sábado, 21 de dezembro de 2013
CNE diz que recenseamento eleitoral está com "andamento lento"
O presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE) da Guiné-Bissau, Augusto Mendes, manifestou a sua preocupação com o "andamento lento" do recenseamento de potenciais eleitores decorridos 15 dias desde o início do processo. Em conferência de imprensa, Augusto Mendes não quis adiantar os números de eleitores já registados, mas apresentou aos jornalistas um conjunto de elementos que indicam a preocupação da CNE.
"Não se afigura pertinente nesta primeira fase divulgar cifras, mas contudo é deveras preocupante o estado do desenvolvimento do recenseamento eleitoral", disse Augusto Mendes, ao apresentar à imprensa os resultados de uma missão de avaliação no terreno. Lusa
«"O ano que finda foi (na Guiné-Bissau) um ano de mais sofrimento, de desilusões, de promessas não cumpridas, de medo, de impunidade". José Ramos-Horta, finalmente muito mais realista e céptico do que o estava há seis meses, quando ainda parecia ter esperança de endireitar o país para onde fora enviado pelo secretário-geral das Nações Unidas. Agora começa a compreender que será difícil promover daqui a três meses eleições justas, com a garantia de os resultados serem integralmente respeitados."» - Jorge Heitor, Jornalista
sexta-feira, 20 de dezembro de 2013
SÍRIOS ESFUMARAM-SE: O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras não sabe onde estão 10 dos 74 sírios que chegaram a Portugal vindos da Guiné-Bissau, com passaportes falsos. Os cinco adultos e cinco crianças saíram das instituições onde estavam instalados, na colónia balnear "O Século" e numa outra instalação na Parede.
Masturbar , ou não - eis a questão
MASTURBO, NÃO MASTURBO…
In: SIMINTERA
Escrevo, não escrevo, escrevo, não escrevo, escrevo, não escrevo, masturbo, não masturbo, masturbo, não masturbo, masturbo, não masturbo…
Como guineense, orgulhoso da sua origem, até não ia escrever, pela vergonha que o caso dos “74 sírios” me causa, mas acabei por escrever (sem masturbar, julgo eu) e publicar, porque as barbaridades são para serem combatidas de forma incansável, enquanto existirem pessoas a cometê-las e outras a defendê-las.
A notícia desta semana em Portugal, que ainda hoje faz abertura de alguns telejornais, envolveu, MAIS UMA VEZ DE FORMA VERGONHOSA, a Guiné-Bissau e feriu de morte o orgulho de todos os guineenses de bem.
Para falar verdade, entre os guineenses, já não sei quem é quem, quem é de bem e quem é de mal e quem pretende o bem ou o mal da Guiné-Bissau!
Que os golpistas militares e “transicionistas” guineenses não tenham sensatez, nem vergonha na cara, e que só lhes interessa as negociatas para proveito próprio, venham eles de qualquer tipo de tráfico, já todos sabemos. Agora, que este incidente ou prática grave e vergonhosa, facilitada por supostos dirigentes guineenses, que envolveu o trânsito de vítimas de uma guerra, exploradas por uma rede ilegal de malfeitores, pondo em causa a segurança internacional, tendo a Guiné-Bissau como a placa de lançamento para o espaço Schengen, seja aproveitada por guineenses, para criar cisões entre guineenses, é intolerável e roça o limiar da baixeza…
Todos os guineenses, com excepção dos criminosos que hoje se dizem dirigentes da nossa pátria, deviam ficar preocupados e até horrorizados, com o estado actual do nosso país, sendo que este incidente ou prática, só pode significar que a nossa pátria amada é hoje usada para a prática de todos os tipos de actividades que se relacionam com o submundo do crime organizado, com conluio dos próprios filhos da Guiné-Bissau…
No alto da sapiência virtual guineense, interpreta-se mal e porcamente, e não se hesita em misturar aquilo que é a denúncia de uma ilegalidade estritamente administrativa (falsificações de passaportes e vistos) potencialmente ligada a redes de narcoterrorismo e a insegurança internacional, com aquilo que é a segurança da aviação civil e a segurança durante um único voo.
