terça-feira, 19 de novembro de 2013
Tartarugas-verdes dão espectáculo em ilha deserta da Guiné-Bissau
TEXTO: Luís Miguel Fonseca, Lusa
Milhares de minúsculas tartarugas-verdes atravessam o areal e as rochas da ilha de Poilão, na Guiné-Bissau, apressadas e aos tropeções, em direcção ao mar. São recém-nascidas: acabaram de sair dos ninhos escavados na areia pelas mães, onde elas colocaram 120 a 130 ovos de cada vez. Quem observa, chama-lhe um “espectáculo” real sobre a vida, sem ensaios e em cena desde tempos remotos.
Todas as noites, especialmente entre Agosto e Novembro, o cenário repete-se na ilha deserta, apenas vigiada por um acampamento de biólogos, que, nalgumas datas, acolhe pequenos grupos de turistas autorizados a visitar a ilha do arquipélago dos Bijagós. Com um perímetro de cerca de três quilómetros, Poilão está a cerca de 50 quilómetros ao largo da costa continental guineense e é o extremo mais a sul dos Bijagós.
Nalgumas noites, os funcionários do Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas (IBAP) da Guiné-Bissau chegam a contar a passagem de 500 tartarugas mãe para desovar: uma visita à ilha de cerca de uma hora para fazerem o ninho nas zonas mais altas dos areais. Pesam em média 150 quilos, chegam a ter mais de um metro de comprimento e as mais velhas podem alcançar os 80 anos.
Pelo caminho, areal acima, cruzam-se com os filhos [de posturas anteriores] em sentido contrário, atraídos pelo brilho do mar, onde vão passar a maior parte das suas vidas. “Os filhotes saem durante a noite, quando a temperatura desce e quando há menos predadores”, explica Betânia Ferreira, bióloga marinha portuguesa e assistente técnica do IBAP.
“Fazem cócegas”, refere uma visitante sob a luz de uma lanterna, com os pés quase cobertos pelas minúsculas tartarugas, impossibilitada de se mexer enquanto elas não passarem, para não machucar nenhuma. Ao lado, outro membro do grupo descreve o cenário como um “espectáculo” da vida natural.
Quando o Sol nasce, ainda há muitos animais aprisionados no labirinto formado por zonas rochosas. São os biólogos do IBAP e os visitantes que os ajudam: são animais minúsculos, cabem aos três e quatro numa mão, mas são difíceis de segurar porque nunca param de se agitar, procurando o mar.
As tartarugas “são fiéis ao local onde nascem e como a ilha foi sempre protegida” pelos residentes do resto do arquipélago, as colónias conseguiram manter-se, livres da pressão humana, num local onde as mães regressam todos os anos, refere Betânia Ferreira, ao explicar a concentração de tartarugas-verdes em Poilão.
Na noite de Outubro em que a agência Lusa passou pela ilha, “foram detectadas 77 tartarugas mãe”, de acordo com o bloco de notas de Castro Barbosa, biólogo guineense e director do Parque Natural de João Vieira e Poilão. “Não foi muito, já chegámos a ver mais de 500 por noite”, sobretudo no início da época de desova, em Agosto.
A tartaruga-verde (Chelonia mydas) está ameaçada a nível mundial e a ilha de Poilão é “uma das grandes maternidades” da espécie, o que justifica o acompanhamento por parte dos funcionários do IBAP e de outros investigadores. O trabalho aqui é financiado pela fundação internacional para a natureza MAVA e pelo Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida (ISPA) de Portugal. in: PÚBLICO
Violação dos direitos humanos no Sul da Guiné-Bissau
Liga Guineense dos Direitos Humanos
Violação dos Direitos Humanos na Região de Tombali
No dia 13 de Novembro 2013, um grupo de 31 mulheres espancaram até a morte uma mulher de nome Bitchete Na Sanhã acusada de feitiçaria na aldeia de Cadeque Sector de Catio.
A vitima acabou por falecer no dia 14 de Novembro em consequência das agressões a que foi alvo pelo grupo das mulheres. As suspeitas foram detidas pelas autoridades policiais do Comando Provincial da Zona Sul, e aguardam neste momento pela instrução dos seus respectivos processos.
A LGDH condena com firmeza esta acção criminosa dos populares daquela localidade e apela as autoridades competentes no sentido de traduzirem à justiça os responsaveis destes actos inaceitaveis.
