terça-feira, 16 de fevereiro de 2016
EXCLUSIVO DC/ECOMIB VAI EMBORA, MAS REGRESSA MAIS REDUZIDA
O governo guineense, apurou o DC junto de fonte fidedigna, solicitou à CEDEAO a substituição de Ansumane Ceesay , o seu representante no País, por este "não estar a colaborar com o Governo". Portanto, ainda segundo a fonte do DC, "para evitar incidentes diplomáticos, o Sissé foi aconselhado a abandonar o País antes do previsto, para não ter uma denúncia na folha de serviço."
O chefe da missão da CEDEAO vai ser substituído por outro na mesma missão ainda este mês. A missão continuará mas vai ser substancialmente diminuída até à sua conclusão porque já não têm fundos. A UE é que lhes financiou esta última renovação, e não consta que voltará a fazê-lo. Agora, tudo dependerá do resultado do relatório do Trovoada, amanhã, na ONU. Miguel Trovoada termina a missão no final deste mês e já não ficará em Bissau.
Assim, a missão da ECOMIB, que estava a terminar o seu ciclo, e devia ser renovada pelo menos até junho simplesmente vai ter o seu fim como o conhecemos. O contingente militar da CEDEAO está a preparar a retirada de toda a missão, e os militares que guardavam a residência do ex-primeiro-ministro e presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira, também já se retiraram.
E também há rumores de que a Nigéria, a maior contribuinte da força, está sem fundos - e sem vontade - para manter o contingente, o que foi agravado pelas recentes declarações do PR JOMAV na presença do corpo diplomático e do general Olesegun Obasanjo com a infeliz frase "ESTOU FARTO DA COMUNIDADE INTERNACIONAL".
À comunidade internacional: não abandonem o País, não agora! Estão a abrir caminho para mais um golpe de Estado e outra matança!!! AAS
ECOMIB: QUO VADIS?
Desde ontem, o porto de Bissau tem registado um movimento - no sentido inverso - da ECOMIB, a força da CEDEAO destacada em Bissau. Mas, respirem fundo.
Segundo informações recolhidas pelo DC, algum material obsoleto (carros de combate, a tal 'carroça' que DC flagrou ontem sem pneus, e camiões, tudo do contingente nigeriano) estão a ser despachados. A ECOMIB fica, pelo menos e para já, até junho de 2016.
FOTOS desta MANHÃ: DR/AAS/DC
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016
JOMAV? A FALAR SOBRE CORRUPÇÃO? COM A CAPA DE 'MORALIZADOR'? Ma n'fala...
Para:
PALOP
CPLP
CEDEAO
UNIÃO AFRICANA
UNIÃO EUROPEIA
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS
Segundo a acusação: "O SUSPEITO (José Mário Vaz, presidente da República da Guiné-Bissau, ACUSADO enquanto ministro das Finanças) AGIU LIVRE, VOLUNTÁRIA E CONSCIENTEMENTE BEM SABENDO QUE TAL CONDUTA É PROIBIDA E PUNIDA POR LEI PENAL.".
Segundo a acusação, JOMAV ficou com mais de 469 milhões de Fcfa - dinheiro deste mesmo Povo que ele tem sob cerco, e na mira...
Paulo Torres diz que continua a ser o selecionador da Guiné-Bissau
O treinador português Paulo Torres disse esta segunda-feira que se mantém no comando da seleção da Guiné-Bissau, apesar de a federação já ter convidado outro técnico.
"Tenho um contrato que está registado e quem gere esse contrato é o Governo", defendeu Paulo Torres, em declarações a uma rádio local, salientando nunca ter recebido qualquer indicação sobre uma rescisão de contrato.
Paulo Torres acrescentou que tem contrato como selecionador da Guiné-Bissau até dezembro e que pretende preparar o próximo jogo oficial que o país irá realizar a 23 de março contra o Quénia, em Bissau. O desafio conta para o apuramento para a fase final da Taca das Nações Africanas, a realizar em 2017, no Gabão.