Para já, a segurança para a aviação civil deve ser garantida pelo país contratante do serviço, ou seja, aquele que fornece o seu aeroporto para aterragem dos aviões. É isso que a TAP espera e reclama das supostas autoridades guineenses (que na prática não existem, desde Abril de 2012), e é isso que levou a suspenderem os voos para a Guiné-Bissau, até verem resolvida a questão da segurança da aviação civil.
O argumento, usado pelos golpistas e seus acólitos, de que nem toda a gente com farda é militar, não cola neste assunto em particular, uma vez que se trata de uma área que deva ser estritamente controlada pela autoridade local. Neste caso em particular, já se sabe que a ordem de embarque desses Sírios foi dada por um alto funcionário do suposto estado guineense, acompanhado de criminosos fardados. Também já se sabe que foi esse acto que levou à demissão do suposto Ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau.
Portanto, a suposta autoridade guineense (que no fundo não existe, já que são criminosos travestidos de autoridades), não só facilitou a prática ilegal, como coagiu os responsáveis do voo a executarem essa ilegalidade, o que poderia repercutir na segurança do voo ou posteriormente na segurança dos cidadãos residentes no espaço Schengen. Em nenhuma altura o comandante de bordo detectou qualquer acto que pudesse colocar em perigo aquele voo concretamente, por isso não agiu conforme mandam as normas de segurança do voo… Limitou-se a deixar que os agentes de controlo das fronteiras (SEF) fizessem o seu serviço… É disso que se trata. Saber ler não é o mesmo que saber interpretar… É a velha questão da literacia funcional!
Outro exercício da iliteracia funcional, que não sei se é intencional ou não, é tentar colar a autoridade consular portuguesa residente na Guiné-Bissau a este caso, quando a notícia veiculada, inclusive no artigo do jornal “Expresso”, é claro a fazer referência à “PASSAPORTES E VISTOS FALSOS”. Aliás, o antepenúltimo parágrafo do artigo do “Expresso”, diz o seguinte:
Só entre janeiro e outubro, o SEF interceptou 173 pessoas provenientes da Guiné-Bissau portadoras de PASSAPORTES E VISTOS FALSOS. É um aumento de 90% em relação a 2012.
Portanto, não são passaportes nem vistos passados pela autoridade consular portuguesa sediada na Guiné-Bissau!
Ainda, no parágrafo anterior e no subsequente do mesmo artigo, lemos o seguinte:
As redes turcas de imigração clandestina para vários países europeus movimentam milhões de dólares por ano e têm ramificações na capital guineense.
Várias fontes policiais e diplomáticas garantem que estas redes se confundem , e negoceiam, com as que se dedicam com o tráfico de droga por toda a África Ocidental.
As redes que auxiliaram estes cidadãos em Bissau estão ligadas ao tráfico de estupefacientes, principalmente de cocaína.
Estes sim, são dados que me interessam e preocupam como guineense e que devem preocupar a todos os guineenses de bem, sem excepção. O resto é secundário. O resto é encher páginas, ou melhor, aquilo que os portugueses chamam de “encher chouriços” e que eu chamo de “masturbação intelectual”.
Chega a roçar o delírio persecutório, quando se tenta arranjar “bodes expiatórios” para todas as asneiras cometidas por impreparados que assaltaram o aparelho de estado guineense!
Estes dados não é nada mais que um indício claro do estado em que está mergulhada a nossa pátria e que resgatá-la das mãos do crime organizado está a tornar-se cada vez mais difícil e, sem uma ajuda internacional séria e desinteressada (o que é uma miragem!) e o empenho de todos os guineenses de bem, arrisco a dizer que é uma tarefa inglória ou até impossível.
