segunda-feira, 27 de maio de 2013
Angola põe UA a mexer
Angola pode cantar vitória, pois ao presidir o Conselho de Paz e Segurança da UA, 'forçou' os líderes africanos, reunidos na XXI Cimeira da UA, em Addis Abeba, ao estabelecimento de uma força de intervenção rápida para acudir a situações de emergência. Os olhos, para já, estarão postos no Mali e...na Guiné-Bissau.
Líderes africanos decidiram nesta segunda-feira criar imediatamente uma força militar de reação rápida para lidar com emergências regionais, buscando tornar a segurança do continente menos dependente dos fundos e contingentes de outras origens. A decisão, tomada em uma cúpula da União Africana na Etiópia, atende aos apelos de vários líderes preocupados com os diversos conflitos e rebeliões em curso na África.
Os planos para uma Força Africana de Prontidão já existem há mais de uma década, e os sucessivos adiamentos na sua criação geram críticas de que o continente depende em excesso da ajuda da ONU e de doadores ocidentais. O texto adotado pela Assembleia da UA, ao qual a Reuters teve acesso, disse que a força de reação rápida será formada com contribuições voluntárias de soldados, equipamentos e verbas a serem feitas por países africanos que estiverem em condições para isso. A iniciativa está sendo chamada de Capacidade Africana para a Resposta Imediata a Crises (Caric), e seria uma solução provisória até a formação definitiva da Força de Prontidão.
Entre os desafios de segurança enfrentados nos últimos dois anos pela UA estão os golpes militares da Guiné-Bissau e Mali, as ofensivas de grupos militantes islâmicos no Mali e Nigéria, e conflitos envolvendo rebeldes no leste da República Democrática do Congo e da República Centro-Africana. No começo deste ano, a França interveio militarmente no Mali, ex-colônia sua, para impedir o avanço de rebeldes islâmicos, numa ação que causou constrangimento à UA, por demonstrar sua incapacidade de defesa própria.
Crescer para...os lados?
A Guiné-Bissau deve recuperar e crescer 4,2% este ano, depois de ter sofrido uma recessão de 1,5% no ano passado, prevê o African Economic Outlook, um relatório sobre África organizado quatro instituições internacionais. De acordo com o relatório elaborado pelo Banco Africano para o Desenvolvimento, a OCDE, a Comissão Económica de África e o Programa do Desenvolvimento das Nações Unidas, o cenário macroeconómico do país foi afetado pelo golpe de Estado de abril do ano passado, fazendo o país sofrer uma recessão de 1,5%, depois de ter crescido 5,3% no ano anterior. O défice orçamental foi de 2,3% no ano passado, depois de ter registado um excedente de 0,7% no ano anterior, refere o relatório, que prevê que as contas públicas caminhem para o equilíbrio graças à disciplina orçamental e às melhorias que estão a ser introduzidas na coleta de impostos.
ECOMIB - Djumbai em Bissau
Os chefes de defesa, pessoal e generais da tropa e da polícia da missão na Guiné Bissau (ECOMIB) - a mesma que a América diz ser "totalmente ineficaz" - vão ter uma reunião hoje em Bissau. Os agentes de segurança também vão discutir os desafios enfrentados pela a missão, bem como o estado de implementação da reforma no sectoor de defesa e segurança (DSSRP) na Guiné-Bissau. Tambem vão testemunhar o hastear da bandeira da missão. AAS
domingo, 26 de maio de 2013
Brasil perdoa dívida
O Brasil anunciou o perdão e reestruturação da dívida de 12 países africanos (entre os quais a Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe), no valor total de 897,7 milhões de dólares americanos. O anúncio foi feito no âmbito das comemorações dos 50 anos da organização da Unidade Africana.
A presidente brasileira, Dilma Rousseff, discursou na cimeira, relembrando que metade dos brasileiros tem origens africanas e que o seu país pretende uma cooperação Sul-Sul. No entanto, foi o seu porta-voz que fez o anúncio do perdão da dívida, à margem dos trabalhos. As trocas comerciais entre o Brasil e África quintuplicaram nos últimos dez anos, atingindo os 25 mil milhões de dólares, em 2012. Hoje o Brasil é o quarto país do mundo com mais embaixadas em África (39 que cobrem 54 países), depois dos Estados Unidos da América, Rússia e China.
sábado, 25 de maio de 2013
BOM DIA, ÁFRICA ....A MINHA VAGINA NÃO É NEGOCIÁVEL!
