (PRS), ajudou na criação das milícias “aguentas”, ter provocado a queda do Governo de Carlos Gomes Júnior e de ter agudizado a tensão entre o Presidente da República, José Mário Vaz e o então PM, Domingos Simões Pereira;

O Gabinete de Imprensa do Presidente da Assembleia Nacional Popular sobre estes factos quer vincar que o Presidente da Assembleia Nacional Popular irá tirar as devidas ilações e tomar medidas adequadas que poderão passar por traduzir à justiça os seus autores. Contudo, o Presidente da Assembleia Nacional Popular não se inibirá de esclarecer e repor a verdade relativamente à reabilitação e ao posicionamento dos “anguentas”, enquanto força de segurança do Presidente João Bernardo Vieira. A reactivação da mesma foi fruto de uma decisão concertada entre o ex-Presidente Nino Vieira com o então Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, Tagme Na Waié, e mais tarde confirmada por despacho do então Primeiro-ministro, após o primeiro atentado à vida do Presidente Nino Vieira, conforme documentos comprovativos;

O Gabinete de Imprensa do Presidente da Assembleia Nacional Popular classifica de muito baixo nível essas acusações públicas e considera que num momento em que o país enfrenta mais uma grave crise política, trazer à tona por meio de pura especulação casos que se constituíram como assuntos sensíveis do nosso passado recente, não é mais do que tentar incendiar o país e procurar através dela retirar benefícios próprios claramente expostos nos dois comunicados e declarações;

De salientar que as ameaças tórridas, sem hipóteses de sucesso, de instauração de um processo de destituição, feitas ao Presidente da ANP, nos dois comunicados, visam nada mais do que lhe fazer vergar a sua postura de respeitador escrupuloso das leis da Republica, e afiança que este expediente, que não tem suporte nas nossas leis, por mais que tentem forjar, jamais o inibirá de continuar firme e inabalável no cumprimento do seu mandato e da sua missão de dignificar e fazer respeitar a instituição que dirige, enquanto homem de Estado;

Outrossim e numa clara tentativa de criar um mal-estar entre órgãos de Estado, o Partido da Renovação Social (PRS) e alguns partidos políticos sem representação parlamentar acusam o Presidente da Assembleia Nacional Popular de não cumprir com as decisões exaradas no Acórdão nº 3/2016, fazendo alusão que para além dos 15 deputados reintegrados estariam na plenária os que os substituíram, facto absolutamente falso, pois se eles porventura se encontravam dentro do hemiciclo, não era de conhecimento do Presidente da ANP e a confirmar-se só poderão ter ocupado os lugares que normalmente estão reservados ao público, já que as sessões parlamentares são públicas, e para mais não devemos ignorar que não é o Presidente da ANP que procede à verificação do quórum, ele só é convidado a descer para o hemiciclo depois de estarem reunidas as condições de funcionamento ou não da sessão;

Para o Gabinete de Imprensa do Presidente da Assembleia Nacional Popular o que espanta no meio de todas essas chafurdices, é o facto do Líder da Bancada Parlamentar do Partido da Renovação Social (PRS), Dr. Certório Biote, persistir, como é o seu hábito, apesar de variadíssimas advertências, em ter duas faces. Uma perante os órgãos da ANP, a que pertence, e outra perante a sua bancada parlamentar e os seus militantes;
Informa-se que, na reunião de Conferencia de Líderes, o Senhor Certório Biote assume uma posição concordante com a dos restantes membros deste órgão e quando confrontado, na sua bancada e pelos militantes do Partido da Renovação Social (PRS), furta-se da posição e dos compromissos assumidos
;

Convém relembrar ao Senhor Certório Biote que o exercício da função de líder de uma bancada parlamentar pressupõe verticalidade, verdade, estatura e dignidade;

De igual modo, faz-se questão de relembrar ao Senhor Certório Biote, PRS e os demais partidos signatários do comunicado de imprensa que o Presidente da ANP não toma decisões isoladas, mas sim preside a um conjunto de órgãos que funcionam sempre e obrigatoriamente sob um regime de colegialidade, ou seja, por consenso ou por maioria dos votos dos seus membros. Portanto constitui pura cobardia e ignorância premeditada tentar atribuir responsabilidade das deliberações destes órgãos ao Presidente da ANP.

