quinta-feira, 28 de novembro de 2013
Nhamadjo, o mentiroso
Ouvi o Serifo Nhamadjo falar sobre mim, num vídeo. Vou responder-lhe à letra, mostrando ao MUNDO que você, SERIFO NHAMADJO, é um mentiroso e NÃO tem perfil para sentar na cadeira onde está, mas que o faz em virtude do alinhamento no golpe de Estado de 12 de abril de 2012. Mas há mais...
O próprio Serifo Nhamadjo INTERCEDEU junto de alguém, em DAKAR, para falar comigo a fim de lhe dar APOIO para as presidenciais. Fui a Dakar, disse à pessoa que SERIFO NUNCA GANHARIA ESSAS ELEIÇÕES, e portanto estava fora. Regressei a Bissau no dia seguinte, menos de 24 depois...e tranquilo.
ESTAVA CLARO PARA TODOS QUE SÓ O CARLOS GOMES JR., PODIA VENCER ESSAS ELEIÇÕES, E A QUE VIRÁ...
Hoje, telefonei para Dakar e falei com a pessoa, explicando-lhe tudo. E prometi que reagiria, também em vídeo. Incrédulo com o que acabara de ouvir, respondeu: «Esse Serifo é um traidor!» e deu-me luz verde para gravar o vídeo. Oremos. O Serifo Nhamadjo é um MENTIROSO, e todos vão saber a história verdadeira. Serifo Nhamadjo, você é um TRAIDOR do Povo da Guiné-Bissau.
Serifo Disse ainda que eu felicitei-o através de sms, que guarda. VERDADE. Fi-lo porque ele acabara de ocupar um lugar, LEGALMENTE, depois do assassinato do presidente 'Nino' Vieira. Agora o Serifo que não espere pelo meu apoio enquanto... GOLPISTA. Desafio o SERIFO NHAMADJO a tornar públicas os sms que eu lhe enviei, sob pena de ser...MENTIROSO outra vez. . Portanto, contra as mentiras do NHAMADJO, marchar, marchar!
Serifo Nhamadjo tratou-me por «esse sujeito». Muito bem, Serifo. Sou um sujeito que nunca MATOU, ROUBOU, DELAPIDOU, CONSPIROU, DEU UM GOLPE DE ESTADO. A propósito, o sujeito manda-lhe que vá bardamerda. António Aly Silva
quarta-feira, 27 de novembro de 2013
UE acusa Bissau de autorizar pesca ilícita
A União Europeia (UE) identificou a Guiné-Bissau como um país que autoriza a prática de pesca ilícita nas suas águas territoriais, mesmo depois de ter sido feito uma advertência oficial às autoridades do país há cerca de um ano.
Num comunicado transmitido à imprensa em Bruxelas, esta terça-feira, a UE confirma que a Guiné-Bissau ainda não resolveu os problemas estruturais nem demonstrou vontade em lutar contra a pesca ilícita, apesar de a organização europeia ter trabalhado em colaboração com o Governo deste país africano no sentido de criar medidas de gestão e controlo das atividades de pesca.
A Comissão Europeia já aconselhou o Conselho dos Estados-membros a proibir a importação de peixes capturados nas águas da Guiné-Bissau. Para a União Europeia, a pesca ilícita (não declarada e não regulamentada) constitui um delito não só para os pescadores e mercados europeus, mas também para as populações locais.
Num comunicado transmitido à imprensa em Bruxelas, esta terça-feira, a UE confirma que a Guiné-Bissau ainda não resolveu os problemas estruturais nem demonstrou vontade em lutar contra a pesca ilícita, apesar de a organização europeia ter trabalhado em colaboração com o Governo deste país africano no sentido de criar medidas de gestão e controlo das atividades de pesca.
A Comissão Europeia já aconselhou o Conselho dos Estados-membros a proibir a importação de peixes capturados nas águas da Guiné-Bissau. Para a União Europeia, a pesca ilícita (não declarada e não regulamentada) constitui um delito não só para os pescadores e mercados europeus, mas também para as populações locais.
Descartáveis
"Meu caro amigo,
Estes politicos e militares que temos na Guiné-Bissau devem ser trocados como fraldas e pelo mesmo motivo. É impressionante as merdas que fazem.
António T."
NOTA: Também acho. Mas a começar por cima, pelo Nhemeadjo. AAS
Estes politicos e militares que temos na Guiné-Bissau devem ser trocados como fraldas e pelo mesmo motivo. É impressionante as merdas que fazem.
António T."
