segunda-feira, 23 de setembro de 2013

40 Anos: O dia da independência ou o dia da troca de colonizadores?


Desde que nasci nesse pais que perdeu, por motivos vários, o seu todo, os seus bons filhos intelectuais e patriotas no sentido próprio desta palavra, a sua identidade cultural, a economia que deveria ter, a sociedade que deveria erguer, os ideais, sob os quais a nacionalidade guineense foi fundada, etc.; vivo questionando, que dia é 24 de Setembro para os verdadeiros Guineenses?

As vezes, acho que estou errado, louco, aterrorizado, perdido… mas a minha sentença, enquanto verdadeiro guineense, sã e lógico é a seguinte:

A Guiné nunca foi libertada e nem sequer foi um Estado algum dia. Houve sim, tentativa de libertar este povo do jugo colonial e criar uma verdadeira república, segundo os ideais de Cabral e de outros filhos digno deste país, que infelizmente, acabou por fracassar porque o PGIAAP (PARTIDO GUINEENSE DOS INCAPAZES, AMBICIOSOS E ANTIPROGRESSISTAS) não permitiu, e o que verificou-se na prática foi a troca de colonizadores, e em consequência disso, estão prestes a comemorar os 40 anos do sofrimento do povo guineense, que afinal das contas, é o detentor nato e legítimo deste pedaço de continente Africano que Deus o confiou…

Sim, TROCA DE COLONIZADORES, pois os colonialistas portugueses foram expulsos do território guineense graças ao mérito dalguns filhos dignos desse país. E agora estamos sob domínio dos não intelectuais guineenses. Dói ser colonizado e sobre tudo pelos próprios conterrâneos.

O pior de tudo é que os PGIAAP já atuava desde o mato, e tinha o objetivo preciso: ELIMINAR OS INTELECTUAIS, porque caso contrário, após a verdadeira independência teriam menos oportunidades que estes, pois não tinham, não têm e nunca terão um saber fazer afinal das contas não são intelectuais. Mas têm ambições pessoais desmedidas e são cruéis, aliás as suas armas é a crueldade.

Governar é, e exclusivamente, tarefa de intelectuais. A Guiné nunca foi governado por pessoas idóneas, homens do Estado cuja missão é pensar o país, delinear metas e arquitetar estratégias do desenvolvimento, razão pela qual o país está no estado em que encontra. É impossível governar sem ter equipas de técnicos altamente qualificados, estas qualidades são abundantes no nosso país, pois os técnicos são suportes das instituições do estado em cada área concernente.

Se unirmos podemos ditar as régras do jogo para os Governantes - eles só assinam papéis, discursam discursos escritos por técnicos, e no nosso contexto a maioria deles não têm um saber fazer…porque nos governam afinal?
Temos que lhes fazer compreender que sem nós não são ninguém e que cada camada social deve ter o que merece por direito.

O PGIAAP ganhou a força, aliás triunfou mesmo, na década 80, com a ascensão ao poder do Homem que devia e poderia ser o ídolo de todos guineenses, pois, até a história ia ao encontro dele, mas que não soube gerir a situação…afinal não era também intelectual.

Ninguém parou para pensar porque os intelectuais que lutaram morreram em situações misteriosas e sobretudo quase no culminar da guerra que não vou chamar de libertação nacional embora devia a ser. Acordem!, intelectuais… Estão perante uma luta de mais de 40 anos de idade e, até então, os miolos de galinha estão a vencer, o que é ridículo, pois a verdadeira e potencial arma, é a massa cinzenta, o intelecto.

Por mais irónico que seja, mas estas galinhas por instinto ou outra coisa semelhante, uma vez que nem encadear raciocínios lógicos conseguem fazer, entenderam que MINTIDA TENE PÉ KURTU e que estão fracassados. Os intelectuais estão a ganhar força por inércia graças a única coisa absoluta no Mundo – a verdade, e as galinhas refugiaram-se nos militares garantindo, assim, a sua perpetuidade no poder. Portanto, os intelectuais têm uma missão a cumprir: libertar e definitivamente o povo guineense e partir rumo ao desenvolvimento.

Que o Altíssimo abençoe a Guiné e os intelectuais fieis ao povo guineense nessa luta!

