terça-feira, 29 de setembro de 2015

GUINÉ-BISSAU: Petróleo com potencial


O estudo independente encomendado pela CAP Energy a uma consultora francesa relativamente à exploração de petróleo na costa da Guiné-Bissau "confirmou não só o potencial [dos blocos], como parece estar acima das expetativas", anunciou a empresa num comunicado ao mercado.

"Os diretores estão muito contentes, não só com o potencial do Bloco 5B, que foi confirmado, mas também parece estar acima das expetativas iniciais", lê-se no comunicado enviado pela CAP Energy, que explora petróleo nos blocos 1 e 5B na costa da Guiné Bissau em parceria com a Atlantic Petroleum Guinea-Bissau Limited, uma subsidiária da Trace Atlantic Oil.

No comunicado, explica-se que foi pedida à francesa Beicip-Franlab, uma subsidiária do Instituto Francês do Petróleo, uma interpretação independente relativamente à informação sísmica obtida durante este ano, já depois de outro estudo encomendado pela empresa.

A interpretação da empresa francesa "oferece uma quantificação dos recursos prospetivos estimados no Bloco, baseado na história geológica e informação geofísica, incluindo informação regional dos poços" petrolíferos. O estudo da empresa detalha um aumento da prospetividade do Bloco 5B, quando comparado com o relatório feito em julho do ano passado pela Gas Mediterraneo & Petrolio. Lusa

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

ONU: Guiné-Bissau, os oceanos e as missões de paz em foco no encontro do PR português com Ban Ki-Moon


A situação na Guiné-Bissau, os oceanos e a participação de Portugal em missões de paz internacionais foram os temas debatidos no encontro do Presidente da República com o secretário-geral das Nações Unidas, segundo fonte diplomática.

O encontro, de cerca de 20 minutos, aconteceu ao final da tarde de segunda-feira na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, depois do chefe de Estado português, Aníbal Cavaco Silva, ter participado na abertura da 70.ª sessão da Assembleia-Geral da organização.

De acordo com fonte diplomática, sobre a situação na Guiné-Bissau, o Presidente da República sublinhou os esforços que Portugal tem feito para encorajar um maior diálogo entre as partes e os atores políticos, no respeito da vontade que o povo daquele país africano expressou nas urnas. Lusa

ÚLTIMA HORA/CHOVE-NÃO-MOLHA: O PRS volta à mesa das negociações esta terça-feira. Tudo indica, de acordo com fontes do DC, que as divergências estão ultrapassadas. A razão da discórdia prendia-se com o 'modus fazendi', que ficou ultrapassado esta noite. AAS

ÚLTIMA HORA


O PRS não fará parte do Governo nas condições apresentadas pelo novo Primeiro-Ministro, Carlos Correia. AAS

FUTEBOL/FORMAÇÃO: Conheça em pormenor a Academia de Futebol 'Demba Sanó'


"A Guiné Bissau anda na boca do mundo futebolístico. É impressionante a presença de empresários e olheiros de clubes da Europa à procura de novos talentos. Confesso que às vezes fico preocupado com esta ilusão. O mítico Estádio Lino Correia tornou-se numa autêntica feira para leilão de jogadores e as academias crescem a velocidade de cruzeiro…"

Catió Baldé, Player Agent - Visite o sítio AQUI

Conheça a academia AQUI

Catiosport é a presença digital de todos os jogadores profissionais representados pela CB Nafricatalentssport, uma empresa de gestão de carreira de jogadores profissionais de futebol, cujo fundador e principal impulsionador é o Players Agent Catió Baldé. O autor do Projecto é o arquitecto Guineense, João Raul.


O empresário/agente e o seu jogador âncora, Bruma

Terra Ranka: PR recebe hoje a lista dos ministeriáveis. Continuidade, é a aposta - e haverá surpresas.. AAS

domingo, 27 de setembro de 2015

Tribunal de Contas dá à costa...


O Tribunal de Contas (TC) da Guiné-Bissau entregou hoje pela primeira vez ao Parlamento pareceres sobre as finanças do Estado, anunciou o presidente da instituição. Os documentos foram entregues por Vasco Biague, presidente do Tribunal de Contas, ao líder do Parlamento, Cipriano Cassamá.