Dia 25 de Maio, dia da África. Como todos os dias vou ao facebook ver o que se passou durante as minhas horas de ausência. Muita coisa escrita sobre este dia , muitas opiniões umas mais optimistas outras menos optmistas sobre o futuro do continente. Um post em particular chamou a minha atenção : refere-se a “gloriosa” luta das mulheres Togolesas que têm usado a greve de sexo para conseguir fazer passar algumas reivindicações relativas aos seus direitos. Isto é, as mulheres refutam o contacto sexual com seus maridos ou companheiros até que as suas reivindicações sejam satisfeitas. Uma das passagens do artigo diz assim “....Na Libéria, país precursor da greve de sexo em África, a activista dos direitos humanos Leymah Gbowee, em 2003, convida as concidadãs a "cruzar as pernas" até que o presidente Charles Taylor, no poder de 1997 a 2003, aceitasse associar as mulheres nas negociações em curso com os “senhores da guerra”. Uma acção bem sucedida a ponto de que em 2011 Leyman Gbowee foi agraciada com o Prémio Nobel da Paz.....”
Pois bem a minha resposta é esta, e se sou feminista ou não pouco importa mas sei que sou mulher que presa pelo trabalho e pela luta em REAVER o que me pertence usando a cebeça com dignidade e não oferencedo como moeda de troca a minha VAGINA.
Tenho pena que em África possivelmente devido a tantas dificuldades muitas vezes nos pautemos pela filosofia “ do mal o menor” ou aqui tudo passa porque “quem tem um olho é rei” . Pois se no meio do desespero aparece alguém “iluminada” mais ou menos activa com algum poder de influenciar e se decide a tomar determinadas iniciativas rápidamente encontra não só apoiantes como financiadores. Caso para dizer : em África tudo é possível e para África tudo serve. Vale até negociar a nossa VAGINA e o mundo encara como normal e até aplaudem a nossa capacidade de luta vaginal. Afinal quanto tempo mais continuaremos nós mulheres a expor-nos como objectos sexuais? Estranha-me que haja até organizações internacionais de defesa dos direitos humanos e que lutam contra a discriminação da mulher aliados a esta vergonha. Para mim esta acção só revela que, nós as mulheres Africanas, continuamos subjugadas à maculidade dominante e sempre que possível usamos, num jogo de “coquetismo” ridículo, o poder da atracção sexual como arma.
E assim continuaremos por muito tempo a ser objecto sexual dos homens. E pior ainda, sentimo-nos bastante confortáveis nesta pele de objecto sexual: “Meu querido, amante, amigo, companheiro, namorado, etc...etc... dá-me o que eu quero e eu dou-te a minha vagina“ . E o mais revoltante é que, enquanto mulheres, estamos a pedir, a negociar para ter aquilo a que temos direito, a dizer que nos devolvam o que é legitimamente nosso ou seja os nossos direitos, os nossos espaços, os nossos recursos que anos e anos de repressão motivada por uma concepção patriarcal das sociedades nos ceifou. Pois se desde Atenas( diz uma das passagens do texto...) foi usado este método de negociação da VAGINA e até hoje estamos onde estamos já era tempo de as Mulheres perceberem que as armas têm que ser outras. As nossas armas para o desenvolvimento têm que ser inventadas , refinadas, devidamente pensadas e estruturadas. Temos que encontrar formas de luta que tenham efeito prático e que porporcionem resultados concretos mas SEMPRE numa luta com DIGNIDADE sem termos que colocar no mercado a nossa VAGINA.
Ás minhas irmãs Africanas promotoras destas campanhas de “negociação da vagina” para retirar dos usurpadores os DIREITOS QUE SÃO NOSSOS digo: VAGINA sempre tivemos.....e não será por aí que chegaremos onde queremos e nem sequer nos dignifica ir por esse caminho pelo contrário tornamo-nos cada vêz mais objecto passível de negociação. Afinal temos um cérebro e é este o instrumento com que actuaremos sempre. Imaginem : há mulheres que desiludidas com o sexo oposto dizem que “ os homens pensam com o orgão la de baixo e não com a cabeça” Pois bem e agora? E nós? Que até prémios nobeis da paz chegam a usar este método de “ negociação da vagina” e achamos bem? O mais triste disto tudo é que serão muito poucas as vozes que se levantarão contra esta barbaridade de MÉTODO DA VAGINA uma vêz que a senhora Leymah Gbowee, que até é prémio nobel da paz, usou e incentivou outras mulheres a usarem este método . E nós em África que até adoramos o culto da personalidade não me admira nada que este tipo de campanhas venham a ganhar cada vêz mais corpo e força uma vêz que até a própria senhora nobel da paz negociou a sua vagina.