The Patriot

domingo, 22 de setembro de 2013

GUINÉ-BISSAU: 40 anos de violência, tirania e delinquência(*)


•Um caso mal explicado
21 Oct 2012

Um tiroteio junto ao quartel de Bissalanca, sede dos Bionas Vermelhas, culminou em sete mortos. O ataque terá sido liderado pelo capitão Pansau N’Tchama, que esteve em Portugal a receber formação ao abrigo de um acordo de Cooperação Militar entre os dois países. O governo de transição acusou Portugal, a CPLP e Gomes Júnior de estarem por detrás do ataque.

•O último(?) golpe
12 Apr 2012

Putsch triunfante de um sector das forças armadas entre as duas voltas das eleições presidenciais. O Presidente da República interino, Raimundo Pereira e o primeiro-ministro, Carlos Gomes, Jr. são depostos e a constituição é suspensa. A governação passou a estar entregue a um Comando Militar de 6 elementos - liderados por António Indjai. Foi nomeado um governo de transição, chefiado por Serifo Namadjo, que nomeou primeiro-ministro Rui Duarte de Barros. Os líderes golpistas foram depois alvo de sanções por parte do Conselho de Segurança da ONU. A mais violenta chapada na cara da comunidade internacional...

•Morto por 'desconhecidos'
18 Mar 2012

O ex-chefe dos serviços secretos militares, Coronel Samba Djaló, é assassinado por um 'grupo de desconhecidos' pouco depois do fecho das urnas, na primeira volta das eleições presidenciais.

•Nova tentativa falhada
26 Dec 2011

Tentativa falhada de golpe de Estado levada a cabo pelo general Watna na Lai. O ex-Chefe do Estado Maior da Armada, Bubo Na Tchuto é considerado o cérebro por detrás dos militares e é detido.

•'Meio' golpe militar
1 Apr 2010

Tentativa de golpe parcialmente frustrada. O primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior e o CEMGFA, Zamora Induta, são detidos por militares. Ambos acabam por ser libertados. No entanto, Zamora Induta é destituído e substituído no cargo pelo general António Injai à revelia do poder politico.

•Candidato eliminado
5 Jun 2009

Baciro Dabó e Hélder Proença, políticos, tidos por próximos do falecido Presidente "Nino" Vieira, são assassinados. Baciro Dabó, morto de madrugada em casa, era candidato às eleições presidenciais de 28 de Junho seguinte. Fontes da candidatura responsabilizaram homens com uniformes militares.

•Presidente assassinado
2 Mar 2009

Horas depois do atentado que matou Tagmé na Waie no Quartel General das forças armadas, o Presidente João Bernardo "Nino" Vieira é assassinado a tiro e à catanada, em casa, por militares armados.

•Morre Tagmé na Waie
1 Mar 2009

O CEMGFA, General Tagmé na Waie, morre num atentado à bomba no quartel-general das Forças Armadas. Tagmé é o terceiro chefe militar a ser assassinado numa década, todos em circunstâncias difíceis de apurar.

•Casa de "Nino" atacada
23 Nov 2008

Militares atacam a residência do presidente “Nino” Vieira durante a madrugada. Bissau acorda com tiros e explosões. Morrem dois soldados, seguranças do chefe de Estado.

•Golpe falhado
6 Aug 2008

Tentativa falhada de golpe de Estado contra "Nino" Vieira - que tinha regressado ao país em Abril de 2005 para vencer as eleições presidenciais. O CEMA José Américo Bubo na Tchuto é destituído por tentativa de perturbação da ordem constitucional. No mês seguinte, exila-se na Gâmbia.

•Vingança
6 Jan 2007

O apoiante de Ansumane Mané, antigo membro da Junta Militar e ex-CEMA, Mohammed Lamine Sanhá, é assassinado.

•Morto por 'falta de pagamento'
6 Oct 2004

O CEMGFA, General Veríssimo Correia Seabra e o seu adjunto Tenente Coronel Domingos Barros são assassinados, por espancamento, alegadamente por um grupo de militares que tinha estado na Libéria numa força das Nações Unidas. A revolta teria sido desencadeada por falta de pagamento dos salários. Kumba Yalá enviou uma mensagem...uma ameaça velada: 'Digam ao Veríssimo que no dia em que eu regressar ele não estará cá para ver'...

•Golpe contra Kumba
14 Sep 2003

Kumba Ialá, que tinha sido eleito presidente nas eleições de 16 de Janeiro de 2000, é derrubado por um golpe de Estado organizado pelo CEMGFA, general Veríssimo Seabra.