Vasco Biague assinalou que "por enquanto" o Tribunal limitou-se a emitir pareceres e recomendações sobre as contas do Estado de 2009 e 2010, mas que, no futuro, poderá realizar auditorias caso sejam detetadas irregularidades. O responsável do Tribunal de Contas guineense adiantou terem sido remetidas ao Parlamento "várias recomendações" para a melhoria da gestão das finanças públicas, nomeadamente ao nível do património do Estado e da divida pública.

"Hoje em dia ninguém controla o limite do endividamento público. Se formos perguntar, inclusive ao ministro das Finanças, qual é o limite da dívida pública face ao Produto Interno Bruto (PIB), ninguém sabe", defendeu Vasco Biague. Para o presidente do Tribunal de Contas, os procedimentos quanto ao endividamento público na Guiné-Bissau devem ser mudados.

"Uma das constatações do Tribunal de Contas é de que há uma situação completamente errática em matéria de gestão da dívida pública, que não é centralizada no departamento concreto, no Ministério das Finanças. Isto é grave", vincou Vasco Biague. O presidente do Parlamento, Cipriano Cassamá, garantiu ao presidente do TC que irá analisar as recomendações e "no momento oportuno" convocar o Governo para uma apreciação às sugestões.

O Tribunal analisou ainda as contas nas vertentes da receita, despesa, procedimento orçamental, tesouraria do Estado, Segurança Social, entre outros aspetos. No geral foram apresentadas mais de 100 recomendações visando a melhoria da gestão das Finanças Públicas, notou Vasco Biague, que promete uma análise exaustiva às contas de fundos das empresas públicas e de entidades autónomas que gerem dinheiro público. Lusa

Help!


A Guiné-Bissau pediu na noite de sábado nas Nações Unidas aos seus parceiros e doadores para implementarem as medidas no país decididas em março passado em Bruxelas, numa altura em que o país está novamente numa crise política.

O embaixador do país lusófono junto da ONU, João Soares da Gama, que substituiu o Presidente da República, José Mário Vaz, na Cimeira das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, pediu "aos parceiros e amigos para ficarem com a Guiné-Bissau" e "honrarem os seus compromissos", implementando "o que foi acordado pela Mesa Redonda de Doadores do país decidido em Bruxelas no passado mês de março".

João Soares da Gama adiantou ainda que a Agenda 2030 é essencial "para um país que tem estado em instabilidade durante muito tempo" e que se encaixa no plano de desenvolvimento estratégico da Guiné-Bissau, o "Terra Ranka" até 2025.

Este plano, que tem como objetivo "uma reviravolta de três décadas de pobreza e instabilidade", segundo João Soares da Gama, vai permitir "uma transformação positiva em dez anos numa aposta da estabilidade política, desenvolvimento e preservação da biodiversidade".

Para o embaixador da Guiné-Bissau na ONU, a Agenda 2030, juntamente com o plano do país, vai permitir "uma visão de desenvolvimento, uma grande reforma da Justiça, Defesa e Segurança, bem como uma modernização das instituições do Estado para reforçar a democracia e a coesão social, mantendo assim a paz necessária que promova o desenvolvimento económico e tire o nosso povo da pobreza"

João Soares da Gama comprometeu-se em adotar a Agenda 2030, mas foi avisando que o país "não o pode fazer sozinho", acrescentando que os parceiros "são necessários a bordo com todo o empenho e honestidade, como disse ontem o Papa Francisco, fazendo da Sustentabilidade, Crescimento e Desenvolvimento uma realidade".

"Depois das eleições de 2014" -continuou o embaixador da Guiné-Bissau na ONU - "O governo conseguiu aumentar a qualidade de vida da população e conseguiu um aumento do Produto Interno Bruto (PIB) de mais de 5% num período de um ano com as suas reformas económicas".

Ainda antes do discurso, João Soares da Gama prometeu, em declarações à Rádio ONU, a criação "de uma comissão interministerial para a implementação" da Agenda 2030, acrescentando que a erradicação da pobreza continua a ser uma prioridade para a Guiné-Bissau, tal como prevê o novo conjunto de metas globais adotado nas Nações Unidas.

RTP-NOTÍCIA

sábado, 26 de setembro de 2015

Cipriano Cassama, presidente da ANP: "Urgente mobilizar sinergias"


O presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP) da Guiné-Bissau disse ser «prioritário e urgente a mobilização de sinergias para o restabelecimento da confiança entre os titulares dos órgãos de soberania».