A Provincia sul que engloba as regiões de Tombali, Quinará e Arquipélago dos Bijagós, constitui o epicentro das violações graves dos direitos humanos com base nas praticas culturais nefastas tais como, casamento forçado, e precoce, mutilação genital feminina, assassinatos e espancamentos devido as acusações de feitiçaria.
Esta província que engloba regiões de Quinará, Tombali e Bolama com uma população de 184.290 Habitantes, de acordo com os dados estatísticos do recenseamento geral da população, não tem nenhum tribunal em funcionamento. Os conflitos de diversas naturezas incluindo homicídios, são resolvidos através da justiça tradicional ou privada embora alguns casos raros são encaminhados para a região de Bafatá mais de 200 Km de distância.
Este disfuncionamento dos tribunais na provincia Sul e demais outras regiões do país para além de constituir violações graves dos direitos humanos por provocar constrangimentos enormes aos cidadãos em termos de acesso a justiça, traduzem-se na violação da constituição e demais garantias que assistem aos cidadãos sobretudo mulheres e crianças.
A LGDH apela mais uma vez, a reabertura imediata do Tribunal Regional da Província Sul assim como todos os tribunais de sectores que se encontram paralisados neste momento.
Exorta ainda a construção de centros de detenções nesta localidade com vista ao combate a impunidade e assegurar o cumprimento efectivo das penas.
Pela Paz, Justiça e Direitos Humanos
Feito em Bissau aos 19 dias do mês de Novembro 2013
A Direcção Nacional
___________________________
Vitórias de Braima Camara nas conferências regionais(*)
O Sector Autónomo de Bissau (SAB), passando por Gabú, Bafatá, Quínara, Tombali e Oio asseguram uma vitória absolutamente inequívoca de Braima Camará e do Projecto “Por uma Liderança Democrática e Inclusiva” no Congresso de Cacheu. Estes resultados indiciam claramente que a maioria absolutamente inequívoca dos delegados escolhidos pelas diferentes Conferências Regionais acreditam plenamente no Projecto Político “Por uma Liderança Democrática e Inclusiva” no qual Braima Camará é candidato à Presidência do PAIGC.
Contrariamente aos blogs que poderiam continuar a desempenhar um papel positivo no trabalho de informação (que deve ser rigorosamente imparcial e isenta) continuamos a registar desinformação, colagens e adulteração da clara vontade expressa pelos delegados nas conferências regionais. Um claro exemplo desta descaracterização informativa, prende-se com o facto de um blog que defende ser independente e imparcial, mas que na sua prática corrente demonstra que não é nem independente e muito menos imparcial e vejamos como e porquê.
A clara e estrondosa vitória de Braima Camará e do Projecto “Por uma Liderança Democrática e Inclusiva” foi publicada às 16H20 e volvidos mais de 50 minutos, é publicada uma outra notícia referindo-se à Conferência do Sector Autónomo de Bissau com os dados deturpados, quando a mesma devia ser feita muito antes da de Bafatá por ter tido lugar no dia anterior.
Numa leitura profissional, a notícia sobre a conferência do SAB, foi mandada publicar para retirar impacto à sequencia das vitórias obtidas pelo Projecto “Por uma Liderança Democrática e Inclusiva” em Tombali, Quínara e agora Bafatá, evitando-se assim a descrença e a debandada nas hostes nossa adversária.
Isto tem um nome, tentativa de tapar o sol com a peneira…
Voltando as conferências regionais o Projecto “Por uma Liderança Democrática e Inclusiva” reconhece com humidade que não atingiu plenamente os resultados que fixou como sua meta, ou melhor dizendo, ficou aquém das expectativas que criou para as Regiões de Bolama/Bijagós e Cacheu, mas continuamos e continuaremos junto aos camaradas dessas regiões a apresentar ideias e soluções visadas pelo nosso Projecto Político na esperança que se juntem à referida maioria absolutamente inequívoca.
Contudo, quem ganha no Sector Autónomo de Bissau (SAB), passando por Gabú, Bafatá, Quínara, Tombali e Oio com vitórias absolutamente inequívocas de Braima Camará e do Projecto “Por uma Liderança Democrática e Inclusiva” no Congresso de Cacheu, pode dizer simplesmente que já faltou mais e “si canua ká ncadja, nó na tchiga”!