Caras irmãs do continente, e agora perdendo um pouco as maneiras e o polimento...” mteress puku” digo-vos que este método de pressão a mim dá-me nojo, dá-me asco, dá-me vergonha... Que me perdoem as mulheres Togolesas, que me perdoe a Sra. Nobel da Paz e todas aquelas que perfilham e apoiam este método de reivindicação mas vender, negociar a MINHA VAGINA em troca dos meus legítimos mais que legítimos direitos ? ..NUNCA ! E espero que muitas mais mulheres digam ...NUNCA!
Desejo um bom dia da África a todas as irmãs do continente: Vamos pois, minhas irmãs, usar a CABEÇA para o desenvolvimento do continente. Este é o orgão que, em principio, naturalmente e por excelência, todo e qualquer ser humano deve se servir para prosseguir os seus sonhos....
Helena Neves Abrahamsson
OBS: Este artigo não é um contra argumento e muito menos um ataque ao artigo a que me refiro no Fcebook. Pois o artigo em referência limita-se a descrever os factos e em algumas passagens, o autor muito cuidadosamente, chega mesmo a colocar pontos de interrogação. Usei o artigo em referência para fazer o aproveitamento da excelente descrição dos factos e assim enviar a minha mensagem do dia de África .
África
Hoje, 25 de Maio, alio-me ao editor do blog Ditadura do Consenso, na recusa em comemorar o dia da minha “avó” África, enquanto a minha “mãe” Guiné-Bissau se encontrar refém de alguns filhos criminosos violentos. Como guineense, considero prioritário libertarmos a nossa mãe das mãos desses criminosos travestidos de militares e políticos, antes de pensarmos na união e bem-estar a volta da nossa avó, intitulada Pan-africanismo.
O nobre filho Amílcar Lopes Cabral também sonhou não só com a dignidade da sua mamã Guiné, como também quis a união, harmonia, paz e desenvolvimento de todos os netos da avó áfrica e acabou por ser assassinado pelas mãos dos próprios irmãos, com dúvidas se não houve conluio de algum primo da vizinhança… Infelizmente, nós filhos da mamã Guiné, nenhuma lição conseguimos tirar desse assassinato do nosso grande irmão e de tantos outros que deram a vida pela sua mãe. Continuamos a hipotecar o nosso futuro nas mãos de “tios”, que ao longo da nossa curta história comportaram-se apenas como vizinhos invejosos que não querem ver-nos a desenvolver e fazerem tudo para condicionar o nosso desenvolvimento ao passo deles…
A história da avó África levou a que os genes dos seus filhos e netos tenham sido polvilhados e contaminados por outros genes vindos do exterior, com interesses antagónicos, portanto alheios à nossa forma de ser e de estar… Os africanos devem pensar que primeiro é urgente arrumar as casas das nossas mães (nossos países) e, só depois pensar em juntar os netos a volta da avó África, num grande banquete de filhos verdadeiramente independentes e autónomos, num ambiente de alegria, paz e prosperidade. Enquanto tivermos filhos a olharem apenas para os seus interesses pessoais e outros apenas para os interesses das suas mães e não nos importarmos com o sofrimento dos nossos tios e primos, que tratamos apenas como vizinhos que queremos sempre inferior a nós, qualquer banquete em nome da nossa avó África, não passa de uma falsidade e hipocrisia de dimensão continental…
Vejo amigos interesseiros apressados em criar mais um ambiente eleitoral, apenas para conseguirem colocar a mamã Guiné alinhado com os seus interesses pessoais e pergunto se serei o único a pensar que não adianta absolutamente nada fazer eleições e eleger os filhos melhores intencionados, se os outros filhos criminosos não forem punidos pelos seus crimes e aperceberem-se de uma vez por todas que o crime não compensa e que fazer refém a irmãos, só porque se tem uma arma na mão ou se tem amigos armados, é um crime punido com mão pesada da justiça, que obrigatoriamente terá de passar a funcionar e de forma imparcial na nossa mamã Guiné-Bissau.
