quarta-feira, 8 de outubro de 2014

OPINIÃO: Nada na manga, nem na saída


"Parece ironia, mas os guineenses, tal como eu, ouvimos e bem o antigo PGR Abdu Mané fazer o balanço do seu mandato à frente do Ministério Público, dizendo, de que partia com o "sentimento de missão cumprida".

Digo ironia, porquanto da avaliação do seu mandato, ao ponto de se arrogar uma pretensa avaliação "positiva" do seu mandato, so se podera entender essa auto-arrogação no quadro de um discurso de um homem frustado da sua missão ou de um intelectual sofista corroido de um narcisismo imbuido de complexos de um sem vergonha.

Porém, como se diz popularmente, a cada doido a sua sentença, por isso, Abdu Mané, um incompetente que caiu de paraquedas no MP, pode dar-se ao azo de gozar com os guineenses, auto-gabando-se de ter feito um trabalho "meritorio" à frente do MP guineense. Pode-se até tolera-lo, se se conceber, de que o balanço da sua passagem pelo MP, pode-se fazer em duas vertentes completamente distintas, isto é, consoante o ponto de vista do avaliador.

A sua, ele fé-lo, do seu ponto de vista pessoal e dos interesses do seu grupo golpista que incarnou enquanto PGR mandatado pelos golpistas, a outra avaliação, fa-lo-a o povo e os cidadãos, analisando a sua acção do ponto de vista do exercicio do judiciario e da defesa do interesse publico.

Quanto a primeira perspectiva, o PGR golpista pode gabar-se da missão cumprida, pois, por um lado, encobriu e deu caução desavergonhada em obediência canina qual cão circense, todos os desmandos e crimes praticados pelo regime de transição civil-militar que se foram desfilando impunemente ao longo do seu mandato de marrioneta dos golpistas, quer sejam eles financeiros, ambientais ou de sangue.

Não poderia ser de outra forma, porquanto enquanto cumplice e beneficiario desses desmandos e abusos, o PGR-golpista açambarcou a sua quota parte do assalto ao poder promovido pelo golpe de estado de abril 2012. Abdu Mané a coberto da sua magistratura, qual um vulgo larapio não esqueceu as suas praticas de rato de porão, pois locupletava-se velhacamente de todos os avultados valores que iam sendo apreendidos e consignados sob guarda e alçada do MP.

E, e por outro lado, com manigâncias bem urdidas em cumplicidade com familiares muito proximos (um irmão no negocio das madeiras e o primo na Fiscalização maritima), o PGR-Golpista, em cumplicidade com as altas esferas do poder militar, com os quais se desentendeu nos ultimos tempos, foi enchendo os bolsos com os negocios sujos de cortes selvagens e desenfreadas de madeira e com negociatas de acesso ilegal aos nossos mares através de simulacros de fiscalização maritima, arte que bem herdou aquando da sua passagem rapineira pelas pescas.

No que toca a outra face do balanço do seu outro mandato, onde se exige a pauta da verdade, da transparência, da legalidade e da aplicação da justiça, quanto a esse balanço, Sr PGR, Abdu Mané, aos olhos do Povo guineense e dos cidadãos, Va Exa foi um autêntico ZERO. Decerto, Va Exa, foi o mais desastroso de todos os PGR que passaram pelo MP.

Estou convicto de que, de Va Exa, os cidadãos guineenses não terão nenhumas saudades, mas sim vergonha e repugnância, dado a vilania e a baixesa das vossas acções e o pactum que celebrou e materializou com as forças do mal e da usurpação da legalidade e da justiça, pelo qual o Povo tanto clamava. O vosso mandato em suma, foi catastrofico, vergonhoso, coroado de uma incompetência nunca visto nos anais da magistratura do MP. Enfim, so a historia vos equacionara, julgando a seu tempo os vossos actos.

Outrossim, Sr PGR-Golpista, custa-me mesmo acreditar de que, por esta altura algum dos seus cumplices assermentados da transição particularmente o presidente-golpista Serifo Nhamadjo, estejam de acordo com a vossa auto-avaliação "missão cumprida" de que Va Exa se outorga à despedida. Na realidade, apesar de toda a fanfara e trompeta com a qual Va Exa se comprometeu com os golpistas de ocasião, aquando do acometimento da sua "missão persecutoria" em contrapartida da sua nomeação, constatamos hoje, que felizmente Va Exa ficou aquèm de alcançar sua torpe missão imbuida de objectivos ignobeis e sujos.