NOTA: Também acho. Mas a começar por cima, pelo Nhemeadjo. AAS
PAIGC: Demba Dahaba pretende retribuir ao PAIGC os seus princípios
Abubacar Demba Dahaba apresentou dia 25 de Novembro a sua candidatura para o cargo de Secretário Nacional do PAIGC. A candidatura para o VIII Congresso a ter lugar em Cacheu numa data a indicar, tem quase aderência de todos. A reacção ao aparecimento público de Demba Dahaba foi simplesmente encantador e convincente. Todos sem excepção consideraram Abubabcar Demba Dahaba, candidato real a cabeça de lista do partido nas próximas legislativas.
Muita afluência dos militantes e dirigentes do PAIGC, a fé dos veteranos num salvador do PAIGC e do País: Demba Dahaba. Dos três discursos ouvidos, destaque para, Manuel Maria Monteiro (Manecas), que em nome dos Combatentes da Liberdade da Pátria, foi o mais contundente e realista. Qualificou Demba Dahaba do único capaz de conduzir o partido e retribuir-lhe os seus princípios. Único capaz de salvar a Guiné-Bissau.
Um desafio extremamente difícil, segundo Manecas, mas ao alcance de Demba Dahaba, por várias razões. Manecas recorda ter conhecido Abubacar Demba Dahaba, ainda criança nas zonas libertadas, quando era elo de ligação entre os guerrilheiros do PAIGC. Depois foi um militante ordeiro e respeitador. “Mas o que mais me impressiona, não o seu conhecimento ao partido. É que num país onde os valores foram minados, o Demba Dahaba não se deixou corromper. Estou aqui para lhe dar força, mas para lhe dizer que se ganhar o Congresso, vai ter muito trabalho para retribuir o nosso partido os seus princípios e para recuperar os valores perdidos”, disse.
Por sua vez, o candidato subiu a tribuna para lançar muitos desafios aos militantes do PAIGC, congressistas e guineenses em geral. O momento é de mudança. E o PAIGC tem de mudar. Defendeu um PAIGC coerente com os valores que ajudou a implantar. Os valores da democracia. “O PAIGC em 1994 aceitou a queda do artº 4. Implantou a democracia. Não é aceitável, mais de 15 anos depois, se continue a reinar princípios quase que antidemocráticos. Temos que mudar e fazer do PAIGC um partido respeitador das regras democráticas e que sobretudo vai permitir a separação de poderes”, afirmou.
Sereno e com um discurso de maior responsabilidade, Demba Dahaba sentiu-se mais responsabilizado quando minutos antes de usar de palavra, ouviu Carlos Domingos Gomes, CADOGO Pai a considera-lo de uma pessoa indicada para enfrentar os momentos que a Guiné-Bissau vive. Um gestor rigoroso, mas sobretudo dirigente competente comprometido com os valores da Nação.
Antes foi Abel da Silva, Director da candidatura a fundamentar perante todos os presentes, os motivos que levaram o Grupo de Reflexão constituído por 7 quadros do partido a apostar em Abubacar Demba Dahaba como candidato ao cargo de Secretário Nacional. “Analisamos o perfil de todos aqueles que manifestaram intenções de concorrer e chegámos a conclusão que, para atingirmos as metas traçadas, o Grupo e posteriormente o partido, devem apostar no Abubacar Demba Dahaba.
Abel da Silva
Directoria
Ramos-Horta: "Direitos humanos continuam a ser violados na Guiné-Bissau" (Esta, presumo, é a novidade do século)
O representante especial do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) na Guiné-Bissau disse hoje ao Conselho de Segurança que "a situação dos direitos humanos e da segurança na Guiné-Bissau continua a deteriorar-se, com um aumento dos casos de intimidação, ameaças e limitações à liberdade de expressão e associação, assim como a contínua interferência militar nos assuntos de Estado", declarou José Ramos-Horta.
O representante especial referiu-se ao mais recente relatório sobre a situação do país, onde se considera a possibilidade de reforçar a ECOMIB, contingente militar estacionado na Guiné-Bissau, para travar o aumento de casos de violência. Em relação ao relatório anterior, datado de agosto, o documento faz um retrato mais sombrio da situação no país, sobretudo por causa do número crescente de casos de violência e intimidação. O prémio Nobel da Paz timorense sublinhou que existe um "clima generalizado de medo criado pelo comportamento fora-da-lei das forças de defesa e segurança."