A realidade é nua e crua, não existe neste momento um verdadeiro estado na Guiné-Bissau. O território guineense e o seu povo estão tomados por redes criminosas, facilitadas por supostos dirigentes políticos e agentes da lei, em que o único interesse nem chega a ser o enriquecimento ilícito, já que o que sobra para esses agentes guineenses facilitadores dessas actividades ilegais, são umas migalhas que dá para ser usada como um “lago dourado”, no oceano da miséria que é o país…
Entrando na linha do meu anterior artigo, volto a manifestar a minha extrema preocupação com o défice democrático e político dos vários candidatos que se alinham para as próximas eleições guineenses!
Um candidato à liderança do que quer que seja, quanto mais de um país, deve partir para a disputa desse cargo com o espírito de quem pretende colocar às suas capacidades ao serviço daqueles a quem pretende dirigir ou orientar. Deve conhecer ou tentar conhecer profundamente aquilo que pretende vir a dirigir, para poder transmitir aos seus eleitores, aquilo que pretende mudar quando for eleito. Esse exercício não deve ser feito só durante a campanha eleitoral! Quem quer assumir o papel de líder político, deve saber que tem de estar a altura de intervir, sempre que as circunstâncias do quotidiano justificarem, principalmente quando está em causa assuntos que lesam profundamente o país e o povo!
O povo guineense anseia por políticos com coragem e determinação de Amilcar Cabral, Mahatma Gandhi, Mandela, entre outros. Necessitamos de uma outra revolução na Guiné-Bissau, feita, desta vez, por democratas, sem necessidade de recurso à luta armada.
O povo guineense anseia por democratas que usem da voz e da escrita para combater os criminosos que lhe mantém refém. O povo guineense não precisa de discursos de ocasião, carregados de chavões, proferidos por homens com fatos reluzentes e gravatas alinhadas, com currículos ditos brilhantes. O povo guineense precisa de políticos com “P grande”, que sabem apontar o dedo aos desvios dos interesses do Estado e que também sabem apontar soluções e saídas para o estado moribundo em que se encontra o país.
Cabral, no decurso de uma luta armada que contava vencer, já desenhava caminhos para o desenvolvimento nacional após a libertação do país. Os nossos actuais políticos pretendentes á liderança do país, não são capazes sequer de fazer uma abordagem pública, incisiva e clara dos factos actuais relevantes!
No aproximar de Março de 2014, este (entre outros) é mais um dos graves acontecimentos que morrerão no silêncio daqueles que dizem ser candidatos a líderes da Guiné-Bissau! Com que interesses!?
Se os nossos democratas ou pseudo-democratas não saberem juntar as vozes, para denunciarem os criminosos e solicitarem ajuda internacional para combate-los, jamais sairemos do atoleiro onde nos encontramos.
Será que vou morrer sem ver outro Amilcar Cabral na Guiné-Bissau?
Jorge Herbert
Carta para o Ramos Horta
«Caríssimo Aly,
Foi com particular sentido de humor que li a mensagem de Ano Novo do Representante Especial do Secretario Geral das Nações Unidas para a Guiné-Bissau, José Ramos Horta, postada no teu incontornável blog.
Li-o com bastante humor sim ...! Humor, num contexto de penúria humana e governativa, que ele, na sua mensagem de Boas Festas, reconhece de forma inequívoca, a qual infelizmente, ele não consegue fazer reflectir tão claramente nos seus famosos relatórios de paninhos quentes de uma no cravo e outra na ferradura endereçada a quem representa no pais de Cabral. Alias, RH não respalda nos seus relatórios, nem os factos tal como deviam ser e, tão pouco sugere ou propõe medidas concretas e injuntivas ao Douto Conselho para fazer sair a Guiné-Bissau desse marasmo de podridão em que se encontra atolado.
Sendo emotivo e quiçá, liberto de formalismos e preconceitos desnecessariamente adquiridos desse complexo processo, Ramos Horta, finalmente, em poucas linhas, retratou com alma iluminada, a verdade dos factos e do sofrimento do Povo guineense, factos e verdades que ele não consegue expor perante quem de direito e em instância própria..., e com essa atitude acobardada de não ferir susceptibilidades de bestas ignorantes, RH vai adiando, sem dar conta, que seja tomada uma decisão firme e corajosa que indique a porta da saída para a crise guineense.
