segunda-feira, 10 de junho de 2013

Portugal adopta guineense que foi recusado pelo seu próprio País...


O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) está já a tratar dos procedimentos legais com vista à permanência autorizada do jovem de 25 anos. De acordo com informações recolhidas pelo JN, a ordem de expulsão de Portugal deverá ser, a muito breve trecho, dada como sem efeito.

Para ajudar à regularização do caso contribui o facto de o pai de Suleimane - com quem Suleimane Camará veio ter a Portugal, vindo da Suíça - ser titular de nacionalidade portuguesa. Mané Camará está em Portugal há mais de 10 anos, trabalhando 16 horas por dia na construção civil. No dia seguinte à chegada a Portugal, o filho foi detido, por suposta permanência ilegal no país. Volvidos 55 dias de detenção num centro de instalação temporária de estrangeiros, recebeu ordem de expulsão. Não terá sido devidamente valorado o facto de ser familiar de cidadão português - o que lhe confere o direito a, pelo menos, lhe ser passada uma autorização de permanência.

O guineense que há um mês foi alvo de duas tentativas frustradas de expulsão de Portugal vai poder, afinal, ficar em Portugal de forma legal. A entrada de Suleimane na Guiné fora rejeitada duas vezes. JN

Diáspora guineense ouviu atentamente Braima Camara


O salão de Aulnay-Sous-Bois nos arredores de Paris foi pequeno para albergar mais de uma centena de guineenses ligados ao PAIGC, que convergiram de todos os pontos da França para responder ao convite do candidato à liderança do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde, camarada Braima Camara. Pode-se considerar o encontro entre a comunidade guineense e o candidato a liderança do PAIGC como de grande sucesso pelo elevado interesse que suscitou e pelas inequívocas demonstaçao de apoio que uma esmagadora maioria presente expressou de forma categórica o seu apoio indefectível a Braima Camara. Em primeiro lugar falou Jorge Monteiro, responsável pela Célula do PAIGC em França, que agradeceu a presença massiva dos guineenses, que considerou como um sinal de esperança para a Guiné-Bissau, tendo ainda salientado que, citamos, "estamos aqui porque acreditamos no PAIGC, porque sentimos o PAIGC e apesar das pressões que recebemos de Bissau, estamos aqui porque queremos escutar as propostas de Braima Camara, saber o que tem para nos dar enquanto potencial líder do nosso Partido, o que permitirá a cada um de nós tirar as suas ilações".

IMG_4671[1]

Para Jorge Monteiro o que se quer, citamos, "é sempre o mais e o melhor para o PAIGC e quem nos der maiores garantias e esperanças, será sempre o nosso candidato, será sempre o candidato de todos os que sentem e amam o PAIGC e então será aquele que merecerá a nossa total e incondicional esperança". Por seu turno, Roberto Pinto, representante do Projecto " por uma liderança democrática e inclusiva" em França na sua curta intervenção, sustentou que, citamos, "temos que ter em devida conta não só a importância, como a oportunidade desta candidatura, que deve ser interrogado como o romper com praticas antigas e o ressurgimento de um PAIGC em conformidade com os requisitos exigidos pela modernidade e pelo desenvolvimento".

Martilene dos Santos, da direccâo superior do PAIGC e da Comissao Estrategica de Apoio ao Projecto "por uma liderança democratica e inclusiva" teceria a seguir algumas consideraçôes sobre o estado de saude do PAIGC actual e das perspectivas que se abrem ao partido com a eleicao a presidencia do PAIGC por Braima Camara.

Oscar Barbosa "Cancan", membro da Comissão Permanente do Bureau Politico, Secretario para as Relações Exteriores e Cooperação e Porta-Voz do PAIGC, disse não estar mandatário pela Dicção Superior do Partido e que falaria na sua qualidade de apoiante e integrante da estrutura de apoio à candidatura dee Braima Camara a liderança do PAIGC, que considerou, como sendo "uma candidatura necessária, oportuna e de salvação do PAIGC".

Oscar Barbosa explicou as razoes pelas quais uma esmagadora maioria da actual direcção superior do PAIGC , aos níveis do Bureau Politico e do Comité Central e da própria Bancada Parlamentar do PAIGC, decidiu escolher Braima Camara para liderar o projecto "por uma liderança democrática e inclusiva", para logo criticar asperamente os que estão a aproveitar esta fase da vida interna e do exercício democrático interno do PAIGC para denegrir a imagem de alguns camaradas, principalmente dos que optaram em aderir ao projecto liderado por Braima Camará, tentando, inclusive, a partir de Bissau, sabotar a missão de explicação e promoção encetada por ele junto a disporá guineense na Europa.