No discurso no hemiciclo guineense alusivo ao 42.º aniversário da independência nacional, que se comemorou esta sexta-feira, Cipriano Cassamá afirmou que «o tempo que durou a crise política e as dificuldades encontradas na sua resolução demonstram como a degradação do nível de confiança entre os órgãos de soberania tem prejudicado o país».

«As zonas obscuras, as diferenças no entendimento e a interpretação dos preceitos constitucionais, relegam-nos para a necessidade de proceder a uma limpeza das zonas de confronto», assinalou Cipriano Cassamá. Lusa

33


O novo Governo da Guiné-Bissau terá 33 membros entre ministros e secretários de Estado e será apresentado ao Presidente do país no início da semana, disseram à Lusa fontes do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

A orgânica do Governo foi determinada na reunião do ´bureau´ político (órgão de decisão) que terminou na última madrugada após mais de sete horas de debate.

A saída da reunião, o líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, limitou-se a confirmar que a proposta com os nomes e a orgânica do novo Governo serão apresentados ao Presidente do país, José Mário Vaz, "logo no início da semana".

Confirmou também que o novo executivo terá uma composição diferente daquele por si presidido e que foi demitido a 12 de agosto pelo chefe de Estado, mas escusou-se a adiantar o número de pastas e a própria orgânica.

Outras fontes do PAIGC indicaram à Lusa, entretanto, que o novo Governo terá 33 membros, entre ministros e secretários de Estado e que alguns ministérios que antes estavam juntos vão ficar separados.

O Governo liderado por Domingos Simões Pereira contava com 30 elementos.

O líder do PAIGC adiantou que o ´bureau´ político mandatou a direção do partido e o novo primeiro-ministro, Carlos Correia, para iniciarem as conversações com as outras forças políticas e sociais para integrarem o Governo.

O PAIGC e o PRS (Partido da Renovação Social), segunda maior força no Parlamento, devem iniciar as conversações para que os seus elementos possam integrar o Governo, disse Simões Pereira. lusa

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

LIVRO/OPINIÃO: A desesperança no Chão da Guiné-Bissau


Aos guineenses, na terra e na diáspora, e aos numerosos amigos da Guiné-Bissau dedicou Tony Tcheka (pseudónimo de António Soares Lopes Júnior) o seu livro "Desesperança no chão de medo e dor", em Setembro lançado na Alemanha e em Portugal e que em Outubro o deverá ser na própria cidade de Bissau.



Inspirado na palavra do escritor uruguaio Mário Benedetti, segundo a qual um homem não se deve render, nem ceder, o autor de "Noites de Insónia na Terra Adormecida" e de "Guiné Sabura que Dói", surgidos respectivamente em 1996 e em 2008, entregou-nos mais 50 poemas, em português e em crioulo, para nos falar de uma Guiné-Bissau maltratada, onde por vezes nem sequer há energia eléctrica, nem água potável, a correr das torneiras.

Tony Tcheka, que já foi director do jornal "Nô Pintcha" e correspondente tanto da BBC como do jornal PÚBLICO, de Lisboa, tenta, pela poesia, libertar-se da tão grande desesperança que ameaça os naturais da Guiné-Bissau, 42 anos depois de terem proclamado unilateralmente uma independência que teima em não florir tanto quanto se desejaria.

Os seus poemas são um fruto da política menos correcta que se tem feito da terra onde nasceu Amílcar Cabral e onde foram assassinadas pessoas como o Presidente Nino Vieira.

Neste livro, ilustrado por Ismael H. Djata e editado pela Corubal, de Bissau, notamos bem que o medo é o "traje que veste a alma" da Guiné-Bissau, onde ainda em Agosto o Presidente José Mário Vaz decidiu afastar o primeiro-ministro Domingos Simões Pereira e promover um Governo que só se aguentou 48 horas , até finalmente ser chamado como novo primeiro-ministro o veterano Carlos Correia.

"O tempo passa./amassam-nos/bloqueiam as artérias/mantendo-nos fora/do espaço dos ponteiros do tempo./e o tempo passa ./e nós a sobra do prato vazio/definhámos...".