•Morte do general rebelde
30 Nov 2000

Ansumane Mané é assassinado a norte de Bissau por forças governamentais, após uma 'violenta troca de tiros'.

•Homicídio suspeito.
22 Aug 1999

Homicídio por espancamento de Nicandro Barreto, Ministro da Administração Territorial e antigo Procurador-geral da República. Estava a par de muitos dossiers altamente comprometedores, designadamente um relativo ao levantamento militar de 7 de Junho de 1998, que nunca foi encontrado.

•O exílio de "Nino"
7 May 1999

A Junta Militar liderada por Asumane Mané toma Bissau e derruba "Nino" Vieira. Malam Bacai Sanhá, é nomeado presidente interino e o antigo presidente exila-se em Portugal.

•A guerra regressa
6 Jun 1998

"Nino" Vieira destitui de Chefe do Estado Maior o Brigadeiro Asumane Mané. No dia seguinte o militar e os seus homens rebelam-se e o país regressa à guerra civil.

•"Nino" eleito Presidente
3 Jul 1994

A Guiné-Bissau realiza as primeiras eleições presidenciais desde a independência. "Nino" Vieira é eleito e mantém-se no poder.

•Assassinato
17 May 1993

O major Robalo de Pina, assessor de “Nino” Vieira, é assassinado por militares. No mesmo mês, Jorge quadros, jornalista português e assessor de imagem do Presidente, é morto.

. Caso 6 de Outubro
•Tentativa de golpe e condenação
17 Oct 1985

Alegada tentativa de golpe de Estado e conspiração contra a segurança do Estado que culminou na detenção, tortura, julgamento e condenação à morte de Paulo Correia, 1º Vice-Presidente do Conselho de Estado, Viriato Pã, Procurador-Geral da República e vários oficiais de etnia balanta. Os implicados são fuzilados a 21 de Julho de 1986. A promotoria do tribunal militar, da qual faziam parte, entre outros, Anfonso Té, hoje presidente do PRID, condenara, com provas forjadas, doze pessoas

•Golpe de Estado
14 Nov 1980

O primeiro presidente da Guiné-Bissau, Luis Cabral, é deposto pelo chamado Movimento Reajustador. O golpe de Estado é liderado por João Bernardo "Nino" Vieira, um antigo comandante militar da guerra pela independência. A Constituição e a Assembleia Nacional são suspensas, é criado o Conselho da Revolução. Ruptura com Cabo Verde.

(*)Parabéns, conseguiu chegar à independência

10 Sep 1974

Portugal reconhece a independência da Guiné-Bissau um ano após a morte do líder histórico guineense, Amilcar Cabral. O seu irmão, Luís Cabral, é nomeado Presidente do país.

PAIGC é o partido mais (que) quebrado da Guiné-Bissau. Kil gô!...AAS

In Memoriam


aas tarrafal

Campo de Concentração do Tarrafal, Ilha de Santiago, Cabo Verde

Ramos Horta apela a uma "mudança de comportamento" das forças de segurança e militares


O representante da Organização das Nações Unidas (ONU) na Guiné-Bissau, José Ramos-Horta, apelou hoje a uma mudança de comportamento das forças de segurança e militares para que haja "paz duradoura" no país. Ramos-Horta discursava estava manhã numa cerimónia na Praça dos Heróis Nacionais alusiva ao Dia Internacional da Paz, a que se juntaram também actividades alusivas aos 40 anos da Independência da Guiné-Bissau, reunindo centenas de pessoas. O representante da ONU pediu o fim da "prepotência dos serviços de inteligência civis e militares" e o fim da "arrogância de quem tem armas" e "interrompe a democracia".

"A democracia não é perfeita, mas não cabe aos militares interrompê-la", referiu, acrescentando que, para isso, servem "as eleições". "Só assim haverá paz duradoura na Guiné-Bissau" e, para alcançar essa meta, o sistema das Nações Unidas vai continuar a apoiar o país, garantiu Ramos-Horta. Já antes, no mesmo discurso, o representante da ONU tinha feito deixado outras frases de apelo à paz, tema que foi uma nota dominante ao longo de toda a manhã.

Grupos de dança, cantares, teatro e jovens, todos participaram no espetáculo e, de uma forma ou de outra, deixaram "recados do povo" a governantes e militares da Guiné-Bissau, pedindo "paz e harmonia", para aproveitar os recursos naturais do país e tirá-lo da pobreza. O Dia Internacional da Paz é celebrado em 21 de Setembro depois de ter sido declarado pela ONU em 30 de novembro de 1981. O primeiro-ministro e presidente interino da Guiné-Bissau foram depostos num golpe de Estado militar em abril de 2012, quando decorriam eleições presidenciais.