IMG_4611[1]

Oscar Barbosa "Cancan" sustentou ainda na sua intervenção proferida junto aos guineenses radicados em Franca que "as características que Braima Camará reúne levaram uma maioria esmagadora de Deputados da Bancada Parlamentar do PAIGC, uma maioria esmagadora se dirigentes do Comité Central, bem como jovens, mulheres e quadros, em momentos diferentes, mas que convergiram todos na mesma visão sobre a pessoa, a personalidade e a capacidade do nosso candidato, propondo-lhe assumir a direcção deste projecto ambicioso de fazer restituir o Partido de Cabral ao seu verdadeiro lugar no panorama político nacional".

Ainda segundo Oscar BARBOSA "Braima Camara é tolerante, dinâmico, patriota, empresário de sucesso, Politico e Deputado emérito e foram estes pressupostos que nos levaram a ser a nossa opção para a liderança do PAIGC".

Oscar Barbosa "Cancan" criticou duramente “os que a todo o custo, tentam denegrir a sua imagem e dos dirigentes que o apoiam com a propagação de falsas acusações, quando estes na sua esmagadora maioria e nos momentos mais difíceis da vida do Partido, deram o rosto, lutando de forma corajosa e convicta em defesa do Partido, sobretudo, os que a partir do 12 de Abril corajosamente e em lugares diferentes, lutaram sem medo para colocar o PAIGC ao nível em que ele hoje se encontra".

Neste caso concreto, sustentaria ainda Cancan que, citamos, "o nosso candidato a Presidência do PAIGC, camarada Braima Camará preenche todos os requisitos, quer de ordem moral, quer políticos, quer materiais, com a grande particularidade de ter vencido na vida todas batalhas que enfrentou, daí a as razoes da nossa escolha e da nossa esperança".

A terminar a sua aposentação, Oscar Barbosa "Cancan" em razão de algumas questões levantadas por alguns guineenses sobre o surgimento de varias andidaturas à Presidência do PAIGC, "embora existam aparentemente muitos candidatos, a proliferação dos mesmos significa para o nosso projecto a existência de uma vitalidade democrática e a existência de um quadro com valores. O que não pode nem deve ser interpretado como sendo uma disputa interna".

Braima Camara após agradecer de forma comovida a resposta afirmativa ao seu convite a todos quantos vindos de todos os cantos da França para responderem ao seu convite, diria, citamos, "não tenho palavras para agradecer tamanho gesto de solidariedade, tamanho gesto de patriotismo, pois o vosso interesse para além do PAIGC é a própria Guiné-Bissau, algo que para nós é urgente e prioritário resgatar e credibilizar".

Antes de prosseguir, Braima Camara disse que "gostaria de escutar todos quantos aqui estão, as suas duvidas, as suas criticas, as suas esperanças, pois sei que uma grande e esmagadora maioria de vocês querem regressar a nossa terra, mas também sabemos que a permanente instabilidade tem vindo a protelar ou adiar esta vossa legitima pretensão", para logo concluir, citamos, "nós somos uma nova geração de políticos e novas esperanças do PAIGC, daí o nosso interesse de aprender, escutando os vossos conselhos, as vossas sugestões, as vossas criticas ou reclamações, pois isso ajudar-nos-á a melhorar de forma permanente e sustentável a nossa Moção de Estratégia".

Mais a frente, Braima Camara sustentaria que a sua visita de contactos a disporá guineense na Europa se inscrevia no seu desejo se armar melhor para enfrentar a luta democrática que se trava internamente no seio do PAIGC que considerou como salutar e benéfica para o futuro do Partido, porque "quando há um debate de ideias serio e responsável há sempre novas e sustentáveis ideias que podem ganhar força e neste disputa democrática há muitos candidatos e todos têm no seu horizonte o bem da Guiné-Bissau e que ganha aquele que merecer a confiança dos nossos militantes representados pelos congssistas eleitos das estruturas de base do nosso Partido, pois para mim ser Presidente do PAIGC para além de ser uma grande honra e um acto de dignidade, não constitui uma obsessão e se as urnas ditarem um vencedor, mesmo que seja o meu mais ferrenho adversário, estarei sempre do seu lado, dando-lhe todo o meu apoio, de forma transparente e honeste e sem equívocos. Ele será sempre o meu Presidente do PAIGC".