O Gabinete de Imprensa do Presidente da Assembleia Nacional Popular termina reafirmando o total engajamento do Presidente da Assembleia Nacional Popular na busca de soluções sustentáveis no quadro parlamentar, com a construção de um clima de estabilidade, tendo em vista um entendimento entre os partidos políticos, que garanta uma governação estável para o resto da presente legislatura. E renova o juramento do Presidente da Assembleia Nacional Popular em continuar a exercer o seu mandato com transparência, zelo, equidistância e equilíbrio necessário para o normal e regular funcionamento da ANP até ao fim da presente Legislatura.

Bem-haja a todos!
Bissau, 26 de Abril de 2016.

O Gabinete de Assessoria de Imprensa
do Presidente da Assembleia Nacional Popular

segunda-feira, 25 de abril de 2016

OPINIÃO AAS: O Que Vale o PRS?


O Partido da Renovação Social (PRS), é especialista em governar sem ganhar as eleições. Em vinte e dois anos de democracia multipartidária na Guiné-Bissau, realizaram-se cinco eleições legislativas. O PRS só ganhou só uma (em 2000). O PAIGC ganhou tudo o resto. Ainda assim, exceptuando um curto período, o PRS passou uma boa parte do tempo na governação do país.

Como consegue o PRS tal proeza? Até parece fácil: Através de uma estratégia simples – o que não consegue nas urnas vai buscar através de arranjos pós eleitorais e pós golpes de Estado.

Nos últimos tempos, através de uma subtil cumplicidade com as forças armadas, o PRS sempre exerceu alguma influência sobre o poder político. Dessa forma, conseguiu nalguns casos que a instituição castrense interviesse sempre que o jogo político não lhe fosse favorável. Uma ilustração disso foi a célebre sentença de Kumba Yalá entre a primeira e a segunda volta das eleições presidenciais de 2012:

"Não haverá nem segunda nem terceira volta!" Os militares cumpriram. Não houve. Mas houve prisões arbitrárias e uma pilha de cadáveres...

Hoje as coisas são diferentes. Pela primeira vez, as forças armadas estão a ter uma posição republicana, afastando-se deliberadamente do jogo político. Perante este cenário, O PRS não vê outra alternativa senão entrar numa clara aliança com um Presidente da República eleito com o apoio político e eleitoral do PAIGC, mas que decidiu abrir uma guerra sem quartel contra o seu próprio partido por uma desmedida ambição de poder absoluto.

Há nisto tudo dois problemas de moralidade política para o PRS.

Primeiro: o PRS teve uma indisfarçável cumplicidade no golpe de Estado de 2012 que decapitou a liderança do PAIGC por quase dois anos. E tirou partido da situação. Enquanto o PAIGC sangrava, o PRS organizava-se. Participou desde o início no governo de transição entre 2012 e 2014, cedo fez um congresso, elegeu uma direcção e começou a fazer pré-campanha para as eleições de 2014.

O PAIGC só conseguiu voltar a ter uma liderança a dois meses das eleições e foi às eleições sem ter sarado as feridas de um congresso extremamente disputado. Ainda assim, num pleito eleitoral em que o PRS partia com múltiplas vantagens, o PAICG obtém a maioria absoluta.

Nestas circunstâncias, aliar-se com uma ala dissidente do PAIGC para derrubar um governo amplamente sufragado pelo povo não só é uma atitude politicamente irresponsável como moralmente reprovável, e que vai custar ao PRS os olhos da cara!

Segundo: o PRS participava no primeiro governo desta legislatura, a convite do PAIGC, um governo que estava a conseguir resultados encorajadores e a dar sinais de esperança aos Guineenses. Mas para um partido político em que a maior parte dos dirigentes perde a paciência quando não estão na órbita do poder, isso era pouco.