Por outro lado, vejo a proliferação da mediocridade a ser tido como referência em várias vertentes da vida da nossa mamã Guiné-Bissau, e até fora dele! Vejo toda uma corja de impostores impreparados a ditarem regras e a fazerem se passar por profissionais ou até condutores dos destinos de todos os irmãos guineenses, que questiono seriamente se valerá a pena gastar dinheiro em eleições, sem antes pôr ordem e moralizar com mãos duras toda a sociedade Bissau-Guineense!
Dentro da escuridão do meu ceticismo a volta das eleições, pressinto poder haver uma pequena luz ao fundo do túnel, quando vejo uma figura como o Eng. Domingos Simões Pereira a sacrificar a sua vida pessoal e todo o seu património cultural e intelectual que custou anos e muito sacrifício a angariar, para percorrer um árduo caminho que poderá levá-lo ao volante da embarcação que se encontra a deriva no alto mar. Não conheço pessoalmente Domingos Simões Pereira mas, do que conheço do seu percurso académico, pessoal e político, não hesito em manifestar publicamente o meu desejo de o ver atingir o leme do país e dizer-lhe aqui que, assim como muitos guineenses, o que espero dele é que consiga reinventar aquele país com que um outro Engenheiro (Amilcar Cabral) um dia sonhou…
Um dia espero poder vir a comemorar o dia da minha avó África, 25 de Maio, com a alegria e o orgulho de um filho que assiste a paz e o bem-estar da sua mãe Guiné-Bissau.
N’rispitau vovó África, mas n’ama i n’disdja nha mamã Guiné.
Jorge Herbert
Apoiar quem precisa
A Federação de Desportos para Deficientes da Guiné-Bissau (FDD-GB), recebeu um convite da comissão organizadora do Mundial de Atletismos para Deficientes que terá lugar em França (Lyon) para tomar parte na mesma. Dadas as Dificuldades financeira dessa instituição Desportiva que precisa de 8.877.500 cfa (oito milhões oitocentos setenta sete mil e quinhentos francos cfa) soma essa que é para cobrir as passagem de Bissau ate França e mais o Alojamento, a mesma vem por este meio solicitar ajuda de todas as pessoas de Boa Vontade tanto no País assim como na Diáspora para poder fazer representa a Guiné-Bissau.
Depois de varias tentativas de ter essa soma sem sucesso e com um timing limitado até 1ª semana de Junho de 2013 por isso recorremos a todos os meios para fazer passar o nosso grito de (SAKUR) a todos. Também se informa de que nesse mundial os países vão buscar as qualificações para os próximos jogos Paralímpicos de Rio em 2016, o que torna imperativamente a nossa participação.
Quem estiver sensibilizado com essa nossa SOS, pode entrar em contatos com a mesma através dos Seguintes:
Fdd_gb@hotmail.com TM: 245 6689003/588 87 87/725 31 06.
Os nossos obrigado á todos os Patriotas de boa Vontade.
Bissau 25 de Maio de 2013
A FDD-GB
Secretario Geral
Julio Beto Q. Gomes
245 662 17 08
245 588 87 87
245 725 31 06
AJUDA - UE não esquece população guineense
É PRECISO LER - E BEM - E ESTA NOTÍCIA. A UNIÃO EUROPEIA NÃO ESTÁ A COOPERAR COM O GOVERNO ILEGÍTIMO QUE DE RESTO NÃO RECONHECEM. NÃO. A UNIÃO EUROPEIA ESTÁ, ISSO SIM, A FINANCIAR PROJECTOS ATRAVÊS DE ONG E OUTROS, COM AS QUAIS, DE RESTO, NUNCA DEIXOU DE COOPERAR.
A União Europeia tem prontos para execução ou em fase preparatória avançada programas de apoio à população na Guiné-Bissau no valor de 20 mil milhões de francos CFA (cerca de 30 milhões de euros). Esses apoios, segundo um comunicado hoje divulgado em Bissau pela delegação da União Europeia, incidem essencialmente nas áreas da Saúde, Educação, Água e Energia Elétrica e Alimentação.
"Além das atividades dos nossos Estados-membros, a União Europeia já tem em curso mais de 30 programas de cooperação em benefício direto da população, cuja execução é confiada aos nossos parceiros, incluindo organizações da sociedade civil guineense, organizações não-governamentais internacionais e Agências especializadas das Nações Unidas tais como a PAM, UNICEF e OMS", disse o embaixador Joaquín González-Ducay, chefe da delegação da União Europeia em Bissau, citado no comunicado. LUSA
Zé Carlos Ka Murri
José Carlos Schwarz 1949-1977, pioneiro da música moderna guineense, nunca foi esquecido. A ARTISTA KU SI MON enviou uma comitiva, hoje, para fazer a limpeza na campa do saudoso músico. Amanhã, tem lugar uma Palestra dedicada à obra e vida de José Carlos Schwarz.