Apenas um senão, RH persiste em indicar caminhos a seguir após o período eleitoral (solicita um Presidente de largo consenso, dialogante, preconiza a constituição de um governo alargado a todas as forças politicas e por ai fora...). Julgamos que isso não foi pedido ao RH e nem deve ser esse o seu papel. O seu papel é o de apresentar soluções para a saída da crise guineense, ajudar a realizar eleições livres justas e transparentes, onde todos os guineenses sem exclusão possam participar livres de quaisquer constrangimentos ou ameaças. Enfim a realização de um processo de transição para uma verdadeira democracia na base da verdade e nos verdadeiros ensejos do Povo da Guiné-Bissau.
Não sendo assim, RH esta a ir para além do seu papel e esta a dar directrizes e quiçá a falar por conta de alguém... Sendo assim trasvasa o seu papel e deixa de ser imparcial.
Um Santo Natal e um Feliz Novo Ano para todo o Povo Guineense, se possível livre dos impostores que assaltaram o poder na Guiné-Bissau.
Grupo de Reflexão 'No Pensa Guiné'»
100 sombras
Estamos todos a aguardar a divulgação do tão propalado relatório sobre o embarque à força e sob coacção armada de 74 cidadãos sírios num voo da TAP Portugal. Aposto aqui que os demissionários Delfim da Silva e António Suka Ntchama VÃO permanecer nos seus postos - aquilo foi tudo teatro, uma encenação preocupante, à medida do aflito poder golpista de Bissau!!! Está tudo pronto para atirarem uma vez mais areia para os olhos dos guineenses e fazer da comunidade internacional uns autênticos parolos.
Está claro para todos - idiotas à parte - que o ministro do Interior está desde a primeira hora ligado aos sírios. Quem, no seu perfeito juízo, pode pensar que 74 cidadãos 'refugiados' estrangeiros chegam organizadamente a Bissau, instalam-se confortavelmente em dois hotéis (refugiados ricos, esses), pagando tudo do seu bolso, sem ninguém dar por nada?
É claro que para um regime vetado ao ostracismo, qualquer solução, por mais dramática que seja, é bem vinda para arrecadar somas avultadas. É a 'transição', há que mamar... 25 mil dólares por pessoa... Não importa o dano causado a terceiros (neste caso, a vinte e sete países), estão-se nas tintas para as consequências pois estão habituados a governar ignorados pelo resto do mundo.
Só num país anárquico é que podia acontecer o que se assiste na Guiné-Bissau. Prisões arbitrárias, raptos, espancamentos, assassinatos, tráfico de droga, de armas, e, para compor o ramalhete, de seres humanos! Guiné-Bissau parece um palco que em vez de pessoas tem sombras deambulando. Tristemente, a comunidade internacional, a mesma que impõe sanções, assiste, impávida e serena às violações das suas sanções. Um exemplo:
Major Idrissa DJALÓ
Nationality: Guinea-Bissau
Date of birth: 06 January 1962
Official function: Protocol Advisor to the Armed Forces Chief of Staff
Designation/Justification: Point of Contact for the "Military Command" which has assumed responsibility for the coup d'état of 12 April 2012 and one of its most active members. He was one of the first officers to publicly assume his affiliation to the “Military Command”, having signed one of its first communiqués (nº5, dated 13 April 2012). Major Djaló also belongs to the Military Intelligence.
E o que é feito mesmo do major Idrissa Djaló? Depois de sancionado, foi calmamente nomeado embaixador extraordinário e plenipotenciário da República da Guiné-Bissau na República da Gâmbia!!! Essa é que é a verdade!!! E convive lá, em Banjul, com a mesma comunidade internacional...