Um certo sector do PRS rebelou-se. Alguns dirigentes queriam mais. O partido respondeu favoravelmente a esta pretensão, virando as costas ao governo e aliando-se ao Presidente da República, José Mário Vaz.

Desde Agosto de 2015 que este triunvirato (Presidente da República, PRS e os 15 dissidentes do PAIGC) procura subtrair ao PAIGC o poder conquistado nas urnas. Até agora não conseguiram. Estão porém dispostos a ir até ao fim, mesmo que isso custe o bloqueio do país

Alguns perguntarão: mas existe moral na política?

Bem, a falta de moral na política só pode chamar-se uma coisa: pouca vergonha. E ela é uma demonstração inequívoca do que vale um partido político. AAS


Diga...33 milhões. Muito obrigados.




DITADURA DO CONSENSO. 33 MILHÕES DE VISITAS. MAIS CEDO OU MAIS TARDE, O SEU BLOGUE. FEITO COM ALMA DESDE 2004. AAS

ACIDENTE ESCOLTA PR/NOTÍCIA DC: Confirmados dois mortos e quatro feridos em estado grave. AAS

ACIDENTE ESCOLTA PR/NOTÍCIA DC: Pelo menos foi amputada a perna a uma pessoa da comitiva. Os militares confiscaram os telemóveis das testemunhas. AAS


Os restantes 11 foram levados para o hospital em estado muitíssimo grave

ACIDENTE ESCOLTA PR/NOTÍCIA DC: Novo acidente HOJE, por volta das 10 horas, na rotunda do aeroporto envolvendo a escolta do presidente da República, com vários feridos, alguns deles em estado muito grave. O presidente saiu de Calequisse, sua terra natal, e teve de ser transferido para outra viatura. AAS

RIP: Morreu o chefe do Estado Maior da Marinha, Sanha Clusse. Que a sua alma descanse em paz e condolências à família. AAS


domingo, 24 de abril de 2016

ENTREVISTA/PAULO GORJÃO: "Eleições são a única saída para a crise na Guiné-Bissau"


Mesmo um cenário de eleições antecipadas não afasta a possibilidade de crise, afirma o analista Paulo Gorjão que defende uma profunda revisão constitucional. Os guineenses “sentem na pele” as consequências da crise.

O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, já avisou o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), no poder, de que caso este não consiga promover consensos na governação será forçado a admitir uma nova maioria no hemiciclo e um novo Governo. José Mário Vaz acusou PAIGC, de forma implícita, de recusar o diálogo no país e de bloquear o normal funcionamento do parlamento.

Por outro lado, Domingos Simões Pereira, líder do PAIGC e ex-chefe do Governo, já defendeu que a solução para a crise política no país é a realização de eleições antecipadas.

Opinião semelhante foi manifestada em entrevista á DW África por Paulo Gorjão, analista político e diretor do Instituto Português de Relações Internacionais e Segurança (PRIS).

DW África: Eleições gerais antecipadas na Guiné-Bissau são ou não a solução para o fim do impasse político?

Paulo Gorjão (PG): Penso que, neste atual quadro, não existe outra solução que não passe pela legitimação do PAIGC pela via eleitoral. Mas, evidentemente, o PRS (Partido da Renovação Social, na oposição) pode reclamar para si a possibilidade formar Governo com alguns deputados do PAIGC que, entretanto, se afastaram do partido e que lhe permitiria governar. Não é, de todo, a melhor solução nem uma solução muito realista. Apenas adia a crise.
Por outro lado, mesmo existindo eleições, não me parece que qualquer cenário de crise esteja afastado. Este sistema semi-presidencial na Guiné-Bissau é, ele próprio, uma fonte permanente de instabilidade. E o que temos vindo a assistir, de forma voluntária ou involuntária, desde agosto de 2015 é, no mínimo, uma certa presidencialização informal do regime da parte do Presidente da República – que se comporta como um Presidente com poderes que, na realidade, não tem.


