quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016
Povo da Guiné-Bissau, perceberam? Ou querem que faça um desenho?
"A classe política da Guiné-Bissau deve saber que a comunidade internacional atingiu os limites da paciência. É por isso que exorto o povo da Guiné-Bissau a não deixar que os políticos prolonguem a crise infinitamente." Olesegun Obasanjo, ex-chefe de Estado da Nigéria e enviado da CEDEAO
OPINIÃO: "Avé, manifesto!"
"Bom dia, Aly
Antes de mais, aproveito felicitar-te e encorajar-te, mais uma vez, pelo teu patriotismo e empenho com a causa do teu/nosso país. O objectivo deste meu artigo, é por uma lado, felicitar os autores da petição que reclama o retorno dos exilados políticos guineenses, ex-governantes, que se encontram constrangidamente retidos no estrangeiro e sem esperanças ou sinais concretos da parte do actual regime, que vislumbrem intenções a curto ou médio termo de promoverem o regresso desses ilustres cidadãos à pátria, ao pais pelo qual se sacrificaram e renderam louvados serviços.
E, por outro lado, e de passagem, endereçar-te concomitantemente, o meu sentido obrigado, mais uma vez pelo teu patriotismo abnegado, ao aceitares, através do teu prestigiado blog servir de plataforma a essa reivindicação de relevante acção de cidadania.
A esta louvável iniciativa que se dirige de forma clara e elucidativa a todos os filhos da Guiné-Bissau, deve patrioticamente interpela-los sobre a situação que se vive hoje no pais que, pela constância e vivência dos factos e actos deploráveis com as quais quotidianamente as nossas instituições ofertam aos guineenses, em particular, acções transloucados da parte da mais alta Magistratura da Nação.
Este manifesto, reveste-se no contexto actual, de maior relevo e pungência interpelativa da consciência colectiva guineense, hoje à mercê de gente eivados de ingratidões, traições, para com aqueles que outrora bem lhe serviram.
O manifesto em traços gerais, demostrou com clareza e constância, o que os hipocritas e os politiqueiros oportunistas e sem ocupação do nosso pais tendem a negar e denegrir. Existem na realidade, factos e acções de inegáveis relevância postulados em obras concrectas cuja traçabilidade e evidência não permitem escamotear a verdade.
Ha que admitir, o homem politico Carlos Gomes Junior, vulgo Cadogo, tem a sua estrela, tem a sua boa sina para o pais e, tem acima de tudo liderança. Liderança incontestável que, contra ventos e marés, bem ou mal pôs ao serviço do seu pais e do povo da Guiné-Bissau.
Creio mesmo que, foram essas valências de resultados e liderança, associado ao seu arreigado nacionalismo e fervoroso soberanista, foram os principais factores que ligados a pretensos legados nacionais obscurontistas e sectarista, que o levaram, a ser purgado da lide politica nacional, vendido e postergado a favor dos interesses estrangeiros da sub-região. Todo o mundo sabe que, caso Cadogo fosse presidente daria continuidade à promoção do desenvolvimento para o pais, tal como fez enquanto foi Chefe de Governo.
Cadogo seria o presidente que defenderia intransigentemente a soberania e os interesses nacionais e não se curvaria facilmente aos interesses subreginais, cujos certos paises regionais, nos querem dominar e subordinar. Por isso, hoje entende-se perfeitamente porque razão Cadogo era incomodo e a todo preço e sacrifício alguns países da sub-região principalmente, para a troika constituída pelo Senegal, a Costa do Marfim e o Burkina Faso não queriam que ele fosse eleito presidente da Republica nas eleições interrompidas de abril 2012.
Inventaram-se tantas mentiras, tantas calunias para se livrarem de uma sombra que, apesar de tudo, dava conforto e esperança aos guineenses e prometia dias melhores..., infelizmente, pactuaram com o caos e impingiram-nos um caso clinico sem retorno e com consequências imprevisíveis para o pais.
Em tudo isto, não deixarei de atirar uma pedra aos telhados da comunidade internacional, organismos internacionais e sub-regionais (NU, UA, CEDEAO, CPLP, UE, ONUDH etc) que, sem distinção, ficaram impávidos e sereno decorridos quase sensivelmente quatro anos sobre os acontecimentos dramáticos de 12 de abril, nada fizeram de relevante quanto à barbarie cometida.