Va Exa falhou em toda a linha com os seus promotores particularmente com as duas principais missões. A primeira : embora eles conseguiram afasta-lo por um golpe de força do poder, mas contrariamente ao que prometeu aos seus patrões golpistas, Va Exa, apesar das vãs tentativas e montagens engendradas não logrou forjar argumentos com sustentabildade e credibilidade por forma a cumprir a suja primeira missão de falsamente encobrir os verdadeiros actores dos crimes de sangue perpretados no pais e cobardemente tentar alegadamente imputar e acusar o então PM Carlos Gomes desses crimes que Va Exa e o seu grupo inventaram como arma politica para o afastar da vida politica.

Essa figura politica, que Va Exa transformou no seu objecto de odio de estimação, perseguindo-o e caluniando de forma vergonhosa, infame e cobarde, enquanto advogado e posteriormente enquanto PGR. A segunda missão falhada por Va Exa : não ter conseguido, apesar de todas as acções desesperadas e anti-juridicas, barrar o caminho ao actual Presidente da Republica José Mario Vaz, portanto impedindo-o como pretendiam os seus cumplices golpistas, barrar-lhe o caminho de acesso ao cargo de primeiro magistrado da Nação, em detrimento de outro golpista, Nuno Nabiam, candidato declarado dos militares.

Por fim, Sr Abdu Mané, nos os cidadãos, desejamos de momento, que se va embora sem se despedir..., pois mais valia ficar com a boca fechada.

OP"

Dê. Vai ver que não custa nada


Visite a FUNDAÇÃO OREBOK

ÉBOLA: Director-geral da Saúde de Portugal, Francisco George, confirmou agora na SIC Notícias que a convite da ministra guineense da Saúde, viaja para Bissau com uma equipa de técnicos no próximo dia 16. AAS

ÉBOLA: Portugal está a equacionar enviar uma equipa para a Guiné Bissau para ajudar a população a dar resposta ao vírus do Ébola "na linha da frente", anunciou hoje o ministro da Saúde, Paulo Macedo. AAS

Prémio dos Direitos Humanos: Ganharíamos todos!

Tratando-se de um prémio, do primeiro entre muitos que espero venham a ser merecidos, eis a minha modesta contribuição: entregue-se esse 1º prémio dos direitos humanos a todas às famílias que perderam os seus entes queridos para a canalha. Essas famílias são merecedoras, ainda que não haja prémio nenhum, nada mesmo, que possa trazer de volta ao seu convívio aqueles que foram assassinados. António Aly Silva

ÉBOLA: Cabo Verde vs EUA


ESCLARECIMENTO: O cidadão e jornalista guineense, António Aly Silva, NÃO quer e nem vai concorrer a prémio nenhum. Não corro por prémios e menos ainda por homenagens. O que me interessa é o bem-estar do Povo humilde da Guiné-Bissau. Disse. AAS

Graças a um amigo, em Bissau, corre tudo sobre rodas em Lisboa. Djarama, abarca. AAS

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Morreu o senhor Viriato Cassama. Condolências para toda a família. AAS

OPINIÃO: Toda metamorfose dói


O discurso proferido hoje pelo Presidente da República, José Mário Vaz, tem o meu apoio a 101%. Um verdadeiro discurso de um estadista e ao alcance de muito poucos. Não se trata de 'ronka força', não. O Presidente disse aquilo que qualquer guineense sabe e não diz. E porquê? Isso são outros quinhentos. A verdade, verdadinha, é que desde sempre e que me lembre, o Estado de que nos orgulhávamos - aquele que existia até ao período da abertura democrática - simplesmente acabou, dando lugar a um gigante com pés de barro. Um País com a pirâmide simplesmente invertida.

Um Estado posto de joelhos por gente mesquinha, sem escrúpulos, roubado, sugado até ao tutano por tudo quanto é doutor. Um Estado roubado até por analfabetos!!! É de bradar aos céus. Um Estado de gente sem remorsos, sem vergonha e que ainda tem a desfaçatez de rir na nossa cara, na cara do Povo mais humilde que conheci em toda a minha vida.

O Presidente José Mário Vaz tem, assim, toda a minha solidariedade. O nosso País tem leis, tem boas leis - o que impede que essas leis sejam postas em prática? CORRUPÇÃO DESAVERGONHADA a todos os níveis do nosso Estado. O guineense comum é humilhado dia sim, dia sim; o guineense comum nem discute. Come e cala. Sofre depois, sozinho ou com os seus, na escuridão de um canto da sua casa.