(*) A Directoria de campanha do candidato Braima Camara
segunda-feira, 18 de novembro de 2013
ESPANCAMENTO: Um esclarecimento da Polícia Judiciária
Exmo. Senhor António Aly Silva
Bissau, 18 de Novembro de 2013
A Directoria Nacional da PJ apresenta as suas melhores saudações e reconhecimento pelo abnegado esforço na difusão de informações de interesse nacional.
A PJ serve-se da presente para em exercicio de Direito de Resposta, remeter em anexo a sua reação, solicitando que V.Exa. se digne torná-la publica, relativamente as ultimas informações por vós publicada.
Atenciosamente,
Assessoria de Imprensa
POLÍCIA JUDICIÁRIA
DIRECTORIA NACIONAL
Assunto: Direito de Resposta/Esclarecimento
Exmo. Senhor
António Aly Silva
Jornalista
A Directoria Nacional da PJ serve-se da presente para na sequência da informação publicada hoje por V.Exa. intitulada "ESPANCAMENTO DE ORLANDO VIEGAS: Principal suspeito pode ser libertado por causa de pressões", expor a atenção dos prezados visualizadores do blog “ditadura do consenso” o seguinte:
1 – São falsas as informações que apontam para a existência de pressões de qualquer natureza, mormente dos Srs. Koumba Yala e António Injai, no âmbito do inquérito em curso;
2 - A libertação hoje de um dos indiciados no inquérito, nomeadamente o Sr. Bussana Monteiro, é uma decorrência normal da evolução do processo das audições, consubstanciando mera alteração da medida de coacção, nos termos da lei processual penal em vigor;
3 - A PJ reitera aqui a sua firme determinação na realização isenta de inquérito com vista a descoberta material dos factos, graças a qual foi atempadamente possível efectuar vigorosamente devidas audições e outras diligências tidas por convenientes;
4 – Garantir sem reservas o primado da defesa dos direitos, liberdades e garantias fundamentais dos cidadãos e o escrupuloso respeito pelo princípio da presunção da inocência, constitucionalmente consagrados;
5 – Continuar rigorosamente a encetar demais diligências a luz do inquérito em curso e concluir oportunamente os autos ao Ministério Publico, enquanto titular da ação penal.
Sem mais assuntos de momento, queira aceitar Exmo. Senhor Jornalista a expressão da mais elevada consideração.
O Director Nacional
_____________________
Dr. Armando Namontche
Procurador Geral Adjunto
NOTA DO EDITOR: Ditadura do Consenso agradece à PJ, mas mantém tudo o que escreveu. Tanto que, depois do texto sobre as pressões, o suspeito foi efectivemente libertado. Ditadura do Consenso agradece os esforços da PJ, mas desafia a mesma polícia que apresente à Justiça, o mais rapidamente possível, os responsáveis morais e materiais pelo espancamento do ministro Orlando Viegas. AAS
Bissau, 18 de Novembro de 2013
A Directoria Nacional da PJ apresenta as suas melhores saudações e reconhecimento pelo abnegado esforço na difusão de informações de interesse nacional.
A PJ serve-se da presente para em exercicio de Direito de Resposta, remeter em anexo a sua reação, solicitando que V.Exa. se digne torná-la publica, relativamente as ultimas informações por vós publicada.
Atenciosamente,
Assessoria de Imprensa
POLÍCIA JUDICIÁRIA
DIRECTORIA NACIONAL
Assunto: Direito de Resposta/Esclarecimento
Exmo. Senhor
António Aly Silva
Jornalista
A Directoria Nacional da PJ serve-se da presente para na sequência da informação publicada hoje por V.Exa. intitulada "ESPANCAMENTO DE ORLANDO VIEGAS: Principal suspeito pode ser libertado por causa de pressões", expor a atenção dos prezados visualizadores do blog “ditadura do consenso” o seguinte:
1 – São falsas as informações que apontam para a existência de pressões de qualquer natureza, mormente dos Srs. Koumba Yala e António Injai, no âmbito do inquérito em curso;
2 - A libertação hoje de um dos indiciados no inquérito, nomeadamente o Sr. Bussana Monteiro, é uma decorrência normal da evolução do processo das audições, consubstanciando mera alteração da medida de coacção, nos termos da lei processual penal em vigor;
3 - A PJ reitera aqui a sua firme determinação na realização isenta de inquérito com vista a descoberta material dos factos, graças a qual foi atempadamente possível efectuar vigorosamente devidas audições e outras diligências tidas por convenientes;
4 – Garantir sem reservas o primado da defesa dos direitos, liberdades e garantias fundamentais dos cidadãos e o escrupuloso respeito pelo princípio da presunção da inocência, constitucionalmente consagrados;
5 – Continuar rigorosamente a encetar demais diligências a luz do inquérito em curso e concluir oportunamente os autos ao Ministério Publico, enquanto titular da ação penal.