O país passou a ser gerido por um governo e presidente de transição até novas eleições gerais, que estão marcadas para 24 de novembro, mas que a generalidade das instituições nacionais e internacionais admite que venham a ser adiadas devido a atrasos nos preparativos. LUSA

sábado, 21 de setembro de 2013

Born To Be...livre!


CONHEÇA UM POUCO MAIS

40


"40"

40 anos de atraso
40 anos de ignorância
40 anos de analfabetos
40 anos de assassinatos
40 anos de nepotismo
40 anos de corrupção
40 anos de roubos
40 anos de destruição
40 anos de golpes
40 anos “di guintis fiu”
40 anos de tribalismo
40 anos de degradação
40 anos de mentiras
40 anos de inveja
40 anos de prisões arbitrarias
40 anos de crueldades
40 anos de “mata-mata”
40 anos de “djunda djunda”
40 anos sem luz
40 anos sem agua
40 anos sem saúde
40 anos sem escola
40 anos de estradas esburacadas
40 anos de emigração
40 anos de “lebsimento”
40 anos de adiamentos
40 anos de macacos com fardas
40 anos de inversão de valores
40 anos de sofrimento do povo
40 anos de vergona
40 anos “djungutudu”
40 anos de fuga de valores
40 anos de cegueira
40 anos de maldição

40 anos meu hino
40 anos minha bandeira
40 anos minha terra
40 anos Guiné
40 anos “és i abó” Bissau!
40 anos de esperança renovada

TCS, Porto Set. 2013

OPINIÃO: Guiné-Bissau, 40 anos de independência


Estimado(a) amigo(a)

Relembrar o que nos prometeram no dia 24 de Setembro de há 40 anos, faz sempre todo o sentido e é um imperativo em tempo e crise.

Pois, depois da independência para a data presente os guineenses foram premiados com sucessivos sobressaltos, conspirações e até mesmo as mortandades sumarias e que historicamente, nenhum governo eleito viu-se o seu mandato findar.

Apontamos então o caminho da Liberdade, da Democracia, do Desenvolvimento e da Justiça Social. Não podemos aceitar as injustiças de hoje e sobre tudo que sejam os mais desfavorecidos, desempregados e jovens na busca do primeiro emprego, a pagar pelos erros de sucessivos governantes.

O 24 de Setembro deu-nos a Democracia e a Liberdade: deu-nos voz para clamar a justiça, poder para a defender e pô-la no caminho certo que anuncia mais a igualdade e mais fraternidade. Por isso mal seria que nós, todos nós, os que defendemos uma melhor qualidade de vida, que é apanágio e bandeira do poder, não erguêssemos a voz e não praticássemos exercícios de cidadania que a Constituição consagra e a nossa vontade exalta.

Festejar 24 de Setembro sempre não basta. Há que dar, ao dia da Liberdade, a categoria maior de ser mais do que uma mera recordação. Poucas vezes como agora fomos chamados a empunhar os cravos que, mais do que enfeitar as ideias, nos lembram o papel que todos nós, sem excepção desempenhamos na viragem que temos que dar ao presente para que os sonhos de Amílcar Lopes Cabral e gloriosos combatentes da liberdade da pátria no passado possam florescer na realidade ao 24 de Setembro do futuro.

24 de Setembro não foi, 24 de Setembro é e será se, nos lembramos de nós.

24 de Setembro Sempre!

Cirilo dos Santos
Prof. Filosofia

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Rafael Marques detido em Luanda

O jornalista e activista Rafael Marques foi hoje preso em Luanda. Rafael Marques e os repórteres Alexandre Solombe e Coque Mikuta (correspondente de A Voz da América) estariam a entrevistar um grupo de jovens que tinham sido detidos na véspera por participar numa manifestação organizada pelo Movimento Revolucionário Angolano.

Os nove manifestantes tinham acabado de ser libertados e estavam a falar aos jornalistas perto do Largo Serpa Pinto quando, de acordo com o site Maka Angola, “foram cercados por elementos da Polícia de Intervenção Rápida e levados numa carrinha para parte incerta”.

PAIGC volta a adiar congresso


O oitavo congresso ordinário do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) foi novamente adiado e remarcado para entre 25 a 27 de outubro, disse à Lusa Óscar Barbosa, porta-voz do partido.