Fomos sempre mal governados. Quem nos governou apenas enriqueceu e favoreceu o banditismo organizado. Muito pouca gente terá passado pelo Estado guineense como um gato - sem deixar marcas. A esmagadora maioria apenas roubou esse Estado idiota. Um Estado que é roubado a olhos vistos e parece anestesiado ou trespassado por um jato de azoto.

Da Justiça às Pescas; dos Recursos Naturais à Saúde, em todas as áreas o Estado da Guiné-Bissau ficou sempre a perder. Há gente com 2, 3, 5, seis, dez casas - e que se saiba nunca herdou nada e nem lhe saiu o afrotostões ou o raio que o parta. Enriqueceu apenas, assim, regando o canteiro de bandidos onde um dia foi posto "para servir o público." Tristeza.

É bom que essas pessoas sejam chamadas. "Onde trabalhou, quanto ganhou? E como tem tudo isto?". Fácil. E, acreditem, o nosso Estado sairia a ganhar: embolsava património com aquilo que lhe foi literalmente roubado. Nunca um servidor público do nosso País foi chamado - exibindo como o guineense exibe o 'fruto' do seu roubo - para ser confrontado. Nunca.

As pessoas roubam, são tiradas daqui e...postas ali ou acolá. E continuarão a roubar, até que um inteligente os tope. Bom, mas aí será tarde. Cada um deles é agora um 'selfie-milionário' e podem até mandar fazer-te a folha. O mesmo acontece com os analfabetos - os ladrões mais inteligentes desse Estado idiota. Qualquer analfabeto que trabalhe no Estado da Guiné-Bissau é um milionário em potência. Não, nem precisa usar a força. Põe simplesmente o seu superior hierárquico - que andou anos a queimar as pestanas numa faculdade europeia - a roubar para ambos! parece fácil até. Eu conheço muitos casos...

Há também os que apelido de 'estafetas'. Esses enriquecem quando os de cima querem, por exemplo, dinheiro para um fim de semana de promiscuidades ou até para umas férias na nossa europa - Dakar! O boss manda 'levantar' 3 milhões de francos (cerca de 5 mil euros). O estafeta pede 4 milhões e quem faz o pagamento - e porque não?! - tira 5 milhões. Outra coisa facílima. Todos ganham, e o Estado guineense perde - as usual.

Eu, mandava criar uma task force especial e um gabinete a fim de recuperar tudo o que possa ser recuperável - depois de devidamente provado - a favor do Estado. Tu-do e doa a quem doer. Há que dar o exemplo. O País que nos ensinaram a amar, que muitos ontem desrespeitaram e que outros tantos desrespeitam até aos dias de hoje, merece outra contemplação. Que raio, são 41 anos, caramba! Um País é um País e é assim que deve ser. AAS

Prémio Direitos Humanos


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NOVO PGR: PR apela à "restituição da moral" no exercício de cargos públicos


O Presidente da República advertiu esta sexta-feira, 3 de Outubro, para a urgência em restituir a moral no exercício de cargos públicos e para a importância de acabar com o peculato, a corrupção e os famosos casos de desvio de procedimentos, que se tornaram no modo de vida de muitos servidores públicos.

Falando à PNN durante a cerimónia da tomada de posse do novo Procurador-geral da República, Hermenegildo Pereira, José Mário Vaz foi mais longe dizendo que os servidores públicos ostentam sinais exteriores de riquezas incompatíveis com as suas conhecidas fontes de rendimento económico.

Neste sentido, José Mário Vaz disse que os cidadãos são iguais perante a lei mas, no caso particular da Guiné-Bissau os cidadãos não são iguais, justificando que nos tribunais reinam as amizades e os interesses políticos, económicos, étnicos e de outros tipos.

«Enquanto Presidente da República não me revejo no actual poder judicial e julgo ser esse o sentimento de quase todos os guineenses e até da maioria dos magistrados», declarou o Estadista.

José Mário Vaz denunciou que existe no poder judicial da Guiné-Bissau um «grupinho» de pessoas que manipulam a justiça a favor dos seus interesses, dos seus amigos e familiares.

