quarta-feira, 8 de outubro de 2014
Prémio dos Direitos Humanos: Ganharíamos todos!
Tratando-se de um prémio, do primeiro entre muitos que espero venham a ser merecidos, eis a minha modesta contribuição: entregue-se esse 1º prémio dos direitos humanos a todas às famílias que perderam os seus entes queridos para a canalha. Essas famílias são merecedoras, ainda que não haja prémio nenhum, nada mesmo, que possa trazer de volta ao seu convívio aqueles que foram assassinados. António Aly Silva
terça-feira, 7 de outubro de 2014
OPINIÃO: Toda metamorfose dói
O discurso proferido hoje pelo Presidente da República, José Mário Vaz, tem o meu apoio a 101%. Um verdadeiro discurso de um estadista e ao alcance de muito poucos. Não se trata de 'ronka força', não. O Presidente disse aquilo que qualquer guineense sabe e não diz. E porquê? Isso são outros quinhentos. A verdade, verdadinha, é que desde sempre e que me lembre, o Estado de que nos orgulhávamos - aquele que existia até ao período da abertura democrática - simplesmente acabou, dando lugar a um gigante com pés de barro. Um País com a pirâmide simplesmente invertida.
Um Estado posto de joelhos por gente mesquinha, sem escrúpulos, roubado, sugado até ao tutano por tudo quanto é doutor. Um Estado roubado até por analfabetos!!! É de bradar aos céus. Um Estado de gente sem remorsos, sem vergonha e que ainda tem a desfaçatez de rir na nossa cara, na cara do Povo mais humilde que conheci em toda a minha vida.
O Presidente José Mário Vaz tem, assim, toda a minha solidariedade. O nosso País tem leis, tem boas leis - o que impede que essas leis sejam postas em prática? CORRUPÇÃO DESAVERGONHADA a todos os níveis do nosso Estado. O guineense comum é humilhado dia sim, dia sim; o guineense comum nem discute. Come e cala. Sofre depois, sozinho ou com os seus, na escuridão de um canto da sua casa.
Fomos sempre mal governados. Quem nos governou apenas enriqueceu e favoreceu o banditismo organizado. Muito pouca gente terá passado pelo Estado guineense como um gato - sem deixar marcas. A esmagadora maioria apenas roubou esse Estado idiota. Um Estado que é roubado a olhos vistos e parece anestesiado ou trespassado por um jato de azoto.
Da Justiça às Pescas; dos Recursos Naturais à Saúde, em todas as áreas o Estado da Guiné-Bissau ficou sempre a perder. Há gente com 2, 3, 5, seis, dez casas - e que se saiba nunca herdou nada e nem lhe saiu o afrotostões ou o raio que o parta. Enriqueceu apenas, assim, regando o canteiro de bandidos onde um dia foi posto "para servir o público." Tristeza.
É bom que essas pessoas sejam chamadas. "Onde trabalhou, quanto ganhou? E como tem tudo isto?". Fácil. E, acreditem, o nosso Estado sairia a ganhar: embolsava património com aquilo que lhe foi literalmente roubado. Nunca um servidor público do nosso País foi chamado - exibindo como o guineense exibe o 'fruto' do seu roubo - para ser confrontado. Nunca.
As pessoas roubam, são tiradas daqui e...postas ali ou acolá. E continuarão a roubar, até que um inteligente os tope. Bom, mas aí será tarde. Cada um deles é agora um 'selfie-milionário' e podem até mandar fazer-te a folha. O mesmo acontece com os analfabetos - os ladrões mais inteligentes desse Estado idiota. Qualquer analfabeto que trabalhe no Estado da Guiné-Bissau é um milionário em potência. Não, nem precisa usar a força. Põe simplesmente o seu superior hierárquico - que andou anos a queimar as pestanas numa faculdade europeia - a roubar para ambos! parece fácil até. Eu conheço muitos casos...
Há também os que apelido de 'estafetas'. Esses enriquecem quando os de cima querem, por exemplo, dinheiro para um fim de semana de promiscuidades ou até para umas férias na nossa europa - Dakar! O boss manda 'levantar' 3 milhões de francos (cerca de 5 mil euros). O estafeta pede 4 milhões e quem faz o pagamento - e porque não?! - tira 5 milhões. Outra coisa facílima. Todos ganham, e o Estado guineense perde - as usual.
Eu, mandava criar uma task force especial e um gabinete a fim de recuperar tudo o que possa ser recuperável - depois de devidamente provado - a favor do Estado. Tu-do e doa a quem doer. Há que dar o exemplo. O País que nos ensinaram a amar, que muitos ontem desrespeitaram e que outros tantos desrespeitam até aos dias de hoje, merece outra contemplação. Que raio, são 41 anos, caramba! Um País é um País e é assim que deve ser. AAS
NOVO PGR: PR apela à "restituição da moral" no exercício de cargos públicos
O Presidente da República advertiu esta sexta-feira, 3 de Outubro, para a urgência em restituir a moral no exercício de cargos públicos e para a importância de acabar com o peculato, a corrupção e os famosos casos de desvio de procedimentos, que se tornaram no modo de vida de muitos servidores públicos.
Falando à PNN durante a cerimónia da tomada de posse do novo Procurador-geral da República, Hermenegildo Pereira, José Mário Vaz foi mais longe dizendo que os servidores públicos ostentam sinais exteriores de riquezas incompatíveis com as suas conhecidas fontes de rendimento económico.