O tempo vai passando; e os guineenses, resignados, desfazem-se no tempo que passa e ficam como náufragos, na terra adiada.

Urge encontrar a canoa que leve a bom porto o povo guineense. É o que parece dizer-nos Tony Tcheka, de 63 anos, que já tem sido referenciado na França, no Brasil, na Alemanha e no Reino Unido.

O livro de que desta vez aqui falamos inclui textos que sobre o poeta em questão escreveram Odete Semedo, Robson Dutra Unigranrio, Maria Estela Guedes, Arlinda Mártires Nunes, Moema Parente Augel e J. Adalberto Campato.

Jorge Heitor

Ponham ordem na Guiné-Bissau. Ponham cada macaco no seu galho...AAS

O dia depois de o Presidente ter jantado sozinho. Ou quase.


A organização do jantar de gala oferecido ontem pelo presidente da República, José Mário Vaz, viu-se às aranhas e o protocolo de Estado esteve em pulgas e às apalpadelas. Ao DC, um dos convivas confidenciou: "Só para teres uma ideia, dos convidados ao jantar do Presidente da República, apenas 2/3 apareceram. Muito diferente do concorrido jantar do ano passado..."

O jantar aconteceu ontem, dia 24, por ocasião do 42º aniversário da independência da Guiné-Bissau. A desgraça, porém, continua. "Deputados, só meia dúzia (em 100!!!) apareceram...corpo diplomático acreditado em Bissau (perto/mais de uma centena) idem aspas."

Então tentaram outra táctica. Fazer de conta que a hora do País recuara 2 horas..."Os organizadores, aflitos, ainda atrasaram o jantar para ver se chegava mais gente, mas ninguém apareceu. Foi no mínimo constrangedor..
", contou ao DC. O presidente não terá gostado da desfeita, mas tratou-se de mais um recado dos representantes dos países que nos sustentam os vícios. Não há jantares grátis.

E para completar o ramalhete: "Haviam mais músicos e seguranças do que propriamente convidados." Caso para dizer, JOMAV perdeu o encanto - o que pode ser perigoso. Um Povo - e quem estes elegeram - cada vez mais distantes do 'seu' presidente, não augura nada de bom num futuro a médio prazo. AAS

Um 'fuzo' esquecido junto aos mortos do Corubal


FONTE: EXPRESSO
AUTOR: Luis Pedro Nunes

Há quase meio século que um homem espera sentado numa canoa na margem do rio Corubal. Não tem nada. Apenas a mágoa de ter sido abandonado, uma revista antiga e um velho cartão de combatente. Espera pelos antigos companheiros que o venham buscar, junto às águas que servem de cemitério para dezenas de portugueses.

Aquele rio parece calmo. Mas tem mortos e vivos que querem ser levados para cá. Em fevereiro de 1969, nove meses após ter sido nomeado governador militar da Guiné, Spínola manda retirar de Madina do Boé. Era um esforço militar inútil. Um quartel isolado a sul de Nova Lamego (hoje, Gabu), cortado por um rio, constantemente fustigado pelo PAIGC, colado à fronteira com Conacri. Essa pequena língua de terra não valia o esforço militar. Mas a travessia do rio Corubal iria ficar associada a uma das maiores tragédias militares portuguesas. E Madina do Boé seria o local onde se proclamaria unilateralmente a independência, em 1973.

Ainda hoje é uma longa e penosa viagem até à passagem do rio Corubal. De Bissau aponta-se a Leste até Gabu e é tudo alcatrão. Umas horas de viagem. Depois, em pista de terra vermelha, vira-se a sul de Conacri para Cheche. Queríamos chegar a Madina do Boé. Mais precisamente ao antigo quartel e ao monumento da independência que lá dizem existir. Mas o Corubal não quis.

Do lado de lá está a jangada que consegue transportar viaturas. Mas não atravessa porque o rio está cheio e a corrente forte de mais. Só em outubro. E o que atravessa? São canoas, escavadas a um tronco, com um remador. Levam até motorizadas, mulheres com bebés. É uma operação de risco. O remador avança furiosamente em direção a montante e é arrastado pela corrente até um ponto neutro. Depois desse ziguezague é preciso repetir a operação até conseguir chegar à margem de lá. Uns 200 metros.