Mais: nada fizeram, para com o cidadão Carlos Gomes Junior, quer quanto à pertinente questão regresso (em segurança) ao seu pais, tão menos se inteiraram, como ele vive, melhor sobrevive, porquanto apátrida, sem meios de trabalho, sem acesso aos seus bens e direitos e sem poder gerir e defender os seus interesses nos seus negócios e parcerias, longe da família, pior ainda longe das populações que com abnegação e patriotismo sempre serviu.
Se ha uma boa acção com a qual me comprometo e me empenharei a fundo, é esse manifesto, tanto mais que, cada dia que passa sentimos a sua falta
Bem hajam"
ALÔ, DAQUI TORRE DE CONTROLE: Quando o PR guineense JOMAV chegou ao aeroporto de Bissalanca, o avião que transportava o ex-chefe de Estado da Nigéria estava já a rolar. Então, pediram à torre que mandasse o avião para trás...e assim foi! Apenas para pedir desculpas pela infeliz frase: "ESTOU FARTO DA COMUNIDADE INTERNACIONAL!" Que vergonha...AAS
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016
EXCLUSIVO DC/CRISE POLÍTICA: OBASANJO ABANDONOU A SALA
O general Olesegun Obasanjo, enviado da CEDEAO para servir de mediador da crise política guineense despontada pelo presidente da República, José Mario Vaz, perdeu a paciência com JOMAV que se mostrou hoje bastante irritado na reunião que manteve com este na presença da comunidade internacional residente no país.
E o PR não poupou nas palavras: "Estou farto e bastante chateado com a comunidade internacional, que tem alimentado este problema em vez de o resolver de uma vez por todas", disse, zangado o presidente guineense.
Depois desse discurso inflamado, Obasanjo pediu licença, levantou-se e abandonou a sala onde decorria o encontro. Ficaram todos pasmados e não era para menos. O general não iria aturar tamanha falta de respeito (fez o mesmo ao Kumba Yalá...)
A seguir, coisa nunca vista no nosso país: José Mário Vaz, presidente da República da Guiné-Bissau, em pessoa, ciente da embrulhada em que se meteu e do turbilhão que ali viria com esta grande desfeita, deslocou-se rapidamente ao aeroporto Osvaldo Vieira... para pedir desculpas ao general! AAS
ACIDENTE GRAVE: O acidente presidencial contado por quem o viveu
Segundo uma fonte do DC que vinha na comitiva do presidente da República, José Mário Vaz, sempre que saiam de Calequisse (terra-natal do PR), tomavam a via principal aeroporto/Bissau. Contudo, desta vez, a segurança aconselhou o PR a entrar em Bissau por trás, ou seja, chegando ao aeroporto tomam a estrada via São Paulo.
Dali, o plano da segurança era seguirem a nova estrada que vai dar ao cemitério de Antula e dali até ao prédio dos antigos combatentes. Depois, era só apanhar a via que vai dar ao antigo estado maior das forças armadas e descer por Santa Luzia até ao palácio.
Acontece que, quando estavam a chegar à zona de São Paulo um carro da escolta despistou-se e foi chocar com outros carros, também da comitiva, o que culminou em ferimentos muito graves, pés e braços partidos, a vários elementos da segurança e deixou vários carros bastante danificados. AAS
TERRORISMO/NOTÍCIA DC: Quinhamel na mira
A distracção provocada pela 'crise política', tem facilitado o surgimento de células terroristas na Guiné-Bissau. Ao Ditadura do Consenso, fonte da Interpol confirma as suspeitas que, em surdina, vagueiam por Bissau.
"Está provado que existem mesquitas em Bissau, fundamentalmente, e no interior com gente comprometida com a causa terrorista" - revelou uma fonte da Interpol ao Ditadura do Consenso. Mas também suspeitam de estrangeiros: "Europeus de origem belga."
O ponto vermelho no mapa indica a localidade
As suspeitas vão para o Boko Haram, e a Gâmbia, o novo Estado Islâmico africano e único aliado do PR guineense JOMAV na sub-região - faz a ponte. "Recrutam, formam e treinam" jovens guineenses, "na sua maioria de origem muçulmana, mas não só."