Sem mais assuntos de momento, queira aceitar Exmo. Senhor Jornalista a expressão da mais elevada consideração.
O Director Nacional
_____________________
Dr. Armando Namontche
Procurador Geral Adjunto
NOTA DO EDITOR: Ditadura do Consenso agradece à PJ, mas mantém tudo o que escreveu. Tanto que, depois do texto sobre as pressões, o suspeito foi efectivemente libertado. Ditadura do Consenso agradece os esforços da PJ, mas desafia a mesma polícia que apresente à Justiça, o mais rapidamente possível, os responsáveis morais e materiais pelo espancamento do ministro Orlando Viegas. AAS
ESPANCAMENTO DE ORLANDO VIEGAS: Principal suspeito pode ser libertado por causa de pressões
O principal suspeito do espancamento de Orlando Viegas, ministro dos Transportes e Comunicações, poderá ser libertado hoje devido às fortes pressões do seu cunhado, Kumba Yala, e do CEMGFA António Indjai, apurou o DC junto de fonte fidedigna. Bussana Monteiro, detido pela PJ há pouco mais de uma semana, foi acusado de ser o principal suspeito do espancamento brutal a que foi sujeito o ministro no passado dia 5 de Novembro.
Segundo fontes fidedignas do DC, o interrogatório do suspeito resultou na identificação de cerca de 8 outros suspeitos entre os quais Alfredo Malu, director adjunto dos Serviços de Informação do Estado e braço direito de Kumba Yala, Augusto Kabi ex-director geral da APGB, igualmente delfim do Kumba Yala, do actual Director dos Serviços de Informação do Estado Biong Na Tchongo - homem de confiança de António Indjai -, do comandante da Policia de Intervenção Rápida e de vários outros suspeitos identificados com este caso.
Os interrogatórios realizados na passada sexta-feira, apurou o DC, forneceram detalhes e provas irrefutáveis do envolvimento destes indivíduos na conspiração e espancamento do ministro de Transportes, que foi de resto evacuado para Dakar e posteriormente para Lisboa. Segundo as fontes em referência, a PJ pretendia deter todos estes suspeitos mas não tem condições de segurança para os seus investigadores para o efeito.
Mais grave ainda é o facto de os agentes da PJ terem recebido ameaças veladas dos suspeitos acima identificados na altura dos interrogatórios. «A pressão é para parar tudo», diz a fonte do DC. «O António Indjai já deu ordens expressas para a libertação imediata do Bussana Monteiro», que, ao que tudo indica «irá acontecer ainda hoje.» AAS
domingo, 17 de novembro de 2013
DENÚNCIA
«Aly,
Em relação à notícia que escreveste sobre os salários em atraso nas missões diplomáticas, falta algo. São 16 meses de salários em atraso. O golpe deu-se a 12 de Abril de 2012 e desde aí foram pagos em 2012 só dois meses e este ano de 2013 somente uma - em Janeiro - pelo que totalizam 16 meses de salários em atraso.
Pergunto-me: será que o ministro Delfim da Silva se preocupa em saber como os seus emissários (diplomatas) sobrevivem no exterior com rendas para pagar, com famílias para manter e compromissos para honrar? Será que ele sabe que ainda assim os funcionários vão trabalhar todo os santos dia, e sendo constantemente difamados pelos seus próprios concidadãos...
Será que ele, no lugar dos que estão durante todo esse tempo sem receber o salário que é um direito consagrado a quem trabalha, será que sobreviveria?, será, senhor ministro Delfim?
E não obstante não pagarem os salários há 16 meses, não terem enviado os orçamentos para que as missões diplomáticas e os consulados tenham o seu fundo de maneio... estão a entupir as Embaixadas de funcionários. Falo do exemplo de Lisboa, que é o que conheço e bem.