Braima Camara sustentaria ainda que a sua "candidatura recebeu o apoio de todos os sectores da vida do partido e muito em particular dos Combatentes da Liberdade da Pátria e dentre eles muitos históricos, facto que me encorajou e estimulou", para de seguida, afirmar "agora gostaria de ouviras vossas preocupações".

A seguir, cerca de vinte e dois dos cerca de centena e meia de guineenses presentes colocaram sem servas as suas questões, dos quais vamos sintetizar as principais:

- queremos regressar e com o surgimento deste projecto temos já garantida essa esperança;

- vou regressar a Guiné-Bissau por causa de Baima Camara, porque sei que ele é justo e correcto e isso da-me seguranca e tranquilidade;

- pela sua juventude, pela convicção dos seus argumentos e pela clareza das suas ideias ele é a esperança dos guineenses e por isso vamos rezar por ele e pelo seu projecto para uma nova Guiné-Bissau;

- se Braima Camara conseguir unir e estabilizar o PAIGC, vai ser o fim da instabilidade quase crónica que se vive na nossa terra, mas também vai ser o fim de muitos partidos políticos, pois tenho a certeza que muitos saíram ou abandonaram o PSIGC por este ou aquele motivo vão regressar ao seu partido se origem, pois todo aquele que já foi PAIGC jamais o deixara de o ser ou sentir;

- Braima Camara émula acérrimo defensor e apoiante da cultura guineense e quem aposta na cultuarem não só capacidade como noção da sua importância na unificação e desenvolvimento, pois Amilcar Cabral sempre defendeu a cultura como uma importante arma de libertação;
- nasci PAIGC, o meu pai morreu nas mãos do PAIGC, saí com raiva e ódio do PAIGC, mas com o surgimento de Braima Camara há uma luz do fundo túnel que me esperança de poder voltar para o meu partido e para o meu país, pois ele pelo que já li e escutei será a salvação da Guiné-Bissau e por ele regresso a partir de hoje ao PAIGC;

- esta iniciativa de contactar a disporá é uma ideia excelente e um bom exemplo a ter-se em conta, pois há 17 anos que não participativa neste tipo de reuniao e saio daqui um apoiante convictos de Braima Camara;
- quando assumir a presidência do PAIGC quais serão as suas três primeiras medidas que tomará?

Braima Camara escutou atentamente todos os intervenientes e preferiu na sua resposta dar explicações sobre as três grandes medidas que tomará caso ganhe a Presidência do PAIGC, enumerando-as assim:

Promoverei em primeiro lugar a reconciliação da família PAIGC e combaterei com todas as minhas forças a fragmentação do nosso Partido, apelando à tolerância, ao entendimento, numa base que possa conduzir a unidade e a coesão do PAIGC. Não sou um homem que fala nas costas de ninguém e não vou igualmente que o façam de outrem, por isso mesmo não fugirei ao debate de ideias e estarei sempre disponível a fazê-lo onde e quando o bem entenderem ou solicitarem;

Em segundo lugar assumirei as acções conducentes à reorganização e reestruturação do nosso Partido, tendo em conta todos os sectores da vida organizacional e operacional próprios de um partido do poder como é o PAIGC;

Em terceiro lugar, tomarei todas as disposições paratornar o PAIGC autónomo sob o aspecto financeiro, para não depender de ninguém, nem mesmo dos bolsos do seu Presidente. Temos que rentabilizar a marca PAIGC e paralelamente temos que introduzir a pratica de prestação de contas.

Na sua longa mas explicita explanaçâo, o futuro lider do PAIGC sustentaria as seguintes consideracoes que passamos a reproduzir:

•O PAIGC necessita de promover uma verdadeira reconciliação e unidade interna, condição indispensável e urgente para salvar o PAGC e consequentemente a própria Guiné-Bissau.

•Esta unídade e reconciliação que se pretende é acima de tudo uma condição imperativa e urgente para salvar o legado de Amilcar Cabral e a rica e valiosa história do que foi a grandiosa epopéia da Luta Armada de Libertação Nacional.
•No estado atual em que se encontra o PAIGC torna-se necessário e urgente que o Partido encontre uma nova liderança, que nao esteja comprometida nem vinculada aos diferentes e perniciosas lutas intestinais que marcaram negativa e profundamente os últimos dez anos deste histórico partido.

•Ha necessidade de um reencontro urgente do PAIGC com a sua propria condicao de partido libertador, para que possa engajar-se de forma mais clara e resoluta na luta que hoje devemos encetar contra a pobreza, a fome, a permitividade e, acima de tudo, na luta para o desenvolvimento.