Nos últimos jogos, a Guiné-Bissau empatou sem golos com a Zâmbia e perdeu por 4-2 diante do Congo. Na quinta-feira, a Federação de Futebol da Guiné-Bissau anunciou ter solicitado ao treinador do Sporting de Bissau, o guineense Baciro Candé, para passar a orientar a seleção, depois de já ter informado o Governo que havia prescindido dos serviços de Paulo Torres.
No entanto, o técnico português disse esta segunda-feira que, oficialmente, continua a ser o selecionador guineense, tendo em conta o contrato de trabalho que ainda mantém com o Governo, que o contratou para três anos. Questionado sobre se alguma vez recebeu uma notificação sobre o seu despedimento, o português limitou-se a reafirmar que tem um contrato em vigor. RECORD
Meu. Quebo.
Quem me conhece bem sabe que não sou pessoa de desistir facilmente. Tenho, de resto, o empenho estampado no rosto. Gosto do meu País. Dez minutos depois de atravessar as suas fronteiras, começo a sentir arrepios. Bom, dez minutos talvez seja exagerado; Que sejam cinco. Mas de certeza que de trinta minutos não passa.
Pessoalmente, tenho dificuldade em orgulhar-me das coisas que me acontecem por casualidade. Fernando Pessoa escreveu: «O lugar onde se nasce é o lugar onde mais por acaso se está» - uma frase com a sua piada.
Eu nasci na Aldeia Formosa (actual Quebo). Já fui ao Quebo umas vezes, passei outras tantas sem parar e confesso que nem de uma nem de outra vez senti grande coisa. Nem um arrepio na alma. Não me vieram - ao contrário dos piegas - lágrimas aos olhos, nem me deu vontade de escrever contos. Nem sequer um poema.
Pouco me importa que milhão e meio de guineenses desconheça onde fica a vila do Quebo, ou quantos habitantes terá ou teve em tempos. Ou sequer se tem tradições, e já agora quais serão.
Trata-se de um sítio, e pronto. Um sítio de merda, como o são aqueles sítios onde por nada deste mundo assentamos arraiais, ainda que por breves momentos. Passámos, e às vezes desviámos o olhar, talvez envergonhados.
O facto de eu ter nascido na Aldeia Formosa, não transformou o Quebo num lugar especial - e é assim que está bem. Um sítio banal, aquele onde eu nasci. Talvez seja por isso que eu vivo de forma espartana. E não me tenho dado mal.
Mas não trocaria o Quebo por nenhum outro lugar. E com a vossa licença vou embora já. Vou para o outro Sul - e será sempre o eterno Sul cheio de estrelas e de noites intermináveis. António Aly Silva
domingo, 14 de fevereiro de 2016
Com grandes Homens
José Maria Neves, primeiro-ministro de Cabo Verde
Suzi Barbosa, secretária de Estado da Cooperação e Cipriano Cassama, presidente da Assembleia Nacional popular
Domingos Simões Pereira, presidente do PAIGC, ex-secretário Executivo da CPLP e ex-primeiro-ministro da Guiné-Bissau
SÓ PARA RECORDAR
OPINIÃO AAS: JOMAV perdeu esta batalha e… todas as outras batalhas
À atenção de:
PALOP
CPLP,
CEDEAO,
UNIÃO AFRICANA,
UNIÃO EUROPEIA,
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS
Ao demitir o governo de Domingos Simões Pereira, José Mário Vaz, Presidente da Guiné-Bissau apresentou basicamente dois argumentos: a corrupção e a perda de confiança política no Chefe do Governo.
Em relação ao primeiro argumento, não só foi incapaz de provar qualquer acto de corrupção do governo demitido como se recusou a colaborar com a Comissão de Inquérito criada pela ANP para averiguar as suas acusações.
Quanto ao segundo argumento, pode-se dar o benefício da dúvida na sua avaliação, já que a Constituição dispõe que o Primeiro-ministro é politicamente responsável perante o Presidente da República e a interpretação de quebra de confiança política é meramente subjectiva.
