quarta-feira, 29 de maio de 2013
CEDEAO diz que vai patrulhar fronteiras
Dominic Azumah, membro do Parlamento da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) disse que o compromisso em patrulhar as fronteiras para garantir uma redução de postos de controlo e verificação nas foronteiras interestaduais. Azumah adiantou que as patrulhas irão assegurar o controlo eficaz da circulação de armas, a luta contra a insegurança e os crimes transnacionais.
CEDEAO 'ensaia' afastamento do CEMGFA António Indjai
Quatro chefes das forças armadas de países africanos apoiantes do golpe de estado de abril de 2012 e dos golpistas, chegaram segunda-feira a Bissau para uma 'cimeira' com o seu homólogo guineense, o general António Indjai. O programa oficial da cimeira que começou ontem, previa a análise do processo de transição na Guiné-Bissau, a reforma dos sectores de defesa e segurança e os desafios para o futuro do conselho de chefes de Estados-Maiores Generais da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental). Fontes militares admitiram que “outros temas poderão ser discutidos na cimeira”, sem adiantarem pormenores.
'Outros temas', entre eles um - a saída do general que manda na Guiné. Ditadura do Consenso apurou que existe um forte mal estar entre os militares da sub região, isto por causa da detenção de Bubo Na Tchuto e da acusação, pela DEA, do CEMGFA António Indjai, de vários crimes. Numa palavra: ficam mal na fotografia com a pressão norte-americana. O assunto está a ser tratado com paninhos quentes, pois assustar a fera não levará a lado nenhum. Indjai vive um autêntico calvário, não pode viajar para país nenhum sem que os EUA lhe ponham as mãos. AAS
terça-feira, 28 de maio de 2013
Audição de Cancan e Marciano
Óscar Barbosa (Cancan), membro da Comissão Permanente do Bureau Político do PAIGC, Secretário para as Relações Internacionais e o Porta-Voz Oficial do PAIGC e igualmente Deputado da Nação e Marciano Barbeiro, membro do Bureau Político e da Comissão Permanente da ANP, ambos, proeminentes apoiantes da candidatura de Braima Camará à Presidência do PAIGC, foram ouvidos em separado, até ao meio da tarde de hoje na sala da Comissão Permanente da Assembleia Nacional Popular, pela Promotoria do Tribunal Militar, por causa do caso Pansau Intchama.
À saída da audiência, os dois Deputados não prestaram quaisquer declarações, embora fosse visível o seu estado de grande e serena calma. Um núcleo constituído de quatro advogados, que voluntariamente compareceram para prestar apoio aos dois dirigentes do PAIGC, não emitiram qualquer declaração, mas deixaram a certeza pelo ar que aparentavam, não haver sinais de problemas futuros para os dois Deputados da Nação.
Recorde-se que no âmbito deste processo, com contornos políticos, já foram ouvidos Domingos Simões Pereira, igualmente candidato à Presidência do PAIGC e Tomás Barbosa, membro do Bureau Político do Partido e Secretário de Estado das Pescas no Governo derrubado de Carlos Gomes Júnior em 12 de Abril de 2012. Contrariamente ao que foi ventilado, afinal não há nenhuma cabala montada contra Domingos Simões Pereira, já que também o seu mais temível adversário à Presidência do PAIGC, apoiado pelo Projecto “por uma liderança democrática e inclusiva” Braima Camará, viu dois dos seus principais pilares alvos de audição pela Promotoria do Tribunal Militar.
Pansau Ntchama: O caso que ainda mexe
Óscar Barbosa (Cancan) e Marciano Barbeiro, deputados do PAIGC e apoiantes da candidatura de Braima Camará à presidência do PAIGC, estão neste momento a ser ouvidos na sala da comissão permanente da Assembleia Nacional Popular, por causa do caso Pansau Ntchama. Já esta manhã, o tribunal militar esteve a ouvir Tomás Barbosa no âmbito do mesmo processo.
Vários militantes e alguns simpatizantes do PAIGC contactados via telefone e por e-mail, não se escusaram a um comentário, e lá foram dizendo que o partido e os seus militantes "está atentos" e nada fará com que estes dois deputados "deixem de apoiar Braima Camará e o seu projecto de inclusão" na sua candidatura para presidir os destinos dos 'libertadores'. AAS
Ramos Horta prevê eleições para o mês de novembro
O Representante do Secretário-geral das Nações Unidas para a Guiné-Bissau, José Ramos-Horta, avançou a data de realização das eleições no país e fez um apanhado geral da situação ao nível político, económico e social, em entrevista ao Conselheiro principal do International Peace Institute (IPI), Warren Hoge, para o Global Observatory. José Ramos-Horta avançou a previsão para a realização do pleito eleitoral no país, que terá lugar «no final de Novembro deste ano, e este período de transição terá então terminado, seguido de uma segunda fase do engajamento internacional, que será essencialmente para apoiar de forma pro-activa a reconstrução das instituições do Estado», referiu o antigo Presidente de Timor-Leste.