E a ONU, tugiu? Não me parece. Mugiu? Ora essa, doutor! AAS
UNIÃO EUROPEIA - JUNHO DE 2012
SÓ PARA RECORDAR QUE FALTAM OS 'ACTOS', E QUE O POVO GUINEENSE ESTÁ FARTO DE PALAVRAS
A União Europeia aprovou resolução que condena golpe de Estado, e Diogo Feio, Ana Gomes e Rui Tavares apelam à UE para passar das palavras aos actos. O Parlamento Europeu (PE) aprovou hoje em Estrasburgo uma resolução que condena com veemência o golpe de Estado na Guiné-Bissau do dia 12 de Abril. Os deputados europeus exigem o retorno à ordem constitucional e a realização da segunda volta das eleições presidenciais.
Diogo Feio, Ana Gomes e Rui Tavares, deputados ao PE, congratularam-se com este resultado e com o trabalho que desenvolveram em conjunto no sentido de sensibilizar a euro-câmara para a questão guineense. Os três deputados pretendem que a União Europeia (UE) envie um sinal claro de que não tolera a tomada do poder pela força na Guiné-Bissau e que está disponível para promover e colaborar no regresso à ordem democrática do país, bem como para apoiar as populações carenciadas.
Diogo Feio (PPE), defende a devolução do poder aos seus legítimos titulares. "Receio que, sem o apoio da UE, a Guiné-Bissau corra o risco de se tornar num Estado falhado corroído pelo tráfico de droga. A reforma do sector de segurança e defesa deve ser um dos primeiros passos a dar no sentido da estabilização do país. É importante apoiar o povo da Guiné e os seus legítimos representantes nesta hora de extrema dificuldade".
Ana Gomes (S&D), "não é tolerável que a CEDEAO na Guiné‑Bissau, tal como no Mali, esteja a respaldar soluções que reabilitam os golpistas e lhes permitem ensaiar uma farsa de transição em violação da democracia. É imperativo que a UE se empenhe, no regresso à ordem constitucional na Guiné-Bissau e ao processo eleitoral. É disto que depende a reabilitação do país e a segurança do povo guineense".
Rui Tavares (Verdes), espera que a resolução desperte a atenção do Serviço de Acção Externa da UE, para a defesa da Guiné-Bissau. "Os guineenses já demonstraram que têm capacidade para desenvolver o seu Estado e a sua sociedade. Qualquer demissão do nosso dever de solidariedade para com a Guiné tem custos que se materializam no perpetuar de uma situação de sofrimento para a população, como a corrupção, a militarização e o enquistamento do narcotráfico."
A resolução comum contou com o apoio de seis grupos políticos que representam a grande maioria dos deputados ao Parlamento Europeu, prova da convergência de pontos de vista quanto à situação política e militar da Guiné-Bissau.
Ramos Horta faz balanço do ano
Esta é a mensagem do chefe do chefe do Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS):
"Infelizmente, o povo da Guiné-Bissau não celebrara um Natal mais feliz do que os anteriores; o ano que finda foi um ano de mais sofrimento, de desilusões, de promessas não cumpridas, de medo, de impunidade.
Como Representante Especial do Secretário-Geral das Nações Unidas não posso, honestamente, dizer que houve progressos com vista ao regresso da paz, boa governação, justiça, bem-estar. Estou preocupado em relação a 2014, pois nada nos assegura que a situação vai melhorar. O adiamento da realização de eleições significa o adiamento da resolução dos graves problemas da Guiné-Bissau.
A comunidade internacional continua muito cética em relação à vontade dos líderes políticos Guineenses de assumirem as suas responsabilidades e, decisivamente, encontrarem soluções duradouras para os graves problemas do seu país.
A comunidade internacional não se substitui aos líderes nacionais. A comunidade internacional só pode apoiar aqueles que, demonstradamente, merecem ser apoiados, que querem ser apoiados. Apelo às elites político-partidárias da Guiné-Bissau para se unirem à volta dos ideiais do passado da sua luta, para se sentarem à mesa de diálogo e proporem uma agenda para a Paz, democracia e desenvolvimento.
O primeiro passo terá de ser o da realização das eleições gerais a meados de Março de 2014. A não realização das eleições, como prometido ao povo Bissau-guineense e à comunidade internacional, iria inevitavelmente agravar os problemas, já muito sérios, que o país enfrenta.