De acordo Óscar Barbosa, também membro do secretariado permanente do "bureau" (órgão restrito do partido), a decisão do adiamento foi tomada pela maioria dos membros do Comité Central (órgão máximo do PAIGC no intervalo entre congressos), atendo aos atrasos nos preparativos da reunião magna, que devia ter lugar de 10 a 13 de outubro. É a quarta vez que o oitavo congresso do PAIGC, partido mais votado da Guiné-Bissau, é marcado e adiado. LUSA

Bubo - Exotismo em Nova Iorque


Os Estados Unidos estão a lutar para processar uma das suas capturas na guerra global contra as drogas - o ex-chefe da marinha da Guiné-Bissau, contra-almirante José Américo Bubo Na Tchuto. Tudo porque os advogados não conseguem encontrar tradutores suficientes que falam a sua língua nativa - talvez a balanta.

Bubo Na Tchuto foi preso na costa Oeste Africana em abril do ano passado pela DEA - Drug Enforcement Administration. Ele foi levado para Nova York, onde está preso, e a ser julgado. Numa audiência de pré-julgamento na Corte Distrital de Manhattan, nos EUA, ontem, os seus advogados disseram que procuraram a ajuda das Nações Unidas para encontrar pessoas para se comunicar com ele e traduzir resmas de provas, mas sem muito sucesso. "Nós só temos um tradutor, e isso simplesmente não é o suficiente", disse a advogada de Na Tchuto, Sabrina Shroff. CONTINUE A LER

40 anos - Fim de ano antecipado?


O general das estrelinhas anda nervosíssimo. Sente que à sua volta cresce um ambiente de descontentamento e se prepara qualquer coisa. Não hesita em denunciar todos e de quem desconfie. E são muitos! Não escolhe o local, nem está preocupado com as consequências das suas “bocas”, tanto mais que o seu apoiante de primeira linha, Kumba Iálá, é quem lhe está a orientar o discurso.

Aparentemente desinteressado da situação política, Kumba continua a mover-se de forma intensa, actuando em duas frentes: uma é atacando a nova direção do PRS que considera com um discurso mole e pouco apelativo para a turba. A outra é mostrar a Indjai que sem ele, o mais provável é que lhe dêem um golpe.

Quem se mostra o mais fiel de todos e está na primeira linha a preparar a queda do general estrelinha, é o general meia-estrela, conhecido pelos seus colegas como o Pólvora Seca, porque nem uma arma sabe usar. Segundo se sabe, os militares anti-Indjai estão à espera de uma grande manifestação militar, para aproveitar para disparar sobre a tribuna e levar o general para os anjinhos. Apelidaram a esta operação militar de “Sadat”. In Pasmalu

GUINÉ-BISSAU - 40 anos de (in)dependência


Jornal "A Nação", edição de 19 a 25 de setembro de 2013

Testemunhos de cidadãos guineenses a viver em Cabo Verde

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quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Carta de Protesto


Carta de indignação da Diáspora às declarações do Ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo inclusivo de transição, Delfim Da Silva

Ao Representante Especial do Secretário Geral das Nações Unidas, RAMOS HORTA

Excelência,

As convulsões políticas graves que afetaram o Estado da Guiné-Bissau, nos faz sublinhar que um governo legal e legítimo é do ponto de vista do direito internacional, o único representante do Povo nas instancias internacionais. Os direitos e liberdades individuais e colectivas inscritas na nossa Constituição são de varias níveis:

- direito da associação - liberdade de opinião
- liberdade da imprensa
- liberdades de sindicatos - liberdade de movimento - direito das crianças e das mulheres - direito da justiça de votos 
- direito de trabalho e desenvolvimento etc...

Todas estas liberdades privadas e colectivas estão proibidas desde o golpe de Estado de12 de Abril de 2012.

Perante estas situaçoes, a Diaspora Guineense na Europa está indignada com as declarações do Ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo inclusivo de transição, segundo o qual, o governo de transição, participará na plenária das Nações Unidas no dia 26 de Setembro de 2013 para evocar as demais questões relativas a situação na Guiné-Bissau.

Quanto ao governo inclusivo, a Comunidade internacional tomou simplesmente acto da formação do governo inclusivo, mais isso não significa de maneira nenhuma para nos, salvo error, o reconhecimento por parte da Comunidade internacional do governo de transição. Si é o caso, queríamos perguntar a Comunidade internacional da referida resolução 2048 do conselho de segurança das Nações unidas que condenou o Golpe de Estado do 12 de Abril de 2012 e que exige a reposição da legalidade democrática e constitucional na Guiné-Bissau?