A Interpol suspeita mesmo de "campos de treino na área de Quinhamel", na região de Biombo. A vila é a capital da região e tem cerca de 37 mil habitantes. AAS
ÚLTIMA HORA/NOTÍCIA DC: O General Obasanjo acabou de sair da Presidência da República, estava visivelmente irritado e tudo indica que o ex-chefe de Estado nigeriano vai abandonar Bissau ainda esta noite. Segundo fonte da Presidência, o PR Jomav insiste no parecer enviado de Portugal, e na providência cautelar do infeliz juiz Lassana Camara. AAS
PETIÇÃO PELO REGRESSO DOS EXILADOS
Assine o MANIFESTO
Carlos Gomes Júnior, Raimundo Pereira e demais cidadãos guineenses ainda no exílio devem regressar à Guiné-Bissau, a sua Pátria! Com esse objectivo, apresenta-se este Manifesto a ser subscrito por guineenses, de nascimento ou de coração.
Guineense que trazem consigo o desejo de paz e de estabilidade para o seu País. Guineenses que querem que o seu País seja uma terra que recorda e acolhe quem alguma vez lhe fez bem, que seja o porto de abrigo de todos os seus filhos no momento do regresso. Sim, porque a Guiné-Bissau não deve ser de alguns,mas sim de todos!
O golpe de estado de 12 de Abril de 2012 obrigou a que, num clima de perseguição e de terror, alguns membros do Governo legítimo que estava em funções, bem como outros políticos que se manifestaram contra o golpe tivessem de abandonar a sua Pátria, as suas famílias e as suas casas e procurassem acolhimento em países amigos. Foi em janeiro de2009 que Carlos Gomes Júnior então Presidente do PAIGC foi empossado como Primeiro-Ministro do Governo que liderou até ao golpe de estado de 12 de Abril de 2012.
Durante o seu Governo, a Guiné-Bissau conheceu um período de estabilidade, desenvolvimento e progresso. Todos os dias era visível o desenvolvimento sustentável, sectorialmente equilibrado, socialmente justo e internamente articulado em que se apoiava a condução das políticas do nosso País. O Governo de Carlos Gomes Júnior deixou a sua marca. Na área das infra-estruturas, tivemos o País em renovação.
Lançou-se a construção de:
•Estrada Mansoa-Farim;
•Estrada Buba-Catió;
•Estrada Quebo-Cacine
Foi ainda inaugurada a nova avenida de ligação ao aeroporto a Centro da Cidade Capital, que passou a designar-se de Avenida dos Combatentes de Liberdade da Pátria, no meio de uma emoção generalizada de quem via finalmente sinais de progresso e de modernidade.
Também ainda a construção do edifício do Palácio do Governo, que permitiu a concentração no mesmo espaço de ministérios e serviços públicos dispersos, que passaram a partilhar recursos e que, ao ser encurtada a distância relativamente ao centro do Governo, foi sinónimo de uma racionalização de meios e de circuitos, a todos os títulos louvável. Refira-se, também a construção do Hospital Militar Amizade China-Guiné-Bissau, e muitos outros projectos, deixados concluídos e a funcionar.
A própria rede bancária emergiu com força e solidez, viabilizando e dando confiança ao envio de remessas por parte de emigrantes. O tecido empresarial ganhou novo ânimo com os apoios à criação de empresas. Estabeleceram-se acordos com países acolhedores da diáspora guineense, designadamente com Portugal, com vista à paridade de tratamento, como a situação das cartas de condução.
E o que dizer da Reforma da Administração Pública e da Reforma das Forças de Segurança? A primeira foi deixada concluída em cada detalhe e pronta a ser implementada, de modo a tornar a Administração Pública uma prestadora de serviços de qualidade e um fator de desenvolvimento económico e social; a segunda ficou também já iniciada e em desenvolvimento.
Quem não se lembra do recenseamento biométrico da administração pública?! E da eliminação dos “fantasmas”? Tudo à custa de muito trabalho, de muito controlo, para que a opacidade das contas, a gestão fraudulenta, o amiguismo nas nomeações, o descontrolo das admissões fossem passado e jamais regressassem. Mas toda esta forma de estar mexia com os interesses de quem não quer o progresso, de quem quer que o povo continue na miséria para mais facilmente ser dominado. E, infelizmente, o golpe de estado fez com que tudo retrocedesse.