Neste sentido, José Mário Vaz disse que os cidadãos são iguais perante a lei mas, no caso particular da Guiné-Bissau os cidadãos não são iguais, justificando que nos tribunais reinam as amizades e os interesses políticos, económicos, étnicos e de outros tipos.
«Enquanto Presidente da República não me revejo no actual poder judicial e julgo ser esse o sentimento de quase todos os guineenses e até da maioria dos magistrados», declarou o Estadista.
José Mário Vaz denunciou que existe no poder judicial da Guiné-Bissau um «grupinho» de pessoas que manipulam a justiça a favor dos seus interesses, dos seus amigos e familiares.
«Muitos magistrados são ameaçados com processos de transferência para o interior do país se não cumprirem as orientações deste ´grupinho´», revelou, denunciando ainda que estas pessoas são donas dos processos que evolvem dinheiro e que o país perdeu muitos investidores de empresas estrangeiras, o que contribuiu para a desgraça em que hoje o país se encontra.
Em relação aos magistrados, Mário Vaz levantou preocupação em como os oficiais de diligências possuem mais poderes em relação aos próprios magistrados, interrogando se este facto se deverá ao estatuto de intermediários entre o juiz e as partes.
Dirigindo-se ao novo Procurador-geral da República, o primeiro magistrado da nação informou a Gildo Pereira que a sociedade guineense espera muito dele para estancar os males que a assolam, repudiando que não é possível o que se passa num país tão pequeno como a Guiné-Bissau.
«Estamos em Bissau e tudo se sabe, só as autoridades judiciais é que não veem nem sabem, ou fingem não ver ou não saber», disse, referindo que esta clássica atitude de avestruz tem contribuído em muito para a descredibilização do Ministério Público.
Em termos gerais, José Mário Vaz não teve dúvidas no que concerne à justiça guineense, afirmando que o Estado se encontra «nas nuvens» porque o cidadão perdeu confiança também no poder judicial.
«É preciso repescar os valores perdidos sisando a reposição da autoridade do Estado em todas as linhas, para poder cumprir aqueles princípios básicos do Estado do Direito, tais como o respeito pelos prazos da prisão preventiva, uma justiça mais célere, transparente e mais acessível a todos os cidadãos, para que ninguém seja negado à justiça por razões económicas», apelou o Presidente.
A terminar disse que não vai parar de pedir aos guineenses para esquecerem tudo o que possa dividir as pessoas ou provocar ainda mais fracturas, unindo-se na luta pelo crescimento, desenvolvimento económico e bem-estar do povo da Guiné-Bissau. Na cerimónia participaram o Presidente da Assembleia Nacional Popular, Cipriano Cassamá, o Primeiro-ministro Domingos Simões Pereira, alguns membros do Governo e membros de corpo diplomático acreditado no país. PNN
CRIMINALIDADE: Governo de Cabo Verde decidiu meter a tropa na rua para patrulhar a capital do País - cidade da Praia, na ilha de Santiago. É a 'outra' maneira, mais muscular, de lidar com a onda assustadora de criminalidade. Espero pelo menos que a tropa consiga descobrir os meus bens, roubados da minha casa no passado dia 19 do mês de agosto. Já me cheirava, de resto, que a polícia nunca chegaria ao meu ladrão - mesmo tendo o NOME, a MORADA, e o NÚMERO DE TELEFONE de alguém que está a usar um dos meus aparelhos, o Nokia Lumia. (sim, eu fiz o trabalho que era suposto a polícia fazer: investigar. Mas, até hoje, nenhuma autoridade foi fazer perguntas ao sr. RODRIGO (...) NUNES...Vocês sabem! AAS
segunda-feira, 6 de outubro de 2014
OPINIÃO: Unidade e Luta
"Despertei com as primeiras luzes. Olho, nostálgico, a cidade que se ergue fatigada à minha frente. À minha volta um tumulto de gente, rindo e gritando e gesticulando, movendo fardos, arrastando animais que berram alto. Há gente à sombra, outros dormem estendidos de bruços na poeira.
E, no entanto, este lugar é o meu país. Um país que me surpreende todos os dias. Inquieta-me menos o meu destino do que esta espera angustiante pela chegada da liberdade para o meu Povo. Mas enfim, é realmente verdade que não temos escolha.
Não há dúvidas: as liberdades e a defesa dos direitos cívicos custaram, ao longo dos séculos, vidas e privações a muito boa gente. Correram rios de sangue.
No século XX, o nosso país viveu quase sempre num misto de ditadura, depois, transformou-se numa democracia musculada, e ainda, numa espécie de regime híbrido.
Uma das piores recordações que guardo desses tempos é a de um país atrofiado em cidadania, vegetando sob o signo da mediocridade; um reino de perseguições, onde uma palavra ou um carimbo da polícia do regime selavam destinos e marcavam vidas.
Com quase meio século de vida, já passei por muito: prisões, tortura, o quebrar dos ossos, a invasão da privacidade, a violação da correspondência, a perseguição da polícia, a censura; enfim, a ausência efectiva das liberdades elementares. Até quando, Povo da Guiné-Bissau? António Aly Silva"
domingo, 5 de outubro de 2014
Consulado de Portugal em Bissau. Telex:
"Obrigado, amigo STOP Surtiu efeito STOP Agora vão dar ao pedal STOP"
Subscrever:
Mensagens (Atom)