"Esse clima de medo persiste e não contribui para a realização de eleições pacíficas e credíveis", disse o político. O país, que está sob um Governo de transição desde o golpe de Estado de 12 Abril de 2012, devia ter realizado eleições gerais a 24 de novembro e terminado com o período de transição a 31 de dezembro, segundo o calendário estabelecido com a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), mas o Governo de transição adiou as eleições para 16 de março de 2014.
No relatório divulgado esta semana, Ban Ki-Moon condena fortemente a morte de um cidadão nigeriano. Na sua comunicação, Ramos-Horta garantiu que "foi aberta uma investigação" sobre o caso e que "10 indivíduos foram acusados formalmente e encontram-se detidos". O relatório refere ainda os ataques de grupos armados à população de bairros de Bissau, em que um funcionário da ONU foi ferido, o apedrejamento da embaixada da Nigéria, e o espancamento de um ministro de Estado, Orlando Mendes Viegas.
Quanto a este último incidente, Ramos-Horta garantiu também ter sido aberta uma investigação e que 11 pessoas já foram interrogadas. Na conferência com o Conselho de Segurança, participou também o embaixador do Brasil junto da ONU, António de Aguiar Patriota, que confirmou a sua visita ao pais em janeiro, na qualidade de presidente da Comissão de Construção de Paz. O embaixador de Moçambique, António Gumende, foi o represente da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) no encontro.
"Tenho de transmitir a nossa profunda preocupação com os episódios recentes de violência e intimidação na Guiné-Bissau, que tiveram como alvos representantes da comunicação social, defensores dos direitos humanos, artistas e políticos", expressou o diplomata, sublinhando "a ausência de ações concretas para combater a impunidade" nestes casos. O embaixador da Costa do Marfim, Oussoufou Bambao, e o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros guineense Fernando Delfin da Silva também participaram na conferência.
Uns vão para a prisão...outros forçam 'amnistia' - A diferença entre Bissau e Bamako
O general Amadou Sanogo, autor do golpe de Estado de 2012 no Mali, foi interpelado no seu domicilio em Bamako, hoje, quarta feira, 27 de novembro, pelas forças de segurança malianas, anunciou o Ministério da Defesa do Mali. Varias dezenas de soldados malianos armados introduziram-se no seu domicilio e saíram pouco depois levando-o pouco depois nas traseiras de um veiculo pick-up, segundo o jornalista da AFP no local.
O antigo capitão « bombardeado » ao grau de general em agosto passado, deve ser presente ao juiz de instrução que deve ouvi-lo sobre os abusos e maltrato cometidos pelos seus homens, assim como sobre a morte de seis pessoas aquando de uma manifestação de militares em setembro. "Ele não quis se apresentar perante a justiça, e nos viemos executar o mandato que lhe fazer apresentar-se perante a justiça do pais », declarou um militar presente no local à AFP.
"Profundamente indignado"
Amadou Sanogo fora convocado em finais de outubro por um juiz de instrução de Bamako mas recusou-se sempre se fazer presente perante o juiz, provocando a reação acessa de muitos partidos e organizações da sociedade civil do Mali. há uma semana atrás, a Frente Unida para a salvaguarda da Democracia e da Republica (FDR), coligação de partidos e organizações que se opuseram ao golpe de estado, declararam-se "profundamente indignados" que o general Sanogo não se digne a responder a uma convocação da justiça.
Nos meses seguintes ao golpe de estado de 22 de março 2012 que precipitou a tomada do Norte do Mali pelos grupos jihadistas, o quartel general de Sanogo e dos seus homens, situado num campo militar perto de Bamako, foi local onde foram cometidas vários abusos, torturas e mortes de militares considerados fieis ao presidente deposto, Amadou Toumani Touré. Muitos homens políticos, jornalistas e membros da sociedade civil, afirmaram igualmente terem sido vitimas de brutalidades. Fontes: AFP et REUTERS
Para o Daba, via EMGFA ou vice-versa
"Como é possivel ser "general, jurista"(?) e conseguir dizer tanto disparate? Passados mais de 19 meses vem agora ao publico o sr. Daba Na Walna dizer que a tropa é limpa, inocente e que os crimes, as atrocidades, as detenções arbitrárias, os espancamentos, as intimidações, os assassinatos e um número infindável de barbáries não são cometidos por militares, mas sim, por civís fardados e armados. Ó Daba Na! Por favor, poupa-te a ti mesmo. É tudo o que tens a dizer? É esta a tua intelectualidade?
Porque só agora vos ocorreu brandir esta estúpida justificação? Quer dizer, os senhores Inacuba Injai e Silvestre Alves foram espancados por "civís fardados e armados".