A governação de Carlos Gomes Júnior deu credibilidade à Guiné-Bissau no plano nacional e internacional, por força da competência e da honestidade do seu Governo. Mas, além disso, a governação de Carlos Gomes Júnior devolveu a esperança ao povo da Guiné, mostrou-lhe que o desenvolvimento era possível, que a Paz nascia do progresso. Urge que a Guiné-Bissau passe para o mundo a imagem da tolerância que caracteriza o seu Povo, que apregoe bem alto, através do exemplo, que:
- Respeita - consagrando na sua Constituição da República - os direitos e liberdades fundamentais dos no que se refere à sua livre circulação. - Nenhum cidadão nacional pode ser expulso do seu país.
- Todo o indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
Com um Presidente da República e um Governo democraticamente eleitos, estão reunidas as condições para que estes compatriotas que tanto têm para dar ao seu país possam voltar para as suas famílias, para as suas casas, para a sua Pátria, para o Povo guineense.
Dizia Amílcar Cabral que “O importante não é sermos fortes, é sentirmo-nos fortes”. Com Amílcar Cabral aprendemos a ser fortes, a sentirmo-nos fortes e a construir um forte País que queremos. É tempo de dizermos basta à instabilidade e à arbitrariedade e lançarmo-nos na construção de uma sociedade justa e igualitária que faça da Guiné-Bissau o país visionado por Amílcar Cabral! Compatriotas!
O momento exige de todos nós uma tomada de posição. Exige que defendamos o nosso País, a nossa Pátria! Exige que, através da nossa acção, impeçamos que os direitos e liberdades consagrados na nossa Constituição sejam atropelados.
Exige que, através de uma mera assinatura, exerçamos o dever cívico e irrenunciável de construirmos o futuro do nosso País e de darmos um futuro aos nossos filhos. Sejamos solidários para com os compatriotas ainda no exílio, exigindo que os órgãos de soberania nacional do nosso País assumam publicamente o compromisso de os acolher e de lhes dar a necessária protecção. Assinemos o presente Manifesto.
JUIZ FERADU: Afinal, Lassana Camara não foi o autor do famoso texto...o mesmo, soube do DC de fonte fidedigna, foi encomendado pelo director do gabinete do PR a alguns juízes 'incomodados' em Lisboa. Mais: até sexta-feira, o escrivão não tinha distribuído nada a nenhum juiz...mas o grupo dos 15 já o tinham a ponto de o exibirem num dos comícios no leste do país. Mentira tem perna curta! AAS
OPINIÃO AAS: JOMAV perdeu esta batalha e… todas as outras batalhas
Ao demitir o governo de Domingos Simões Pereira, José Mário Vaz, Presidente da Guiné-Bissau apresentou basicamente dois argumentos: a corrupção e a perda de confiança política no Chefe do Governo.
Em relação ao primeiro argumento, não só foi incapaz de provar qualquer acto de corrupção do governo demitido como se recusou a colaborar com a Comissão de Inquérito criada pela ANP para averiguar as suas acusações.
Quanto ao segundo argumento, pode-se dar o benefício da dúvida na sua avaliação, já que a Constituição dispõe que o Primeiro-ministro é politicamente responsável perante o Presidente da República e a interpretação de quebra de confiança política é meramente subjectiva.
Contudo, diante de sérias dúvidas quanto à bondade destes argumentos, um leque enormíssimo de vozes, quer dentro quer fora do país, tentaram em vão demover o Presidente da República da sua intenção de demitir o governo de DSP com o receio de que o acto político poderia ameaçar a concretização dos fundos prometidos na mesa redonda de Bruxelas e recolocar o país numa nova espiral de instabilidade política.
Jomav ignorou todos os apelos vindos de vários partidos políticos, da sociedade civil, dos líderes religiosos e tradicionais, do presidente senegalês Macky Sall, do seu homólogo Alpha Condé, do secretário-geral da ONU Ban Ki Moon, e de tantos outros.
Ao preservar na sua determinação de derrubar o governo de DSP (coisa que durante a campanha eleitoral jurara a pés juntos que nunca iria fazer), Jomav avocou a si o ónus da estabilidade política.
Isto é, assumiu o risco de que, a partir daquele momento, ele seria o único responsável pela estabilidade política na Guiné-Bissau. O risco era elevado, mas a perseverança de Jomav fazia pensar que ele sabia o que fazia e tinha o controlo da situação. Estava enganado ou deixou-se enganar.