Qual a necessidade da embaixada ter 30 funcionários actualmente? Quando ela sempre, até ao golpe, teve entre 15 a 20? Até porque só tem 10 gabinetes. Conheço vários casos que são compromissos pessoais e se for preciso posso desenvolver e até chamar nomes mas nesta primeira fase somente deixo este alerta...não valeria mais a pena serem poucos os funcionários (até porque tem muitos nada fazem para além de receberem documentos consulares, sem que estejam afectos a esse serviço) e proporcionarem a esses condições de trabalho dignas recebendo eles todos com as receitas próprias já que o país os renegou.
Desses 30 funcionários imaginem quantos são licenciados? Quantos frequentaram e finalizaram o ensino superior que lhes deve o justo direito de serem chamados Dr. Imaginem.... só seis. A Embaixada da Guiné-Bissau em Lisboa, sendo das mais importantes no exterior, devia fazer-se valer de graus de exigência maiores e não ao contrário...
Ministro Delfim da Silva, diga-me quais os critérios em que se baseia para enviar um funcionário para trabalhar numa embaixada? O ser filho de alguém, ou ser mulher de alguém ou até ter estado à frente no golpe de Estado de 12 de abril de 2012?
Na embaixada em Lisboa tem o caso de uma funcionária administrativa, filha de uma figura de proa do PAIGC com um ano de casa, um ano apenas de embaixada e logo após o golpe foi exigido que ela passasse a diplomata mas sem sequer ter ensino superior feito mas sim porque a mãe assim exigiu. Mais uma vez posso chamar nomes se duvidarem da veracidade do que digo! Tantas outras histórias eu poderia contar.
Por exemplo, da filha da chefe de gabinete do ministro que veio apenas fazer estágio e que a mãe, não contente com o fim de estágio, exigiu que a recrutassem mesmo sabendo que ela não tem perfil para estar na embaixada, nem tempo, pois entrou este ano para a faculdade.
E tantos outros casos que eu poderia falar mas por falta de tempo deixo para uma outra oportunidade. Por estas e por outras que vamos ficar sempre na cauda do mundo. Por estes amiguismos e familiaridades. Fico triste com coisas assim.
Aly, se achar pertinente publique, acredito que é bom para as pessoas saberem o que se passa naquela casa que é de todos nós.
Bem haja a todos.
Cidadão descontente mas esperançado»
NOTA DO EDITOR: Agradecia que chamasse os nomes, mantendo eu, claro!, a confidencialidade. AAS
Guerra à vossa paz!
Ditadura do Consenso INVESTIGOU e DENUNCIOU. A verdade é como o azeite... No dia 12 de novembro, a PJ prende um cunhado de Koumba «suspeito de espancamento do ministro Orlando Viegas»...
Não percebo é como, logo depois da denúncia do DC, Koumba aparece nos media para dizer que quer «ajudar a consolidar a paz na Guiné-Bissau». Koumba Yalá é o SUSPEITO MORAL NÚMERO 1 do golpe de Estado de 12 de abril de 2012, e de muitos espancamentos e subversões que ocorreram na Guiné-Bissau nos últimos tempos. Portanto, guerra à vossa paz! AAS
sábado, 16 de novembro de 2013
OPINIÃO: O despertar do macaco da Indochina
"Desperto das profundezas da sua hibernação politica depois de ter ordenado o golpe de estado de 12 de abril de 2012, eis que surge de novo na cena politica guineense, o famigerado Dr Kumba Yala. O homem pardo do momento politico da Guiné-Bissau, surge do nada, para nada dizer, parecendo contudo, querer dizer-nos, de que, estava disponivel para contribuir para a consolidação da paz e da democracia na Guiné-Bissau.
Uma saída mediática, um tanto ou quanto inopinada e surpreendente, se se tomar em conta, de que, faz tempo que KY se autoexcluiu da cena politica guineense, remetendo-se a um longo e intrigado mutismo, quiçá deliciando-se sadicamente entre os quatro cantos da sua bunkerizada residência com os efeitos nefastos vividos pela sociedade guineense, fruto do seu jogo preferido de atirar pedras e esconder as mãos.