É assim que se percebe o poder brutal da corrente do Corubal, que levou a vida a 47 militares portugueses na noite de 5 para 6 de fevereiro de 1969. A companhia de Caçadores 1790 já tinha percorrido os 30 quilómetros entre o quartel e a margem, com forte apoio aéreo para não ser atacada. O atravessamento do material militar e das viaturas foi feito exatamente com pirogas dessas, com lacas de madeira e um zebro de borracha a empurrar. Foram 28 viaturas pesadas, 100 toneladas de munições, três autometralhadoras e 500 homens.

Já de madrugada, na última passagem, quando a jangada vinha carregada de homens, o comandante da operação decide mandar umas morteiradas para uns alegados locais do PAIGC. Os homens a meio do rio entram em pânico por não saberem de onde vem a fogachada. A barcaça começa a cuspir homens vestidos e carregados de munições. Morreram 47. A maioria ficou para sempre naquele rio. Alguns foram enterrados nas margens.

E, contudo, há ali um que espera que o venham buscar. Está sentado numa canoa. Aliás, disse-o logo: “Sou fuzileiro especial português Silai, curso NATO, quero ir para Portugal. Estou à espera que me venham buscar.” Esta é uma das muitas histórias que se misturam em remoinho na margem do rio Corubal. Não tem nada. Ou melhor, tem mágoa por ter sido abandonado pelos seus camaradas fuzileiros. Mostra uma revista “Combatente” já muito usada com uma foto de uma reunião de antigos ‘fuzos’ da Guiné: “Somos colegas.” Esteve fugido 20 anos para não ser morto. “Andei pelo Burkina Faso.” E o Burkina é muito longe.

E chegam outras pessoas que querem contar histórias. No início, nada. Agora saem como numa nascente de água, às golfadas. Sobre a morte dos portugueses. De como nos dias seguintes à tragédia apareceram uns helicópteros e não conseguiram levantar os corpos do rio, de como durante anos aparecerem malas e objetos...

OPINIÃO AAS - JOMAV: Um problema dos diabos!


O cargo de Presidente da República, convenhamos, é um cargo importantíssimo mesmo num País chamado Guiné-Bissau.

Contudo, a ouvir o discurso do chefe de Estado guineense, ontem, no parlamento, por ocasião dos 42 anos de independência do País, vi na pessoa do José Mário Vaz uma figura completamente a leste, ou como se diz em bom português, na lua! - as usual.

Um PR que parece não saber o que se passa à sua volta, um PR perdido e aos papéis, fechado no seu casulo, orgulhosamente só, completamente confuso, obviamente baralhado. Por isso, como cidadão e eleitor, apraz-me perguntar gritando tão alto quanto as cordas vocais o permitirem:

QUEM É QUE ESCREVE OS DISCURSOS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA? QUEM É QUE LHE DÁ AS IDEIAS?

O presidente disse na assembleia que tem sido "incompreendido." Isso é gozar na cara das cidadãs e dos cidadãos Guineenses! "Todos os esforços e sacrifícios são poucos quando a tarefa é engrandecer(?!) a nossa pátria. Embora por vezes incompreendido, é nesta tarefa que estou empenhado", disse o chefe de Estado. Esta frase lembra o Salazar!!!

Já quanto ao acórdão do Supremo Tribunal de Justiça, que deitou por terra as pretensões do PR, Jomav foi ainda mais desastroso. Eis o que disse o presidente: "O poder judicial sai valorizado e vê reforçada a sua autoridade enquanto pilar do Estado de direito democrático, independentemente do juízo de mérito da sua decisão." Quanto à sua decisão de demitir o Governo de Domingos Simões Pereira, que o STJ declarou inconstitucional, Jomav chutou para canto...

Se eu fosse deputado, teria abandonado o hemiciclo.

Vem o PR dizer que a crise política criada pelo seu ego permitiu que a Guiné-Bissau desse um salto "qualitativo a nível de indicadores que regem as sociedades modernas". Francamente!!! Isto faz-me lembrar um outro nosso presidente, já falecido, o Kumba Yala e os seus livros "Os pensamentos Políticos e Filosóficos - I e II", editados pela Editora Escolar em 2003.

Há uma, apenas uma frase, que quero dedicar especialmente para o presidente da República da Guiné-Bissau, José Mário Vaz. Esta: "A liberdade mental deve ser da autoria do próprio indivíduo"...
AAS