A população guineense está a viver um período de tensão e pobreza extrema, para o qual a colaboração das instituições internacionais tem sido decisiva: «As agências das Nações Unidas, aqui, do UNICEF ao Programa Alimentar Mundial (PAM), deparam-se com recursos muito limitados, tentando ajudar no máximo possível», referiu o responsável da ONU. Em abordagem à questão do tráfico internacional de drogas, Ramos-Horta reconheceu que, tal como outros Estados Oeste Africanos, a Guiné-Bissau é um local de passagem para o tráfico de drogas. «Há obviamente um sério problema de drogas aqui, muitas pessoas estão envolvidas, em diferentes níveis da política, do Governo, do exército».
Contudo, descarta a classificação de «narco-Estado», dizendo que existem outros países onde a situação é mais grave e que a comunidade internacional «deveria voltar a engajar-se imediatamente, prestando assistência ao país, evitando que os cartéis da droga da América Latina façam uso de um pobre país tão frágil», disse o responsável da ONU na Guiné-Bissau, defendendo a assistência técnica e financeira ao país, para atenuar a situação do narco-tráfico melhorando a «vigilância marítima, o sistema judiciário e a polícia». Sobre a corrupção e o tráfico no meio militar, Ramos-Horta considera que nem toda a gente está envolvida nesse tipo de actividades. «A grande maioria de soldados e oficiais são simplesmente pessoas que foram negligenciadas durante anos, porque o exército, como instituição, não existe. Há pessoas com uniformes, pessoas com armas, mas em condições extremamente precárias».
O Nobel da Paz é da opinião que, em relação ao trabalho da Comissão de Consolidação da Paz da ONU, «há uma vontade de voltar a engajar a Guiné-Bissau, assim que tivermos o novo Governo de transição - espero que nos próximos dias ou semanas - a fim de auxiliar nalgumas áreas muito importantes, como continuar o que o Fundo de Consolidação da Paz fez num passado recente, no que diz respeito à reforma e modernização das Forças Armadas, o Judiciário, e algumas outras iniciativas para ajudar a consolidar, melhorar a governação democrática no país». José Ramos-Horta defende a «reorganização de todo o exército de A a Z. A CEDEAO (especialmente Nigéria e Senegal) está melhor posicionada para liderar este processo e eles já começaram a pôr o dinheiro para reconstruir os quartéis e, ao mesmo tempo, ajudar com o fundo de pensão, no qual o Fundo de Consolidação da Paz das Nações Unidas também estará engajado. PNN
segunda-feira, 27 de maio de 2013
Melhorar para combater a rota do pó
A Europa vai avaliar o Programa "Cocaine rota" em 28 de Maio, no decorrer de uma conferência internacional em Roma, intitulado "Melhorar as respostas ao crime organizado e ao tráfico de drogas na rota da cocaína". A conferência foi organizada pela Comissão Europeia e do Serviço Europeu para a Acção Externa (SEAE), em cooperação com o Ministério dos Negócios Estrangeiros italiano. Alto-falantes de abertura do evento vai incluir Exterior do Ministério do Director Geral para Assuntos Políticos e de Segurança (DGAP) Sandro De Bernardin, diretor EuropeAid para o Desenvolvimento Humano e Social Kristian Schmidt eo ex-presidente da Nigéria e atual presidente da Comissão Africano Olusegun Obasanjo Ocidente.
Os primeiros quatro anos
A conferência oferecerá uma oportunidade para avaliar os primeiros quatro anos do programa "Cocaine Route", que foi lançado em 2009 pela União Europeia, está em curso em 36 países e é coordenado pela Itália. O programa é uma iniciativa europeia de base ampla que visa o combate à criminalidade, à lavagem de dinheiro transnacional e tráfico de drogas, e que tem como alvo três áreas mais perigosas do mundo no que diz respeito ao crime: África Ocidental, América do Sul e do Caribe Oriental. O objectivo da iniciativa é harmonizar os vários componentes dos esforços da Europa para combater a actividade criminosa no ar e no mar e lavagem de dinheiro, e em apoio das forças policiais e tribunais da África Ocidental e da América do Sul. O programa é administrado pela Direcção-Geral do Ministério das Relações Exteriores para a Cooperação ao Desenvolvimento (DGCS) e coordenado por gabinete do ministro, e para este fim, a DGCS formou uma equipe multinacional de especialistas coordenados pela Itália.