Ótis foi torturado e morto no quartel pelos tais "civís fardados e armados". O furriel felupe morto recentemente também foi "proeza" dos tais "civís fardados e armados". Os espancamentos e assassinatos no centro de instrução militar de Cumeré também são da autoria desses "civís". Mbé!!
Aonde é que está a autoridade? O governo não sabe nada. A polícia não sabe nada. Não sabem, não querem saber, não conseguem saber ou têm medo de saber? Os militares, esses estão nas "casernas", não têm nada a ver com isso. Aquilo é uma elite de gente fina e civilizada. Muito bem! Já agora, não se esqueçam também de dizer que aquela porrada que a polícia levou na CNE (as imagens correram o mundo) em 2012 foi dada por "civis fardaddos e armados".
Pergunto, onde estavam "esses civís fardados" antes de vocês darem o golpe?
Falam agora de proliferação de armas de fogo depois da guerra de 7 de Junho de 1998. Ó gente! Mesmo depois dessa estúpida guerra a barbárie não durou tanto. Fizeram-se eleições 5 meses depois do fim da guerra. Eleições de que vocês, os golpistas, (militares e civís) não querem ouvir falar porque seria o fim da mamadeira.
O mais espantoso e incrível em tudo isso é como um prémio nóbel se deixa enrolar na vossa teia. Ó Ramos Horta, fuja daí enquanto é tempo senão bicho pega. A nâo ser que estejas a gostar e a deleitar. Existem "civis armados e fardados" (nova versão da tropa guineense), então de quem é a culpa?
Voltarei.
Unsai Wek"
OPINIÃO: Quando o contágio se deseja
"Quando se deu o golpe de estado no Mali no dia 22 de Março de 2012, protagonizado pelo Capitão Sanogo agora promovido General de Brigada, a Guiné-Bissau vivia no pleno periodo de constestações dos resultados eleitorais que foram considerados justos, livres e transparentes pelos observadores internacionais incluindo da CEDEAO, e validados unanimamente pelos juizes do Supremo Tribunal de justiça.
Naquela altura, muitos observadores temiam aquele que viria a consumar, o chamado contágio do caso Maliano à Guine-Bissau, ou seja, golpe de estado na Guiné. Com a realização das eleiçoes presidenciais naquele país e consequente retorno a ordem constitucional, as instituições Malianas começaram a funcionar com seriedade e normalidade.
Num inquerito aberto para apurar as responsabilidades dos assassinatos que ocorreram naquele país durante o periodo de transição, o General Sanogo foi intimado no final do mês de Outubro findo para se apresentar no gabinete de um juíz de instrução criminal. Resposta do capitão foi Não, invocando os seus estatutos de antigo presidente para não comparecer no tribunal.
Ontem dia 26 de Novembro, General Sanogo foi interpelado na sua residencia em Bamako por um grupo dos militares à mando do tribunal para ser ouvido a força pela justiça. "Ele nao queria comaperecer perante a justiça, agora nós viemos executar um mandado de condução", declarou à l’AFP um militar que participou na sua interpelação.
Esta atitude da justiça Maliana é um exemplo claro da seriedade e um aviso sério aos golpistas e assassínios de que nunca ficarão impunes dos actos criminosos de que são responsaveis. Esperemos que haja também neste caso o cantagio do caso Maliano que permita a detenção e consequente julgamento de António Indjai para responder os diversos casos de assassinatos que aconteceram na Guiné-Bissau antes e depois do golpe de estado de 12 de Abril. Amen
Sigam noticia neste Link: http://news.abamako.com/h/32916.html
A."
Para a ONU, via Ramos Horta ou vice-versa
"Os altos funcionários da burocracia mundial olham para as situações como a da Guiné-Bissau, vendo nelas apenas um modo de vida (para eles próprios) com muita qualidade. Ramos Horta fez muito por Timor, ou Timor fez muito por Ramos Horta?
Tive esta dúvida genuína quando ele foi para a GB, sabendo que bastariam alguns meses para ficar esclarecido. Quando os Relatórios não descrevem minimamente o que se passa na GB, está tudo dito. Há espaço demais para palavras ocas e para carreiras assentes em coisa nenhuma. Nada a fazer; como dizia o Nietzsche, "a loucura, nos indivíduos, é a excepção, mas nas sociedades, é a regra".
Rui G."
terça-feira, 26 de novembro de 2013
Assim fica difícil...