Por isso, apelo a todos para que trabalhemos no sentido da realização de eleicoes livres e democráticas, credíveis; para a formação de um governo de base ampla, inclusiva; e para, juntos, possamos mobilizar os recursos possíveis para resgatar a Guiné-Bissau da penúria, da extrema pobreza, da instabilidade.
A todos desejo felicidades nesta quadra de festas e no Novo Ano que se aproxima."
quinta-feira, 19 de dezembro de 2013
Rui Barros já tem inquérito a voo da TAP
O primeiro-ministro do Governo de transição da Guiné-Bissau já tem em mãos as conclusões dos inquéritos sobre o embarque forçado de passageiros com passaportes falsos num avião da TAP, disse à Lusa fonte governamental. Segundo a fonte, os resultados apurados por uma comissão chefiada pelo ministro da Justiça, Saido Baldé, foram entregues a Rui de Barros "no final do dia" e o primeiro-ministro vai decidir na sexta-feira sobre os procedimentos a seguir sobre o assunto.
A fonte indicou ser provável que Rui de Barros convoque uma reunião extraordinária do conselho de ministros para debruçar sobre o resultado do inquérito. De seguida Rui de Barros deverá remeter ao presidente de transição, Serifo Nhamadjo, o documento resultante das averiguações sobre o que realmente se passou em 10 de dezembro quando 74 sírios com passaportes falsos foram embarcados à força em Bissau num avião da TAP para Lisboa.
O caso provocou o cancelamento dos voos diretos da transportadora aérea portuguesa para Bissau e ainda o pedido de demissão de dois ministros guineenses do Governo de transição. LUSA
FANTASMAS: Fernando Vaz diz que MNE português vê «terrorismo em tudo»
O porta-disparate do 'governo de transição' reagiu - com a baixeza de sempre e a linguagem que se (re)conhece - às declarações de Rui Machete, ministro português dos Negócios Estrangeiros, que classificou o embarque forçado de cidadãos sírios num voo de Bissau para Lisboa como «um acto de terrorismo». O vocabulário do Vaz: «A mentalidade deste homem, infelizmente, é de quem vê terrorismo em tudo, tem alguns problemas mal resolvidos», disse, acrescentando não querer «entrar em detalhes» sobre as declarações de Rui Machete, por considerar estar a colocar-se «ao mesmo nível» do governante português (Nando baixara o nível logo na sua primeira intervenção...)
O porta-voz informou que o seu Governo está a trabalhar no sentido de a Guiné-Bissau ter a sua própria companhia aérea, de forma a não depender de outras companhias, numa alusão à suspensão dos voos da TAP para Bissau. (a companhia aérea será apenas para os aeroportos internacionais de Rubane e Cufar?)
No que respeita ao pedido de demissão do ministro dos Negócios Estrangeiros, Fernando Delfim da Silva, e à colocação do lugar à disposição por parte do ministro do Interior, António Suca Ntchama, Fernando Vaz minimizou o impacto sublinhado que casos desta natureza são raros na Guiné-Bissau (Tão raro, presumo eu, quanto embarcar ilegalmente cidadãos sírios num avião de passageiros com bandeira estrangeira).
OPINIÃO: Fernando Seara
Da Vaidade
Jornal: Diário de Notícias
Autor: Fernando Seara
1- As relações de Portugal com a Guiné-Bissau estão significativamente perturbadas em razão dos acontecimentos ocorridos com a "invasão" do avião da TAP. O Governo, em particular o MNE, e a transportadora aérea reagiram bem. E prontamente. E o mínimo que se exigiria, mesmo a um poder político precário, era a imediata identificação dos prevaricadores e a delimitação da respetiva liderança. O que mais me perturba, nestes tempos, é alguns julgarem que os "outros são parvos". É o exemplo de um tipo de vaidade contemporânea. Como acontece, em outro sentido, perante a opinião pública global, com o cidadão sul-africano que "falsificou a linguagem gestual" numa das cerimónias públicas de homenagem a Nelson Mandela e a sua desculpa "bem esfarrapada"!