•Uma das mais complexas lutas, porque exige de todos o armazenamento do saber, com base suficiente em tudo o que servirá de catalisador para o bem-estar dos guineenses.

•O nosso objetivo é despertar os simples militantes do PAIGC e o povo, em geral, para as riquezas que possuímos e a necessidade de transformá-las em ferramentas para os grandes e melhores resultados, de acordo com os nossos valores individuais.

•Cada indivíduo, cada militante ou dirigente do nosso grande Partido é uma experiência, uma vivência, sendo, portanto, um potencial projecto, sendo, portanto, necessario e urgente conjugar os vários projetos individuais no chamado projeto comum no qual cada um e cada uma se revê, na base de uma reflexão e análises profunda da situação política vigente no país, assim como nos funcionamentos dos órgãos do Partido.

•O actual projecto quer retirar o Partido da situacao anomala onde foi conduzido por uma gestao aparentemente colegial, mas profundamente dependente dos interesses do seu Presidente. O VIII Congresso deve necessaria e imperativammente modificar este atual status quo.

•O VIII Congressso Ordinario do PAIGC deve fazer voltar este historico partido as suas origens, isto é, um partido dos seus militantes, um partido sujeito aos seus estatutos e as regras ideologicas de Amilcar Cabral. O PAIGC nao pode ser propriedade de ninguem. É verdade, de ninguém mesmo, a não ser o povo da Guiné-Bissau, como alguém o defendeu de forma clara e corajosa.

Em suma, Braima Camara e o projecto "por uma liderança democrática e inclusiva" saem de Paris com a plena certeza de que ganharam aliados importantes de todos os guineenses que aqui trabalham e vivem desejosos de regressar a sua terra.

DRAMA: Florestas da Guiné-Bissau estão a ser dizimadas


Nas matas da Guiné-Bissau há pessoas a cortar madeira contra a vontade das populações, um fenómeno recente que o ambientalista Bocar Seidi resume numa frase: "estamos a assistir a um desastre ecológico". "Há uma destruição maciça da floresta" da Guiné-Bissau, afirma o jovem no meio das matas de Colbuia, uma aldeia do sul do país, na região de Quebo, já perto da Guiné-Equatorial.   Foi lá que falou à Lusa, no meio de uma estrada improvisada mata dentro e com barulho de motosserras em fundo. Porque nas matas de Colbuia, além de Seidi, há madeireiros a cortar todas as árvores de pau-sangue e há gente a carregar os toros de madeira em contentores.
 
O corte de madeira sem controlo começou no início do ano por todo o território da Guiné-Bissau, de acordo com as notícias que têm surgido repetidamente na imprensa. Notícias de desmatação descontrolada na região de Farim, leste, na região de Cacheu, a norte, na região de Bafatá, também a leste. E desmatação descontrolada também a sul, nas matas de Colbuia, como constatou a Lusa. Bocar Seidi diz que o mesmo se passa nas localidades vizinhas de Cumbijã, Nhacuta ou Lenguel, e aponta o dedo a empresários chineses. "Fomos invadidos pelos projetos chineses, que de facto esta zona está a ser cortada de um lado para o outro", diz o jovem, que faz parte da associação ambientalista Adecol (de Colbuia). E de facto por todo o lado se veem troncos de árvores prontos a serem transportados e restos do que já foi árvore pau-sangue, única madeira usada na Guiné-Bissau para fazer alfaias agrícolas.
 
Até agora a floresta tinha sido preservada mas em janeiro tudo mudou, conta, afiançando que dali já foram levados 32 contentores de madeira, cada um com 16 toneladas. Especialmente os jovens, adianta, reagiram contra, chegando a apreender motosserras e mandado para casa os madeireiros, a maior parte contratados na vizinha Guiné-Conacri. E queriam também uma reação do governo mas até agora nada, diz. A região é zona protegida e toda a população, garante, está contra o corte, incluindo os anciãos. Mas quando questionado se então a culpa é dos chineses a resposta é pronta: "os responsáveis não são os chineses, são os guineenses que pegaram no contrato e deram a eles para fazer a devastação". Tagmé N´Bunde, da tabanca (aldeia) de Lenguel, está com outros jovens junto de um contentor meio carregado por vários cidadãos da Guiné-Conacri. Também acusa empresários chineses e garante que aquele contentor está apreendido. Um cidadão de origem chinesa deixou apressadamente o local sem ser possível à Lusa questioná-lo.
 