O EMGFA, através do seu porta-voz, Daba Na Walna, voltou a gozar na cara dos guineenses e da comunidade Internacional. Acossados que estão, com a indisciplina cada vez mais recorrente nos quartéis, não foram de modas: foram às tabancas, agarraram em quatro coitados e fizeram-nos passar por impostores que usavam fardas militares para cometer assaltos.
Assaltantes de luxo, quero dizer, pois fazem-se transportar num reluzente BMW série 5, com chapa a condizer - como se algum ladrão alguma vez na vida tivesse colhões para usar uma chapa de matrícula falsa...e logo da tropa, e ainda por cima em Bissau!!! Dois deles reagiram de imediato: «Nunca cometemos assaltos nenhuns», disseram à RTP-África. Esta montagem, decididamente, não encaixou.
«Mas esse Daba Na Walna esta a gozar com quem?», pergunta, e bem, o A. da Silva, num e-mail que me fez chegar esta noite. O próprio conclui: «Ele que vá gozar com... quem eu cá sei!!!». De facto, assim fica difícil... Mais. Nunca vi, na Guiné-Bissau e em todos os meus 47 anos de vida, ladrões com tão bom aspecto depois de apanhados! - e logo na Guiné-Bissau. A coça que teriam levado... Só faltou mesmo o Xanana para o choro...
Atrevo-me a dizer que tinham até muitíssimo melhor aspecto que o Pansau Ntchama quando foi 'capturado' em Bolama. Deixem de gozar com o Povo da Guiné-Bissau, e assumam as vossas responsabilidades. AAS
PAIGC: Juliano Fernandes engrossa fileira de apoiantes de Braima Camara
Juliano Augusto Fernandes, Decano da Faculdade de Direito de Bissau, militante do PAIGC, antigo membro da JAAC, aderiu ao Projecto “Por uma Liderança Democrática e Inclusiva” numa cerimónia simples, mas de grande significado, numa cerimónia presidida por Braima Camará, candidato à Presidência do PAIGC, acompanhado pelos camaradas Marciano Silva Barbeiro, Isabel Buscardini e Óscar Barbosa “Cancan”, da Coordenação Política Nacional.
Juliano Augusto Fernandes, na sua intervenção, disse ter aderido ao Projecto “Por uma Liderança Democrática e Inclusiva” por considerar “ser este o momento oportuno e ideal e um gesto de solidariedade e de confiança em Braima Camará, com quem trabalhei e colaborei enquanto advogado, ocasião que tive a grata oportunidade de conhecer a sua dimensão humana, de grande empreendedor, com grande capacidade de liderança e de condução de uma equipa”, para logo acrescentar, “outra motivação importante que me levou a aderir a este Projecto, é a sua visão reestruturante do PAIGC e consequentemente do próprio país”.
Braima Camará considerou que a adesão de um quadro com o gabarito de Juliano Fernandes “era uma ocasião importante para o nosso Projecto, demonstrativo de que estamos no bom caminho e hoje mais capacitados para podermos estar a altura de darmos uma resposta positiva e consequente aos imensos desafios que temos pela frente”.
Juliano Augusto Fernandes, esteve ligado na elaboração dos grandes pacotes legislativos que conduziu o país do regime de partido único para o multipartidarismo, tendo igualmente desempenhado importantes cargos na Administração Pública guineense, nomeadamente, Procurador-Geral da República, Ministro da Comunicação Social, e Ministro de Estado, Conselheiro do Presidente da República para os Assuntos Jurídicos e Políticos. Trabalhou igualmente para a Delegação da União Europeia, em Bissau, estando actualmente a exercer advocacia e a leccionar na Faculdade de Direito de Bissau.
OPINIÃO: Apenas mais um relatório de Ban Ki-moon
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, lá vai redigindo os seus relatórios periódicos, como compete a qualquer funcionário; mas a verdade é que a resolução dos problemas guineenses não depende simplesmente de palavras, requerendo antes acções muito mais efectivas.
Jorge Heitor*
Jornalista
Num relatório dirigido esta semana ao Conselho de Segurança, o secretário-geral Ban Ki-moon afirma que o trabalho das Nações Unidas na Guiné-Bissau continua a ser prejudicado pelos atrasos na conclusão do processo de transição. E que sem um interlocutor eleito algumas das principais iniciativas da Organização tiveram de ficar suspensas. Mas o trabalho da ONU não deveria ser precisamente acabar com os atrasos na conclusão do processo, atrasos que só poderão interessar às Forças Armadas de António Indjai e ao seu amigo Kumba Ialá?
Para além disso, Ban Ki-moon diz que as restrições de recursos motivadas pela suspensão da assistência dos doadores tradicionais estão a prejudicar a capacidade das Nações Unidas para fornecer apoio adequado para reformas institucionais a longo prazo.
