sábado, 28 de março de 2015
Presidente da República pede a guineenses que regressem
O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, apelou hoje em Lisboa à comunidade guineense em Portugal para que considere regressar ao país e ajudar na sua reconstrução.
“Eu vim cá precisamente para apelar-vos: comecem a pensar no vosso regresso. Os riscos que vocês assumem aqui em Portugal, devem aceitar corrê-los na vossa terra natal”, declarou, num encontro com a diáspora guineense no Fórum Lisboa.
Depois de sublinhar que conhece bem os problemas dos emigrantes em Portugal, o chefe de Estado guineense acrescentou: “Não estou aqui para vos dar uma lição, estou aqui para ouvir conselhos e para vos dizer como vai a terra que vos viu nascer”. “A Guiné-Bissau é um país de oportunidades, porque nada está feito, está tudo por fazer – e 1,1 milhões de dólares é muito dinheiro”, observou José Mário Vaz, referindo-se à ajuda financeira da comunidade internacional que fez questão de agradecer.
“Muito obrigado à comunidade internacional, que nunca virou costas à Guiné-Bissau, apesar de nós não termos sido muito corretos no seu uso: dinheiro dado para comprar copos foi gasto a comprar viaturas…”, exemplificou, desencadeando o aplauso no auditório quase cheio. Salientando que “agora, a bola está do lado da Guiné-Bissau”, o Presidente classificou a atual situação do país como “uma oportunidade para os guineenses que estão em Portugal”.
“Temos uma grande responsabilidade, meus concidadãos, e cada um tem de fazer o que sabe fazer: temos bons pedreiros, bons carpinteiros, bons eletricistas, bons empresários… Não pensem em ir para a Guiné-Bissau para serem ministros, secretários de Estado, funcionários públicos”, advertiu.
“Devem regressar para concorrer com os demais para a concretização de projetos” que contribuam para “a construção do país”, porque, acrescentou, se os guineenses não aproveitarem os recursos financeiros disponibilizados pela comunidade internacional “outros estão à espera”.
José Mário Vaz explicou que “hoje, na Guiné-Bissau, o Estado é o maior empregador e não pode ser”. “O Estado não pode ser tudo, porque senão enfrenta problemas sérios; o Estado não pode criar riqueza e não pode criar emprego, isso cabe ao setor privado, e temos de ter a coragem de fazer essa reforma”, defendeu.
Instando mais uma vez os seus concidadãos a regressar, neste seu primeiro encontro com a diáspora desde que foi eleito, em junho de 2014, o Presidente guineense fê-lo na forma de pedido.
“Eu vou pedir: temos de limpar essa mágoa, esse ódio que está no interior dos guineenses; devemos esquecer o passado e olhar para o futuro, para a construção do país”, insistiu, recordando ser sua ambição “contribuir para a mudança radical da Guiné-Bissau”, porque acredita que “o Presidente da República tem de ser o homem que está sempre à procura de consensos”.
sexta-feira, 27 de março de 2015
Para eles é um...figo
O presidente da Federação de Futebol da Guiné-Bissau (FFGB), Manuel Nascimento Lopes, afastou "qualquer hipótese" de o país apoiar o português Luís Figo na corrida nas eleições da FIFA no próximo mês de maio. Em declarações aos jornalistas, em Bissau, Nascimento Lopes afirmou que a decisão de apoiar a recandidatura do suíço Joseph Blatter já foi tomada e não será anulada, nem com a intervenção das autoridades do país.
"Peço às pessoas que parem com as especulações, porque não é o secretário de Estado (da Juventude, Cultura e Desporto) que vota, não é o primeiro-ministro, nem é o Presidente da República. Quem tiver o seu compromisso com o Luís Figo que vá ter com ele. Eu vou votar no Joseph Blatter", disse Nascimento Lopes.
O dirigente acrescentou que a Guiné-Bissau não pode apoiar a candidatura de Figo, alegando que este nunca se interessou pelo futebol guineense. "A questão do apoio ao Figo está fora do contexto do voto da Guiné-Bissau. Ele sabia que a Guiné-Bissau existe, porque é que ele nunca cá pôs os pés", questionou Nascimento Lopes, que tem estado fora do país nos últimos três meses, disse, à procura de apoios para o futebol.
O presidente da federação guineense não esteve presente na reunião que o Governo convocou na quinta-feira com os membros do Comité Executivo para, entre outros assuntos, pedir um esclarecimento sobre o apoio do país nas próximas eleições da FIFA. Nascimento Lopes justificou o seu voto em Blatter: "Já o disse, desde o primeiro momento, se formos ver o que o Blatter fez para o futebol africano, ninguém poderá pensar sequer em colocar o Figo à frente do Blatter. Paremos com a brincadeira."
O presidente da Federação guineense anunciou uma série de apoios que o país vai receber da FIFA para a reabilitação de dois estádios, um em Bissau e outro em Canchungo, norte da Guiné-Bissau.