BUBO/DEA: Portugal foi armadilha para barões da droga da Guiné-Bissau
Núcleo da agência antidroga americana ajudou a montar falso negócio de droga com terroristas. A operação americana que culminou na prisão do ex-contra-almirante guineense Na Tchuto, por narcoterrorismo, foi desenvolvida a partir de Portugal, onde a agência antidroga americana possui um núcleo especializado em África. José Américo Bubo Na Tchuto, antigo chefe de Estado-Maior da Armada da Guiné-Bissau e classificado pelos EUA como "barão da droga" ligado a grupos terroristas, foi detido numa operação da DEA a (Drug Enforcement Agency) em abril último. Esta agência de combate ao tráfico de drogas tem uma delegação em Lisboa que faz parte, desde 2011, de uma força regional - juntamente com a de Paris e outras cinco instaladas em países africanos. JN
sexta-feira, 24 de maio de 2013
UA quer criação rápida de um governo inclusivo (este é o nome da moda, seja lá o que isso for...)
O comissário para a Paz e Segurança da União Africana (UA), Ramtane Lamamra, instou hoje, em Addis Abeba, na Etiópia, as autoridades de transição da Guiné-Bissau a criarem rapidamente um Governo inclusivo, afirmando que ele permitiria associar toda a classe política na gestão do país. "As coisas avançam na Guiné-Bissau. Há uma dinámica interna. Esperamos que haja em breve um consenso sobre o pacto da transição. Deve-se encarar a criação dum Governo inclusivo. A partir daí pode-se preconizar que a data limite para a conclusão da transição a 31 de dezembro próximo será respeitada", explicou Lamamra em entrevista à PANA na capital etiópe.
Segundo Lamamra, a reforma do setor da defesa e segurança deve ser uma prioridade, tal como a luta contra a impunidade e o combate ao tráfico de drogas. "Trabalhamos nisto e posso assegurar-vos de que o nosso representante especial, que reside em Bissau, envidou até esforços para restaurar a unidade do Partido Africano para a Independência da Guiné e de Cabo Verde (PAIGC) para que este partido, que detém um lugar central na vida política, resgate a serenidade", explicou o comissário para a Paz e Segurança da UA.
"A UA deseja a execução dum plano completo que inclua uma interação entre os diferentes setores", acrescentou. Um novo roteiro do fim da transição, submetido aos diferentes atores bissau-guineenses no início de maio, prevê, entre outros, eleições gerais o mais tardar antes do final de 2013 e a escolha do presidente da Comissão Nacional das Eleições. A Guiné-Bissau é dirigida desde o golpe de Estado militar de abril de 2012, que se seguiu à morte por doença em Paris do Presidente Malam Bacai Sanha, por uma autoridade de transição liderada por Manuel Serifo Nhamadjo.
Cabral e Ki-Zerbo homenageados em Paris
Comunicado de Imprensa
O Collectif des Ressortissants, Sympathisants et Amis de la Guinée-Bissau, participa na Conferência Joseph Ki-Zerbo intitulada : Jornada de Unidade Africana na sede da UNESCO situada 1, avenida de Suffren 75007 Paris, na terça feira dia 28 de maio de 2013 de 09h30 à 19h00, sala IX. A conferência vai render homenagem ao historiador, Panafricanista Joseph Ki-Zerbo e Amilcar CABRAL, líder e dirigente panafricano, sobre os temas Panafricanismo, Renascença Cultural e Integraçâo Regional.
Na ocasião dos 50 anos da OUA/UA, e no quadro da semana africana, a conferência é co-organisada pelo Departamento Africa, o Grupo Africano, a Delegação de Burkina Faso e a Fundaçâo Joseph Ki-Zerbo para a historia e o desenvolvimento endògeno da Africa. A segunda conferência sobre os temas Panafricanismo, Renascença Cultural e Intépegraçâo Regional, é organizada em parceria com o Grupo africano, a Direcçâo geral para a Africa e a Embaixada do Burkina Faso. A fundaçâo Joseph Ki-Zerbo, criada em 2008, é uma ONG acreditada junto da UNESCO em Paris (França).