Confesso-vos de que, não consegui perceber qual a situação subjacente a esse reaparecimento publico do KY, que não seja a certeza, de que, não se trata de nada de bom para os guineenses. Nada que não seja, sinais de mau agouro para a ja fraca e penosa estabilidade que se vive hoje em dia na Guiné-Bissau.
Caso KY tivesse aparecido para se sujeitar a um ato digno de contrição, pedindo desculpas ao povo guineense pela situação catastrófica em que colocou o pais devido ao seu mau perder politico podia-se compreender. Ou caso, tivesse aparecido, para justificar, porque razão os seus homens de mão, particularmente, o seu cunhado, presentemente detido nos calabouços da PJ estão envolvidos no espancamento do ministro "de estado" Orlando Viegas (que ditadura do consenso denunciou em primeira mão), poder-se-ia compreender essa inusitada aparição dessa maquiavélica figura.
Caso contrario, ficarei sempre sem perceber que bicho mordeu o homem para sair do seu casulo conspiratório e dar-se a mais um espetáculo endecoroso farfalhado com as suas tiradas de filosofo barato e perdido no tempo.
Enfim, conclui-se de que, KY não apareceu por nenhuma dessas razões positivas acima focadas. Apareceu, ora porque quis simplesmente aparecer por ter-lhe dado na gana, ora porque, sentiu-se eventualmente inspirado e motivado pela visita de uma outra figura desastrada da crise guineense, o desnorteado nobel, Dr Ramos Horta.
O que me espanta em toda essa peça de teatro, é que, de entre as poucas perguntas formuladas a esse asqueroso politico pelos pobres e serviçais jornalistas presentes, foi, se KY pensava voltar a candidatar-se as próximas presidenciais previstas para o primeiro trimestre 2014. Este, com toda a logica que merecia a patética questão, respondeu entre o encardiço do seu peculiar sorriso, com um "vamos ver..., vamos ver, pois ainda ha tempo para pensar nisso.
Porém, sabendo-se que ele foi o principal responsável pela rutura democrática e ordenante do golpe de estado de 12 de abril, o que deviam os dignissimos jornalistas presentes perguntar ao Sr. Doutorado em Tribalismo Genocidiario, era o seguinte: "como candidato pressuposto para a segunda volta das eleições presidenciais interrompidas com a sua atitude de rejeição democratica dos resultados eleitorais, como se sentia presentemente, perante a situação de descalabro em que se encontra hoje mergulhado o nosso pais.
Como era de se prever, ninguém teve a ideia e tão pouco a ousadia de colocar o KY perante a evidência da sua culpabilidade e responsabilidade como o maor responsavel pela situação catastrofica em que se encontra actualmente o pais.
Tudo acabou, tal como gosta o Dr. Veio na maior chacota e partiu com uma risada incognita. O povo guineense, este, pobre e impotente, continua a levar e a sentir na pele as consequências das ações de um homem comprovadamente doente e de uma imprevisíbilidade altamente perigosa com efeitos letais na democracia.
E é, com essa farsa das vaidades que o Povo continua a ver a esperança de dias melhores por um canudo, este também, cada dia mais estreito e asfixiante.
Um observador atento"
sexta-feira, 15 de novembro de 2013
RAPTO? VENDA?: Cerca de 60 crianças foram encontradas dentro de uma carrinha na zona de Bula. O destino seria a Gâmbia. Através da Unicef, seguiu já ajuda alimentar para as crianças que estão desde ontem na esquadra daquela região. Estarão presos dois cidadãos guineenses, um deles marabú, e dois Gambianos. AAS
OPINIÃO: 14 de novembro
"O aniversário do primeiro golpe de estado que depôs um Presidente guineense é a altura adequada para uma reflexão sobre a violência no país e a incapacidade das Nações Unidas para a resolver.
Foram necessários 11 anos de luta para a Guiné-Bissau conseguir alcançar a sua independência; e agora já lá vão 33 anos que estamos a assistir à sua desagregação, ao desmoronar do sonho, desde que no dia 14 de Novembro de 1980 João Bernardo “Nino” Vieira depôs o Presidente Luís Cabral, irmão de Amílcar.