«Muitos magistrados são ameaçados com processos de transferência para o interior do país se não cumprirem as orientações deste ´grupinho´», revelou, denunciando ainda que estas pessoas são donas dos processos que evolvem dinheiro e que o país perdeu muitos investidores de empresas estrangeiras, o que contribuiu para a desgraça em que hoje o país se encontra.

Em relação aos magistrados, Mário Vaz levantou preocupação em como os oficiais de diligências possuem mais poderes em relação aos próprios magistrados, interrogando se este facto se deverá ao estatuto de intermediários entre o juiz e as partes.

Dirigindo-se ao novo Procurador-geral da República, o primeiro magistrado da nação informou a Gildo Pereira que a sociedade guineense espera muito dele para estancar os males que a assolam, repudiando que não é possível o que se passa num país tão pequeno como a Guiné-Bissau.

«Estamos em Bissau e tudo se sabe, só as autoridades judiciais é que não veem nem sabem, ou fingem não ver ou não saber», disse, referindo que esta clássica atitude de avestruz tem contribuído em muito para a descredibilização do Ministério Público.

Em termos gerais, José Mário Vaz não teve dúvidas no que concerne à justiça guineense, afirmando que o Estado se encontra «nas nuvens» porque o cidadão perdeu confiança também no poder judicial.

«É preciso repescar os valores perdidos sisando a reposição da autoridade do Estado em todas as linhas, para poder cumprir aqueles princípios básicos do Estado do Direito, tais como o respeito pelos prazos da prisão preventiva, uma justiça mais célere, transparente e mais acessível a todos os cidadãos, para que ninguém seja negado à justiça por razões económicas», apelou o Presidente.

A terminar disse que não vai parar de pedir aos guineenses para esquecerem tudo o que possa dividir as pessoas ou provocar ainda mais fracturas, unindo-se na luta pelo crescimento, desenvolvimento económico e bem-estar do povo da Guiné-Bissau. Na cerimónia participaram o Presidente da Assembleia Nacional Popular, Cipriano Cassamá, o Primeiro-ministro Domingos Simões Pereira, alguns membros do Governo e membros de corpo diplomático acreditado no país. PNN

CRIMINALIDADE: Governo de Cabo Verde decidiu meter a tropa na rua para patrulhar a capital do País - cidade da Praia, na ilha de Santiago. É a 'outra' maneira, mais muscular, de lidar com a onda assustadora de criminalidade. Espero pelo menos que a tropa consiga descobrir os meus bens, roubados da minha casa no passado dia 19 do mês de agosto. Já me cheirava, de resto, que a polícia nunca chegaria ao meu ladrão - mesmo tendo o NOME, a MORADA, e o NÚMERO DE TELEFONE de alguém que está a usar um dos meus aparelhos, o Nokia Lumia. (sim, eu fiz o trabalho que era suposto a polícia fazer: investigar. Mas, até hoje, nenhuma autoridade foi fazer perguntas ao sr. RODRIGO (...) NUNES...Vocês sabem! AAS

Abdú Mané passa hoje a pasta ao novo PGR Hermenegildo Pereira. AAS

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

OPINIÃO: Unidade e Luta


"Despertei com as primeiras luzes. Olho, nostálgico, a cidade que se ergue fatigada à minha frente. À minha volta um tumulto de gente, rindo e gritando e gesticulando, movendo fardos, arrastando animais que berram alto. Há gente à sombra, outros dormem estendidos de bruços na poeira.

E, no entanto, este lugar é o meu país. Um país que me surpreende todos os dias. Inquieta-me menos o meu destino do que esta espera angustiante pela chegada da liberdade para o meu Povo. Mas enfim, é realmente verdade que não temos escolha.

Não há dúvidas: as liberdades e a defesa dos direitos cívicos custaram, ao longo dos séculos, vidas e privações a muito boa gente. Correram rios de sangue.

No século XX, o nosso país viveu quase sempre num misto de ditadura, depois, transformou-se numa democracia musculada, e ainda, numa espécie de regime híbrido.

Uma das piores recordações que guardo desses tempos é a de um país atrofiado em cidadania, vegetando sob o signo da mediocridade; um reino de perseguições, onde uma palavra ou um carimbo da polícia do regime selavam destinos e marcavam vidas.

Com quase meio século de vida, já passei por muito: prisões, tortura, o quebrar dos ossos, a invasão da privacidade, a violação da correspondência, a perseguição da polícia, a censura; enfim, a ausência efectiva das liberdades elementares. Até quando, Povo da Guiné-Bissau? António Aly Silva"