Segundo ponto, em substituição da Resolução 2048, queríamos saber quando foi substituida qual é a nova? Para nos os Guineenses democratas, todo isso é uma campanha dos quatros principais países da CEDEAO que legitimaram o Golpe de Estado do 12 de Abril de 2012 e que continuem a dividir o Povo de Guiné-Bissau. Consideramos que a presença do Governo de transição na plenaria das Nações Unidas é uma extrema gravidade política e uma provocação ao Povo de Guiné-Bissau.

Esperamos que a Comunidade internacional tomara a sua responsabilidade quanto a esse assunto.

A direcção, Paris, dia 20 de Setembro de 2013

A minha verdade


Entre os Povos da Guiné-Bissau e de Cabo Verde, não metas a colher. É preciso ler nas entrelinhas as declarações do comandante Pedro Pires. Para começar, em Cabo Verde existe Estado desde a abertura democrática. Mas já havia um Estado antes disso. Em Cabo Verde existe Estado. Um Estado soberano, crescido e, sobretudo, respeitado no mundo. De facto, o crescimento que Cabo Verde alcançou - apesar de todas as dificuldades e problemas que este País insular com 9 ilhas enfrenta - é simplesmente notável. Só na ilha de Santiago existem dezenas de fábricas funcionais, centenas de quilómetros de estradas abertas a pulso nas montanhas, todas alcatroadas. Não aquelas crateras que conhecemos...

Cabo Verde tem pouca água doce. Então, dessaliniza quase toda a água que é consumida no país. Outra coisa notável. Nós, que temos mais água que terra...andamos aos papéis. Não me doeu nem um pouco ver o desenvolvimento espetacular conseguido por este País. Muito pelo contrário, sinto um orgulho desmedido, e - devo confessar - alguma inveja, mas no bom sentido. Inveja por não termos, na Guiné-Bissau, essa visão de futuro. Inveja por não termos um só exemplo que nos empolgue. E raiva por nós, os guineenses, termos escolhido o caminho mais fácil - o das guerras intestinais, da calúnia, do ódio, da destruição, da matança gratuitas.

Para dar um exemplo, só na ilha de Santiago foram construídas 3 barragens, que, hoje mesmo, uma está a transbordar e as outras quase cheias - aliás, pode nem chover durante dois longos anos que haverá água doce para irrigar todos os campos e respectivas plantações!!! A isto chama-se trabalho. Que, lá está, leva ao desenvolvimento. Os cabo-verdianos uniram-se, as suas forças armadas são republicanas, obedientes ao poder político, e não andam aos tiros, sobressaltando a população, para tirar este ou aquele Governo ou impor este ou aquele Presidente. Não, caramba! É o Povo de Cabo Verde que escolhe quem quer para governar e para presidir os seus destinos. Ponto. Cabo Verde tem problemas graves como os crimes transnacionais, mas tem-no combatido, apesar das dificuldades.

O tráfico de droga, apesar de alguma falta de meios para cobrir nove ilhas e um zona marítima colossal, tem sido severamente combatido, e foi por várias vezes duramente atingido - dezenas de edifícios foram confiscados pelos tribunais em julgamentos mediáticos e reverteram todos a favor do Estado. Residências e viaturas de luxo e outros bens, também. Aliás, o moderníssimo edifício onde funciona o Estado Maior General das Forças Armadas é disso exemplo.

Em Cabo Verde, trabalha-se. Apesar das dificuldades, existe educação, a saúde funciona, há uma classe média exigente e um povo que sabe o que é Estado. As mulheres ocupam cada vez mais altos cargos na vida do País - da Assembleia Nacional aos municípios, do ensino à saúde, das empresas às áreas técnico-profissionais. As mulheres são, orgulhosamente, um força bastante considerável no desenvolvimento de Cabo Verde.

Na Guiné-Bissau, pura e simplesmente não existe Estado digno desse nome. Isto pode doer - e dói. A mim dói muito, imenso. Mas é a verdade. O comandante Pedro Pires, que foi membro do primeiro Governo da história da Guiné-Bissau e de Cabo Verde, e depois primeiro-ministro e Presidente da República de Cabo Verde, apenas tocou na ferida. O que também doeu... AAS