Elementos da Guarda Nacional e polícias da Guiné-Bissau detidos por suspeita de roubo e destruição no estádio nacional
As autoridades da Guiné-Bissau anunciaram esta sexta-feira a detenção de guardas e polícias suspeitos de terem roubado cabos e destruído o sistema do estádio nacional, danos estimados em 410 mil euros. O recinto está sem condições para a prática desportiva nos próximos tempos, explicou à agência Lusa o diretor do estádio, Simão da Rocha.
Com capacidade para 15 mil espectadores, o estádio 24 de setembro é o único com relvado natural e foi construído nos anos 90 pela cooperação chinesa. Segundo Simão Rocha, tudo aponta para que o roubo tenha sido feito por guardas ali colocados pelo ministério da Administração Interna: «Quatro indivíduos foram detidos: dois polícias e dois elementos da Guarda Nacional.»
Os suspeitos terão cortado cabos para vender o cobre no mercado negro e destruído todo o sistema elétrico, pelo que a corrente só será restabelecida com uma nova instalação. O ministro da Administração Interna, Octávio Alves, prometeu «mão dura» caso fique provado o envolvimento dos agentes. O Procurador-Geral da República, Hermenegildo Pereira, também garantiu que o inquérito iria ser rigoroso para apurar responsabilidades.
MESA REDONDA: PM de Cabo Verde garante apoio financeiro à Guiné-Bissau em montante a definir
Cabo Verde vai assistir tecnicamente a administração pública guineense e garantir apoio financeiro à Guiné-Bissau, em total cujo montante ainda não está definido, disse hoje o primeiro-ministro cabo-verdiano.
JOSÉ MARIA NEVES, Primeiro-Ministro de Cabo Verde
Falando aos jornalistas, José Maria Neves lembrou que o anúncio do apoio foi feito em Bruxelas pelo ministro das Relações Exteriores cabo-verdiano, Jorge Tolentino, na conferência de doadores promovida pelo Governo guineense.
"Cabo Verde vai alocar um envelope financeiro à Guiné-Bissau e estamos a discutir um montante. Acho que é um dever de Cabo Verde contribuir para a reconstrução da Guiné-Bissau, tendo em conta o nível de relações existentes entre os dois países", afirmou o chefe do executivo cabo-verdiano. Segundo José Maria Neves, além do apoio financeiro, Cabo Verde vai também contribuir para a reforma da administração pública guineense, nomeadamente na esfera da governação eletrónica, formação profissional, segurança social.
"Vamos contribuir também para a formação de quadros no domínio das Forças Armadas e das forças de segurança e ordem públicas" da Guiné-Bissau, concluiu, salientando que Cabo Verde está "fortemente empenhado" na busca de apoios para o desenvolvimento guineense. Em Bruxelas, a conferência internacional sobre a Guiné-Bissau permitiu mobilizar mais de mil milhões de euros de apoios prometidos pela comunidade internacional, com Portugal a comprometer-se com um programa de cooperação de 40 milhões de euros.
Na conferência, coorganizada pelo governo da Guiné-Bissau, União Europeia (UE) e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), participaram delegações de 70 países e instituições. Lusa
quinta-feira, 26 de março de 2015
Encontro do PR José Mário Vaz com a comunidade guineense em Lisboa
"No quadro da sua visita a Portugal, Sua Excelência o Presidente da Republica da Guiné-Bissau, Dr. José Mário Vaz, agendou um encontro com a comunidade guineense, a ter lugar no Sábado, 28 de Março de 2015, das 15 às 18 horas no fórum Lisboa, Av. De Roma, 14 L.
Respeitante à organização, o Encarregado de Negócios da Embaixada da Guiné-Bissau em Portugal, Sr. Mbala Fernandes reuniu-se ontem, 25 de Março de 2015, com os dirigentes associativos e a comunidade na diáspora, onde depois de uma extensa exposição de todas as partes, chegou-se a um consenso, no qual se exorta a todos os guineenses e amigos da Guiné-Bissau, o máximo civismo, assiduidade e cidadania na receção do mais alto Magistrado da nação.
A Embaixada da Guiné-Bissau em Portugal"
Justiça determina matrícula de estudante da Guiné-Bissau na UFRGS
A Justiça Federal determinou a matrícula imediata de uma estudante da Guiné-Bissau que teve seu ingresso negado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Domingas Mendes passou no vestibular para o curso de Serviço Social através do sistema de cotas, mas foi impedida de realizar a inscrição para as aulas. Conforme a UFRGS, ela não cumpria com uma das exigências para cotistas, de ter cursado integralmente o ensino médio em uma escola pública do Brasil.
O juiz Roger Raupp Rios, porém, entendeu que a estrangeira tem direito à matrícula. Na decisão, o magistrado sustenta que a legislação brasileira não excluiu candidatos estrangeiros do sistema de cotas. "A própria LDBE (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), no referido artigo 44, dispõe que o ensino de graduação está aberto a candidatos 'que tenham concluído o ensino médio ou equivalente e tenham sido classificados em processo seletivo', sem diferenciar quanto à nacionalidade do estabelecimento de ensino onde foi cursado o ensino médio ou equivalente", avaliou Rios.