DW África: Na sua opinião, um passo essencial para evitar que a Guiné-Bissau continue neste ritmo de crises cíclicas seria uma reforma profunda do sistema político do país?

PG: Sim, há muito que defendo que a Guiné-Bissau precisa de uma revisão constitucional e, eventualmente, a presidencialização do regime ou até o contrário. De duas uma: ou o regime é parlamentar ou presidencial. Um regime semi-presidencial é que simplesmente não funciona na Guiné-Bissau. É, por isso, necessária uma revisão profunda da Constituição guineense e, de preferência, escolhendo um regime de natureza presidencialista, na minha opinião.

DW África: Perante o atual cenário e a aparente intenção do Presidente de renovar o hemiciclo e o Governo, ou seja, apontar para o Governo pessoas da sua confiança, isso é ou não permitido pela lei guineense?

PG: Em última instância isso é permitido ou não se o PAIGC aceitar ou não essa solução. Parte do espaço de manobra do Presidente da República que decorre até ao ponto em que o PAIGC tolerar a sua intervenção. Na demissão e substituição de Domingos Simões Pereira, na minha opinião, o Presidente da República extravazou os seus poderes presidenciais.

DW África: Considera que a imagem do Presidente José Mário Vaz está desgastada no contexto da região África Ocidental?

PG: Penso que sim, no contexto da África Ocidental e não só, junto de um leque mais vasto de parceiros, nomeadamente, da União Europeia e dos Estados Unidos.
Basta pensar na conferência de doadores, em fevereiro de 2015, que correu magnificamente bem do ponto de vista da Guiné-Bissau, em que os doadores se comprometeram a alocar verbas bastante significativas. E agora, em larga medida, toda essa ajuda foi bloqueada.
Nada daquilo que o Presidente da República José Mário Vaz tem feito contribui para a sua imagem junto de Portugal, dos parceiros da União Europeia, da África Ocidental, das Nações Unidas, enfim, junto de todos aqueles parceiros de cuja boa vontade a Guiné-Bissau tanto depende.


DW: Quais as consequências imediatas para o povo guineense deste impasse?

PG: Não havendo a estabilização da situação na Guiné-Bissau, parte desta verba que os doadores deveriam transferir para o apoio à Guiné-Bissau não é transferida. E, portanto, num país já com serviços públicos muito fracos, de educação, saúde, administração pública, a situação piora. As pessoas sentem na pele a falta desse apoio. Deutsche Welle

sábado, 23 de abril de 2016

Manhosos


Conhecendo o meu país, quando alguém, um partido, acusa qualquer um ou outro partido, de estar a preparar um golpe de Estado, então preparemo—nos para o pior.

Ah, e quem dá o golpe é SEMPRE quem lança a acusação (ou confusão) — é uma forma, uma rasteira, de disfarçar o entusiasmo pela 'coisa' e depois vir dizer que "já tinha avisado"...tenho dito. AAS

sexta-feira, 22 de abril de 2016

OPINIÃO: 'É na n'ganau mas...'


"Boa tarde,

Vou ser muito directo. Depois da declaração de inconstitucionalidade da nomeação de Baciro Djá como primeiro ministro, o presidente Jomav e sua entourage tornaram-se cada vez mais obcecados com a criação de um governo de iniciativa presidencial, sem ter que dissolver o parlamento.

Foi ali que um dos conselheiros se baseou no acórdão do STJ que demitiu o governo de Baciro Djá, no ponto que trata da "INCONSTITUCIONALIDADE DA MATÉRIA" no seu parágrafo 2, que em resumo diz que o Presidente da República apenas deve se preocupar com a maioria parlamentar, se a audição dos partidos políticos apontar para uma nova maioria absoluta intra-parlamentar.

Pois muito bem, só que este conselheiro esqueceu de avisar ao Senhor presidente, de que a nova maioria só seria válida se for fruto de coligação de dois ou mais partidos políticos com assento parlamentar.