O seu plano falhou redondamente. Desde 12 de Agosto de 2015 que o país entrou num ciclo de instabilidade política absolutamente desnecessário e não consegue sair dele – dois meses sem governo, nomeação de um governo inconstitucional, anulação do acto pelo STJ, nomeação de um governo incompleto (há quatro meses sem Ministro da Administração Interna e Ministro dos Recursos Naturais), transferência da luta política para o Parlamento, disputas sobre aprovação ou rejeição do programa do governo, actos de vandalismo no Parlamento, disputas nos tribunais, etc.
Perante tudo isto, o presidente parece ter sido apanhado num turbilhão inesperado que ultrapassa a sua capacidade de reacção. Ele, que é suposto ser o árbitro de todo o processo político já deixou transparecer que não tem uma porta de saída airosa para a crise por si criada.
De comunicados inoportunos e mal articulados da Presidência da República a iniciativas tardias e frouxas de diálogo político, Jomav cimenta a cada dia que passa a impressão de que fez o país refém de propósitos mesquinhos e não sabe o que fazer para o tirar do imbróglio em que o meteu.
Constitucionalmente Jomav ainda tem armas para resolver o problema. Só que essas armas viraram armas de arremesso. Para voltar a derrubar o governo terá que fornecer uma boa justificação (algo que não tem) e o resultado será sempre voltar a entregar o poder ao PAIGC. Neste cenário, Jomav sofreria um sério desgaste político e consolidaria a sua imagem de factor de instabilidade política.
Se dissolver o Parlamento, baralha todo o jogo mas ele próprio entrará na disputa eleitoral. Perante tudo o que está a acontecer, ninguém no seu mais perfeito juízo colocará a hipótese de que se possa clarificar o jogo político sem que o próprio Jomav vá às eleições. Este é o seu grande dilema hoje: a derrota, amanhã.
O que lhe resta? Pouca coisa. Jomav está cada vez mais isolado e o seu capital político erodiu dentro e fora das nossas fronteiras. Os populares não o respeitam; os músicos atiram toda a ira nacional contra ele em canções extremamente agressivas e desrespeitosas; os blogues vilipendiam-no diariamente.
O homem vive num absoluto hermetismo, reflexo da sua incapacidade de lidar com as populações. Nos seus dois anos como Presidente da República não visitou uma única região do país.
O seu único vai vem é entre o Palácio luxuosamente pago por terceiros e Calequisse, uma vila no meio de nenhures, sem uma única estrada. Os seus pares da sub-região não querem tratar com ele; internacionalmente, está muito mal visto (um alto funcionário das Nações Unidas comentou em tempos que nunca nos seus 24 anos na ONU tinha visto um Presidente da República que perdeu credibilidade internacional em tão pouco tempo).
A pergunta que muitos fazem agora não é se Jomav vai ter um segundo mandato, mas sim se vai terminar este. Em todo o caso, se conseguir terminar este, poderá agradecer aos deuses (ou aos Irãs em que muito acredita) de ter tido essa sorte. AAS
OPINIÃO: José Mario Vaz, a tristeza do vazio, da nulidade e da hipocrisia absoluta
Durante a campanha eleitoral para a eleição presidencial de 2014 e sobretudo nas primeiras semanas e meses após de ter sido eleito presidente, a cada vez que se encontrava no estrangeiro, principalmente em Portugal, o principal slogan público de José Mario Vaz, andava sempre à volta do convite aos emigrantes guinnenses a regressar ao país.
Podia-se pensar que o homem sabia do que estava a falar, podia-se pensar que o homem sabia o que implica para milhares de imigrantes refazerem o caminho do regresso, neste mundo onde onde a oportunidade de obter uma autorização de residente no estrangeiro é tão rara. Mas agora nos damos conta de que afinal o homem utilizava um simples slogan, mas totalmente vazio de conteúdo, desprovido da mínima consciência por parte do autor do slogan.
E o cúmulo da hipocrisia de José Mario Vaz neste aspecto aconteceu logo depois da Mesa Redonda de Bruxellas. Antes de prosseguir mais longe, deixem-me lembrar aos guinnenses que José Mario Vaz nunca desejou o sucesso da Mesa Redonda preparada pelo governo de Domingos Simões Pereira.
Antes da sua realização, ele nunca se pronunciou publicamente pelo seu sucesso, aliás bem pelo contrário, tentou sabotear o seu eventual sucesso a cada vez que se pronunciava públicamente, criticando a “má divida” (na sua linguagem de economista de meia tigela) que o governo de DSP se preparava a contrair.