De 1963 a 1974 o povo guineense lutou para que Portugal reconhecesse o seu direito a ter um Estado próprio. De 1974 a 1980 Luís Cabral dirigiu o país dos balantas, dos fulas, dos mandingas, dos manjacos, dos papéis e de outros povos que vivem na bacia do rio Geba e nas suas imediações. A partir de Novembro de 1980, Nino Vieira destruiu o projecto de Amílcar Cabral, cortou a caminhada conjunta com o povo de Cabo Verde, irritou o seu amigo Ansumane Mané, chamou em seu auxílio tropas estrangeiras e fez outras tropelias.
Depois de Nino, Kumba Ialá demonstrou que também ele não era a solução, antes pelo contrário. E assim se foram sucedendo os governos e os golpes, num descambar quase constante, sem o surgimento de pessoas à altura de tão ciclópicas tarefas como as que haveria a realizar.
Agora, este mês, a agressão gravíssima, e ainda não devidamente explicada, ao ministro dos Transportes e das Comunicações, Orlando Viegas, que teve de ser retirado primeiro para Dacar e depois para Lisboa, demonstrou que as coisas continuam muito más em solo guineense. Morrem soldados durante a recruta, perseguem-se nigerianos e por muitas outras formas se dá a entender ao exterior que a Guiné-Bissau não está minimamente preparada para, nos próximos meses, ser chamada às urnas, em clima de serenidade, para decidir o seu futuro.
Contra toda a lógica, o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, António Indjai, ordenou a incorporação de novos mancebos, numas tropas que deveriam ser reduzidas e não, de forma alguma, aumentadas.
Um país com o tamanho da Guiné-Bissau, e com os seus fracos recursos, não pode nem deve ter mais de 4.000 homens nas fileiras, a queixarem-se de que não há condições nos quartéis e a revoltarem-se por tudo e por nada, sem qualquer respeito pelo poder civil.
As Forças Armadas guineenses devem ser reestruturadas de uma vez por todas, saindo delas uns bons 800 ou 900 elementos que estão visivelmente a mais; a começar pelos oficiais que nestes últimos anos têm estado na linha da frente de uma série de conjuras e de atropelos à legalidade.
Sem um profundo saneamento do aparelho militar e de segurança a Guiné-Bissau não irá a lado nenhum, por mais eleições que se façam, com idas às urnas que são uma simples panaceia e um completo desperdício de dinheiro.
Se dinheiro há, se há algum dinheiro, a União Africana e a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) que o utilizem na passagem compulsiva à reforma de 800, 900 ou mil oficiais e sargentos que não fazem qualquer falta ao país; só atrapalham. Que o utilizem no pagamento de pensões de reforma a militares que devem ser afastados para muito longe dos quartéis e dos paióis, de modo a que cessem de vez as suas tentações golpistas.
A reforma dos sectores da Defesa e da Segurança encontra-se com muito mais de 14 anos de atraso. E é isso que as Nações Unidas têm de perceber, antes de se empenharem na organização, seja em Fevereiro, Março ou Abril, de eleições que de pouco ou nada servirão.
Neste contexto, tem-se revelado muitas vezes estranha, para não dizer mais, a atitude mantida nos últimos meses pelo representante local do secretário-geral da ONU, o antigo Presidente timorense José Manuel Ramos-Horta.
Ao tentar esconder toda a gravidade e complexidade da situação e ao acamaradar com pessoas tão pouco recomendáveis como o dr. Kumba Ialá, Ramos-Horta perde uma parte do prestígio que teve na altura em que alguém decidiu atribuir-lhe um Nobel da Paz. Um Nobel que anda a perder-se numa tarefa que talvez esteja acima das suas capacidades.
*Jorge Heitor, que na adolescência tirou um Curso de Estudos Ultramarinos, trabalhou durante 25 anos em agência noticiosa e depois 21 no jornal PÚBLICO, tendo passado alguns períodos da sua vida em Moçambique, na Guiné-Bissau e em Angola. Também fez reportagens em Cabo Verde, em São Tomé e Príncipe, na África do Sul, na Zâmbia, na Nigéria e em Marrocos. Actualmente é colaborador da revista comboniana Além-Mar e da revista moçambicana Prestígio."
Jorge Heitor, jornalista - Lusomonitor
Foram necessários 11 anos de luta para a Guiné-Bissau conseguir alcançar a sua independência; e agora já lá vão 33 anos que estamos a assistir à sua desagregação, ao desmoronar do sonho, desde que no dia 14 de Novembro de 1980 João Bernardo “Nino” Vieira depôs o Presidente Luís Cabral, irmão de Amílcar.