Mas os motivos que os levam a impedir o carregamento são outros. "Enquanto não nos deram o que prometeram a madeira não sai", diz à Lusa, explicando que empresários chineses tinham dito que iriam construir uma escola e um poço e arranjar o campo de futebol, provendo-o de equipamentos. Até agora nada foi feito, afirma. Em Colbuia também o líder juvenil Rashid Bari resume assim a sua revolta: "fizemos uma reivindicação para parar o corte de madeira porque não estamos a beneficiar nada". Na tabanca, não longe da estrada alcatroada, um monte de madeira aguarda contentor. No centro da aldeia juntam-se os anciãos, os "homens grandes". Sentados em roda, solenes, explica um: "há pessoas que invadiram as matas e não nos entendemos com eles, não aprovamos isso, aqui vivemos da floresta, já apresentámos queixa às autoridades e disseram que tínhamos razão mas ainda não vimos nenhum resultado".
 
Issa Seidi é um dos líderes da comunidade. Lembra que sem árvores e com o barulho das motosserras os animais se vão embora, diz que "estão a destruir tudo" e avisa que quem tocar na floresta vai ter problemas. "Podem matar-nos mas não vamos abandonar a floresta, estamos a lutar pela sobrevivência dos nossos filhos", diz pausadamente, acrescentando que toda a população está contra. No final todos os anciãos se baixam e rezam. Em silêncio e em dialeto Fula, se calhar pela floresta. A escassos quilómetros o barulho dos insetos e dos pássaros rivaliza com o de motosserras. Por todos os lados, nas matas de Colbuia. Lusa

"Droga está a minar a estabilidade da Guiné-Bissau"


Leia AQUI

sábado, 8 de junho de 2013

Braima Camara reúne com a comunidade em Paris


Conforme anteriormente comunicado, o Nucleo de Apoio à candidatura "POR UMA LIDERANCA DEMOCRATICA E INCLUSIVA" vem confirmar que o encontro tera lugar DOMINGO dia 9, por volta das 16H30, no ANTENNE JEUNESSE - MOULIN DE LA VILLE, 1 RUE MOULIN-DE-LA-VILLE, 93600 AULNAY sous Bois.

A coordenacao
Contacto 07 53 37 40 00 / 06 19 81 04 63 / 07 58 18 29 83

TRANSPORTS
Pour vous rendre à Aulnay-sous-Bois
EN VOITURE:

En venant de Paris - Porte de la Chapelle : prendre l’autoroute A1 direction Lille 
En venant de Paris - Porte de Bagnolet : prendre l’autoroute A3 direction Lille 
En venant de Marne-la-Vallée : rejoindre l’A104 direction Lille / Charles-de-Gaulle 
En venant de Lille : prendre l’autoroute A1 direction Paris
Emprunter la sortie "Aulnay Centre" pour accéder au centre-ville ou "Aulnay Z.I." pour accéder au nord de la commune

EN TRAIN:
En venant de PARIS - Prendre le RER B en direction de l'Aeroport roissy CDG1 ou de MITRY-Claye (station AULNAY-sous-Bois)

LE BUS:

Le réseau de bus de la Ville est constitué de 24 lignes de bus exploitées par la société des Transports Rapides Automobiles (TRA), par les Courriers de l’Ile-de-France (CIF) et par la Régie Autonome des Transports Parisiens (RATP).
Lignes exploitées par les TRA : 617, 605, 607a et 607b, 609a et 609b, 613, 614, 615, 616a et 616b, 618, 627, 634, 637, 680, 683, 684, 686, 702
Lignes exploitées par les CIF : 1, 15, 43, 44, 45
Ligne exploitée par la RATP : 251
Lignes Noctilien : N140, N42

Exéquias: Os restos mortais de José Lima Barber seguem no dia 16 para Cabo-Verde, e a cerimónia fúnebre será na cidade da Praia. O enterro acontece no dia 17, segunda-feira. AAS


Perguntar não ofende


"Grande parte dos ministros agora nomeados já estiveram no governo em outras oportunidades e nada fizeram que fosse digno de referência. A prova disso é que o País continua como está! E cada vez pior! Por que razão essa mesma gente é sempre chamada para governar o país, mesmo sem nunca terem dado provas de competência e saber fazer? Será mesmo que a Guiné-Bissau não tem mesmo alternativas em termos de recursos humanos? Será que o interesse dessa gente é servir a Guiné-Bissau ou se servirem-se da Guiné-Bissau? Delfim, Ocante, Soares Sambu, Daniel, e outros, o que vocês têm de útil e de novo para oferecer ao País?