Os objectivos da Conferência são:
1- No quadro da quinquagésimo aniversario da Organisaçâo da Unidade Africana/Uniâo Africana, e da reedição do livro de referência (Quando é que a África).
2- Manifestar a solidariedade da Africa com o Povo Maliano, contribuindo assim para o conhecimento da história e a cultura do Mali.
3- Render homenagem a Amilcar CABRAL, pensador e dirigente panafricanista assassinado no dia 20 de janeiro de 1973. Levar ao conhecimento da opnião púnblica internacioanal a situação dos povos da Africa lusófona ainda sob a dominação do fascismo colonial português de SALAZAR.
Paris, dia 23 de maio de 2013
O Presidente do Colectivo em Paris
Jorge Monteiro
Amnistia Internacional diz que Angola, Moçambique e Guiné-Bissau não respeitam os tratados que assinaram
A conclusão está no novo relatório da organização, publicado esta quinta-feira (23.05). A Amnistia identificou casos de desaparecimentos, detenções arbitrárias e impunidade nestes países lusófonos. África é um continente muito presente no relatório de 2013 da Amnistia Internacional (AI). Três dos países lusófonos africanos surgem no documento, que sublinha as violações dos direitos humanos praticadas por cada um dos governos.
De acordo com a investigadora da AI, Muluka-Anne Miti, a impunidade das autoridades, a falta de investigação e o desrespeito dos governos pelos tratados nacionais e internacionais, que consagram os direitos humanos e as regras sociais, são o maior problema nestes países. "Angola tem uma boa Constituição, Moçambique também tem uma Constituição que garante todos esses direitos humanos e é da responsabilidade dos Estados respeitar estas Constituições e respeitar os tratados internacionais". Isso é também válido para o caso da Guiné-Bissau, diz Muluka-Anne Mit. O país "tem Constituição, assinou alguns tratados internacionais e tem que os respeitar", conclui.
Desaparecimento de activistas foi pior caso em Angola
Angola é destacada no relatório por diversos episódios de violência política, abusos de poder por parte das autoridades nacionais, detenções indiscriminadas, desalojamentos de centenas de pessoas, censura e falta de liberdade de manifestação.
São muitos os direitos humanos violados no país, diz a investigadora da Amnistia Internacional. Porém, Miti realça o desaparecimento de dois ativistas, Alves Kamulingue e Isaías Cassule, a 27 e 29 de maio do ano passado, respetivamente. "Eles estavam a organizar uma manifestação em Angola e até agora não há informação sobre o seu paradeiro. Havia também outras manifestações que foram suprimidas pelo Governo, manifestações que foram organizadas pelos movimentos de jovens, movimentos revolucionários." Segundo a investigadora, durante as manifestações houve o uso de força pela polícia e também por agentes civis, "suspeitos de serem agentes da polícia".
Prisões sem julgamento
Sobre Moçambique, o relatório da Amnistia Internacional destaca diversos incidentes de abusos de poder de polícias sobre os civis, impunidade, raptos de estrangeiros e ainda centenas de detenções sem julgamento em tribunal. Muluka-Anne Miti sublinha que um dos casos mais graves que a AI descobriu foi o de Zeca Capetinho Cossa, "que ficou mais de 12 anos na Cadeia de Máxima Segurança, em Maputo, sem qualquer acusação, sem qualquer julgamento, e foi posto em liberdade no ano passado depois da visita da Amnistia Internacional." A investigadora diz também que a organização registou "condições de detenção muito más" e sobrelotação de muitas cadeias em Moçambique.
Impunidade
O documento da Amnistia Internacional fala também sobre a Guiné-Bissau, realçando que se vive no país uma forte repressão militar, graves episódios de censura de imprensa, execuções e tortura de civis, impunemente. Segundo Muluka-Anne Miti, esta realidade agravou-se depois do golpe de Estado de abril de 2012. "As rádios foram fechadas durante dois dias. Quando reabriram, tiveram que trabalhar sob muita censura. Houve intimidação de jornalistas", conta. "Os militares também mataram algumas pessoas na sequência de um ataque contra uma base militar, em outubro. Há pelo menos 11 pessoas que foram mortas. Houve também torturas e maus-tratos." Cabo Verde e São Tomé e Príncipe não fizeram parte do estudo da Amnistia Internacional, segundo a investigadora, por falta de meios da organização.
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