De 1963 a 1974 o povo guineense lutou para que Portugal reconhecesse o seu direito a ter um Estado próprio. De 1974 a 1980 Luís Cabral dirigiu o país dos balantas, dos fulas, dos mandingas, dos manjacos, dos papéis e de outros povos que vivem na bacia do rio Geba e nas suas imediações. A partir de Novembro de 1980, Nino Vieira destruiu o projecto de Amílcar Cabral, cortou a caminhada conjunta com o povo de Cabo Verde, irritou o seu amigo Ansumane Mané, chamou em seu auxílio tropas estrangeiras e fez outras tropelias.
Depois de Nino, Kumba Ialá demonstrou que também ele não era a solução, antes pelo contrário. E assim se foram sucedendo os governos e os golpes, num descambar quase constante, sem o surgimento de pessoas à altura de tão ciclópicas tarefas como as que haveria a realizar.
Agora, este mês, a agressão gravíssima, e ainda não devidamente explicada, ao ministro dos Transportes e das Comunicações, Orlando Viegas, que teve de ser retirado primeiro para Dacar e depois para Lisboa, demonstrou que as coisas continuam muito más em solo guineense. Morrem soldados durante a recruta, perseguem-se nigerianos e por muitas outras formas se dá a entender ao exterior que a Guiné-Bissau não está minimamente preparada para, nos próximos meses, ser chamada às urnas, em clima de serenidade, para decidir o seu futuro.
Contra toda a lógica, o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, António Indjai, ordenou a incorporação de novos mancebos, numas tropas que deveriam ser reduzidas e não, de forma alguma, aumentadas.
Um país com o tamanho da Guiné-Bissau, e com os seus fracos recursos, não pode nem deve ter mais de 4.000 homens nas fileiras, a queixarem-se de que não há condições nos quartéis e a revoltarem-se por tudo e por nada, sem qualquer respeito pelo poder civil.
As Forças Armadas guineenses devem ser reestruturadas de uma vez por todas, saindo delas uns bons 800 ou 900 elementos que estão visivelmente a mais; a começar pelos oficiais que nestes últimos anos têm estado na linha da frente de uma série de conjuras e de atropelos à legalidade.
Sem um profundo saneamento do aparelho militar e de segurança a Guiné-Bissau não irá a lado nenhum, por mais eleições que se façam, com idas às urnas que são uma simples panaceia e um completo desperdício de dinheiro.
Se dinheiro há, se há algum dinheiro, a União Africana e a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) que o utilizem na passagem compulsiva à reforma de 800, 900 ou mil oficiais e sargentos que não fazem qualquer falta ao país; só atrapalham. Que o utilizem no pagamento de pensões de reforma a militares que devem ser afastados para muito longe dos quartéis e dos paióis, de modo a que cessem de vez as suas tentações golpistas.
A reforma dos sectores da Defesa e da Segurança encontra-se com muito mais de 14 anos de atraso. E é isso que as Nações Unidas têm de perceber, antes de se empenharem na organização, seja em Fevereiro, Março ou Abril, de eleições que de pouco ou nada servirão.
Neste contexto, tem-se revelado muitas vezes estranha, para não dizer mais, a atitude mantida nos últimos meses pelo representante local do secretário-geral da ONU, o antigo Presidente timorense José Manuel Ramos-Horta.
Ao tentar esconder toda a gravidade e complexidade da situação e ao acamaradar com pessoas tão pouco recomendáveis como o dr. Kumba Ialá, Ramos-Horta perde uma parte do prestígio que teve na altura em que alguém decidiu atribuir-lhe um Nobel da Paz. Um Nobel que anda a perder-se numa tarefa que talvez esteja acima das suas capacidades.
*Jorge Heitor, que na adolescência tirou um Curso de Estudos Ultramarinos, trabalhou durante 25 anos em agência noticiosa e depois 21 no jornal PÚBLICO, tendo passado alguns períodos da sua vida em Moçambique, na Guiné-Bissau e em Angola. Também fez reportagens em Cabo Verde, em São Tomé e Príncipe, na África do Sul, na Zâmbia, na Nigéria e em Marrocos. Actualmente é colaborador da revista comboniana Além-Mar e da revista moçambicana Prestígio."
Jorge Heitor, jornalista - Lusomonitor
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