ão sabe José Mario Vaz, que jà foi Ministro das Finanças, que em matéria de dividas contraídas seja de maneira bilateral ou multilateral, que uma parte importante e provávelmete a maioria destas dívidas assim contraídas por um país como a Guiné-Bissau, numa circunstancia tão histórica e exceptional como a desta Mesa Redonda, podem ser sujeitas a perdão parcial ou total se o desempenho do governo na execução dos projectos for exemplarmente positivo? Mas óbviamnte que para o traidor da pátria e do povo que o elegeu estas considerações não contam para nada.
Aliás ficou claro que José Mario Vaz se deslocou até Bruxellas para assistir à Mesa Redonda, só porque o Presidente do Senegal, o senhor Macky Sall decidou marcar pessoalmente a sua presença neste acontecimento importante para a Guiné-Bissau, movido pelo sincero desejo de advogar pelo nosso país.
traidor José Mario Vaz não tinha então outra saída que de fingir participar na Mesa Redonda, fingir interessar-se pelo bem do seu país, enquanto que na verdade isso nunca foi o seu propósito. Aliás ele recusou uma oferta do Presidente do Senegal para regressarem juntos e sem dúvida aprofundarem a discussão sobre o sucesso e as perspectivas futuras da Mesa Redonda.
ara um Chefe de Estado digno deste título, quero dizer que seja um verdadeiro homem de estado, e que se preocupa realmente com o desenvolvimento e o bem estar do seu país, José Mario Vaz devia, em acto de reconhecimento e de gratidão, aceitar a oferta do Presidente Macky Sall de viajarem juntos de volta, sendo o Presidente Macky Sall o único Chefe de Estado estrangeiro que se dignou marcar a sua presença pessoal nesse importante evento para a Guiné-Bissau. Aliàs é a mesma ingratidão e o mesmo desprezo que ele manifesta hoje para com o P.A.I.G.C. , que o escolheu como seu candidato apesar de ter sido encarcerrado por roubo, libertado sob condição e estar à espera do julgamento.
Mas voltando ao tema do cúmulo da hipocrisia do JOMAV depois do sucesso da Mesa Redonda. O JOMAV apareceu pois em Lisboa todo risonho (os dentes não têm sangue), dizendo publicamente aos emigrantes guineeses que exibiam logicamente muito entusiasmo e optimismo, para não hesitarem em regressar ao país depois deste sucesso da Mesa Redonda porque “...na minha qualidade de Presidente sou o garante da estabilidade, etc, etc”.
s imgens de arquivo do Repórter África là estão para quem quizer tirar a prova dos nove. “...na minha qualidade de Presidente sou o garante da estabilidade...”, entenda-se da estabildade necessária para a implementação dos programas apresentados na Mesa Redonda. Agora aqui vai a pergunta: É esta a estabildade que José Mario Vaz prometeu específicamente aos emigrantes guineenses nesse dia em Lisboa (e por extensão a todo o povo guinnense), estabilidade que ele disse ser o seu dever de garantir na sua qualidade de Presidente da República? Para que os ditos emigrantes (não só de Portugal mas por extensão de todas as outras zonas geográficas) possam regressar ao país e beneficiar do sucesso da Mesa Redonda? ...... A indecência do espírito traidor deste homem ainda não acabou de surpreender. (....continua)
Cidadão Atento.
Histórias de um ex-PGR
José Mário Vaz, PR da Guiné-Bissau, na sua saga e luta contra o presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira, montou um plano maquiavélico e sórdido para prender uma pessoa com o pretexto da reabertura de um processo em que essa pessoa já tinha sido julgada.
O PGR questionou a legalidade de tal medida e recusou. O PR manda chamá-lo e com base em ameaças tipo "eu é que nomeio e demito!", tentava intimidar o PGR. Esse respondeu fria e calmamente que o PR podia muito bem fazer o que entendesse, mas manteria a sua palavra: "Recuso ser o patrocinador dessa querra política."
"Nesse dia" - confidenciou depois o PGR - "desmontei toda equipa restrita escolhida por mim, para acompanhamento das investigações em curso." E desabafou: "Se este homem não for parado a tempo, não sei onde vamos parar." AAS
Subscrever:
Mensagens (Atom)