Há mar e vir
Tal como no poema de Garcia Lorca «a las cinco en punto de la tarde», fui ver o mar. Há não sei quantos dias eu carregava comigo duas obsessões: ver o mar e estar com o meu filho. Agora, contudo, a obsessão é estar perto do Guilherme. Ainda não vi o meu filho (está para muito breve), mas vi o mar. Foi melhor que nada, foi imenso!
No mar, pensei em coisas que magoa descrever. Também pensei em sonhos, esperanças, histórias com final feliz. Enfim, fiz o que pude para justificar o privilégio que tive de estar a ver o mar. Senti também um cheiro inebriante a verde, que me sugou, o calor, a humidade que cola à pele, o ruído dos carros na ponte, as canoas com gente a pescar ao largo, mulheres à procura de caranguejo, crianças chafurdando na lama cinzenta, a ponte que nem sequer oscila.
Eu continuo na margem. Sentado naquilo que já foi uma canoa. Mão direita a suportar o queixo, olhando coisa nenhuma. Mas mesmo daqui, pesem todas as adversidades, mantenho o deslumbramento. Quem viu o mar, nem que seja um pedaço de mar, não esquece mais. No estado em que me encontro tudo isto me parece fantástico. Entretanto tremo de frio, procuro entender os segredos da vida. E no meu espírito desorganizado duas imagens de alguma forma me animam. Ela, e ele – o meu filho. Dormia agora - com a vossa licença - o sono mais profundo da minha vida. N’kansa.
António Aly Silva, 2009
Angola põe UA a mexer
Angola pode cantar vitória, pois ao presidir o Conselho de Paz e Segurança da UA, 'forçou' os líderes africanos, reunidos na XXI Cimeira da UA, em Addis Abeba, ao estabelecimento de uma força de intervenção rápida para acudir a situações de emergência. Os olhos, para já, estarão postos no Mali e...na Guiné-Bissau.
Líderes africanos decidiram nesta segunda-feira criar imediatamente uma força militar de reação rápida para lidar com emergências regionais, buscando tornar a segurança do continente menos dependente dos fundos e contingentes de outras origens. A decisão, tomada em uma cúpula da União Africana na Etiópia, atende aos apelos de vários líderes preocupados com os diversos conflitos e rebeliões em curso na África.
Os planos para uma Força Africana de Prontidão já existem há mais de uma década, e os sucessivos adiamentos na sua criação geram críticas de que o continente depende em excesso da ajuda da ONU e de doadores ocidentais. O texto adotado pela Assembleia da UA, ao qual a Reuters teve acesso, disse que a força de reação rápida será formada com contribuições voluntárias de soldados, equipamentos e verbas a serem feitas por países africanos que estiverem em condições para isso. A iniciativa está sendo chamada de Capacidade Africana para a Resposta Imediata a Crises (Caric), e seria uma solução provisória até a formação definitiva da Força de Prontidão.
Entre os desafios de segurança enfrentados nos últimos dois anos pela UA estão os golpes militares da Guiné-Bissau e Mali, as ofensivas de grupos militantes islâmicos no Mali e Nigéria, e conflitos envolvendo rebeldes no leste da República Democrática do Congo e da República Centro-Africana. No começo deste ano, a França interveio militarmente no Mali, ex-colônia sua, para impedir o avanço de rebeldes islâmicos, numa ação que causou constrangimento à UA, por demonstrar sua incapacidade de defesa própria.
Crescer para...os lados?
A Guiné-Bissau deve recuperar e crescer 4,2% este ano, depois de ter sofrido uma recessão de 1,5% no ano passado, prevê o African Economic Outlook, um relatório sobre África organizado quatro instituições internacionais. De acordo com o relatório elaborado pelo Banco Africano para o Desenvolvimento, a OCDE, a Comissão Económica de África e o Programa do Desenvolvimento das Nações Unidas, o cenário macroeconómico do país foi afetado pelo golpe de Estado de abril do ano passado, fazendo o país sofrer uma recessão de 1,5%, depois de ter crescido 5,3% no ano anterior. O défice orçamental foi de 2,3% no ano passado, depois de ter registado um excedente de 0,7% no ano anterior, refere o relatório, que prevê que as contas públicas caminhem para o equilíbrio graças à disciplina orçamental e às melhorias que estão a ser introduzidas na coleta de impostos.
Subscrever:
Mensagens (Atom)