Malam D. M.
"

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Agora temos também o...Boca-Doce


Fernando Delfim da Silva, o novo ministro dos Negócios Estrangeiros do governo da Guiné-Bissau, pensa que a comunidade internacional vai cair no engodo, na conversa pejada de frases feitas. Todos os que, no exterior, se pronunciaram sobre esta 'remodelação/engordamento', foram claros: só com a realização das eleições (programa mínimo, presumo) é que se estudará a "normalização" que bem prega frei Delfim, o Boca-Doce do governo. Ah, e lá vamos ter de voltar a engolir o porta-disparate.

Mas a comunidade internacional (UA, UE, CPLP, Nações Unidas) deve manter a intransigência: não deve haver misericórdia para com os perturbadores da democracia, cujo mal maior é sentida pela esmagadoria do Povo. Querem ajudas de todos, mas depois desviam-se do essencial, sobressaltando as famílias com tiroteios e banditismo nas cidades, raptando, torturando e assassinando pessoas sem que a Procuradoria-Geral da República mexa uma palha. Que vergonha!!!

Senhores da comunidade internacional,

Não há que reconhecer governo nenhum! Há que fixar claramente um calendário coerente para tudo que tenha que se fazer até às eleições seja feito. E com o dinheiro proveniente da receita interna. Depois das eleições - em que todos tenham o direito de participar - então falaremos. Não há cá pão para malucos. Este governo não tem base legal nenhum. E pouco me importa se a ANP não tenha a mesma opinião. Temos que acabar com os desmandos na Guiné-Bissau.

Mas há outro nome no tabuleiro: Koumba Yalá. Estratega, esquivo, ainda que a perder visibilidade - e votos - continua a mexer todos os cordelinhos, com destaque na classe castrense. Do 'Nando' Vaz já se disse quase tudo. Agora, e à falta da pasta da Comunicação Social, foi elevado a ministro de Estado. Num Estado banalizado, levado aos limites da chacota, 'Nando' Vaz mantém-se no governo apenas por imposição do acossado general António Indjai. Os dois lá saberão... António Aly Silva

REVOLTA - Hoje, devíamos lamentar simplesmente que falhamos. E que o mal que fazemos é a nós mesmos. Mas não. Parecemos cegos numa sala cheia de surdos. E temos o mundo como palco! AAS

Presidente de Cabo Verde em entrevista ao Diário Económico. Um ensaio sobre a lucidez


Excertos

O trabalho da CPLP corresponde às suas expectativas?

Antes de ser presidente tinha uma posição algo crítica da CPLP. Desde que foi criada há avanços, evoluiu muito, para uma instância com credibilidade e respeito na cena internacional. Por exemplo, no dossiê Guiné-Bissau. Mas uma coisa que é fundamental: um cidadão comum não se sentirá membro de uma comunidade se não puder circular nesse espaço. A livre circulação de pessoas na comunidade tem de ser um objetivo a atingir.

A CPLP podia ter feito mais no golpe de Estado da Guiné-Bissau?

Sim, talvez. Mas as dificuldades não decorrem só da CPLP. A CEDEAO, de que a Guiné-Bissau é membro, entendeu que teria o papel principal na solução do conflito. Houve falta de sintonia entre a CEDEAO e a CPLP. Há alguns fantasmas.

Quais fantasmas?

De alguma forma, Portugal ainda é visto em África como potência colonial, com pretensões neocolonialistas. Não faz sentido nenhum, mas o Portugal moderno, democrático ainda não é suficientemente conhecido. Em relação à Guiné-Bissau, os países da CPLP aperceberam-se que, sem descurar os princípios, teriam de ter uma postura mais pragmática e realista. Não é possível encontrar uma solução no terreno sem dialogar. A CPLP aproximou-se mais da CEDEAO, União Africana e Nações Unidas para que em conjunto se encontre uma solução que passe por um governo inclusivo, que integre as principais forças políticas. E ver se é possível chegar a eleições justas e livres antes do final do ano. O que, em rigor, não vai ser fácil.

Sem idoneidade...