Por tudo o que expõe, ele acha imperativo que instâncias nacionais, regionais e internacionais continuem a trabalhar no sentido de se completar o processo de transição que só foi necessário porque as Forças Armadas amigas do chefe balanta Kumba Ialá interrompera o ano passado um processo eleitoral que iria dar à Guiné-Bissau um interlocutor devidamente escolhido pela população.
Fala agora Ban Ki-moon de uma realização atempada, a tempo e horas, logo que possível, de eleições presidenciais "credíveis", sem se manifestar aparentemente muito certo de que elas poderão concretizar-se a partir de Março de 2014, conforme anunciou o Presidente de transição, Manuel Serifo Nhamadjo. É essencial, prossegue ele, que todos se comprometam a alcançar um progresso tangível na reforma do sector da justiça e na modernização das forças de Defesa e Segurança, de acordo com padrões internacionais, promovendo um genuíno diálogo nacional e o respeito pelos direitos humanos.
Há bem mais de cinco anos que todos nós sabemos tudo isso muito bem; só que a generalidade das instâncias guineenses, a começar pelos militares e por alguns políticos, não se tem manifestado minimamente interessado no primado do Direito nem no combate efectivo ao tráfico de drogas e de armamento. As Nações Unidas alegam que continuam empenhadas em contribuir para a criação de um ambiente propício a eleições credíveis e a evitar qualquer regresso à conflituosidade. Mas parece bem que só se elas tivessem no terreno uma força internacional de alguns milhares de homens é que poderiam impedir a actividade impune do crime organizado que faz com que a Guiné-Bissau não leve por diante quaisquer eleições credíveis.
Ingenuamente, Ban Ki-moon pede às autoridades de transição, representadas pelo Presidente ocasional Manuel Serifo Nhamadjo, que "continue a colaborar com as Nações Unidas" de modo a garantir um ambiente pré-eleitoral decente e um resultado credível e pacífico das eleições já por mais de uma vez adiadas. E ao fazê-lo o secretário-geral da ONU esquece que essas autoridades não o são verdadeiramente, pois que quem verdadeiramente tem vindo a mandar nos guineenses durante estes últimos dois anos e meio é o general António Indjai, que fez com que lhe dessem a chefia do Estado-Maior General das Forças Armadas e que nele permanece entrincheirado, desde os tempos do Presidente Malan Bacai Sanhá.
O ingénuo e pouco operativo Ban Ki-moon reitera uma vez mais, no relatório agora em discussão no Conselho de Segurança, o seu apelo a todas as partes guineenses para que adoptem uma nova cultura política que acabe com o cíclico conflito político-militar e coloque o interesse nacional acima dos interesses individuais. Que foi coisa que Kumba Ialá e Manuel Serifo Nhamadjo não souberam fazer, quando não aceitaram o resultado da primeira mão das presidenciais do ano passado, que deu claramente vantagem ao líder do PAIGC, Carlos Gomes Júnior.
Seráfico, Ban Ki-moon fala da necessidade de se construírem consensos e de se garantir a reconstrução do Estado, esquecendo que estas coisas não se conseguem apenas com belas palavras nem sequer com a longa prática diplomática do seu representante pessoal no país, o antigo Presidente timorense José Ramos-Horta. Os recentes incidentes de segurança, que o secretário-geral aliás não deixa de referir, sublinharam uma vez mais a necessidade crítica de se acabar com a cultura de impunidade que vem de muito longe, de há décadas; e que fez com que nunca fossem presentes a tribunal os responsáveis por numerosos assassínios.
"O povo da Guiné-Bissau deve sentir que será feita justiça", observa o secretário-geral, referindo-se a ataques criminosos ocorridos nestes últimos dois meses, como aquele de que foi alvo o ministro Orlando Viegas. Mas, na verdade, aquilo de que os guineenses necessitam é de uma Justiça muito mais ampla, não só referente a dois ou três episódios, mas sim a muitos mais, verificados desde os tempos da luta armada, desde os tempos do assassínio de Amílcar Cabral.
Enquanto isso não for feito, enquanto não houver uma Comissão de Verdade e Reconciliação que passe a pente fino muitos episódios obscuros dos últimos 41 anos, de modo a tentar esclarecê-los de uma vez por todas, as belas palavras de Ban Ki-moon e de José Ramos-Horta serão apenas isso: palavras, palavras, palavras...