Com efeito, e no momento em que escrevo, apenas sabemos que decorre um processo de inquérito na Guiné-Bissau. Eu diria que o Governo precário da Guiné-Bissau, se queria mostrar autoridade - que não legitimidade -, deveria ter identificado, de imediato, todos aqueles que violaram, grosseiramente, regras internacionais inequívocas. Ao não o fazer mostrou cumplicidade. Ao adiar confirmou a fragilidade do seu poder. Ao não concretizar qualquer medida demonstrou a crise de autoridade que o condiciona. E perturba. E, em rigor, o humilha.
E a um poder precário sem autoridade e sem a mínima influência não se poder conceder uma segunda oportunidade para remediar uma "má impressão". Tem de se agir com toda a firmeza. E não escutar nenhuma "viúva carpideira".
Tem de evidenciar que há hierarquia e valores e que esta hierarquia não pode vacilar perante atos graves, factos grosseiros e situações perigosas. E perante precedentes que, face à fragilidade dos poderes - ou em rigor dos poderes fácticos - se podem repetir. "Os Estados falhados" devem ser ajudados. Mas precisam de mostrar, sempre, que querem e merecem ajuda. Não podem os seus temporários titulares julgar os "outros" como "serenamente parvos" ou, eles próprios, serem "desculpáveis permanentemente". Julgando que o "encolher de ombros" é regra mesmo que perante um conjunto de lágrimas caídas como aqueles que brotam nos rostos de uma personagem de uma falhada telenovela. O que fica é uma decisão rápida e responsável do Governo da República. Mostra autoridade. Bem necessária nos tempos que correm e naqueles que se aproximam.
2- Entre o ensino de Eça e o gosto pela leitura há uma relação de compromisso. É pela palavra que Eça nos conquista. Pela minúcia da narrativa, pela finura da graça e pelo inigualável poder de efabulação. O recorte semântico e ficcional da escrita interage com a nossa própria capacidade de sonhar e adensa o nosso fascínio pela linguagem.
É, nesta perspetiva, que a escrita e a leitura da obra de Eça de Queirós se tornam consequentes. É na excecional criatividade do uso da palavra e na perfeição formal da prosa queirosiana que se mantém sempre atual. Ensinar a ler ou ler e ensinar Eça de Queirós, alteia o nosso legítimo anseio de cultivar a literacia nacional e estimular a vivacidade da língua portuguesa. Para além de qualquer relatório ou disputa política meramente semântica como aquelas que nos dominam e condicionam nos dias de hoje.
A narrativa de Eça de Queirós estende-se a uma crónica dos costumes, da cultura, da política, da civilização, dos movimentos sociais do século xix verdadeiramente notável.
Para o embaixador tataflu
O embaixador da Guiné-Bissau em Dakar (ilegalmente nomeado, diga-se), anda a espalhar por aí uma 'nota de esclarecimento' sobre esta NOTÍCIA . Mas como o embaixador desconhece o que é uma 'nota de esclarecimento', eu dou uma ajudinha: É... isso mesmo: o direito que uma pessoa tem de se defender de críticas públicas no mesmo meio em que foram publicadas.
O embaixador ilegalmente nomeado pelo poder golpista de Bissau, sabe mais, muito mais do que aquilo que diz. Por que razão o embaixador não enviou essa 'nota de esclarecimento' para o blog que deu a notícia, o ditadura do consenso? AQUI, NO DITADURA DO CONSENSO, TINHA MAIS AUDIÊNCIA...MUITO MAIS!!! Vá-se lá perceber esses embaixadores... Ah, o embaixador também não percebeu a frase «Refugiados» sírios 'passaram' por Dakar»? «Terá», «estará»...A língua portuguesa é fodida. Ah, eu não tenho tempo... AAS
Caso TAP/Sírios: O 'governo de transição' da Guiné-Bissau decidiu, em conselho de ministros, adiar por um dia a conclusão do relatório sobre o incidente com um voo da TAP. Nando Vaz - ele de novo - disse haver a necessidade de concluir todas as audições necessárias para "apurar o que de facto se passou"...AAS
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