Esta é a cópia da carta que um partido - a união para a Mudança - enviou para ao actual PM condicionando a sua participação no governo. Este partido acabou por aceitar participar no governo ocupando a pasta oferecida depois da sua exigência ter sido satisfeita, ou seja o porta disparate já não tutela a pasta em questão que passa pelo controlo directo do PM, conforme a nova orgânica do governo.

um

Para a comunidade internacional


Os políticos manhosos da Guiné-Bissau voltaram a enganar-vos. Novo governo? Mentira - este governo é tão ilegal quanto aquele que findou. Eu já avisara o Representante do secretário-geral da ONU na Guiné-Bissau, Ramos Horta. Assim, nestes termos

Penso que não vão deixar o José Ramos-Horta fazer nada. Para começar, já lhe tiraram as medidas. Depois, vão tentar desgastá-lo, vão levá-lo naquele eterno jogo de intrigas que se espalhou como um cancro na vida política e social Bissau-guineense. Vai ser um diz que diz, portanto. E, sobretudo, vão enganá-lo. O Ramos-Horta que não se deixe impressionar com o que ouve da parte dos políticos matreiros.

Para já, não haverá eleições este ano, e foi precisamente por isso que andaram a arrastar a formação de um governo inclusivo - termo pomposo usado por traidores e golpistas. O Ramos Horta, posso muito bem dizê-lo assim, caiu que nem patinho. Ninguém quer eleições, mas ninguém o diz publicamente. E para agradar à comunidade internacional, vão dizendo que sim, mas toda a gente sabe que se estão nas tintas. Os militares disseram que queriam uma transição de 3 anos, depois passou para 2... Ou seja, ninguém percebe a Guiné-Bissau, ninguém quer saber da Guiné-Bissau para nada!!!

Só os ingénuos é que acreditam noutra coisa. E isto é igual tanto para o PAIGC como para o PRS. Está tudo metido na mesma onda de trapaça e de manipulação a que a comunidade internacional, passados 40 anos, finge não perceber. O que é triste, muito triste mesmo. Políticos e militares no activo com ligação ao tráfico de drogas, nha mãe!!! Gente com mandado internacional! Estes gajos não valem nada, e todos, mas mesmo todos, estão apenas a olhar para os bolsos e a cagar completamente para o Povo guineense. Este é um governo pária!!! Dezanove ministros e quinze secretarias de Estado? Gatunagem, é o que é. Assim, vão à merda!

A União Europeia, a CPLP, a ONU não devem deixar-se enganar e que não tenham ilusões - não haverá eleições na Guiné-Bissau este ano, e, na melhor das hipóteses, só em meados de 2014. Agora, o terço será...época das chuvas, o novo governo só entrou em funções em junho, não há dinheiro - para construir casas e comprar carros de luxo para as comadres - e mais atoardas. A filha da putice do costume e que conheço de cor e salteado! Um governo com foras da lei não devia ter lugar numa democracia!

E eu disse mais ao Ramos Horta


Não digo isto a rir. Digo-o com enormes doses de desânimo e de tristeza e, um dia, dar-me-ão razão. Em termos pessoais, nada a apontar ao político timorense. E, para facilitar as coisas, Ramos-Horta fala a mesma língua. É triste, muito triste mesmo, ver um prémio Nobel da Paz entrar no purgatório. António Aly Silva

Para inglês ver


O anúncio esta noite de um novo governo de transição na Guiné-Bissau põe fim a dois meses de intensas negociações políticas e responde a uma das principais exigências da comunidade internacional. Na sequência do golpe de Estado de 12 de abril do ano passado e após um primeiro período de transição, a Assembleia Nacional Popular aprovou a 29 de maio três instrumentos para a nova fase de transição, que deve ir até ao final do ano: pacto de transição e acordo político, roteiro de transição e acordo de princípio para a restauração da ordem constitucional.

A comunidade internacional ficou satisfeita mas tem insistido junto das autoridades de transição com outras exigências: a realização de eleições ainda este ano e a constituição de um calendário eleitoral, a eleição dos membros da Comissão Nacional de Eleições e a formação de um novo governo mais inclusivo. Partidos, sociedade civil e militares já chegaram a acordo para que as eleições se realizem em novembro deste ano, mas faltava a formação de um novo governo, mais inclusivo, que contemplasse nomeadamente o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), o partido que estava no poder antes do golpe de Estado.