(*) Jorge Heitor, que na adolescência tirou um Curso de Estudos Ultramarinos, trabalhou durante 25 anos em agência noticiosa e depois 21 no jornal PÚBLICO, tendo passado alguns períodos da sua vida em Moçambique, na Guiné-Bissau e em Angola. Também fez reportagens em Cabo Verde, em São Tomé e Príncipe, na África do Sul, na Zâmbia, na Nigéria e em Marrocos. Actualmente é colaborador da revista comboniana Além-Mar e da revista moçambicana Prestígio.
Terra negra, pó branco
Há uns anos, uns traficantes arrojados vindos da América do Sul fizeram uma aterragem desesperada, porém bem sucedida, com um Boeing carregado de cocaína em pleno deserto, no Mali. Depois de descarregarem a valiosa carga, incendiaram o aparelho numa ousadia nunca antes vista, considerada um “descaramento” palas autoridades. Na altura, o presidente maliano, Amadou Toumane Touré, entretanto deposto por um golpe militar, abespinhou-se, e, mandando o protocolo às urtigas, proclamou aos quatro ventos: “Não quero que este país se transforme numa nova Guiné-Bissau. Isso era o que mais faltava”, afirmou o ex-chefe de Estado, que os malianos tratam carinhosamente por ATT.
Foi uma referência clara – e triste – à fama que a Guiné-Bissau, um minúsculo país africano de expressão portuguesa, ganhou de há um tempo a esta parte – relacionado com o narcotráfico internacional em grande escala – e com estilo. Com efeito, mercê da fragilidade do Estado guineense e de uma cada vez maior influência dos militares, sobretudo dos oficiais-generais, a Guiné-Bissau foi posta de cócoras pelos narcotraficantes sul-americanos.
Num final de tarde igual a tantos outros, em Abril de 2007, a Polícia Judiciária guineense deu um duro golpe no tráfico de droga: apreendendo de uma só vez uns impressionantes 630 quilos de cocaína – nas contas da ONU fala-se friamente em 50 toneladas de cocaína a transitarem anualmente por alguns países da África ocidental, Guiné-Bissau incluída. Essa droga foi depois incinerada, numa cerimónia bastante mediatizada e filmada até ao fim, com a comunidade internacional em peso, embora incrédula, a assistir e a bater palmas pelo sucesso do governo no combate a este flagelo que movimenta milhares de milhões de dólares anualmente.
Apesar desta operação, que teve enorme sucesso, nunca, em momento algum, alguém chegou a ser preso ou sequer indiciado pela prática de crime de tráfico de droga. Numa atitude de desespero, Carmelita Pires, à altura ministra da Justiça, chegou a propor a Russell Benson, o responsável para a Europa e África da DEA (agência norte-americana de combate à droga), baseado em Dakar, no Senegal, o inverossímil: sugeriu que a comunidade internacional “comprasse as ilhas”, para, justificou, “melhor controlar o narcotráfico”, tendo apelidado os traficantes de droga de “oportunistas”. Os narcotraficantes “aproveitam-se da nossa fragilidade enquanto Estado, e da vulnerabilidade dos que estão no poder”, concluiu a ministra. Ninguém agiu depois destas acusações da ministra.
Pouco depois, o governo de Carlos Gomes Júnior foi exonerado pelo presidente da República. Remodelado o governo, chamado de iniciativa presidencial, Nino Vieira haveria de reconduzir Carmelita Pires. Contudo, o tráfico de droga continuou a não dar descanso à ministra – que todos os embaixadores ocidentais com residência em Bissau admiravam.
Avion, avion
Passou pouco mais de um ano. Em Julho de 2008, a turbulência voltou a atingir o país. Um avião a jacto desafiou tudo e todos fazendo-se à pista do aeroporto internacional Osvaldo Vieira em Bissalanca, a apenas 7,5 km da capital. Proveniente da Venezuela, veio a saber-se que esse voo não tinha sequer autorização para sobrevoar o espaço aéreo guineense e muito menos para aterrar. Toda a gente foi apanhada desprevenida – menos a classe castrense, sobretudo aquela que está na base aérea, contígua ao aeroporto civil. Sabiam de tudo, ainda que dissessem o contrário.