O magistrado cita ainda que o país de origem da estudante tem baixo índice de desenvolvimento humano e "é considerado pela Unesco como nação que figura entre os países da África subsahariana com maiores dificuldades educacionais". A UFRGS afirmou que a matrícula da estudante será realizada, mas que pretende recorrer da decisão. Globo.com
Associações promovem espectáculo de promoção da cultura guineense
Um conjunto de associações da Guiné-Bissau promovem na quinta-feira um espetáculo na capital, em que várias artes vão subir ao palco com o objetivo de promover a cultura guineense, anunciou hoje a organização.
O "Chill Out Cultural" tem entrada gratuita e inclui atuações de dança, teatro, música ao vivo e desfile de moda com peças tradicionais, entre as 19:00 e as 21:00 (mesma hora em Lisboa), no espaço ao ar livre do X-Club de Bissau.
A iniciativa representa "uma etapa inicial para uma série de eventos organizados pelo Movimento Cultural Ubuntu, pela Artissal Cabaz di Terra e ainda pela Associação Pé Na Djon, em parceria com diversas organizações de apoio ao desenvolvimento cultural na Guiné-Bissau", refere a organização em comunicado.
O movimento Ubuntu apresenta-se como "uma organização da sociedade civil que assumiu a responsabilidade de estimular a consciência social". Entre os objetivos inclui a "valorização do património histórico e cultural guineense e a defesa da produção cultural nacional nas suas mais diversas manifestações".
A Artissal Cabaz di Terra é uma estrutura coletiva que promove o desenvolvimento produtivo com base local conhecida pela manufatura do "pano pente" (típico da Guiné-Bissau) em Quinhamel. Durante o evento serão apresentadas danças de diferentes etnias do território guineense. Lusa
MESA REDONDA: Guiné-Bissau obtém mil milhões de euros em reunião de doadores
Mais de mil milhões de euros foram prometidos à Guiné-Bissau na conferência internacional de dadores que se realizou em Bruxelas, com Portugal a comprometer-se com um programa de cooperação de 40 milhões de euros.
O total obtido na conferência, co-organizada pelo Governo da Guiné-Bissau, União Europeia e Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas, fica aquém dos 1600 milhões de euros que o país calculava necessitar para financiar os 115 projectos do plano estratégico e operacional para os próximos dez anos.
A criação de um fundo de pensões para militares e a construção de infra-estruturas pelo país são dois exemplos de prioridades definidas pelas autoridades de Bissau. O objectivo é reconstruir o país marcado desde finais da década de 1990 pela instabilidade gerada pelos golpes de Estado, o último dos quais em 2012, tendo em conta uma visão de desenvolvimento até 2020.
"Os elementos essenciais do programa passam pela continuidade do apoio ao desenvolvimento humano na Guiné-Bissau, através da saúde e educação, capacitação técnica e institucional, reforço do sector da Justiça e Estado de Direito e pela participação na reforma do sector de segurança através da cooperação técnico-militar e técnico-policial", apontou o Presidente da República da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, citado pela agência Lusa.
"A Guiné Bissau registou progressos importantes ao longo do último ano, a começar pela realização de eleições legislativas pacíficas e credíveis", afirmou a alta representante para a Política Externa da União Europeia, Federica Mogherini. "Pretendemos encorajar a evolução positiva observada e iremos apoiar o novo Governo na reconstrução do país, no reforço das suas instituições democráticas e no avanço em direcção à estabilidade, à reconciliação e ao desenvolvimento económico", assegurou.
A contribuição da UE, nesta conferência em que estiveram presentes delegações de 70 países e instituições, foi no valor de 160 milhões de euros, com o objectivo de "consolidação da democracia" e apoiar a retoma económica. Na terça-feira, Bruxelas levantou definitivamente as restrições que tinha imposto à cooperação com Bissau em Julho de 2011, em reacção contra o golpe militar de Abril de 2010.
Os 40 milhões de euros portugueses serão investidos nas áreas tradicionais da cooperação nacional em Bissau, disse o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Luís Campos Ferreira. "Os elementos essenciais do futuro programa passarão pela continuidade do apoio ao desenvolvimento humano na Guiné-Bissau, através da saúde e educação, capacitação técnica e institucional, reforço do sector da Justiça e Estado de Direito e pela participação na reforma do sector de segurança através da cooperação técnico-militar e técnico-policial", apontou.
Timor-Leste anunciou também "uma modesta contribuição" de 1,9 milhões de dólares, para apoiar programas do Plano Estratégico Operacional da Guiné-Bissau, através de financiamento directo ou actividades no terreno.
Intervindo nesse encontro e em nome da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que é presidida por Timor-Leste até 2016, o chefe da diplomacia timorense, Hernâni Coelho, manifestou "o total apoio ao programa apresentado pelo Governo da Guiné-Bissau que irá contribuir para a estabilidade política e para o desenvolvimento económico e social" de Bissau. Um comunicado adianta que foi estabelecida uma rubrica no Fundo Especial da CPLP "destinada unicamente à cooperação com aquele país".
quarta-feira, 25 de março de 2015
Subscrever:
Mensagens (Atom)