Este não é o caso que vemos actualmente na ANP. Pelo menos até hoje o PAIGC e o PRS não estão coligados. A coligação é entre dois partidos e não entre deputados e partidos...

Se o Jomav se basear nisso, estará a cometer outra inconstitucionalidade, que poderá ser passível de destituição do presidente, mesmo se quisesse voltar atrás, como anteriormente havia feito. Jomav bu djintis na enganar mas...
"

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SG da ANP visita Assembleia da República


O Secretário-Geral da Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau, José Carlos Rodrigues da Fonseca, visita a Assembleia da República, no âmbito da cooperação entre os dois Parlamentos.


José Carlos Rodrigues da Fonseca

Esta visita de trabalho visa fazer a avaliação intercalar do Programa de Cooperação estabelecido entre a Assembleia da República e aquele Parlamento para os anos de 2015 a 2017 e apoiar a preparação de um Projeto de Estatuto e Carreira do Pessoal Efetivo da Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau.

MNE PORTUGAL: "A língua portuguesa é dos mais importantes ativos de Portugal"


O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, defendeu hoje que o português é o "ativo mais importante" de Portugal e dos países de expressão portuguesa, sublinhando que deve ser promovido como uma das grandes línguas mundiais.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, defendeu hoje que o português é o "ativo mais importante" de Portugal e dos países de expressão portuguesa, sublinhando que deve ser promovido como uma das grandes línguas mundiais.

"O valor acrescentado mais importante, o ativo mais importante de Portugal é a sua língua. A língua portuguesa é agora uma das mais faladas no Mundo, é uma língua global, falada em todos os continentes", destacou hoje o governante em Lisboa, na abertura da conferência internacional da EAQUALS (Evaluation & Accreditation of Quality in Language Services), associação internacional de instituições e organizações envolvidas na promoção da qualidade do ensino de línguas, da qual o Camões IP é membro associado desde 2013.

Perante uma plateia de cerca de 270 participantes, de 39 países, Santos Silva referiu que, em todo o mundo, cerca de 250 milhões de pessoas falam português como língua materna.

"É um recurso muito importante, que não pertence só a Portugal mas a todos os países de língua portuguesa, ou seja, Portugal, na Europa; Brasil, na América Latina; Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde, em África, e Timor-Leste, na Ásia", mencionou o ministro, apontando também que "facilmente se encontram comunidades que falam português fora destes países", nomeadamente em países como Indonésia, Reino Unido, Estados Unidos, Venezuela, Malásia ou Singapura.

Além disso, acrescentou, "os nove países onde o português é língua oficial representam uma parte muito importante do mundo", numa referência aos membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP - Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste).

O português deve ser promovido enquanto língua materna, mas também como língua de herança: "É muito importante para a diáspora, [os lusodescendentes] têm de manter o contacto com a língua dos seus pais ou avós", considerou Santo Silva, adiantando que o português é importante para promover a compreensão entre povos em países com multilinguismo, como Cabo Verde, Moçambique ou Angola.

Para o ministro, o português deve ser promovido "como uma língua de comunicação, de cultura, de artes, de literatura, de negócios, de organizações internacionais".

"Devemos trabalhar juntos porque necessitamos de uma ou, preferencialmente, duas ou três grandes línguas internacionais. É o caso do inglês, do espanhol, do mandarim, do árabe e também o português", sublinhou o chefe da diplomacia portuguesa.

"Mas também temos de ensinar e aprender todas as línguas que pudermos", defendeu Santos Silva, que considerou também que, ao promover-se o multilinguismo, se promove "o multiculturalismo e a compreensão entre as pessoas".

"Quando deixamos as línguas desaparecer, tornamo-nos pobres. O empobrecimento do mundo não é só económico, mas também cultural e linguístico", avisou. Lusa

CRISE POLÍTICA: Presidente da ANP, Cipriano Cassama, foi recebido hoje pelo Presidente da República, José Mário Vaz. "Saio satisfeito da reunião", disse Cassama à imprensa. AAS