Após o golpe de Estado de 12 de abril, o PAIGC sempre negou participar nas atividades ligadas à transição, alegando que fazê-lo seria legitimar o golpe. Porém, a 17 de janeiro, assinou na Assembleia Nacional o Pacto de Transição, instrumento regulador do período de transição. A 17 de maio, PAIGC e Partido da Renovação Social (PRS) assinaram um memorando de entendimento, que compreendia nomeadamente a remodelação do governo, ambos concordando que se mantivesse o primeiro-ministro, Rui de Barros. Porém, no último dia de maio foram também os dois partidos que recusaram a proposta de Rui de Barros para a formação de um governo mais inclusivo, o que levou inclusivamente a críticas de Serifo Nhamadjo.

Já esta semana o PRS anunciava em comunicado que daria o aval a um novo governo, enquanto o PAIGC fazia um comunicado no qual não esclarecia a sua posição. Acabaria por ceder, já que a composição do novo governo esta noite anunciada contempla cinco ministros e três secretários de Estado nomeados pelo partido que ganhou as eleições legislativas de 2008. A comunidade internacional, a uma só voz, tem insistido que a formação de um governo inclusivo é uma condição essencial para que possa voltar a apoiar a Guiné-Bissau, um dos países mais pobres do mundo e que perdeu a maior parte dos apoios após o golpe de Estado de 2012. José Ramos-Horta, representante especial do secretário-geral da ONU na Guiné-Bissau, tem dito repetidas vezes que com a formação de um governo inclusivo iria tentar obter apoios da comunidade internacional. A União Europeia também já prometeu que apoiaria financeiramente a realização das eleições.

Aí estão eles


NOVO GOVERNO III- MINISTROS E SECRETÁRIOS DE ESTADO

Fernando Vaz- Ministro da Presidência do Conselho de Ministro e
Assuntos Parlamentares- Ministro de Estado
Aristides Ocante da Silva - Ministro da Função Pública, Reforma do Estado
Trabalho e Segurança Social- Ministro de Estado
Orlando Viegas—Ministro dos Transportes e Telecomunicações
Ministro de Estado.
Fernando Delfim da Silva - Ministro dos Negocios Estrangeiros da
Cooperação Internacional e das Comunidades
Celestino de Carvalho—Ministro da Defesae dos Combatentes da
Liberdade da Pátria
Antonio Sucuma Ntcahama - Ministro do Interior
Gino Mendes -Ministro das Finanças
Soares Sambu--  Ministro de Economia e Integração Regional
Batista Te- Ministro de AdministracaoTerritorial e o Poder Local
Mario Lopes da Rosa-Ministro das Pescas e dos Recursos Haliêuticos
Alfredo Gomes- Ministro da Educacao Nacional Juventude Cultura e Desportos
Agostinho Ca- Ministro da Saúde Publica.
Saido Balde—Ministro da Justica
Daniel Gomes - Ministro da Enegria e Industria
Certorio Biote—Ministro dos Recursos Naturais
Rui Araujo Gomes- Ministro das Infraestruturas
Abubacar Balde- Ministro do Comercio
Nicolau Santos—Ministro da Agricultura
Gabriela Fernandes-Ministra da Mulher, Familia e Solidariedade Social

Secretários de Estado

Idelfrides Fernandes- Secretário de Estado da Cooperação e Comunidades;
Braima Cassamá- Secretário de Estado do Tesouro;
Tomasia Manjuba- Secretária de Estado do Orçamento; 
Mussa Djata- Secretário de Estado dos Combatentes da Liberdade ds Patria
Higina Sanca- Secretária de Estado do Ensino Superior
Salvador Tchongo- Secretário de Estado do Ensino Básico
Helena Barbosa- Secretária de Estado da Juventude, Cultura e Desporto;
Karimo Ly- Secretário de Estado de Administração Hospitalar
Mario Almeida- Secretário de Estado da Energia;
Agostinho da Costa- Secretário de Estado do Ambiente;
Doménico Sanca- Secretário de Estado da Integração Regionak 
Ibrahima Djaló- Secretário de Estado da Valorização P L A
Bilony Nhasse- Secretário de Estado da Segurança Alimentar
Manuel Alipio da Silva- Secretário de Estado da Segurança Social
Armindo Handem- Secretário de Estado da Comunicação Social

quinta-feira, 6 de junho de 2013

José Eduardo dos Santos em entrevista exclusiva à SIC


Em 1979, o engenheiro de petróleos José Eduardo dos Santos chegava à presidência de Angola, após a morte do primeiro presidente Agostinho Neto. Liderou o país durante mais de duas décadas de guerra civil e nos últimos 11 anos de paz. Há 22 anos que não dava uma entrevista. Esta semana rompeu o silêncio e recebeu em Luanda o correspondente da SIC, Henrique Cymerman. Para VER e OUVIR