Contudo, diante de sérias dúvidas quanto à bondade destes argumentos, um leque enormíssimo de vozes, quer dentro quer fora do país, tentaram em vão demover o Presidente da República da sua intenção de demitir o governo de DSP com o receio de que o acto político poderia ameaçar a concretização dos fundos prometidos na mesa redonda de Bruxelas e recolocar o país numa nova espiral de instabilidade política.
Jomav ignorou todos os apelos vindos de vários partidos políticos, da sociedade civil, dos líderes religiosos e tradicionais, do presidente senegalês Macky Sall, do seu homólogo Alpha Condé, do secretário-geral da ONU Ban Ki Moon, e de tantos outros.
Ao preservar na sua determinação de derrubar o governo de DSP (coisa que durante a campanha eleitoral jurara a pés juntos que nunca iria fazer), Jomav avocou a si o ónus da estabilidade política.
Isto é, assumiu o risco de que, a partir daquele momento, ele seria o único responsável pela estabilidade política na Guiné-Bissau. O risco era elevado, mas a perseverança de Jomav fazia pensar que ele sabia o que fazia e tinha o controlo da situação. Estava enganado ou deixou-se enganar.
O seu plano falhou redondamente. Desde 12 de Agosto de 2015 que o país entrou num ciclo de instabilidade política absolutamente desnecessário e não consegue sair dele – dois meses sem governo, nomeação de um governo inconstitucional, anulação do acto pelo STJ, nomeação de um governo incompleto (há quatro meses sem Ministro da Administração Interna e Ministro dos Recursos Naturais), transferência da luta política para o Parlamento, disputas sobre aprovação ou rejeição do programa do governo, actos de vandalismo no Parlamento, disputas nos tribunais, etc.
Perante tudo isto, o presidente parece ter sido apanhado num turbilhão inesperado que ultrapassa a sua capacidade de reacção. Ele, que é suposto ser o árbitro de todo o processo político já deixou transparecer que não tem uma porta de saída airosa para a crise por si criada.
De comunicados inoportunos e mal articulados da Presidência da República a iniciativas tardias e frouxas de diálogo político, Jomav cimenta a cada dia que passa a impressão de que fez o país refém de propósitos mesquinhos e não sabe o que fazer para o tirar do imbróglio em que o meteu.
Constitucionalmente Jomav ainda tem armas para resolver o problema. Só que essas armas viraram armas de arremesso. Para voltar a derrubar o governo terá que fornecer uma boa justificação (algo que não tem) e o resultado será sempre voltar a entregar o poder ao PAIGC. Neste cenário, Jomav sofreria um sério desgaste político e consolidaria a sua imagem de factor de instabilidade política.
Se dissolver o Parlamento, baralha todo o jogo mas ele próprio entrará na disputa eleitoral. Perante tudo o que está a acontecer, ninguém no seu mais perfeito juízo colocará a hipótese de que se possa clarificar o jogo político sem que o próprio Jomav vá às eleições. Este é o seu grande dilema hoje: a derrota, amanhã.
O que lhe resta? Pouca coisa. Jomav está cada vez mais isolado e o seu capital político erodiu dentro e fora das nossas fronteiras. Os populares não o respeitam; os músicos atiram toda a ira nacional contra ele em canções extremamente agressivas e desrespeitosas; os blogues vilipendiam-no diariamente.
O homem vive num absoluto hermetismo, reflexo da sua incapacidade de lidar com as populações. Nos seus dois anos como Presidente da República não visitou uma única região do país.
O seu único vai vem é entre o Palácio luxuosamente pago por terceiros e Calequisse, uma vila no meio de nenhures, sem uma única estrada. Os seus pares da sub-região não querem tratar com ele; internacionalmente, está muito mal visto (um alto funcionário das Nações Unidas comentou em tempos que nunca nos seus 24 anos na ONU tinha visto um Presidente da República que perdeu credibilidade internacional em tão pouco tempo).
A pergunta que muitos fazem agora não é se Jomav vai ter um segundo mandato, mas sim se vai terminar este. Em todo o caso, se conseguir terminar este, poderá agradecer aos deuses (ou aos Irãs em que muito acredita) de ter tido essa sorte. AAS
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