Assim que aterrou e se imobilizou na placa do aeroporto, os militares cercaram o aparelho, armados de AK-47, e proibiram a impotente polícia científica da Polícia Judiciária de se aproximar sequer do avião. O braço-de-ferro e as trocas de acusações entre a polícia, o governo e os militares duraram desesperantes duas semanas. Porém, com o cerco a apertar-se cada vez mais, quer pela imprensa quer pela opinião pública, além da comunidade internacional, o chefe do Estado-Maior da Força Aérea, Papa Camara (que os EUA tinham acusado pouco tempo antes de envolvimento no tráfico de droga, juntamente com o chefe do Estado-Maior da Armada, Bubo Na Tchuto (hoje detido numa prisão americana e que era acusado de estar por trás da sublevação do passado dia 26 de Dezembro) veio publicamente dizer que se tratava apenas de “medicamentos para as forças armadas”.
A Polícia Judiciária, através da sua directora-geral, Lucinda Barbosa Aukharie, veio logo a terreiro desmentir prontamente a tropa: “Desde o início que a PJ sabia que se tratava de droga.” E disse mais, disse algo que desarmaria a patética teoria dos militares: “As embalagens são iguais às encontradas na operação anterior.” Ainda assim, e mesmo debaixo dos olhares da impotente PJ, os militares, sempre de kalashnikov em riste, reforçaram a sua teoria e rebocaram o avião para dentro de um hangar desactivado, tendo descarregado todos os pacotes – um a um. Sem qualquer resistência. E esperaram que as coisas acalmassem. Porém, o barulho continuou, ganhando contornos cada vez mais obscuros. E mais decibéis. Assim, e perante uma cada vez mais forte pressão internacional, os militares acabaram por ceder.
Dois agentes federais norte-americanos, entre eles Russell Benson, da DEA, e também alguns portugueses chegaram a Bissau para ajudar as autoridades guineenses nas investigações que se seguiriam. Não viram um grama de cocaína (desaparecera misteriosamente, até hoje), mas em contrapartida os norte-americanos fizeram revelações surpreendentes: os pilotos eram todos venezuelanos e um deles, a cereja no topo do bolo, dava pelo famoso nome de Carmelo Vázquez Guerra, um títere procurado pela Interpol, e meio mundo mais, por tráfico de droga e a quem os norte-americanos viriam a reconhecer a façanha de, num único carregamento, ter traficado cinco toneladas e meia de cocaína do México para os Estados Unidos da América – um feito que os yankees nunca esquecerão.
Carmelo Vázquez Guerra e os seus comparsas foram detidos numa cela da Polícia Judiciária, mas, curiosamente – ou não –, e perante a incredulidade de todos, comunidade internacional incluída, a justiça guineense viria autorizar a sua libertação. Tanto de Vázquez Guerra como do resto da tripulação, que passeavam por Bissau sem receio, como quem se sente bem protegido. Russell Benson, sem nada mais poder fazer, desabafou apenas, em surdina, que o que mais desejava “era ver o senhor Vázquez Guerra ser conduzido para o México, para ser julgado por tráfico de droga”. Ficou a intenção.
Mudanças
Depois as coisas acalmaram um pouco. O tráfico passou a resumir-se a correios de droga desesperados, que, aliciados por tuta e meia, vinham do Brasil para Bissau ou Cabo Verde, em trânsito para Lisboa, onde muitas vezes eram caçados à chegada, mercê da cooperação entre as duas polícias judiciárias, a da Guiné-Bissau e a de Portugal. No ano de 2009, em Bissau, um quilo de cocaína custava 13 mil euros no “mercado” – cinco anos antes custava 8 mil euros. Mesmo assim, ainda era dez vezes menos que na Europa. Hoje o seu custo andará pelos 30 mil euros. Na opinião de um conhecido passador, “foram bons tempos, mas de repente tudo mudou, mesmo para os traficantes que cá vinham”.
Actualmente, passear num imponente Hummer ou noutro carro de alta cilindrada deixou de ser novidade. O encanto parece ter desaparecido. Aqueles que em tempos ganharam notoriedade pela façanha no narcotráfico, mudaram-se sorrateiramente para Conacri, a capital francófona de outro país famoso pelo narcotráfico, e igualmente controlado pelos militares de alta patente – a outra Guiné. Outros escolheram a Europa, outros ainda o Brasil.
A Guiné-Bissau, quer se queira quer não, não passa de uma ilusão como Estado. O abastecimento de energia eléctrica é deficitário – o país todo só dispõe de sete megawatts. E não havendo energia não há água potável. O Estado existe – e é quando existe – apenas na poeirenta capital, Bissau, onde o caos e a desorganização deixam qualquer um espantado. A corrupção atingiu limites fora do aceitável. No entender de um conhecido comentador radiofónico, que preferiu manter o anonimato, “este Estado nunca foi tão roubado como nestes últimos anos”. António Aly Silva
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
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